Assassin's Creed; Sombras escrita por P B Souza


Capítulo 10
Canal da mancha.


Notas iniciais do capítulo

Um capitulo tranquilo até de mais galera, porque na verdade o fim desse capitulo eu cortei e fiz outro porque ia ficar maior do que eu queria!
Ps. Usei o nome Canal da mancha, mas na verdade é Canal Inglês, os franceses apenas que chamam de canal da mancha!



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Ethan se sentou na cadeira de couro da cabine do capitão, Walltimore do outro lado em seu sofá, agora fazia nove dias que estava no mar e nada havia acontecido além de uma ou outra galé mercante inglesa ou portuguesa, as vezes outras fragatas, mas eles logo se distanciavam pois se ficassem uma fragata perto da outra um buraco surgiria na defesa britânica e isso não era aceitável. Ethan era o que tinha a melhor escrita naquela embarcação, talvez melhor que a do próprio capitão, então coube a Ethan escrever o diário de bordo.

– Suprimentos de água e mantimentos cheios, munição intocada, pescaria diária. – Ethan ia anotando tudo conforme o capitão Walltimore falava. – Céu limpo, nada acontecendo em excepcional. O resto você já saber como fazer certo?

Ethan fez que sim, então o capitão foi até a porta da cabine.

– Quando terminar apague o fogo e feche a porta. – Disse se retirando.

Ethan olhou para as páginas mergulhando em seu conteúdo.

“O Desgraça Holandesa recebeu o título HMS na partida de Plymouth, agora somos um navio a serviço da Majestade, fomos selecionados para vagar pelo canal inglês formando uma corrente com outras dezenas de fragatas e outros navios de guerra, somos a primeira linha de defesa caso os franceses tentem ultrapassar os limites. Capitão Walltimore mantem o navio circulando as coordenadas que nos foram dadas em terra, felizmente essas coordenadas estão em uma área repleta de peixes que podemos comer, e isso diminui nosso consumo dentro do próprio navio, assim é esperado que sobrem recursos, da mesma maneira O cozinheiro Joly afirma que o consumo de água e mantimentos é pouco, nossos armamentos se resumem ao típico dos navios, mais nossas armas particulares, pistolas e espadas, pólvora, tiros de canhões, morteiro, a popa do navio sofreu uma modificação para instalação de barris de óleo incendiário, e dois canhões de disparos explosivos, o casco do navio foi reforçado internamente com vigas de ferro trançadas, deve suportar o dobro de dano, nossa viagem pelo mar deve ser durar dois meses, sendo assim voltaremos a costa em meados de janeiro de 1804 quando nossos suprimentos estiverem pela metade”.

Ethan virou a página, do outro lado estava vazia, ele podia ver o contorno das letras do outro lado, fechou o diário e o guardou em uma das prateleiras, em seguida deixou a cabine do capitão, olhou para cima, Gregor estava no timão, Ethan girou a cabeça ainda olhando para cima vendo as velas que não estavam cerradas, porém não estavam completamente soltas, e o Fluyt lentamente avançavam na água com um vento que não soprava a favor nem contra, estava indo 300° graus com 0° grau sendo o norte enquanto o navio ia a 262° graus com 0° grau sendo norte, de acordo com a bússola do capitão.

Ethan olhou em volta indo para a proa, começava a perceber que antes ele pensava estar preso dentro daquele navio que aquele mundo de água ao seu redor estava o forçando a ser um prisioneiro com outro nome dentro de uma prisão com outro nome, agora ele olhava para aquilo como liberdade e até mesmo a maresia cheirava a liberdade.

Naquela noite e nas noites que passaram ele fazia o que sempre fez, esfregava o chão, ajudava com a pesca, treinava combate com os marujos, ele era um dos melhores entre todos ali.

Durante a noite ele tentava beber como todos bebiam, mas não o fazia, apenas uns copos e parava, então conversava, jogavam cartas e riam, depois dormiam e a rotina se repetia, mais duas semanas se passaram e as únicas atividades diferentes era, vez ou outra a pesca. Deixavam Ethan descer em um dos barcos de pesca e entregar arpoes ou puxar a rede, para Ethan isso era até aceitável, mas para todo o resto era apenas o trabalho duro que ninguém queria fazer, então deixavam que o novato fizesse.

Em um belo dia de sol forte Gregor chamou Ethan até o timão, sua pele chegava a arder com a forte luz vindo do grande astro solar.

– Ei Rapaz, quer brincar um pouco. – Perguntou soltando uma das mãos do timão, Ethan olhou para aquela roda com pontas de madeira, olhou para Gregor sem saber se dizia sim ou não.

– E se alguma coisa, sei lá...

– Tem um olheiro lá em cima. – Gregor apontou para o mastro. – Ele consegue ver mais longe que uma coruja! Se algum barco navio ou um monstro marinho aparecer ele vai ver. Se está preocupado em bater o navio em alguma coisa, eu acho que não precisa se preocupar com isso, o máximo que pode fazer é acertar alguns peixes!

Ethan foi até o timão e colocou os dedos em volta de uma das pontas, então a mão agarrou a ponta do timão e o timoneiro soltou outra ponta, Ethan segurou o timão com a outra mão quando ele girou para a esquerda seguindo a direção do vento.

– Força criança. Volta o timão pro lugar.

– Quanto? – Ethan começou a girar, mas o timão era pesado, mais pesado do que ele pensava.

– Olha a bússola presa ali – Gregor disse apontando para a bússola presa ao balaústre que fazia a proteção entre o vão que separava popa de meia-nau, onde ficava a entrada da cabine do capitão. – 260, rápido.

– Achou um substituto Gregor? –Vince, o imediato apareceu sorrindo. – Pensei que fosse naufragar o navio.

– Uma guinada violenta eu sei. – Ethan disse. – Nunca tinha feito isso.

– Vamos dar um pouco de diversão. – Vince se pendurou no balaústre. – Vamos homens, soltai os panos todos, vamos cortar o mar!

– O que? – Ethan olhou para as velas e todas elas caíram, os estais desceram e pegaram aquele vento de lado, o navio então foi jogado para o lado mesmo contra a vontade de Ethan, ao mesmo tempo para frente conforme virava, então Ethan girou mais e mais o timão, uma hora ele parou de girar incapaz de mover mais o timão para a direita.

– O vento manda, está na hora de aprender a ir com ele!

– Isso mesmo garoto. – Vince disse sorrindo então apontou para o lado contrário ao vento. – Como pode ver, até o vento está fugindo da França.

Todos ali na popa riram alto.

Ethan soltou o timão que girou até se alinhar com o vento parando sozinho.

– Isso criança, sente o navio, as cordas vibrando, a água lá em baixo... – Gregor disse pegando novamente o timão. – Mas temos que voltar a nossa rota!

Ethan largou o timão aos poucos sorrindo, Dominik ali em baixo sorria largamente olhando pra ele, Ethan desceu a escada até o meia-nau. Dominik colocou a mão no ombro dele e o levou para uma garrafa de cerveja.

– Gostou do controle?

– É incrível. – Ethan disse pegando uma garrafa, Dominik pegou outra garrafa, os dois foram até a beirada e olharam para o mar. – Às vezes eu penso que isso aqui é um saco, mas esses momentos...

– É sem igual. – Dominik disse se lembrando a primeira vez que fez tudo o que Ethan estava fazendo. – Eu sei!


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo vai ter um adeus! Preparados para a despedida?



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