Assassin's Creed; Sombras escrita por P B Souza


Capítulo 13
O “ee”.


Notas iniciais do capítulo

Ethan está saindo da casa de Joly, mas no percurso será abordado e uma fuga o levará ao desconhecido EE.



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Ethan voltou para dentro da casa de tijolos e madeira que Joly havia comprado, aquela propriedade tinha sido reformada e expandida, serviria perfeitamente para uma sucursal em seu começo, mas Joly era estupido e ignorante, jamais entenderia a necessidade daquilo.

– O que foi que...

– Estou saindo. – Ethan respondeu para Dominik que havia sido acordado com a discussão.

Entrou no quarto pegando duas mochilas.

– Ethan, o que você fez?

– Fiz não, tentei. – Ethan disse jogando suas roupas dentro das mochilas. – Tentei fazer. Depois converse com Joly e ele vai te explicar, achei aquele templário e ele está mantendo uma mulher refém para subornar um burocrata, vou ir atrás deles.

– E por isso vai sair daqui? Vai ir pra onde?

– Não sei. – Ethan parou se virando quase chorando, maldita hora para Dominik acordar. – Uma estalagem, nas ruas, não importa. Mas eu tenho que parar o Duque.

Ethan se virou e saiu, Dominik ficou sem entender nada, sem saber o que tinha acontecido, nem mesmo o que aconteceria em seguida.

Ethan saiu do terreno da casa de Joly, a Estover Lands possuía três áreas civilizadas, fazendas, casa dos nobres e o centro de Estover, tirando a mansão Estover, claro. Ethan pegou um cavalo na saída da casa, os cavalos ficavam presos ao moinho, ele amarrou suas mochilas uma em cada lado, então montou no animal e esporou-o, mais e mais até que o animal corresse com força, o vento cortava seu rosto, frio da manhã, contra o calor da fúria.

Avançou passando pela fazendo do Seu Ashton, o fazendeiro lhe acenou mas Ethan não devolveu a educação. Então sem saber de onde exatamente mais quando terminou um campo de trigo viu um cavalo indo tão rápido quanto o dele e alguém em cima, alguém que não estava simplesmente passeando, Ethan olhou para o outro lado mas o trigo já tinha retornado e ele não pode ver quem estava lá. Puxou as rédeas do cavalo o forçando parar, as ferraduras rasparam o chão e o cavalo girou 90° graus e voltou a avançar com fortes esporadas, o cavalo entrou no trigo e sua velocidade diminuiu com os pés de trigo no caminho, então Ethan esporou mais e mais, quando o animal já não podia aumentar mais a velocidade Ethan tirou os pés do estribo e se soltou, viu o cavalo avançar correndo livre girando para outros caminhos, ele caiu no chão de trigo amassado e rodou e rodou.

Quando parou se levantou de pressa ficando com a cabeça visível para qualquer alvo, olhou em volta, então pensou no que tinha acontecido inúmeras vezes, forçou seus olhos de uma forma que não sabia como, mas o fazia. Então o trigo se tornou quase que translucido o céu escureceu e ele via os cavalos que o seguiam correndo em círculos avançando aos poucos com dois cavalheiros em cima. Então a visão voltou ao normal.

– Cavendish. – Ouviu um berro vindo de um dos cavalheiros, o som dos cavalos correndo em círculos aumentava conforme eles se aproximavam de Ethan.

– Quem quer saber? – Ethan puxou a espada da bainha vendo que o guarda-mão tinha se entortado com a queda do cavalo dificultando o manuseio.

– É ele. – Outro homem disse.

Os cavalos agora estavam a menos de dois metros, Ethan levantou a espada em defesa, quando golpes vinham brutos, mas não para ele, cortavam os pés de soja formando uma pequena clareira ali, Ethan então viu os cavalos, os cavaleiros e as roupas que usavam.

– Assassinos. – Pensou estar seguro ou morto, dependeria a mando de quem aqueles assassinos estariam, se fossem de seu pai poderia significar seu fim por traição.

Um deles guardou a espada e desceu do cavalo pegando um pergaminho de uma bolsa presa a cela.

– Ethan Cavendish, filho do Visconde Edmundo Cavendish da sucursal de Suffolk.

– Se vão me matar... – Ethan pegou o pergaminho. – Façam logo.

Abriu olhando o selo, não era de seu pai, era o semblante da casa Cavendish, selo usado pelo Duque de Devon.

– Seu tio mandou respostas. – O outro disse. – Estamos aqui para auxilia-lo.

Ethan abriu um sorriso aliviado.

– É bom que tenham onde dormir. – Disse respirando com mais calma agora. – Porque eu não tenho.

– Sua graça, seu tio, ficou intrigado com este tal Duque Robert, o qual não possui nenhum condado em seu nome. – O outro assassino disse. – Ele na verdade possui apenas o título e a influência, provável que seus planos incluam tomar Devon para si.

– Quanto a um lugar para dormir meu senhor, acredito que seu anfitrião não saiba de sua existência.

– Anfitrião? – Ethan não sabia do que estavam falando, fosse do que fosse, este anfitrião realmente não sabia de Ethan.

– Conde Elliott Estover, dono dessas terras.

– Elliott – Ethan parou pensando na carta que carregava no bolso. – Estover, EE.

– Assinatura que ele normalmente usa.

– Acho que meu anfitrião tinha conhecimento de mim. Mandou-me essa carta. – Ethan entregou a carta para um dos Assassinos.

– Alias, pode me chamar de Henrique e ele de Richard. – O assassino disse pegando o papel leu atentamente. – Sim, é do próprio Conde. Acho que encontramos uma cama para passar a noite.

Estover Manor.

Ethan olhou deslumbrado uma vez para a mansão, os Estover eram como reis ali, ninguém ousava os desafiar. Sua casa parecia um forte, muros altos com esculturas nas extremidades, a entrada composta por uma via de granito limpo e jardineiras floridas por todo caminho até a casa em si, uma imponente construção feita para parecer maior do que realmente é, e cumpria seu dever com maestria.

– Quem são? – O guarda da entrada era um velho senhor apoiado em uma bengala, e não parecia exatamente com um guarda. – O que querem com todo esse metal afiado?

– Queremos falar com Conde Estover, somos amigos. – Henrique entregou uma carta com o selo dos Cavendish. – A serviço de vossa graça. Willian Cavendish, quinto duque de Devon.

O homem olhou para a carta com o selo, porém não estava propriamente selada.

– Podem ir. – Embora não pudesse ter certeza absoluta de quem eram, suas roupas não mostravam nada menos que Assassinos.

Chegaram na entrada mansão em seguida deixando os cavalos nos estábulos, um garoto mirrado tinha saído correndo para avisar quando os viu chegar, e agora que Ethan Henrique Richard e Ethan chegavam ao patamar de entrada da mansão a porta se abria.

– Eu presumo que seja o garoto mais novo, Ethan. Estou certo? – O homem era um velho de 60 ou 70 anos, barba branca aparada e cabelos brancos penteados, sua roupa era um gibão de pele de raposa com um corset de couro negro sem brilho fervido até ficar resistente, o homem parecia se manter reto apenas devido ao corset. Seus olhos castanhos tinham manchas brancas da velhice e a pele começava a enrugar.

– Senhor. – Ethan tomou a frente. – Sim, sou eu.

– Como se assemelha a seu pai. – Elliott apontou para trás, para dentro da casa. – Vamos entrando. – Se virou e começou a andar para dentro da casa. – Me lembro dos dias que brigávamos por qualquer coisa, eu sei pai e seu tio. Éramos famílias tão unidas que parecia uma família só. E foi justamente isso que causou nossa separação.

Sua voz era arrastada e sonolenta.

– Senhor. – Ethan disse olhando para os dois Assassinos que o acompanhavam. – Com todo respeito, mas as famílias não se separaram...

– Porque o Rei assim quis. Foi. – Elliott guiou-os para uma sala. – Recebeu minha carta?

– Sim, e fui atrás do Duque Robert, ele está planejando algo com papel, pediu que um homem de nome Eugenio Pinhart arranjasse este papel, ou algo aconteceria com a mulher de Eugenio, Ella Pinhart.

– E descobriu isto tudo em um único dia. – Elliott sorriu olhando para a lareira onde fogo crepitava no carvão, lá fora o sol ardia sobre eles, mas a temperatura era baixa. – Tem mais semelhanças com seu pai do que ousaria dizer. Infelizmente minha influência fora de Estover está bem comprometida e temo não poder ajudar com espadas ou informações.

– O Conde Cavendish quinto pediu que lhe transmitisse isto. – Richard pegou dos bolsos uma pequena folha dobrada ao meio com um lacre de cera.

Elliott abriu o papel e leu, então olhou para os três.

– Um plano de tomada? De novo?

– Tomada? – Ethan olhou para o Conde Elliot. – Como?

– Chá. – Elliott pediu e um empregado que Ethan nem mesmo tinha notado estar ali saiu da sala. – Vou contar uma história para você criança. Quinze anos atrás seu pai morava nessa casa, sentava onde você está sentado. E mais 100 Assassinos moravam aqui, isso para mais. Plymouth era livre. Então chegaram os Leigham com suas ideias e seu exército privado que o nosso amado rei fingiu não existir. Tomaram terras, mataram nossos homens e teriam nos matado, mas seu tio, o Duque de Devon tem poder, e salvou nossas vidas miseráveis, mesmo um duque porem não pode expulsar os Leigham daqui. Estover, um nome quase extinto sabia? Seu avô mandou seu pai para Suffolk junto de quarenta Assassinos, os Leigham tentaram uma última investida contra essa casa, e conseguiram, estava viajando junto de seu pai até Exeter para falar com seu tio. Quando voltei os Leigham tinham ido embora, sabiam que morreriam se ficassem, mas causaram estrago, levaram planos, levaram táticas, coisas que para eles nada importavam, não para os Leigham, não, mas para quem financiava-os.

– Templários.

– Sim. – Elliott olhou para a porta segundos antes do servente entrar com uma bandeja de prata com o chá em porcelana. – Querem?

Ninguém disse nada, apenas acenos educados de cabeça e dedos.

– Não consigo mais falar tanto como antes sem perder a voz. – Disse tomando um gole. – Continuando. Quando voltei, isso a nove anos atrás Plymouth estava livre de templários mas não livre de uma doença, doença que sofre até hoje, os sintomas podem ser vistos nas ruas. Não encontrei a cura para essa doença, adoeci junto. E quando todos estiverem infectados acredito que os Leigham voltem, e com a cura que eles mesmos ciaram para o veneno deles próprios, eles iram levantar a terra seca, arar os campos mortos, curar pessoas adoecidas, enterrar os mortos e rezar em suas lapides, tudo que não pude fazer. Enfim, estarão onde sempre quiseram. Estarão exatamente aqui.

Ethan começava a sentir um temor crescente.

– E agora um novo aliado não é mesmo, Duque Robert Baskin. Esse nome nem mesmo é inglês, ele nem mesmo é Duque. Eu sei o que eles vão fazer. Tomar Plymouth, depois tomar Devonshire.

– Eu vou impedir o Duque.

– Templários não podem ser impedidos Ethan, os Assassinos nunca aprendem isso?

– Então irei matar Robert e seus aliados.

– E como vai fazer isso? – Elliott se levantou deixando a xicara na bandeja de prata. – Recolha. – Apontou para o servente. – São três contra trezentos. Mais os casacos vermelhos que não nos apoiam e tudo que sabe é o que não tem como provar, nem mesmo aliados possui além de sua família, da qual fugiu.

Ethan olhou para o chão atordoado com tudo que Elliott sabia, ele podia ser velho, mas não era burro.

– Eu vou fazer isso, vou achar um jeito ou então morrerei tentando.

– No fundo do pântano tem o cemitério dos Estover, dois Cavendish estão lá, um terceiro é bem-vindo. – Elliott disse olhando para Ethan, então abriu um sorriso vendo a decepção crescendo no garoto. – Mas até que morra pode usar essa casa e todo meu ouro para esse seu plano.

– Colocaria os Estover em risco...

– Não existe risco maior do que o esquecimento. – Elliott disse. – Sou o último Estover vivo, minha mulher está morta, meu único filho morreu antes de nascer e já não sou nenhum jovem como vocês três. Façam que se lembrem desta casa, e não terá sido vazio.

Elliott Estover era um sujeito simples, não queria acabar esquecido, apenas, mas isso era o destino certo de quase todos os homens que pisaram nessa terra.

– Usem-na como sucursal de Plymouth, tempos atrás essa casa serviu a Willian Cavendish, servirá à Ethan Cavendish. Agora me perdoem, mas preciso descansar, chamem Leicam, ele lhes dará chaves e dirá tudo que precisam saber sobre a casa.


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Notas finais do capítulo

OIE! Esse mapa já estava no capitulo anterior, mas em forma de Link. Agora estou deixando ele no capitulo mesmo. Espero que estejam gostando!!!



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