How to be a heartbreaker escrita por Annie Chase


Capítulo 20
Capítulo 20: Let me go


Notas iniciais do capítulo

AVISO IMPORTANTE:
Semana que vem eu não vou postar, porque tenho uma semana cheia de provas, de finais de etapa. Então só postarei a partir da outra, ou se eu arrumar um tempo, o que eu acho difícil.



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"There isn't one thing left you could say, I'm sorry is too late. I'm breaking free from these memories. Gotta let it go, just let it go. I've said goodbye, set it all on fire. Gotta let it go, just let it go. Don't let me go."

Pov Annabeth

Culpa.

Era tudo o que eu sentia e preocupação, afinal, havia uma hora desde que Percy saiu descontrolado após nossa briga.

Eu estava mal por ele, na verdade, estava com ciúmes, muito ciúmes. Essa Layla me incomoda. Afinal, ela foi a única que conseguiu entrar no coração de gelo do novo Perseu Jackson, o grande destruidor de corações. Frio e calculista. Indiferente e sexy. Mas no fundo o mesmo garoto problema de sempre. O meu problema de sempre.

Eu andava confusa também. Eu sabia que Percy estava envolvido em algo, algo grande. E sabia que Thalia, Nico, Luke, Reyna, Will e Rachel dividiam esse segredo com o amigo. E acima de tudo, sabia que essa Layla também estava envolvida.

Mas afinal de contas, quem é Layla Campbell?

Percy me mandou tomar cuidado com o meu namorado e eu admito, estou confusa e assustada. Por que? Simples. Eu sou Annabeth Foster Chase, não gosto de não saber das coisas, não gosto de mistérios não desvendados. Então pela manhã, eu estava a mexer no celular de Stefan quando vi uma conversa com Jack.

Os melhores amigos conversam e na conversa surgiu quatro sobrenomes: Jackson, Dare, Campbell e Chase. Sim, Chase. Onde os mesmo diziam coisas das quais não entendi praticamente nada, era como se eles conversassem em código. "Está tudo sobre controle", "eu cuido dela e dele, bem, até o fim da noite será problema resolvido".

Em outra conversa, o número era anônimo e o mesmo enviou uma foto do colar que Percy me deu de presente a Stefan. E o próprio respondeu "está em andamento."

Eles estavam envolvidos em algo grande, sério e perigoso. Não era apenas uma rixa entre famílias. E o colar era uma parte dessa história. Eu não consegui ligar todos os pontos ainda, mas eu vou descobrir. Vou descobrir quem realmente é Stefan Bulgari e do que esse jogo se trata.

Não se trata apenas de uma briga boba por uma garota, há algo maior entre Percy e Stefan e Jack. E claro, os fieis amigos do fiel e inseparável grupinho de Percy Jackson sabia do que se tratava, sabiam a verdade, os segredos. Eles faziam parte.

Eu costumava fazer parte daquele grupo. Percy costumava me contar antes do que a qualquer outra pessoa o que estava acontecendo, os porquês e os segredos, até que ele se tornou um.

Eu costumava ser quem punha sua cabeça no lugar, mas parece que Layla atua bem nesse papel.

Fui tirada de meus pensamentos com um grito.

– Annabeth!

Era Piper, a mesma vinha em minha direção.

– Tudo bem, Pips?

Lágrimas desceram de seus olhos,me deixando preocupada.

– O Percy... na televisão... - Eu não terminei de ouvir, indo em direção a sala, onde um repórter dava umas das piores notícias já ouvidas por mim.

"Percy Schmidt Jackson, neto do grande advogado e empresário Richard Jackson, casado com a requisitada arquiteta Elizabeth Schmidt, sofre grave acidente a cerca de uma hora atrás. A batida foi forte e feia, notícias no local dizem que o garoto foi levado para o hospital entre a vida e a morte, o mesmo estava embriagado. A vítima esta sendo levada para o hospital mais próximo. Mais notícias logo mais."

Eu queria estar como o repórter: apenas nervosa por estar dando uma grande notícia. Mas não, eu me sentia culpa, entorpecida, em choque. Principalmente culpada. Culpada por ter causado um acidente que pode levar a morte o homem que eu amo. Culpada por não ter voltado para os seus braços quando ele pediu, culpada por ter machucado seu ótimo coração, mais uma vez. Culpada por a últimas palavras ditas terem sido "eu odeio você."

Eu estava sem reação, em outro mundo, no mundo onde eu via o último olhar de raiva, dor e magoa que fiz passar pelo lindo rosto de Percy, o que fez a culpa bater mais forte, apertando cada vez mais meu coração, por saber que aquela pode ter sido a última vez em que vi os olhos esmeraldas de Percy. Porque talvez ele morra. Por minha culpa.

Eu sou o pior ser humano do mundo.

Eu só voltei para realidade ao sentir Stefan me abraçando e me sentir afogar no meu próprio rio de lágrimas, eu chorava compulsivamente.

Então eu olhei ao redor, todos choravam. Alasca se encontrava no celular, a voz embargada e dolorosa, como se doesse falar. Eu provavelmente estou no mesmo estado, a diferença é que eu não consigo soltar nenhum som. Como se eu não pudesse m comunicar mais, como se eu tivesse perdido minha voz.

– Paul acabou de me ligar, estão todos a caminho do hospital. O estado da minha tia Sally não é bom, ela está a caminho do filho. E bem, eu estou indo, preciso ver meu primo.

Sua voz era dolorosa de se ouvir, assim como a de Ian, que estava abraçado a Nina, enquanto chorava e disse:

– Eu vou com você.

Todos na sala choravam, os que não choravam tinham expressões devastadas, exceto por Stefan, ele estava ótimo, nem um pouco abalado.

– Nós vamos também. - Rachel disse, acompanhada por Thalia e Reyna.

Eu me mantia parada no lugar, sem conseguir me mover.

Todos saiam a caminho de seus carros, mas Thalia ao olhar para trás e ver meu estado, voltou. Ela e Piper me chamavam, mas eu não respondia, eu não conseguia, eu só chorava, sentada no chão com a cabeça entre as mãos.

Elas me chamavam, permaneciam tentando me trazer de volta. De volta do mundo onde ele partia. Para sempre.

– Vamos, Annie. Vamos.

Thalia e Piper me levantaram, me guiando até a porta.

Thalia chorava, eu entendia, era seu primo e melhor amigo, completamente compreensível.

– Foi minha culpa.

Minha voz saiu embargada, com uma dor palpável. A voz ao sair era como se estivesse cortando minha garganta, machucada, doía, porque o único nome que eu queria gritar não estava em condições de responder.

– Não foi, Annie. - Disse Thalia.

Stefan me guiou até o carro, Piper iria com Jason e Thalia com Luke, já que a mesma não suportava meu namorado. Nem eu suportava desde essa manhã.

O caminho estava sendo silencioso, os únicos sons eram meus soluços e fungadas.

– Annabeth, você está bem?

Que pergunta idiota.

– Foi minha culpa.

Ele me olhou preocupado, já que o choro aumentou.

– Não diga isso, meu amor.

Eu não respondi mais.

Quando chegamos ao hospital, soltei do carro, correndo do estacionamento direto para a recepção.

Lá dentro já se encontravam Thalia, Luke, Rachel, Nico, Reyna e Will, ambos ainda choravam. Estavam acabados.

No canto da sala se encontrava Sally. A mesma chorava de forma compulsiva no abraço do marido.

Aquilo aumentou minha culpa, meu coração ficou mais apertado. Sally já havia sentido essa dor, essa dor da perda tanta vezes, devido ao fato do filho ser o herói que é. Ela já passou por essa sensação de perda tantas vezes, eu me lembro da última, era eu quem corava com ela. Mas não havia dor pior que a sua, nem a minha, a dor de uma mãe perder o filho.

Elizabeth chorava baixo nos ombros de Richard, o mesmo parecia rezar pelo neto, ao lado da filha. Ao seu lado se encontrava Alasca abraçada a Ashley, a mesma chorava pelo sobrinho, ao seu lado um choro baixo acompanhava Harry, que abraçava o filho, reconfortando Ian.

Liam tinha os olhos inchados, o mesmo estava a procura de médicos, atrás de respostas.

Meus avôs, Charles e Victoria chegaram acompanhados do Sr. e Sra. Dare, que logo atrás eram seguidos pelo Sr. e pela Sra. Campbell, todos deram um abraço nos filhos, enquanto ia de auxílio a família. Meus avôs me deram um abraço, eles estavam sendo seguidos por meu pai, o mesmo d=me deu um abraço forte e pediu calma, disse que tudo ficaria bem.

–Eu preciso ir, qualquer coisa me ligue. - Disse Stefan se despedindo de forma rápida e nervosa. Notei que o mesmo trocava olhares com Liam, que o encarava com raiva.

Logo após sua partida, eu me encostei na parede, mais afastada e olhei ao redor. Era incrível como ele era querido por quem o cercava.

Enquanto meu pensamento estava dele, eu escutei uma voz desesperada e embargada, mas reconhecível, umas voz que eu não escutava à algum tempo.

– Onde está meu filho? - Era Poseidon. - Sally, cadê meu filho? - A mesma se desvencilhou do marido e foi de encontro à Poseidon. Ambos sofriam, sofriam pelo filho, por minha culpa.

Poseidon, deus dos mares, estava com os olhos marejados. Ver um deus chorar era algo que eu realmente nunca havia presenciado. Percy riria da situação do pai.

Então eu reparei na pessoa ao lado de Poseidon, a mulher olhou para mim com ternura, enquanto caminhava em minha direção, me envolvendo em um abraço.

– É culpa minha, mãe.

Eu chorava, me agarrando a minha mãe como se aquilo fosse minha única salvação.

– Não é, minha querida, Percy só não estava em um bom dia. Ele só perdeu a cabeça. Agora venha, vamos até os familiares dele.

Eu permanecia quieta, chorando.

– O garoto é forte, Annabeth. É um dos melhores e maiores heróis que conheci e se você falar isso para ele, eu negarei. Agora vamos.

Eu me permiti ser puxada por minha mãe. Logo após a mesma abraçar Sally, a minha ex-sogra veio em minha direção.

– Me desculpe, Sally. é culpa minha, eu briguei com ele... - Eu me desculpava, enquanto chorava durante o seu abraço forte e reconfortante.

– Não é, minha querida. Não se culpe nunca. Rachel me disse o que aconteceu. Eu sei o quanto ama meu filho, não se culpe. - Ela disse de forma serena.

Liam chamou um médico que passava acompanhando uma maca, que continuou em alta velocidade pelos corredores. Na maca, se encontrava Percy, eu não pude ver direito,mas era ele.

– Doutor, qual o estado de Percy Jackson?

– Senhor Jackson está sendo encaminhado novamente para mesa de cirurgia.

E se foi.

Um silêncio doloroso se instalou na sala. Minha mãe permanecia ao meu lado, mas o fato dela estar aqui com Poseidon eu deixaria para descobrir depois. O mesmo estava péssimo.

Após algumas horas, quatro ou cinco e não me engano, apareceu um médico, chamando pelo responsáveis de Percy.

– Aqui! - Richard tomou frente, antes que Sally atendesse pelo filho.

– Senhor Jackson, o estado do garoto é grave, é de vida ou morte.

– Tem como ser mais detalhista, doutor? - Perguntou Poseidon, apavorado.

– O paciente sofreu duas paradas cardíacas nas cinco horas que se encontra no hospital, sofreu hemorragia interna, uma fratura da cabeça do fêmur, mas a cirurgia já foi realizada e foi tranquila. O paciente também sofreu uma contusão pulmonar, por isso respira com a ajuda de aparelhos. E o acidente causou um Edema Cerebral, o que pode deixar sequelas, devido a isso, o paciente pode sofrer um amnésia temporária ou permanente. A temporária ele pode levar horas ou dias para recuperar a memória, aos poucos. As primeiras 24 horas são cruciais, elas que vão definir se ele vai sobreviver ou não, devido ao estado do paciente, vocês podem visitá-lo, mas não por muito tempo. A decisão de ir ou ficar, é apenas dele.

– Obrigada, doutor. - Disse Liam.

Se for possível, o estado de todos ali piorou, além da dor e da preocupação, agora se instalava o medo. O medo de perde-ló.

É ir ou ficar.

Eu espero que ele fique.

...

Pov Percy

Sabe, tem um livro, "Se eu ficar", se eu não me engano, onde a menina fica em coma e ela consegue ver tudo o que acontece e escuta a todos que falam com ela e bem, para ser sincero, é mais ou menos assim mesmo. A única coisa é que eu não consigo ouvir exatamente, com muita clareza o que todos dizem, não só por estar em coma, mas por não saber quem é a maioria deles, pelo menos não o suficiente. Vagas lembranças me circunda de cada um que vem até mim.

Os ecos dos corredores ficam mais fracos, mas a dor não.

Eu tinha a decisão de simplesmente ir, a dor iria embora, seria maravilhoso, mas queria ouvir o que eles tinham a dizer.

– Eu vou ser breve, porque seus amigos e familiares vão entrar daqui a pouco e eles ainda não podem me ver. Eu gostaria de te explicar tudo desse último ano e eu vou, porque eu sei que você vai ficar. Você provavelmente deve estar querendo ir, porque a dor deve ser terrível, mas eu voltei pra você, então fique por mim.

Era Layla. Eu a entendi perfeitamente. Não era ilusão, ela estava ali, por mais que ela não me visse, eu a via.

Ela saiu rapidamente, era segredo. A volta dela era o nosso segredo, por ora.

Minha mãe se sentou ao lado da minha maca e chorou, ela pedia que eu ficasse, eu queria responde-lá, dizer que estou aqui, mas eu não tinha controle de nenhum músculo, eu não encontrava minha voz. Ela ficou ali, longos minutos. Era doloroso ver ela naquele estado, eu já havia a feito sofrer tanto, ela já quase me perdeu tantas vezes. Chegava a ser injusto. Ela pedia sinais e eu não conseguia dar, eu tinha vontade de me bater por isso.

– Você é a coisa mais importante pra mim. Meu orgulho desde pequeno. Meu pequeno homem, meu grande herói. Meu menino. Não deixe sua pobre mãe aqui, meu filho. Fica aqui, fica com a mamãe. A mamãe ama você, mais que tudo.

Eu amo você, mãe. Muito.

Meu pai veio, eu nunca esperaria por isso. Ele se sentou ao meu lado e pegou uma de minhas mãos, ele chorava.

– Não sei se você pode ouvir, mas eu te amo, meu filho. Você é um herói, o meu herói, o melhor deles. Você já enfrentou tantas coisas, tantos monstros piores que um acidente de carro. Você enfrentou o tártaro, você é forte o suficiente para passar isso. Então resista meu filho. Volte.

Rachel, Margo, Luke, Thalia, Nico, Reyna, Piper, Jason, Leo, Calipso, Will, Ian, Alasca, Nina, Lucas, Tia Ashley, Tia Harry, Tio Liam, Sr e Sra Dare, Sr e Sra Campbell e os avôs de Annabeth, Frederick e Atena, todos passaram ali e falaram algo. Logo depois veio minha avó e eu pensei que seria a última, mas então veio meu avô.

– Eu sei que todos estão te pedindo para ficar e eu imagino como deve doer estar no lugar que você está, na sua situação. Mas só queria te dizer que você é meu favorito, meu campeão, o orgulho do vovô. E eu te amo muito, meu filho. E eu quero muito que você fique, mas se for melhor pra você, tudo bem você ir. Pode ir, pode partir, meu menino. Eu te amo de todo jeito, te amo para sempre.

Ele me deu um beijo na testa ao sair e apertou minha mão uma última vez.

Eu estava enlouquecendo. Eu me esforçava tanto para corresponder aos apertos e responder as palavras, mas eu não tinha controle. Eu não tinha o meu controle. Eu só o amava incondicionalmente. Na vida ou na morte.

Era estranho, eu sabia ao que ele se referia, mas minhas memórias estavam fracas e incompletas. Como se faltasse partes.

Ele me pediam para ficar, eu apenas queria ir.

Eu queria dizer: deixem-me ir, apenas me deixem ir.

Eu aguardava apenas uma pessoa e então, ela entrou.

Eu preferia não ter a visto, eu nunca tinha a visto em um estado tão ruim, dos olhos, já inchados pelo choro, continuava a sair lágrimas. Sua expressão era abalada, culpada. E eu sabia porquê.

Ela se sentou ao lado da maca, passou a mão pelo meu rosto, onde havia cortes já com curativos, desceu a mão pelo meu peitoral analisando os cortes causados pelos vidros quebrados e os inchados, devido ao impacto. Passou a mão pelos cortes e arranhões dos braços e então segurou minha mão, fazendo carinho nas cicatrizes que ali se encontravam.

– Eu não sei se você pode me ouvir, eu espero que possa. Eu sei, todos estão te pedindo para ficar, ou todos estão dizendo que tudo bem em você ir, mas não está.Eu entendo que você esteja sofrendo e por isso queira partir, mas não está tudo bem em você ir, porque eu não posso perder você e eu juro, juro que se você ficar eu faço de tudo pra ter você, da mesma forma que se você ficar e quiser, eu me afasto para sempre, eu faço o que você quiser, contato que você fique.

Ela suspirou e beijou minha mão, permitindo que as suas lágrimas caíssem sobre a mesma.

– Você tem que me contar a história do colar e me contar tudo que está acontecendo, porque eu sei que existe algo, um segredo. E eu odeio segredos, ainda mais quando você se torna um. Você precisa voltar e me contar tudo. Você... Você não pode ir, porque eu vou chorar um pouco, e você vai morrer um pouco mais, a cada lágrima. É juntos até o fim, você se lembra? Porque eu não me esqueço. Eu apenas não posso... Não posso perder meu herói, mesmo que ele tenha perdido a cabeça. Eu estou aqui pra coloca-la no lugar, como sempre.

Ela olhou para o teto, suspirando e deixando as lágrimas caírem durante algumas fungadas.

– Eu sempre vou me lembrar, você foi a melhor época da minha vida e nunca esteve nos meus planos te deixar para trás. Mas se você tiver que ir, eu fico feliz por ter tido você. Só não me odeie, eu amo você. Mais que qualquer coisa, mais que qualquer pessoa. Você vê o quanto eu preciso de você agora?

Ela acariciava novamente meu rosto, eu conseguia sentir seu toque agora.

– Vou morrer de saudades, não... Não vai embora. Sai dessa escuridão que deve ser ai dentro e volte. Volte pra mim. Fica comigo. Apenas fique.

Eu amava aquela mulher, com todas as minhas forças, com todas as fibras do meu corpo.

Eu não sei de onde surgiu, eu só sei que eu me sentia no meu corpo de novo, retomando o controle, recobrando as vagas e picadas memórias, deixando as mais nítidas, mesmo que permanecendo incompletas e cortadas.

Eu estava me esforçando, eu queria ficar, por ela. Ela me puxou de volta.

Eu sentia o toque dela mais nítido a cada instante, eu estava recorrendo à todas as forças do meu corpo, eu fiquei, queria que ela visse. Eu fiquei por ela. Como sempre.

Ela segurou minha mão, dando um último aperto e então disse:

– Eu amo você.

Naquele momento, antes dela se levantar e sair, eu reuni cada força de cada átomo do meu corpo e apertei de leve a sua mão, era a única resposta que poderia dar naquele momento.

Ela se virou, espantada, surpresa, um misto de emoções.

– Eu amo você. Eu amo você. Eu amo você.

Ela me beijou na testa e saiu para avisar aos médicos e a minha família e amigos, provavelmente.

...

Havia se passado sete dias, sete dias em coma induzido.

As pessoas iam e vinham, eu nunca ficava sozinho. Annabeth e minha mãe eram as mais presentes. Eram sempre uma das duas que passava a noite comigo ou minha avô. Meu avô e meu amigos vinham pela tarde.

Thalia chorou por mim, jamais esqueceria isso. Jogaria isso contra ela toda vez que ela dissesse que me odiava. Porque sou mau.

Mas voltando ao assunto, estão todos reunidos no meu quarto. Todos que eu digo é Rachel, Thalia, Margo, Reyna, Luke, Nico, Will, Piper, Jason, Leo, Calipso, Ian, Alasca, Nina, Lucas, meus avôs, meus tios e minha tia. E claro, minha mãe e Annabeth. E por incrível que pareça, Layla. Eu havia perdido algo nessa semana.

Eles conversavam sobre algo quando o médico encontrou.

– Algum problema, doutor? - Questionou minha mãe.

– Estou com a perícia do acidente do Percy.

– E o que que tem?

– Os freio do carro dele foram cortados, o que ocasionou o acidente.

– Então quer dizer que... - Liam começou.

– Não foi um acidente, foi uma tentativa de assassinato.

É claro que eu sabia quem era. É obvio.

Porém, estava na hora de acordar de vez, eu me sentia preparado, estava na hora de completar as lacunas que faltam. Relembrar tudo. Hora de ter minhas lembranças de volta.

Afinal, eu precisaria delas para resolver as coisas.

– Porém, vaso ruim não quebra fácil.

Eu disse. Todos olharam para mim, surpresos. Eu sorri.

– Sentiram saudades?

Partir ou permanecer.

Essa foi a escolha final.

Ir ou ficar.

Eu precisava de uma âncora, algo que me puxasse de volta, que não permitisse que eu me rendesse a terrível dor que eu sentia.

Ir ou ficar.

Eles precisavam que eu ficasse.

Porém, eu queria ir. Era mais fácil. A dor simplesmente iria embora. Mas eles insistiram. Ela insistiu. Mas eu estava em guerra, entre dois lados.

Eles não me deixaram partir, um lado meu ficou feliz por não terem deixado que eu fosse.

Mas o outro...

Eu só queria que eles me deixassem partir. Me deixassem ir.

Mas ela me pediu pra ficar.

Então eu fiquei.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Desculpem qualquer erro, mas estou morrendo de sono.
Amei o aumento de comentários no capítulo anterior, continuem assim!
O que acharam? Opiniões?
Comentem!
Quero saber o que estão pensando da história!
Recomendem e favoritem!
Até a próxima.
Beijos, Annie.