"Cold and frosty morning There's not a lot to say About the things caught in my mind
And as the day was dawning my plane flew away With all the things caught in my mind"

Nesse exato momento estou em um avião com destino para Londres. Nesse exato momento estou deixando 18 anos de vida para trás, mas não é isso que me incomoda.

Atráves da janela do avião observo o tempo. A chuva cai fraca fazendo, provavelmente, ficar frio em certas regiões do globo, mas duvido que algum lugar esteja tão frio quanto o lado esquerdo do meu peito. O céu está nublado, exatamente como os olhos dela ficavam quando estava calma. Não há nada que me lembre mais ela do que o céu. De repente, me peguei inundado de lembranças, lembranças que não fazia questão de esquecer, porque nada nunca vai ser tão lindo quanto o sorriso dela, nada vai ser mais divertido que passar um tarde de verão ao seu lado, sem fazer nada, apenas observando qual bela ela é. Nada nunca vai ser mais belo que o seu rosto ao luar, seu cabelos ficam mais escuros, olhos olhos mais claros e quando ela me vê observando-a, dá um sorriso tímido de lado e cora. Eu não me cansaria de olhar pra ela nunca, não cansaria de abraçar ela nunca, pois era como abraçar um sonho, era tudo que eu queria e estava ali. Jamais me enjoaria de seus lábios, eu poderia beija-lós para sempre. Você não imagina qual linda ela é, ela não concorda comigo, mas ela é maravilhosa e eu poderia olha- lá até o fim dos tempos, não me cansaria nunca, porque contanto que ela estive ali e fosse minha, eu seria o cara mais feliz de toda NY.

Mas de um tempos pra cá, as coisas começaram a dar errado e eu ainda não sei o porquê. Havia dias em que mal nos falávamos, aliás, tinha dias que não nos falávamos e quando estávamos juntos, parecia que faltava algo, como se não nós sentíssemos confortáveis mais com o outro, então seu amigo de infância babaca chegou. No começo ele precisava conhecer a cidade, então entendi o fato dela ter que passar uma semana com ele sem sequer me ver e mais uma semana apenas falando comigo pelo telefone no fim do dia e olhe lá. Nós nos afastamos, não tem como negar isso, foi assim durante um mês, até tudo acontecer. Durante esse mês, nós nos falávamos pouco e quando isso acontecia, nós brigavamos e passavamos uns dias sem se falar. Depois pedíamos desculpas, nos víamos e brigavamos de novo ao pegar o telefone do outro, os dois pelo mesmo motivo: ciúmes. Eu com ciúmes por ela estar dando toda sua atenção ao Peter- Babacão e sem contar nas inúmeras fotos juntos em seu celular. Ela brigava por, praticamente, o mesmo motivo, por ver conversas minhas com outras amigas, juro que eram apenas amigas, ela brigava ao ver as fotos em que estava com os meus outros amigos em outros lugares, na pista de skate ou em um campo de futebol, brigava por ver fotos minas com as meninas em algumas festas, mas entendam, ela fazia o mesmo, chumbo trocado não dói.

Mas não posso esquecer de falar sobre o principal: nosso aniversário de namoro de dois anos e dois meses. Não sei se ela esqueceu ou se estava esperando eu comentar sobre o assunto primeiro, só sei que eu estava esperando ela falar sobre o dia primeiro. Ai ficou assim, nenhum dos dois falou sobre isso, na verdade, quando liguei pra ela para falar, tudo que ouvi foi um "estou ocupada, conversamos outra hora" e tudo que respondi foi um simples "Okay." Então ela passou o dia com o babaca e com outros amigos e eu passei dia com a Caroline e outros amigos. Porém, no final da noite, exatamente 23:59, ela me ligou, mas eu estava cansado, chateado e irritado por ter visto as fotos em que ela foi marcada no dia que era NOSSO. Estava irritado pela foto que ela postou com Peter e mais irritado ainda pela legenda: "Não sei se os dias são para sempre, mas se for, não ligaria de passar eles ao seu lado.", na verdade não estava só irritado com a legenda, eu tava puto, chorei de raiva, mas eu sabia que essa era intenção dela, me provocar porque ela provavelmente pensou que eu havia esquecido que dia era. Então não achei nada mais justo que o troco, postei uma foto com a Caroline, ela é bonita, não como Annabeth, claro. Ela possui cabelos pretos e olhos verdes, e de legenda apenas coloquei: "Longe de você falta algo mais". Eu sei, foi uma coisa bem infantil. Mas no fim foi isso, não atendi seu telefonema, não nós falamos por uma semana. Depois nos encontramos e nos desculpamos, mas mesmo assim, algo estava diferente e nada mudaria isso. E então teminamos um dia antes de mais uma mês de namoro.

Ela dizia: "eu amo você, para sempre e mais um dia", eu respondia o mesmo e Deuses!, eu poderia responder isso à ela pelo resto da minha vida. Nunca pensei que haveria de fato um verdadeiro Adeus, mas não dava mais. Estava farto de brigas todo dia, ciúmes idiotas, drama toda hora. E depois do beijo com aquele babaca... Deuses, foi a gota d'agua.

Peguei os fones de ouvido e coloquei no aleatório, e por uma incrível coincidência ou por um grande acaso do destino, começou a ocar uma música que havia tocado para ela no violão uma vez, quer dizer, tentei tocar pra ela, "Don't go away".

Sei que deveria ter ficado e te-lá deixado se explicar, sei que deveria dizer todas essas coisas que estão na minha mente, porém eu precisava de um tempo, aliás, eu preciso de um tempo, apenas para acertar as coisas. Meus avós moram em Londres, então foi a saída mais fácil, sem contar que passar um tempo com meus primos, Alasca e Ian, me faria bem. Alguns dos meus amigos estão vindo também, até minha mãe talvez venha passar uma temporada na Europa.

Algumas horas depois:

Eu havia chegado na tão fria e bela Londres. Na verdade, se é tão bonita ainda não posso dizer, já que estou dentro de um carro em direção ao meu apartamento e só vejo borrões, mas que é fria, ah isso é.

No começo do próximo mês, Fevreiro, eu irei começar a faculdade de Direito, sim, eu sei, surpreendente. Eu havia feito a prova de adimissão para Oxford, não por vontade própria mas porque é a universidade em que Rachel, Will, Nico, Reyna, Hazel e Frank irão estudar. Oxford fica a cerca de 1hr:20min de Londres, uma droga, eu sei.

Passaram alguns dias e hoje é segunda, primeiro dia de faculdade, minhas aulas começam as 7:00 e terminam ás 13:00. Agora são 5:40 da manhã e eu estou fingindo estar muito animado antes que a Rachel me mate a caminho da universidade. Após um hora até a universidade nós chegamos.

– Uau! O campus é incrível! - Rachel disse completamente encantada, todos apenas assentiram.

– Bem, vamos as aulas. - Disse Reyna.

– Vamos lá, são só mais cinco anos. - Disse e todos se despediram e foram em direções diferentes.

Minha primeira aula foi Sociologia e foi até bem interessante, as outras 2 aulas passaram bem rápido e durante o intervalo aproveitei para conhecer o campus com a galera, meus primos, Alasca e Ian, me apresentaram seu namorado e namorada, Lucas e Nina, eles são bem legais e me apresentaram alguns de seus amigos, mas não me lembro do nome de nenhum deles no momento, não posso deixar de dizer que há muitas garotas bonitas no campus e na minha sala. Bem o fim do primeiro dia de aula como universitário acabou, peguei meu carro e fui novamente para Londres.

6 meses depois:

Digamos que meu estado não seja dos melhores e isso seja perceptível. Conheço no máximo uns cinco lugares da cidade, não andei saindo nem vivendo ultimamente, sabem. Coração partido é uma droga.

Eu preferi morar mesmo no apartamento, apesar dos meus avós terem falado para morar com eles. Na verdade, morava eu, Rachel, Will, Nico, Reyna, Hazel e Frank no mesmo prédio. O prédio era do pai de Rachel, então ele deu pra gente, moramos todos no mesmo local, apenas em apartamentos diferentes.
O apartamento era bem moderno. Tinha dois andares, dois quartos, um com o suíte, que é o meu. O meu quarto era grande, tinha uma televisão, banheiro com uma banheira, duas janelas de vidro com uma porta de madeira listadra entre elas, dando vista para o rio Tâmissa e a Towe Brigde, devido ao fato do meu bairro ser o The City, o coração de Londres. O apartamento era bem arejado, tinha portas de vidro, com uma decoração vintage. Ela adoraria a arquitetura daqui.

Mas aproveitando que não tinha faculdade hoje, levantei 6:30 e fui correr.

Chegando em casa, estavam todos na minha sala de estar, então eu disse:

– Hey, galera, sei que moramos no mesmo prédio, mas uma aviso prévio de uma visita seria bacana.

– Precisamos conversar. - Disse Rachel, a ruiva tinha um semblante sério e seus olhos verdes demonstravam preocupação.

– Imagino que seja o mesmo assunto de sempre, mas continue, pesadelo ruivo.

– Estamos preocupados com você, Percy. - Dessa vez quem se pronunciou foi Reyna, cuja os olhos tinham a preocupação estampada, as a pose superior de sempre. Devo dizer que ás vezes ela me dá medo?

– É, cara, já faz seis meses e você... - Nico foi interrompido por Will.

– Você não vive! Você parou sua vida, você precisa seguir em frente! - É incrível como eles falam como se fosse tão fácil. Devo dizer que Nico e Reyna e Will e Rachel, estão namorando? Sim, sei que é estranho pelo Rachel, mas Apolo permitiu.

– Ei! Isso não é verdade! Eu fiz vários novos amigos, Justin, Zac, Selena, Layla, Clarie e muitos outros, só não irei listar todos porque estou com preguiça.

– Percy, sei que é difícil e que dói, mas precisa sair, curtir...

– Conhecer gente nova, garotas novas. - Completou Frank.

– Eu já faço isso. - Mentira.

Não me levem a mal, mas estava cansado dessa mesma conversa de sempre, eles me dizem a mesma coisa praticamente toda semana, parecem discos arranhados, exceto pela Rachel, ela me diz essa baboseira toda todos os dias. Então simplesmente disse indiferente:

– E acho fofo a forma como completam as frases um dos outros.

Rachel revirou os olhos, se levantou, veio até mim, colocou uma de suas mãos no meu ombro direito e disse calma:

– Percy, siga em frente.

– Okay, mas não reclamem depois. - Disse me virando e subindo pro meu quarto.

Eu faria o que eles queriam, seguiria em frente, pelo menos os faria acreditar que fiz isso.