How to be a heartbreaker escrita por Annie Chase


Capítulo 3
Capítulo 3: So cold


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.
Aproveitem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/562469/chapter/3

"When you told me you'd leave
I felt like I couldn't breath"

Havia se passado seis meses, longos e dolorosos, seis meses. Eu o havia perdido. Eu apenas não consigo explicar como é não tê- lo. É como se estivesse em um estágio terminal e ele fosse o único tratamento, como se estivesse doente e ele fosse a única cura, como se eu fosse ele fosse uma droga da qual sou dependente, completamente dependente. Não há explicação, estou incompleta, preciso dele.

É tudo tão diferente sem ele aqui. Na verdade, não há um "aqui", porque eu não estou em lugar nenhum, estou em vários. Como um flash, na minha mente se passa todas as lembranças dele, dos lugares em que estivemos, dos juramentos que fizemos. De qualquer forma, é tudo tão quieto aqui e eu me sinto tão fria.

Estou na casa do lago, no litoral de Long Island, próximo a Montaku. Sim, eu e ele encontramos essa casa, estava abandonada e é bem simples, se parece com um chalé, nós arrumamos ela e a fizemos como nosso refúgio. Mas sem ele, essa casa já não se parece como uma casa, eu não me sinto mais em casa.

Quando Thalia me disse que ele estava partindo, eu me senti como se não pudesse respirar, quando o vi ultrapassar a porta de embarque, foi como se eu tivesse dado o último suspiro. Agora, eu estou aqui, chamando-o pelo nome, sem nenhuma resposta. Meu coração está quebrado, como o resto do meu corpo, deixo meu corpo dolorido cair no chão e eu ainda chamo seu nome, ele disse que nunca me deixaria sozinha, mas agora é apenas eu, eu deveria saber melhor, agora dói muito mais.

Nós falávamos que seria para sempre e agora, eu ainda me pergunto quando tudo começou a dar errado, porque eu estou sozinha e congelando, enquanto, provavelmente, tem outra em sua cama, mas permaneço aqui, no mar de lágrimas. Ele não pode me ouvir chorar, apenas ver todos os meus sonhos mortos, de onde ele está, na dele. Ele deixou meu coração sangrando e ele ainda me deve um porque. Ele não poderia ter desistindo. Ele não devia. Eu sei que nos nossos últimos meses eu cometi erros, sei que provoquei ciúmes nele com Peter, sei que não o dei a atenção e o valor que ele merecia, sei que devia ter ligado no dia em que completávamos mais um mês de namoro, sei que deveria ter estado com ele, mas tudo que eu posso fazer é pedir desculpas, o que é complicado devido ao fato dele ter mudado o número do celular e me excluído de qualquer rede social, sem nenhuma chance de contato. Eu perdi a melhor parte da minha vida por bobagem, eu perdi meu melhor lado por infantilidade.

Corro para a praia, é o lugar onde o sinto mais próximo. O cheiro de maresia é o mesmo cheiro que emanava de seu corpo, o barulho das ondas me trazendo paz, a paz que o seu toque me trazia. Os dias em que o mar está agitado me lembra seus olhos durante uma briga, dava para ver a raiva e irritação neles. Os olhos deles. Aqueles verdes da cor do mar, a cor dos olhos deles se tornou minha cor favorita, não há nada mais bonito de se olhar do que os olhos dele, talvez olhar ele por inteiro seja melhor, mas os olhos dele me transmitiam calma, assim como seu abraço me dava segurança. Seu beijo era acolhedor, podia beija-lo para sempre. Mas seus olhos eram tudo, era fogo, desejo e luxúria enquanto nos amavamos. Era calma, paciência e compreensão ao me ouvir reclamar da vida. Era brilho e orgulho ao me ouvir falar sobre arquitetura. Era amor, carinho e segurança enquanto me observava. Eram raiva durante uma briga, mas eram verdade ao dizer "eu amo você". Nunca nenhum olhar vai ser tão belo quanto o dele, nem tão certo. Os únicos olhos cujo o verde se torna azul ou uma verde mais escuro, dependendo do seu humor. Nada nunca vai ser tão certo, tão vivo. Era verde no cinza, cinza no verde, era certeza. A minha única certeza. Eu amo cada pedaço dele, dos pés a cabeça, amo cada qualidade e defeito. Amo ele por completo. De tanto amar chego a me odiar por isso, mas ao mesmo tempo me sinto sortuda, pois é raro se apaixonar por alguém tão bom, se apaixonar tão intensamente e é mais raro ainda ser amada por pessoas como ele. Ter sido amada.

Eu sinto tanto sua falta, cada fibra do meu corpo implora por ele. Não posso viver sem ele, não consigo viver sem ele.

Não quero viver sem ele.

Eu preciso de ar, não dá mais, então eu corro de volta pro carro, enquanto meu celular toca descontroladamente. Uma ligação de Piper. Antes de atender me lembro de uma conversa dela e de Thalia com Reyna e Rachel sobre o meu estado, mas não cheguei a tempo de ter notícias dele, elas não me dão notícias dele, todos meu amigos dizem que ele cortou contato com qualquer um daqui, exceto Quíron, mas eu sei que é mentira, alguns dele ainda falam com ele. Atendo o telefone, mas nem preciso disfarçar a voz de choro já que Piper apenas diz: "Venha para a minha casa agora. Precisamos conversar.". Apenas desliguei e dirigi de volta a Manhattan.

Chegando lá, não devo dizer que fiquei surpresa. Ao entrar na sala, se encontrava todos reunidos: Luke, Thalia, Jason, Piper, Calipso, Leo. Ambos com semblantes sérios e olhares preocupados. Já sabia do que se tratava a conversa. A mesma dos últimos seis meses.


– Annie, estamos preocupados com você. - Disse Piper.
– Já faz seis meses, Annabeth - Disse Jason. Eu apenas fiquei calada, a verdade é que eu não saio de casa, só vou para faculdade.
– Você sabe não é, loirinha? Não te queremos mal, mas...
– Mas também não estamos falando que a decisão do Percy foi errada nem que ele é o cara errado e tal, mas você precisa voltar a viver, Annabeth. - Luke interrompeu Leo. Ás vezes prefiro o Luke quando estava morto, mas os deuses deram outra chance a pedido de Hermes...
– Luke, às vezes prefiro você morto, assim fica calado - Disse dando um sorriso sarcástico.
– Annabeth, eu sei que dói, mas não pode viver assim mais! - Dessa vez quem falou foi Calipso. Ficamos amigas até, desde que Leo a trouxe.
– Olha, pessoal, acho bacana vocês se preocuparem e tal, mas a vida é minha e eu sei como vivê- la.
– Não, Annabeth, olhe pra você! Sei que é difícil, mas não dá mais, não dá pra viver assim!- Piper exclamou.
– Olha, Annie, você é minha amiga, eu amo você e me preocupo, sabe que estou do seu lado, mas você realmente precisa voltar a viver. Annabeth, siga em frente. - Disse Thalia, de forma calma.
Apenas os escutei, estava cansada da mesma conversa de sempre, eles não sentem o que eu sinto, eles não amam como eu amo. Eles não o amam como eu amo.
– Okay, é isso que vocês querem? Tudo bem, seguirei em frente, mas não reclamem depois.

Peguei as chaves do carro e fui para minha casa, casa do meu pai na verdade, ele havia se mudado para Manhattan e pediu para que morasse com ele, já que sentia minha falta. Durante o caminho pensei sobre ele, sobre nós, jamais conseguiria esquece-lo, quanto mais deixa-lo para trás. Mas estava cansada de todos eles se metendo na minha vida e nas minhas escolhas, então seguiria em frente, ou pelo menos os farei pensar que seguir e não seguirei em frente amando outro alguém. Nunca.

Ao chegar em casa, não tinha ninguém, o que foi um grande alívio, não estou a fim de falar com ninguém, sobre nada. Só quero ele.

Eu subi para o meu quarto e as fotos permaneciam lá, espalhadas por todo o quarto. Algumas no chão, outras na parede, algumas em portas retratos e outras jogadas em cima do criado mudo. As fotos mostram o quão sincero e forte é o nosso amor, bem, era. Não me importa, nosso amor nunca vai ser conjugado no passado por mim. Ele nunca será conjugado no passado. Ele nunca será passado, ele é meu presente e será meu futuro, eu o terei de volta um dia, só não sei como.

As fotos me trazem as lembranças de momentos inesquecíveis. As fotos não me deixam esquecer seu rosto, o que é ótimo. Todas as lembranças espalhadas podem me fazer mal, por trazer toda a dor de volta, mas prefiro sentir dor a não sentir nada. Decidi recolher as fotos dos portas retratos e da parede, peguei todas e coloquei em uma caixa e deixei dentro de uma das minhas gavetas do criado, ao lado da minha cama. Afinal, meus amigos precisam pensar que segui em frente, só deixei uma foto, uma que não poderia tirar do lugar, porque era necessário olhar para ela todas as manhãs. Na foto, estavamos eu e ele, de costas olhando o pôr do sol, em pé em cima de um tablado, de frente para um lago, isso ficava na Califórnia, na casa de uma tia dele. Foi nosso primeiro Natal juntos, nesse dia ele me apresentou toda sua família, seus avós que vieram de Londres para comemorar com os filhos. Foi nesse dia que ele disse que me amava, pela primeira vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Comentem!!
Beijos, Annie.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "How to be a heartbreaker" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.