Assassin's Creed; Sombras escrita por P B Souza


Capítulo 4
Plymouth.


Notas iniciais do capítulo

Ethan foi descoberto se escondendo no navio. O capitão porem não é um monstro dos sete mares e tem cultura o bastante para reconhecer um assassino quando vê um.
A questão é, qual o futuro de Ethan ali?



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Ethan estava em pé na cabine do capitão que ficava na popa do navio, a sua esquerda havia espadas presas a armações de madeira, a direita armações de madeira formando um corpo humano como um manequim onde estava dois trajes completos e um manequim vazio, Ethan observou os manequins, um era um traje para cidade, roupa elegante e limpa, outro manequim era para ocasiões comum na cidade, dia a dia, não parecia tão nova ou bem tratada. E o terceiro manequim vazio, era a roupa de capitão que o dito capitão usava naquele instante. Ethan olhou para frente, a cabine era grande e adaptada para servir isoladamente do resto do navio para todas as necessidades do capitão, tinha no fundo uma cama junto das janelas de vidro amarelo e verde formando mosaicos, do lado da cama uma mesa com três cadeiras, a entrada para um banheiro particular com, provavelmente, despejo no mar, no centro uma mesa grande de madeira nobre e bem tratada, cheia de coisas em cima, um mapa ocupava o centro da mesa, uma cadeira de couro estufado para a mesa do centro e um lustre pequeno que não parava de balançar em momento alguém.

– Assassino então?

O capitão não havia falado nada desde quando entrou com Ethan ali, apenas o colocou em um determinado lugar, mandou que o cozinheiro fosse embora e havia o chamado pelo nome de Joly. Quando enfim falou Ethan não esperava ouvir aquilo.

– Ou são roubadas? – O capitão abriu um sorriso apontando para as laminas ocultadas presas como braceletes no pulso de Ethan. – Porque se forem roubadas você deve ser muito durão para derrubar um Assassino.

– Assassino. – Esclareceu o garoto.

– Quantos anos criança?

– 15, sir. – Ethan olhou para o chão enquanto falava.

– Capitão. – O Capitão interpelou. – Sou Capitão, não sir. E o que faz aqui? – Então ele se sentou na sua cadeira que gemeu enquanto ele se arrumava para ficar confortável. – Conte-me sua história.

– Capitão, por favor, eu posso lhe ajudar...

– Quero saber quem é você garoto. Conte-me tua história. – O homem pareceu se zangar, Ethan então respirou fundo e começou.

– Meu nome é Ethan Cavendish, filho do mestre Assassino Edmundo Cavendish.

– Nunca ouvi falar desse Edmundo.

– Irmão de William Cavendish, duque de Devonshire.

– O duque de Devonshire não possui irmão chamado Edmundo. – O capitão disse.

– Todos os Cavendish que seguem o ramo dos Assassinos tem seus nomes apagados da história. Assim se algo der errado o nome Cavendish jamais será afetado.

– Claro, continue.

– Meu pai é o mestre da sucursal de Suffolk, ele conquistou todo o condado em sete anos com a ajuda do Duque de Suffolk, porem os templários tem um interesse constante naquela área, eu nasci e fui criado como um membro da irmandade. – Ethan disse olhando para o capitão tentando ser o mais sincero possível. – Mas queria mais, e meu pai não me deixou vir para Devonshire e ajudar meu tio, mandou um grupo de Assassinos mas eu não. Então troquei os planos dos Assassinos uma noite antes deles partirem para Devonshire, queimei uma parte da sucursal como distração enquanto fugia pelo outro lado. Sabia que em Aldeburgh havia um pequeno porto onde navios estavam ancorados e sabia de seu navio, pois lia as cartas privadas de meu pai. Aldeburgh está sob controle templário e mesmo assim eu a atravessei violando nosso tratado de paz com os templários, a nado cheguei ao seu navio onde me escondi entrando pela abertura para canhão.

– Fascinante. – O capitão olhou para Ethan com uma curiosidade quase anormal. – E suponho que não possa voltar para Suffolk

– Me matariam por traição. Ainda mais após ter acidentalmente matado um dos meus colegas Assassinos que tentava me impedir de fugir. Por isso senhor peço que não me mande de volta.

– E o que pretende que eu faça com tu? – O capitão olhou-o de cima abaixo. – Um garoto franzino de quinze anos, um navio de guerra não é lugar para você, nem o lugar para onde estamos indo. E é Capitão.

– Desculpe. – Ethan desculpou-se com tom de voz baixo. – Eu poso ajudar no navio, tenho certeza que serei útil.

O capitão se levantou e foi até a parede com as espadas, ali também tinha uma estante com porta de palha trançada esticada presa por armações de barras de latão, ele a abriu e dentro havia livros, muitos livros, a porta de correr servia para que os livros não caíssem com o balanço do navio. Na mais alta prateleira havia mapas e pergaminhos enrolados, folhas soltas e potes de tinta fechados.

– Sabe em que se meteu?

– Não senhor... Capitão.

– Sabe no que nos meteu, toda a tripulação garoto?

– Capitão, eu só quero ser, fazer algo para meu país e pela coroa e ser lembrado por isso.

– Glória, reconhecimento, estou entendendo porque fugiu dos Assassinos. – O capitão fechou a estante e voltou para a sua mesa com uma folha na mão. – Assassinos normalmente preferem o anonimato. O que você sabe sobre esse navio?

– Que estávamos em Londres e agora vamos para Plymouth, não sei os motivos, ouvi homens falando, apenas.

– Tudo bem, vamos ver o que faço com você até chegar em Plymouth.

– E depois? – Ethan perguntou impaciente.

– Depois – O capitão respondeu encarando o garoto com severidade como se si sentisse desrespeitado. – Vou te mandar para seu tio, não era isso que você queria?

Ethan olhou para a mesa tentando não encarar os olhos azuis do capitão.

– Capitão, se me enviar para meu tio ele vai falar com meu pai e então, logo em seguida, os assassinos que chegarem na casa de meu tio vão cuidar de mim.

– E porque acha que me preocupo com sua vida?

– Porque posso ser útil. Me deixe trabalhar e vou mostrar...

– Crianças falam demais e fazem pouco. – O capitão levantou e apontou para trás, Ethan olhou e a porta da cabine continuava tão trancada quanto antes. – Vá falar com Joly, o cozinheiro, faça tudo o que ele pedir e faça o que achar que consegue fazer. Vamos ver o que consegue até Plymouth.

– Obrigado senhor! – Ethan disse parando a frase no meio. – Capitão. Não vai se arrepender.

– Preste atenção. Isso não é um sinal que você vai ficar ou então que gosto de você. É um teste. – O capitão foi até a porta enquanto falava, Ethan girou nos calcanhares e estava encarando a porta, então o capitão girou a tranca e abriu. – E para referência futura, me chame de Capitão John Walltimore, do Fluyt Desgraça Holandesa a serviço da coroa britânica em nome do Rei Jorge III.

– Sim capitão. – Ethan falou educadamente quando a porta da cabine do capitão se abriu e o ar fresco invadiu junto do sol poente e o cheiro do mar. Ethan saiu da cabine aos poucos e olhou para trás, o Capitão John Walltimore o olhava de um jeito diferente, o olhar parecia nunca se repetir.

– Até Plymouth criança.

Então a porta se fechou atrás dele e Ethan não soube o que fazer, para onde ir, com quem falar, estava preso em um barco cheio de estranhos e com uma missão para cumprir, se provar útil e necessário até a chegada em seu destino, então repetiu como um papagaio olhando para o horizonte se sentindo livre.

– Até Plymouth.


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Notas finais do capítulo

Capitão John Walltimore, pensado como um típico cavaleiro inglês do século XVII e XVIII.
Essa informação ainda esta ausente mais acho importante falar, nesse exato momento quando Ethan está rumo a Plymouth o ano de Vossa Graça é 1803 e ele tem 15 anos.



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