Da amizade ao amor escrita por Doladoavesso


Capítulo 14
"...and I don't know how... I can do without I just need you now..."


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa eu não ter postado ontem, é que eu to tendo prova na faculdade...
Bom, ta aí.
Espero que gostem!

https://www.youtube.com/watch?v=eM213aMKTHg
Música - Need You Now - Lady Antebellum



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Cobra POV

Olhei para Karina com um misto de alegria e medo. Ela não devia estar falando isso pra mim, eu sei que era questão de tempo para a K encontrar um cara legal e me deixar de lado, e que eu ia seguir minha vida e ela a dela. A gente não foi feito pra ficar juntos, por mais que nos parecêssemos, a Karina era uma menina boa, que escondia delicadeza e sensibilidade por trás de uma máscara, mas todo mundo sabia que ela era assim.

– Karina, você ta gostando de mim? – Perguntei me afastando dela, e a encarando preocupado. Karina se recusou a me olhar, parecia ter caído em si do que havia dito e agora estava constrangida.

– Cobra... – ela iniciou, e ficou torcendo as mãos, nervosa.

– Karina, eu sempre imaginei que você alguma hora ia encontrar um cara mané que nem aquele guitarrista, mas que pelo menos era boa gente. – Eu disse e ela me encarou. – Por mais que a gente se pareça K, nós temos muitas diferenças também, por isso, acho que você não deve gostar de mim. – Dizer aquilo estava me doendo profundamente. Era horrível dizer em voz alta que eu não merecia o amor da K, que ela merecia alguém melhor, mas era verdade. Karina se aproximou de mim e ficou me olhando com os olhos explodindo de raiva.

– Você ta falando isso por que hein Cobra? Se você não ta interessado em mim, não tem problema, só falar cara. – Ela disse, tentando se manter firme e não chorar.

– Karina, não é nada disso. Lógico que rola um interesse. Você é bonita... – ela riu, ironicamente. – por mais que não acredite nisso. Você é atraente, beija bem. Eu não teria te beijado se você não chamasse a minha atenção. Mas a gente não pode se aprofundar nesse lance. Eu queria muito K, de verdade, mas eu não fui feito pra você. Eu sou cafajeste, você é pirralha, eu faço merda, fui expulso da academia do seu pai, tentei agarrar uma menina... – Falei e passei a mão no cabelo. Eu me sentia mal por ser tão babaca. – Você merece algo muito melhor que eu. Você tem inúmeras qualidades, o que quer fazer com um cara que nem eu?

– A gente já falou sobre isso Cobra. Caramba! Você tem uma péssima auto-estima. Cadê aquele cara seguro de si que você mostra tanto? – Ela falou, me encarando triste. Então era isso, Karina estava com pena de mim.

– Karina, não me olha com olhar de piedade ok! – Falei e segurei seu ombro. Eu me irritava com olhar de piedade.

– Ok Cobra, se você já vai começar a me tratar com jeito agressivo eu vou embora! – Falou ela. Ela bateu a porta do QG e eu fiquei com ódio de mim. Por que eu não aceitei o sentimento dela? Eu sou louco? Mas seria melhor assim, pra mim e pra ela.

Karina POV

Cheguei em casa arrasada, mas dessa vez não estava chorando. Então era isso, eu abro meu coração e o Cobra se desfaz dele, porque acha que não é merecedor? Que coisa estúpida, eu que decido isso.

Fui para o meu quarto e deitei na cama, pensando em como eu podia gostar dele. O que me fez gostar dele? Será que só eu via no fundo o que o Cobra realmente era? Nem ele mesmo percebia que ele era um cara legal, e não era só comigo. Lembrei do dia que ele defendeu o Pedro, naquele assalto frustrado. Ele não precisava fazer isso, pelo contrário, ele podia deixar o Pedro se ferrar, ou o meu pai resolver, mas ele decidiu ajudar. O Cobra não era ruim, e ele tinha que entender isso, mas eu já estava cansada desse jeito de Cobra.

Karina? – Falou Bianca e eu percebi que estava perdida em meus pensamentos. – Tudo bem? – Perguntou ela. Eu e Bianca nos cumprimentávamos e falávamos o trivial, mas nunca conversávamos.

– Bianca, se eu te pedir um conselho você me dá? – Perguntei me sentando na cama e ela assentiu, sentando na minha frente. – Uma pessoa diz que não te merece, o que você faz? – Perguntei. Eu sentia falta de conversar com a minha irmã. Eu sabia que ela tinha errado, mas eu queria perdoa – la.

– Olha K, eu acho que você deve ver se a pessoa realmente te merece. – Ela ficou me encarando. – É o Cobra? – Perguntou ela, desconfiada. Fiquei muda, eu não sabia o que falar. – Olha Karina, o Cobra, ele pode até ser seu amigo, mas ele é um cara complicado, considerado o marginal do bairro. Eu se fosse você, saía dessa. – Pronto, agora que tava tudo ferrado mesmo, eu tava confusa se me afastava dele ou não. A nossa amizade não ia ser a mesma coisa...

Fui dormir tentando não pensar em um certo rosto moreno que mexia demais comigo.

Cobra POV

Fui para a academia treinar. Precisava esfriar a cabeça e aliviar a tensão. Chutei os sacos de areia com força, mas a loirinha não saía da minha cabeça. Primeiro eu recusei o namoro falso, depois a gente brigou, fez as pazes e agora eu recuso a K de novo! Ela deve ta me odiando.

Enquanto eu pensava em como eu sou idiota e que tudo que eu faço é uma grande burrice, vi Haideguer ir falar com Lobão e fiquei atento a conversa dos dois.

– E então, tem novidades do espertinho? – Perguntou Lobão.

– O Alan nunca dá sinais claros, por isso a gente tem que saber exatamente onde ele vai estar dessa vez. Meu informante está tentando descobrir. O bom é que se a gente pegar o Alan, conseqüentemente a gente acaba com o Duca. – Disse Haideguer e eu gelei. Que isso! Acabar que ele é diz é matar mesmo?

– A gente podia aproveitar Doutor e se livrar daquele pela saco do Gael. – Disse Lobão rindo maldosamente.

– Tudo em seu tempo Lobão! – Disse Dr Haideguer. Se o Gael estava em perigo, conseqüentemente a K também. Fiquei preocupado com a minha marrentinha, que eu nem sabia mais se era minha.

Karina POV

Era sábado, e pra mim sábado é dia de ficar em casa. Dormi até tarde e quando acordei meu pai estava me berrando pra gente sair para almoçar. O QG estava fechado, mas Cobra devia estar lá dentro, afinal ele morava lá. Passamos o dia fora. Bianca e Dandara ficaram fazendo compras no shopping, enquanto eu e meu pai ficávamos bufando. João tinha ido para casa de Pedro, e sempre trazia um pedido de perdão dele pra mim de lá, mas eu desprezava.

– E aí filha, ta melhor? - Perguntou meu pai. Nós estávamos comendo sorvete.

– To sim pai. – Disse, sem falar muita coisa.

– Karina, você vai ficar chateada, mas eu fui atrás do Cobra ontem. – O QUE? Não acredito!

– Pai! – Falei o repreendendo. – O que você disse? Ameaçou arrancar o fígado dele? – Perguntei, rindo.

– Não seria uma má idéia. – Ele riu. – Mas eu pedi pra ele reparar o erro dele com você. Eu sabia que você estava chateada por algo que ele fez. Então deu certo? – Perguntou meu pai.

– Ah pai, sei lá. Eu e ele a gente discutiu ontem. – Eu não ia contar o motivo, mas eu precisava conversar. – Ele é muito cabeça dura.

– Só ele filha? – Nós rimos. – Filha, você escolheu o Cobra para ser seu amigo, mesmo quando eu não queria. Ele mostrou que se importa com você. – Meu pai tinha razão. – Sabe o que eu acho? Que você deve usar menos isso aqui... – apontou para minha cabeça. – e mais isso aqui... – apontou para o meu coração.

Fomos para casa depois de muito tempo de enrolação. Não sei o que elas vêem tanto em shopping. Ajudei Bianca a guardar algumas coisas.

– E aí, se resolveu com o peçonhento? – Apelidinho tosco.

– Que apelido feio Bianca, ele tem nome sabia. – Ela riu. – E não, eu não falei com ele.

– Olha K, eu falei ontem que era pra você ter cuidado e tal, mas acho que você deve seguir o teu coração. – Ok, meu pai e Bianca combinaram foi? – O Cobra ele é como você K, ele tem uma casca enorme, mas no fundo ele é até legalzinho quando quer. – Falou ela, dando o braço a torcer.

Deitei na minha cama, ouvindo música. Começou a tocar Need You Now da Lady Antebellum. Não era meu estilo de música, mas Bianca tinha me passado porque eu tinha gostado da letra. Fiquei lembrando meus momentos bons com ele, que não foram poucos. O Cobra sempre me incentivou a lutar, esteve do meu lado quando eu fingi que era menino pra competir; tentou me consolar no dia da praça quando a Jade tirou minha foto; me consolou quando o Pedro me enganou; a gente vivia conversando; ele era doce quando tava comigo e ele era muito engraçado.

Vi que todo mundo estava dormindo, e decidi fazer o que tinham me aconselhado... usar o coração.

Cobra POV

Era sábado, mas por incrível que pareça eu não queria fazer nada. Fiquei deitado mexendo em algumas fotos antigas. Minha mãe era tipo a Karina. Boa, gentil, solidária. Pena que ela morreu e meu pai entrou em depressão e a gente perdeu tudo. Decidi ir embora pra me livrar daquela vida ruim.

A chuva começou a cair e eu aproveitei para tentar dormir, afinal, dormir cm barulho de chuva era bom. Só que algumas batidas na porta chamaram a minha atenção. Corri e abri.

–Karina? Você ta ensopada. – Falei preocupado. Karina estava com um short e uma blusa larga, cinza, toda molhada. A roupa colava em seu corpo e ela estava linda. A puxei para dentro do QG – Me espera aí. – Eu disse e ela se sentou na cadeira. Peguei uma toalha e um blusão meu. – Toma. – Entreguei. Ela foi até o banheiro e trocou a roupa, voltando em seguida. – Você ta louca?

– Cobra, eu precisava falar... com você... – Ela estava tremendo. Corri e peguei um cobertor. Ela se sentou no chão e eu joguei o cobertor sobre ela e sentei em sua frente.

– Falar o que K? – Perguntei. Coloquei a mão em sua testa e ela parecia febril.

– Cobra... eu desisto. – Hã? Desiste de que? Que não seja de mim, por favor... – Desisto de me enganar. Mesmo que você não me queira, eu preciso falar... – ela tremia e eu fiquei preocupado.

–K, você ta com febre, quer que eu chame seu pai? – Perguntei. Ela fez que não e segurou minha mão.

– Eu quero falar com você... – Ela disse.

– Deixa eu pegar algo quente para você beber, espera. – Corri até a cozinha improvisada e peguei um café que tinha de mais cedo. Esquentei e voltei rápido, e o entreguei pra ela.

– Então... – disse ela, bebericando um pouco. Seu lábio estava um pouco esbranquiçado, devido ao frio. – Eu... eu to aqui Cobra pra dizer que eu preciso de você... – Ela disse. Fiquei parado encarando – a. – Você não precisa dizer nada, mas eu preciso dizer. Eu to seguindo meu coração e ele me trás até você, o que eu faço? – Ela já estava melhorando.

– Karina, desculpa por hoje cedo. – Eu disse, chateado. – Eu adoro sua companhia e sinto um vazio imenso quando você não está perto de mim. – Eu disse, cansado de me esconder.

– Então Cobra... – Ela disse. – Não adianta eu ficar longe de você, não adianta a gente brigar, não adianta eu já ter sofrido duas vezes por amor... eu ainda quero tentar... – Ela disse. Ela estava bem melhor. Fui até ela, e vi que a febre tinha passado.

– K, desculpa perguntar, mas o que o Pedro fez contra você? – Perguntei. Eu sabia que não tinha nada a ver com a declaração dela, mas eu precisava mudar um pouco o assunto, enquanto eu pensava o que falar pra ela.

– A Bianca, ela pagou dois mil reais para o Pedro me namorar... – O QUE?

– Eu vou matar ele! Quer dizer, vou matar os dois e vou... – Karina veio até mim e me deu um selinho, me surpreendendo. – Ok, não vou matar ninguém. – Ela riu. – Eu tenho uma loirinha pra cuidar. A beijei suavemente, só selinhos mais demorados. – K, eu também gosto de você. – Ela sorriu. – Mas, eu tenho medo de te magoar. – Falei.

– Cobra, por favor, vamos pensar no agora... – Ela disse. – E agora, eu to afim de fazer uma coisa... – Ela segurou meu rosto e sorriu. Fomos nos aproximando, até que ouvimos batidas na porta. – É melhor abrir. – Disse ela, me soltando. Fui até lá e quando vi Gael entrou e ficou nos encarando, de braços cruzados.

– Não sei porque achei que ia encontrar minha filha por aqui. – Karina me encarou e eu encarei Gael, que estava pronto para me matar.


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor!!!
Beijos!! *-*