Assassin's Creed; Sombras escrita por P B Souza


Capítulo 14
Libras Esterlinas.


Notas iniciais do capítulo

Os Assassinos de Plymouth estão percebendo uma aumento nos crimes templários que agora estão incriminando inocentes para encobrir os próprios crimes. Ethan fará o necessário para acabar com isso.



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Setembro de 1804

As velas de mais um navio se soltavam no mastro e despencavam na margem do rio Tamar. A embarcação se enchia de vento e avançava pela água, Ethan olhava para aquele brigue com seus canhões poucos e casco frágil, pensava se sobreviveriam ao que o Desgraça Holandesa sobreviveu. Estava ali sentado em um pub ouvindo pessoas falando e gente trabalhando quando Joly chegou, Joly quem havia o chamado ali, eles não se falavam desde o dia em que Ethan saiu da casa de Joly em Estover.

– Bom dia! – Ethan disse olhando para Joly como olha para um estranho. – Como está?

– Dominik não lhe disse?

– Quero ouvir da sua boca.

– O navio é caro demais para ser concertado e eu estou...

– Tentando provar que eu estava errado. – Ethan respondeu certo do que pensava, tinha repensado muito aquilo. – Então gastou mais do que tinha. Quem deve pagar o concerto do navio é Vince, não você.

– Vince sumiu, sua família se mudou e ele se mudou junto, abandonou o Desgraça como muitos. Você estava certo.

Ethan viu a triste de Joly, aquele navio não carregava homens e carga apenas, carregava sonhos, sonhos que estavam afundando aos poucos.

– Não, eu não estava. – Ethan disse olhando Joly dando um tapinha em seu ombro. – Eu estava nervoso e agindo de cabeça quente. Aquele navio foi a melhor coisa que me aconteceu, me salvou e eu vou salvar ele, em nome de John Walltimore. E mais uma vez o Desgraça Holandesa vai navegar. Vai demorar mas vai acontecer.

– Obrigado criança. Mas não é simples assim. Dominik contou que está trabalhando na casa do Estover e caçando seus sonhos...

– Templários.

– Sim, isso. E no meio disso tudo como vai ajudar a reparar o Desgraça.

– Eu vou Joly. Se quiser pode vender a casa, vai conseguir um bom dinheiro com todas as melhorias que fez nela, e ai vem você Gus e Dominik morar na mansão. Dominik já passa mais tempo lá do que em qualquer outro lugar mesmo.

Joly pareceu pensar um pouco.

– Eu, não conte isso para ninguém. – Joly disse se abaixando na mesa, cochichou. – Tenho medo dessas coisas, Assassinos, Templários...

Ethan sorriu se esticando na cadeira vendo o rio dançar com o vento.

– E não é para menos, mas você se aventurou em uma tempestade que destruiu os mastros de um navio, depois uma batalha contra uma fragata francesa da qual saímos quase derrotados, no fundo tem coragem. – Ethan disse olhando para o prato onde um pão esperava ser comido. – Você pode continuar trabalhando no que trabalha, precisamos de um cozinheiro na mansão.

Joly olhou para Ethan como se olhasse para um filho.

– Obrigado criança. – Ethan sorriu para ele – Eu vou pensar.

Ethan então olhou para o lado onde um homem parecia brigar com o taverneiro, uma discussão boca-a-boca.

– Já venho. – Ethan se levantou da mesa e começou a andar em direção ao balcão, no caminho colocou um dos anéis prateado no dedo da mão esquerda. – Senhores, algum problema?

– Ó, Ethan meu senhor. – O homem que discutia com o taverneiro disse fazendo uma pequena reverencia. – Esse rufião não queria me deixar falar com você.

– Vou quebrar uma garrafa em sua cabeça e você vai ver quem é o rufião.

– Vai ser tu! – Disse o homem com seu sotaque irlandês forte.

– Acalmem-se pelo amor! – Ethan pegou o homem pelo ombro e levou para o lado. – Diga.

– É a terceira vez nos últimos dias. Vi guardas prendendo comerciantes por estarem com cédulas falsas. O que me chamou a atenção é que de manhã vi um homem de manto vermelho escuro com desenhos um colar de ouro com uma cruz e anel prateado, esse homem pagou de forma bem tímida e parecia nervoso, logo em seguida o guarda prendeu o comerciante com notas falsas. Não estou acusando ninguém, mas...

– Como era o rosto desse homem?

– Eu não sei. – O homem disse enquanto Ethan pegava moedas de uma libas e colocava no bolso dele. – Loiro, alto, não muito forte, tinha barba feita e pele branca como leite.

– Mais alguma coisa que eu preciso saber?

O homem coçou o queixo revirando as lembranças fingindo um desentendimento.

– Ele jogou um maço de cigarros Plyn River fora, vazio.

– Obrigado. – Ethan disse deixando o homem lhe dando mais algumas moedas, então voltou para Joly.

– O que foi?

– Templários agindo. – Ethan respondeu sem se sentar. – Estão incriminando inocentes, vou descobrir o porquê. Depois nos falamos.

Assim se virou e saiu.

Ethan correu por toda Plymouth perguntando sobre cigarros Plyn River, todas as pessoas falavam a mesma coisa, era um cigarro caro produzido apenas em Plymouth e vendido apenas em duas lojas. Ethan correu para uma delas torcendo para estar adiantado, quando finalmente chegou pegou um jornal e se sentou em um banco do outro lado da rua, ficou lendo com um olho e observando com o outro, por dez minutos, então um homem de manto vermelho escuro chegou, seu dedo brilho no sol com um brilho prateado, ele entrou na loja de cigarros e charutos, quando voltou Ethan viu o colar dourado balançando sobre pescoço, subiu o jornal no rosto e continuou fingindo ler.

Seguiu o homem pelas ruas de um canto para o outro, quando finalmente o homem parou em uma banca de verduras hortaliças frutas e vegetais. Ethan estava em cima de um telhado olhando para ele, o homem pegou uma carteira e tirou algumas notas de libras, quando o fez Ethan forçou a visão como estava aprendendo a fazer e as notas ficaram douradas, quando piscou os olhos aquela sua visão diferente da normal se desfez e as notas continuaram brilhando dourado, mais fracas, mas continuaram brilhando. O homem com colar de ouro e anel de prata pegou um saco de batatas no lugar da nota e voltou a andar, Ethan foi atrás.

Entrou em um beco e entregou o saco de batatas a um trabalhador de macacão. Ethan se ajeitou nas telhas tentando escutar.

– Já está com a nota, só ir prender.

– 25% - Um dos casacos-vermelhos disse olhando para o agente templário. – vocês estão ganhando muito, eu quero 25%.

– Você tem que discutir isso com o mestre não é comigo. – O Agente templário indagou. – Agora vai e faça o seu trabalho.

Ethan acompanhou a cena de cima, o guarda parou o comerciante e viu as notas, achou a nota falsificada e declarou prisão e confiscou seus bens, Ethan apenas assistiu, sem entender o que estava acontecendo.

Então o guarda voltou para o beco e entregou a nota para o Agente templário.

– Vamos matar mesmo esses comerciantes?

Ethan apurou os ouvidos.

– É a lei do Rei não é?

– Mas eles não fizeram nada de errado. – O guarda disse. – Deveríamos solta-los e deixar que voltassem aos negócios.

– E correr o risco que falem demais? – O Agente templário sorriu saindo do beco. – Cuidado, ou logo quem vai pra forca é você.

Seis horas depois.

Ethan bateu na porta e a abriu em seguida. Quando entrou na sala viu Dominik, Gus, Elliott Henrique e Richard na mesa.

– Sente-se. – Elliott como dono da casa sentava-se na ponta da mesa.

– Como eu dizia. – Dominik olhou para Ethan e então para Elliott. – Está se tornando comum comerciantes serem presos sobre acusação de falsificação de libras.

– Eu vi isso acontecer. – Ethan disse. – Segui um agente templário, colar de cruz, manto vermelho, nota falsa. Ele comprou um saco de batatas, pagou com o papel falsificado e em seguida foi para um beco, um guarda corrupto prendeu o comerciante e ficou com 25% dos lucros, tudo que o comerciante tinha foi levado, eles estão roubando e matando inocentes.

– Sim, sim, é uma forma rápida de conseguir dinheiro, mas para que fim? – Elliott se questionou. – É necessário que descubram isso, só então poderemos agir.

– Eu discordo senhor. – Ethan disse se levantando da mesa. – Já tenho um plano que vou executar até o fim do dia.

– E que plano seria este senhor Cavendish? Que mal lhe pergunte.

– O plano é achar um agente templário, mata-lo e deixar as falsificações visíveis para todos.

– Ethan. – Elliott disse em tom forte com sua voz que mesmo fraca fazia-se notar. Ethan já saia da sala, mas parou. – Não devemos fazer isso agora, a irmandade nem mesmo existe, somos meia dúzia para uma cidade inteira, cinco se levar em conta que não posso fazer muito nas ruas.

– Já passou da hora de agirmos, quantos inocentes deixaremos morrer acusados falsamente e injustamente só porque não sabemos o motivo? Seja qual for esse motivo, é torpe. – Ethan congelou ouvindo as próprias palavras se desfazerem no ar. – Pode ser cedo demais, mas se esperarmos muito talvez seja tarde!

Anoitecer no centro de Plymouth.

Ethan olhou para seu alvo saindo de dentro de um restaurante, suas roupas eram caras e limpas, a carruagem que o esperava era de madeira nova, lustrosa e bem tratada, os cavalos que a puxavam eram fortes e de pelos brilhantes. O homem que saia do restaurante era ninguém menos que o Duque Robert Baskin, entrou na carruagem e o cocheiro fez os cavalos andares com a vara.

Ethan saiu do meio dos bêbados e jogou o chapéu no chão, os bêbados brigaram para ver quem ficava com o chapéu, depois brigaram pelas moedas de um penny dentro do chapéu. Dentro do restaurante ainda sentado terminando de comer estava o Baronete Eugenio Pinhart.

Ethan passou e deixou seis cédulas de 10 libras em cima do balcão.

– Senhor?

– SHH. – Ethan fez sinal de silêncio e continuou, passou pela mesa onde estava Eugenio e puxou uma cadeira se sentando sem ser convidado.

– O que acha que está fazendo, está mesa está ocupada.

– Está mesmo? Jurava que o Duque tinha ido embora. – Ethan disse levantando a cabeça com um sorriso de quem vai aprontar.

– O que você quer?

– Saber porque. – Ethan disse. – Porque falsificar notas, porque matar inocentes?

Eugenio olhou em volta procurando olhos curiosos, ninguém parecia se importar com eles, ninguém menos o dono do restaurante.

– Eu não sei do que...

Ethan avançou contra Eugenio que soltou um gritinho quando a taça de vinho caiu na mesa derramando o liquido vermelho, Ethan agarrou o antebraço de Eugenio e forçou a mão de Eugenio ficar na mesa, com a outra mão ele pegou a faca e colocou em cima das costas da mão de Eugenio fazendo força contra a carne.

– Eu fiz uma pergunta, eu quero uma resposta.

Então todas as pessoas olharam para eles que estavam no fundo do restaurante.

– SAIAM. – Ethan berrou sem levantar a cabeça para não ser visto e todos obedeceram, as pessoas juntavam suas coisas e saiam, alguns sem pagar outros pagavam, mas em trinta segundos o restaurante estava vazio a não ser pelo próprio dono e os cozinheiro e garçons. – Agora me fala!

– Eu não sei. – Eugenio chorava. – Só dei o galpão, passei os documentos para o Duque, ele pegou...

– Sua mulher eu sei. Mas isso não muda o que você fez.

– Por favor, eu não queria...

– Quantas notas?

– Muitas, até cinco por dia, eles fazem cinco por dia.

– Onde que o Duque fica?

Eugenio choramingou sem responder nada. Ethan levantou a faca e desceu de uma única vez, o metal atravessou a carne entre os ossos e fincou contra a madeira da mesa. Sangue espirrou para cima então Ethan soltou o antebraço e agarrou os dedos de Eugenio puxando a mão para cima fazendo-a passar pela faca fincada na madeira, sangue escorreu pelo braço sujando a roupa e se misturou com o vinho na mesa. O dono do restaurante parecia abismado com o que estava havendo, mas não se mexia.

– ONDE?

– Eu não sei, ele que me encontra.

Ethan olhou para o Baronete Eugenio amarrando um guardanapo na mão perfurada.

– Isso não vai adiantar. – Ethan saltou mais uma vez da cadeira para cima da mesa que vibrou.

Eugenio Pinhart viu um punho fechado vindo na direção de seu rosto enquanto uma lamina saia da manga no pulso de Ethan, e foi a última coisa que viu.

Sangue espirrou contra a camisa de Ethan que era escura, e quando a lamina oculta se recolheu Eugenio capotou caindo no chão com um buraco na testa e outro na mão.

– O homem que entrou na carruagem lhe pagou com notas falsas, guardas estão vindo, de para mim. – Ethan foi até a gaveta de dinheiro e revirou olhando para as cédulas que não brilhavam até achar três que brilhavam. – Aqui.

Entregou o mesmo valor em outras notas e levou as notas falsas para a mesa onde estava Eugenio, colocou as notas ali junto puxou da outra mão do cadáver um anel templário, deixou tudo ali.

– Não conte sobre isso. Para ninguém.

Se virou e saiu, mas quando chegou na porta casacos-vermelhos já vinham, ele puxou uma bolinha de porcelana do bolso e tacou contra o chão, quando bateu no chão a granada explodiu dissipando fumaça com cheiro de pólvora queimada, era impossível ver um palmo na frente do nariz, mas Ethan via, enxergava como um gato a noite. Pulou contra a porta do restaurante, estendeu os braços e pegou no letreiro se jogando para cima e nas janelas, até o telhado, quando a fumaça finalmente sumiu os guardas já não sabiam para onde ele tinha ido, mas Ethan não tinha para lugar nenhum.

Dez minutos depois os guardas saíram do restaurante junto do dono.

– Estou falando, ele pegou as notas falsas entre as outras e levou para aquela mesa, perguntou sobre um Duque e acusou-o de matar inocentes.

– Depois um detetive virá falar com o senhor, o susto deve tê-lo deixado em choque.

– Não estou em choque. – O dono do restaurante berrava, podia não estar em choque, mas não estava no melhor estado. – Ele matou o homem, pegou as notas, disse sobre o Duque. Estou falando. Aquele homem é louco.

Ethan saiu andando sob o luar, podia ter feito algo realmente ruim de acordo com Elliott, mas tinha plantado uma semente nos guardas, a semente da desconfiança, agora eles já sabiam que as notas estavam vindo de alguém e não dos comerciantes em si. Agora existia a dúvida, o primeiro passo para derrotar os templários tinha sido dado, agora era só continuar andando até o fim da trilha.

16 meses depois – Janeiro de 1806.

Ethan olhou pela janela para o pátio da mansão Estover enquanto segurava a pena com tinta na mão. Ele deslizou a cadeira para trás e se levantou deixando o diário na mesa do escritório.

Saiu na sacada e olhou para o pátio, Ethan tinha apenas 17 anos e estava a um mês de completar 18, mas sentia sobre os ombros a responsabilidade de um homem de 40. Toda aquela sucursal cabia a ele, eram trinta irmãos jurados dos Assassinos apenas ali, isso sem contar Henrique e Richard que pertenciam a sucursal de Exeter.

No pátio doze aprendizes treinavam com espadas, Gus e Dominik ensinavam golpes, defesas, táticas em geral. Tudo para achar uma forma de derrotar os templários. Ethan olhou para o outro lado, o lado da cidade e da saída para o mar, Plymouth estava lá, trabalhando como sempre, podia ver por estar em terreno elevado boa parte da cidade, Estover Lands ficava no que podia-se chamar de interior de Plymouth, terras mais rurais. Ethan respirou um pouco o ar da manhã quando as portas se abriram, ele lançou um olhar e era o velho Elliott Estover, dono daquilo tudo, 26 acres.

– Senhor. – Ethan voltou para dentro se sentando na cadeira da mesa do escritório, pegou a pena e molhou na tinta, pensava que já passava da hora de comprar uma caneta, invenção moderna que tinha tinta dentro de um canudo e dispensava uso de tinteiros.

– Bom dia Ethan. – Elliott se sentou em um sofá perto dos livros, pegou um e abriu. – O que fazes de bom?

– Penso no que escrever no diário da sucursal.

– Que também é o diário de bordo. – Elliott sorriu olhando o livro. – Já leu? William Godwin 1793. Inquérito acerca da justiça política.

Ethan observou atentamente o livro, passava muito mais tempo lendo os livros magníficos que Elliott possuía ali do que caçando os templários.

– Acredito que não.

– Coloque na sua lista de leitura. – O Conde disse colocando o livro do lugar de onde tinha tirado, todos os livros estavam organizados em gêneros, uma subclasse para ordem alfabética, está, dentro da classe de gêneros literários. – Pode ser um pouco cansativo mas Godwin tem fortes argumentos para debater sobre como o governo, todas as formas, estão oprimindo a população e construindo um império de ignorância, e que, inevitavelmente, com o conhecimento disseminado para todos os governos iriam cair. Ideais templários, pode-se dizer, mas que não deixa de estar correto a certa forma, este homem luta pela liberdade, se possível deveria encontra-lo para debater, ele ajudou os Assassinos certa vez, é britânico, se não me engano está em Londres.

Ethan não sabia bem ao certo o que responder.

– E claro, esqueci de lhe dizer, um Cavalheiro chamado Vince Knill chegou, está a sua procura, mas Joly o cozinheiro estava o entretendo.

Ethan levantou a cabeça quase saindo correndo para ir ver o que Vince queria, mas ele era agora um homem, deveria agir como um.

– Descerei em breve. – Ethan disse para o Conde. – Obrigado, tenho que terminar o diário.

– Uma hora então. – Elliott sorriu se levantando do sofá e indo para a porta. – Uma hora com aquele beberrão em minha casa.

Ethan sabia bem do que Elliott reclamava, mas não era exatamente proposital, todo marinheiro era um beberrão, se não por vontade por educação aos outros.

Então pegou a pena novamente, respirou fundo e começou a escrever.

“Os concertos no Desgraça Holandesa estão quase terminados, foram trinta e cinco mil libras, mais os adendos isso sem contar o aluguel da doca. Mas logo o navio de Walltimore voltará para o mar. Em terra muita coisa mudou, passou mais de um ano desde que não escrevia neste diário de bordo e acho que a palavra ‘diário’ perdeu parte de seu sentido, mas tentaria voltar as coisas como deveriam ser. Consegui abrigo com Elliott Estover e junto dele e dois homens de meu tio fundamos a sucursal de Plymouth, os templários daqui começaram fabricando notas falsas para enriquecer, eu não sabia porque, até descobrir que o Duque Robert estava falido e seria cortado dos templários a não ser que conseguisse algo notável, devo dizer que ele está conseguindo, em uma viagem que fiz para Londres a três meses atrás consegui, com auxílio de Lorde Connail ouvir uma das reuniões privadas da câmara dos lordes, que estão sendo influenciados diretamente pelo Grão-Mestre templário britânico, ao que tudo indica os templários estão em guerra interna, pois napoleão está tentando conquistar o mundo fazendo uso de uma maça do Éden, enquanto nosso Rei possui apenas seu exército real e sua marinha real, ao voltar para Plymouth descobri que a influência de Robert havia crescido muito, e mesmo com a sucursal aumentando, não tínhamos poder o bastante para parar eles. As falsificações de notas pararam, agora Robert está controlando as ruas e cobrando seus próprios impostos, como Plymouth é unitária não precisa responder diretamente ao meu tio, Duque de Devonshire, e pode passar os impostos direto para a coroa, e isso que está dificultando meus planos, se meu tio pudesse questionar o Duque Robert sobre os impostos seria bem mais fácil, mas Robert paga os impostos direto a coroa e fica com parte para ele, desta forma Robert conseguiu se tornar Duque e Plymouth, mesmo isso não existindo”.

Ethan fechou o diário pensando no que tinha escrito, Robert tinha isolado Plymouth do resto de Devonshire, seu tio não tinha poder algum sobre Plymouth, os Leigham estavam comprando todas as terras em volta de Estover Lands, e os Leigham tinham acordos com Robert, os Estover estavam fracos e tendo de pagar os impostos 60% maiores do que no resto de Devonshire, e nada podia ser feito. Robert tinha que ser derrotado logo, ou Plymouth secaria.

Então Ethan desceu, quando pisou no último degrau da escada ouviu a risada estridente de Vince. Virou no batente da sala e viu Elliott Joly e Vince na sala.

– Queria me ver?

– Meu santo Deus! – Vince disse se levantando batendo as mãos nas gordas coxas. – Como o moleque cresceu! Já tem até barba!

Ethan passou a mão pelas costeletas que estavam por fazer, pelos tinham surgido por todo seu corpo e lhe davam um ar de respeito. Ele gostava, o deixava com cara de mais velho e fazia os insultos de “criança” “garoto” “menino” pararem um pouco, pelo menos por parte dos estranhos. Sua barba se resumia as costeletas por fazer com menos de um centímetro, mas seus pelos eram grossos e negros, tal como os de Walltimore e se faziam notar, mesmo pequenos, o cavanhaque curto e bem aparado também se fazia notar por menor que fosse, desenhado com lamina para não ficar parecendo “barba de bêbado” como Joly havia dito, o bigode não existia, e a voz de Ethan estava mais grossa, mais do que o próprio Ethan havia percebido. Ele agora era um homem, e agia feito tal.

– Também cresceu Capitão. – Ethan disse vendo a barriga de Vince que fazia concorrência com a de Joly, um ano atrás a mesma pança não existia.

– Touché! Como diria os malditos franceses. – Vince sorriu se sentando novamente. – Vamos garoto, se sente.

Ethan passou pelo sofá e se sentou, na pura verdade não estava se sentindo à-vontade ali com Vince o tratando como se não se vissem há um dia, quando na verdade era um ano.

– Bem, então porque voltou? – Ethan perguntou de forma casual, porem seu tom de voz pareceu um pouco rude. – Sabe que o Desgraça não está pronto?

– A sim, por isso voltei, vim apressar o tal do Bryen. – Vince disse olhando para Ethan. – E juntar a tripulação.

– O que sobrou dela. – Indagou.

– Que seja garoto. – Ethan fez bico para Vince como se não gostasse do tom de voz dele, Vince ainda não tinha percebido que estava falando com um Mestre-Assassino da ordem dos Assassinos, líder da sucursal de Plymouth, e não com um garoto que conheceu no navio fugido de casa, assim como Ethan não tinha percebido, estava falando com o capitão de um HMS, não um marujo de uma escuna qualquer nas índias ocidentais.

– Sabe que o baixinho francês fechou as águas de vez?

– O bloqueio continental de Bonaparte, sim.

– O Desgraça Holandesa é um HMS, e como HMS ele foi convocado pelo rei para servir a marinha real no patrulhamento das águas e posteriormente a viagens de escolta.

– Napoleão está tentando isolar a Grã-Bretanha proibindo que comercializemos com nossos aliados, ameaçou os outros países que, se um navio passar o bloqueio continental napoleão invadirá este país e tomara ele para si.

– Um homem muito pequeno para um ego tão grande. – Vince disse rindo como se naquilo visse alguma graça.

– As criaturas mais venenosas são as menores. – Ethan disse olhando para o nada. – O Grão-Mestre templário sabe disso, porque não fez nada?

– Quem? – Vince perguntou olhando para Ethan que olhava para Elliott.

– Estamos isolados aqui, o poder de Napoleão é imensurável, ainda mais com aquela peça do éden controlando outros líderes, ele influencia quem quiser influenciar, nem guerra ele precisa causar. Será questão de tempo até que ele tome nossos aliados, ou até mesmo o próprio Rei.

– Do que diabos estão falando? – Vince parecia nervoso por não entender nada

– Diria que Espanha e Portugal caíram em breve. – Elliott refletia e Ethan concordava.

– Bem, parece que não é de meu interesse essa conversa. Vim aqui chamar minha tripulação, mas parece que está também não pertence mais ao...

– Continuamos fazendo parte do Desgraça tal como fazíamos anos atrás Vince, mas com toda a demora nossas vidas se ajeitaram e você pode não saber o que é isso porque fugiu pra mamãe, mas outras pessoas dependem de mim, de Dominik, Gus, Joly.

– Vocês quem sabem o que vão fazer, quando o navio partir, ele partirá com ou sem vocês.

– Não vou abandonar o Desgraça, mas não vou abandonar essas pessoas.

Vince levantou a mão para falar alguma coisa, mas não disse nada, se levantou e saiu, totalmente decepcionado com a conversa.

– Talvez essa batalha possa ser inútil, talvez Plymouth seja um prêmio pequeno, de consolação Sr. Cavendish. – Elliott disse se levantando. – O Capitão Knill está longe de correto, mas precisamos manter a Grã-Bretanha segura, e isso inclui nossos aliados do outro lado do canal inglês, nossos aliados que estão nas mãos de um homem com uma peça do Éden e sede de poder.

Então se retirou, na sala ficou apenas Ethan e Joly que olhou para ele de forma congelante.

– O que foi? – Ethan perguntou indo para a janela olhar o lado de fora, Vince subia em seu cavalo e sumia pelo horizonte.

– Você é um rapaz muito valente Ethan, te acompanhei desde baixo. Mas escute dessa vez só. Não se precipite em salvar o mundo... Nesta afobação toda podes acabar destruindo ele. Cuide logo de Robert e faça o que tem de ser feito, mas não abandone o Desgraça, não abandone a última parte de Walltimore.


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Notas finais do capítulo

FIM! - Do capitulo pelo menos..... Então, dois capítulos em um dia porque ficou "pequeno" o anterior. Espero que gostem
> Comentários com elogios ou reclamações, opiniões ou só um "gostei", é melhor do que o silêncio! XD
Até o próximo!



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