Revolução escrita por Breathe


Capítulo 3
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem.



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Estávamos sentados de frente para o diretor da escola. O cheiro forte de refrigerante exalava na sala e insistia em não sair. Escutávamos algum tipo de sermão, de um senhor que aparentava esta na casa dos 60, mas ainda assim mantendo a sua juventude com leves sinais da velhice alcançável.

–O ano letivo mal começou e já estão aqui na minha sala. –ele repetiu mais uma vez.

–Você parece gostar de destacar este ponto. –comentei pela primeira vez. –Tente ser mais positivo, nos veja mais como uma mera diversão para este ano,sempre haverá alguns alunos travesso você já pode identificar os seus sem mínimos problemas e mascaras,só estamos adiantando o inevitável.

–Não seja insolente, senhorita Bustamante.

–Luna, apenas Luna. –o cortei.

–Lhe refiro ao modo que eu quiser. – Pietro segurou um riso. –Não tolerarei qualquer atitude indisciplinar nesta instituição. E se quer saber já me “divertir” muito com seus pais não pretendo repetir a dose.

Bufei.

–Ficaram de castigo, ajudaram na limpeza dos pratos.

–Oh, não. –reclamei.

–Minhas unhas, eu as fiz ontem, tudo menos isso! –Nina saiu em protesto.

–Tanto faz, contanto que não me aproxime desse projeto de baderneira.

–Sem reclamações, saiam agora desta sala.

Levantamos-nos fazendo menção a sair, mas antes ele nos fez uma observação.

–Tomem logo um banho, estão fedendo.

–Nem precisa pedir. –disse.

–Preciso de uma boa hidratação, meu pobre cabelinho. –disse Nina.

–Ainda tenho que sair pela escola neste estado, por que ainda não inventaram teletransporte.

Ficamos em silencio, quando saímos da diretoria e entramos em pátio que dividia a mesma da escola. Pátio era belo, com flores e uma estatua de arquitetura grega, esculpida nele Athenas, havia paredes que derrabavam fios de água, alguns bancos.

–Ei. –eles pararam em conjunto.

–O que é? –ele usou um tom um pouco irritado.

–Não venha com quatro pedras na mão ate mim, nem sabe o que vou falar. –dei de ombros.

–Menos brigas, meninos. Vamos, diga, eu quero lavar logo meus cabelos. –apressou Nina.

–Quem serão seus pais? Sobrenomes...

Já era de total conhecimento de todos que não podíamos revelar quem era nossos pais, de acordo com eles era para preservar nossa integridade e adolescência, então nossos pais faziam contratos com nossos diretores de escola com clausulas bem explicitas em relação a isso, apenas a diretoria da escola podiam saber de quem éramos prole, professores, alunos ou qualquer funcionário da instituição não podia ter tal informação. Nas listas de chamas aparecia apenas nosso nome, sem sobrenome. Contávamos mentiras quando nos perguntavam em relação aos nossos pais, profissão, nome, coisas deste tipo.

–Estou apenas esperando resposta desta aqui. –disse Pietro, apontando para Nina.

–Já lhe disse que seremos filhos de conde. –ela falou sorridente.

–Ai que ideia mais sem sal, você conta isso desde a 3 serie. –eu disse brincalhona.

–Claro, se em cada escola eu contar alguma coisa ainda vou ser pega na mentira, além do mais eu pareço muito com as pessoas da realeza.

Pietro apenas revirava os olhos e eu ria.

–Nina, seja mais original, por que não diz que filha de um senhor Italiano, talvez envolvido com negócios ilegais e uma bela europeia.

–Não sei quem tem a mente mais fértil. –ele riu se deixando levar.

–Claro, essa graça da coisa, podemos ser quem quisermos,filhos de quem bem entendermos,qualquer sobrenome, podemos contar varias historia de vida, encaro cada escola como uma nova vida.

–Então,assim será, serei filha de um Marques.Posso ser quem quiser afinal, mas bem que esta historia de contra bando e europeia daria uma belíssima historia de amor.

–Não serei seu irmão então, apenas filho de um secretario ou de uma dama desafortunada que ficou viúva e herdou toda a fortuna de seu marido.

–Não vejo nada de desafortunada nela.

–Você só olha para a coisa superficial, ela perdeu seu grande amor, aquele que a completava.

Rimos, respirei fundo.

–E quem você será? - perguntou ele.

–Tive a sorte de ser adotada por uma família rica, já que a minha biológica estava mais preocupada com seus interesses próprios.

Sai na frente, indo em direção a ala feminina e procurando onde seria meu quarto.Logo descobri que ficaria ao lado do quarto da Str. Nina, o que era bom, pois não ficaríamos no mesmo quarto mas ficaríamos perto, era a distancia mínima que eu precisava.

Não cheguei a encontrar minhas companheiras de quarto. Tomei um banho demorado e agora me encontrava na frente do espelho secando meus cabelos, quando uma silhueta invadiu o reflexo que eu observava.

Os lindos fios loiros se encontravam em corte perfeito e exalava uma fragrância fortíssima de morango parecia não existir dias ruins para aquele cabelo, corpo com singelas silhueta, vestia o uniforme e este estava bem bagunçado com botões aberto e sai estava desalinhada.

–Ual! –resolvi brincar com ela. –Você é rápida em, já andou se atracando por ai com algum menino.

Ela riu.

–Não, só estou com preguiça de ir para sala. –ela se jogou em uma das camas.

Ela brincava com as madeixas loiras e bagunçava cada vez mais a cocha da cama.

–A infame você está bagunçando toda a cama. –reclamei.

–Vou bagunçar mais se enrolar ai.

–Não esta vendo que difícil arrumar meu cabelo.

Ela saiu em um pulo da cama e me jogou na cadeira da penteadeira, terminou de secar meu cabelo e logo depois começou a pentear. Velhas lembranças me invadiu, quando ainda era pequena e minha mãe me penteava como pagamento por suas faltas e meu pai ainda estava conosco, segurei-me para não chorar.

–Também sinto falta desses momentos. –ela parecia me compreender. –Hoje em dia elas não têm mais tempo.

Suspirei. Ela colocou todas as pontas de meu cabelo em sua mão e começou a apertar, tornando os cachos dos meus fios ondulados cada vez mais visível.

–Seu cabelo é lindo. –disse enquanto passava o creme de leve.

–Obrigada, não acho muito, mas tudo bem.

–A beleza começa em nós mesmo.

Ela se afastou, eu fui pegar a blusa de meu uniforme enquanto eu fechava os primeiros botões ela terminava os dela e foi neste momento que a porta se abriu.

Uma menina de cabelos rosa nos encarava com uma expressão difícil de se identificar, ela tinha um pele clara e os olhos incrivelmente verdes.Ela começava a ficar vermelha,o que dava uma coloração engraçada em conjunto com seus cabelos.

–Oh desculpe, se eu soubesse que estava em momento intimo não teria entrando. –ela dizia enquanto evitava nos olhar.

–Não é nada disso que você está pensando. –Nina articulava freneticamente. –Apenas estávamos nos arrumando.

–Assim que vocês chamam... Não precisa me explicar.

–Não é nada disso, entenda é um mal entendido.

–Oh, eu atrapalhei momento intimo entre duas garotas. –dizia ela para si mesmo, ignorando totalmente Nina.

–Não é nada dis –tentei dizer algo.

–Para de tentar recusar, já entendi. –ela fala entre alguns risos que não sabia identificar. –Vocês estavam se tocando, oh, eu atrapalhei, apertando uma outra.

–Mais que merda, não é nada disso, eu,ela, somos primas. –eu esbravejei.

–Oh. –ela caiu de joelhos no chão enquanto segurava o nariz. –Não posso aguentar mais, meu nariz vai sangrar.

Ela ria, ria de uma forma estranha, parecia ter algum momento de epifania.

–Elas são primas, primas cara, um amor proibido, que lindo. –ela apertava mais as mãos que estavam sobre o nariz. – Se tocando de forma pecaminosa, um amor mais do que proibido, ultrapassando os limites da sociedade, totalmente incestuoso.

–Não é nada disso. –gritamos em sintonia.

Fomos ate ela, esperamos ela parar seus ataques, contando tudo que aconteceu desde o começo. Nina acabou confessando que ficou com medo de esta sozinha no quarto por isso acabou chegando toda bagunçada e que também achava que eu acabaria não conseguindo me livrar do cheiro do refrigerante. Acabamos por descobrir que a garota se chamava Katherine mas preferia que chamássemos ela de Kitt.

–Desculpe. –ela sorriu sem graça. –Acho que isso é uma historia apenas de companheiras de quarto.

Rimos.

–Claro. –eu disse. –Contarei apenas para minhas proles.

–E você pretende ter alguma? –disse a loira.

–Não. –disse como se fosse obvio.

Rimos mais ainda.

–Acho que estamos atrasadas. –Kitt concluiu.

–Sim.

–Pior de tudo ainda que depois ainda tem que lavar a louça. –confessou Nina.

–Serio que ficaram de castigo? –ela perguntou.

–Claro que sim, o Pas-co-al não iria deixar passar. -disse.

–Impressionante, mal começou as aulas e ele já tomar uma medida dessas, parece que este colégio faz mercê a sua fama.

Apenas resmunguei.

Logo estávamos todos reunidos na sala de aula, Nina sentou logo atrás de mim e a marionete ambulante ao meu lado e minha companheira de quarto preferiu ficar nas carteiras da frente longe de nós do “fundão”.

Professor entrou na sala,um senhor baixinho de quadris médios e de expressão divertida, todos ficamos em silencio enquanto ele apenas encostava na mesa.

–Bom Dia, alunos.

Todos responderam.

–Que garotinhos educados. –ele disse. –Acho que vamos começar com a mesma ladainha de todos os anos, as apresentações.

Rimos.

–Bem, meu nome é Richard, sou seu professor de historia então vou aproveitar desta linda matéria para apresentações de alunos, sem essa dizer quem são seus pais. Quero apenas que cheguem aqui, diga seu nome e uma historia marcante, da sua preferência.

Vários múrmuros fizeram um uníssono.

–Vamos, sem reclamações será divertido. Que tal começarmos pelos nossos famosinhos da vez. –ele riu. –Os senhores ali, tão conhecidos pela escola toda. Venham ate a frente e nos conte sobre o que aconteceu hoje.

Levantamos-nos seguindo ate a frente, enquanto Pietro apenas me xingava baixinho,a sala fazia uma baderna enquanto seguíamos nosso caminho.

–Eis aqui os nossos mais novos baderneiros. –ele disse brincalhão.

Todos aplaudiram.

–Parece que você já arrancam admirações. –ele fala como um entrevistador. –Pode nos dizer o seu nome, local de origem, motivo da brigamos, queremos lhes conhecer mais.

Riamos, ele parecia ser bem legal, ele não parecia levar o fato de nossa pequena confusão como algo terrível, mas apenas como mais um erro adolescente.

–Meu nome é Luna. –me apresentei.

–Meu é Pietro, não me confunda com essas baderneiras fui apenas uma vitima da situação.

Revirei os olhos.

–Como daquela vez que quase botou fogo na casa. –disse Nina.

Todos riram.

–Meu é Nina. –ela acenou dando um belo sorriso.

–Vocês parecem bem agitados. –disse o professor. –Então por que não contam o que aconteceu logo de manhã, estamos ansiosos.

–Oh,não. –eu disse, Pietro parecia em concordar comigo. –Não foi a coisa mais marcante que nos aconteceu.

Ele logo se arrependeu.

–Poxa, queríamos realmente saber da pequena briga, mas como é da preferência de vocês podem contar.

A sala fez um “Ah” de tristeza por queremos mudar de assunto.

–Bem, éramos bem pequeninos, travessos. Queríamos ver o papai Noel, mas nossos pais não podia nos levar, é bem difícil dizer não para uma criança, porém nós aceitamos facilmente o fato. –fiz uma pausa.

–Estávamos de viagem e nossos pais acabaram por nos deixar sozinhos dentro de casa para resolver algumas coisas. –Nina tomou a historia para si, rindo travessa. –Esse foi o erro, nós éramos bem agitados, bagunçamos a casa toda, vestimos roupa de nossos pais, a casa ficou de ponto a cabeça.

–Não tínhamos mais o que fazer naquela casa, não achávamos mais nada de interessante para fazer ali, então tivemos a incrível ideia de irmos atrás de nosso pais. –disse Pietro.

–Nós, é? –indaguei divertida, ele já teve seus dias irracionais. –Pegamos o elevador, mas não fazíamos ideia de onde nosso pais estavam, na nossa cabeça era apenas entrar naquele comprimido espaço e tudo se resolveria, mas nossa realidade foi diferente, nós nos perdemos pelo hotel, achamos o parque e brincamos a tarde inteira, ganhamos e compramos presente e achamos o papai Noel, nosso pedido foi voltar para casa,porém ele estava a par de tudo sobre nós os pequenos fugitivos.

–Ele foi nos deixar em casa, isso já era de noite. Ele sabia onde era nosso apartamento, aquilo era incrível para nós como se o papai Noel fosse o bambam da situação. Quando chegamos em casa, nosso pais estavam desesperados, acharam que tinha nos sequestrado ao algo assim, contamos rapidamente tudo que aconteceu e o bom velhinho nos ajudou também, problema de tudo que alem de nossos pais e nosso mais novo amigo existia outro papai Noel a nos esperar. –disse Nina.

–Foi ai que descobrirmos que papai Noel não existia. –ele riu. –Bem apavorante não é? Parece que nosso pais foram procurar um bom velhinho para ir ate nós como compensação de não poder nos levar ate um. Uma travessura nos revelou a verdade.

–E uma conta de 10.000 mil reais para eles, tudo que gastamos o dia todo.

Pietro olhou fundo nos meus olhos, aqueles olhos azuis me encarando tão profundamente, penetrando o mais fundo de minha alma.

–Você ainda se lembra disso. –ele desviou o olhar. –Como eu pude me esquecer.

–Bem é uma historia incrível. -finalizo o professor.

A aula se preencheu de historias assim, de momentos frustrantes sobre descobertas de contos de fadas que eram mentira.

O dia passou rápido e quando a aula acabou tivemos que nos dirigir ate a cozinha eu e meus primos.

–Vamos começar. –disse arregaçando a manga.

–Oh, meu Deus, quanta louça. –disse a loira jogando a jaqueta de qualquer jeito.

–Tudo culpa sua. –disse o reclamão.

–Se não tivesse retribuído meus atos não estaria aqui. –disse vitoriosa.

Rapidamente lavamos a metade da louça, estávamos um pouco molhados e riamos muito relembrando de velhas historias, estávamos falando dos nossos pais no presente momento e foi ai que eu embalada na situação comentei:

–Eu adorava os shows deles. –eu ri. –Quando eles cantavam reunidos, eles em fileira, as coreografias.

–Qual era sua musica favorita? –perguntou nina.

–Não que eu tenha uma, mas tinha uma que achava legal. Como era o nome mesmo?!

Eu não lembrava então peguei uma colhe rindo divertida e pus a cantar.

El tiempo ha borrado todo en mi corazón
Cada recuerdo que dejó el desamor
Me crecen las alas desde la raíz
Porque creo ciegamente en ti –fechei meus olhos deixando me embalar pelo ritmo que vinha em minha mente.

–No hay nada que me pueda vencer
Si te tengo detrás de la piel
Me vas llenando de luz
Que va creciendo hacia el sur –quando olhei la estava loira com uma colher também cantando.

–Sin mirar atrás itento volar
No hay nadie que pueda destruir mi fe
Me basta mirarte para enamorarme otra vez –virei para ela enquanto cantava.

–Otro día que va
Para recomenzar
Para amar una vez mas
Otro día que va
Para soñar
Que pronto mi pasado no volverá
Otro día que va
Para recomenzar
Para amar una vez mas
Otro día que va
Para soñar
Que pronto mi pasado nunca volverá... –cantávamos olhando uma para outra, fazendo um dueto harmonioso, como os que nossas mães faziam, dançávamos alegre.

–Ponme un parche aquí en el corazón
Redecórame el interior
No permitas que me vuelva a herir
Esta angustia de estar sin ti – de um passo a frente,cantando,como se realmente tivesse uma plateia.

–No hay nada que me pueda vencer
Si te tengo detrás de la piel
Me vas llenando de luz
Que va creciendo hacia el sur –ela fechava os olhos, erguendo a colher, como se realmente fosse um microfone, em uma perfeita entonação. –Sin mirar atrás itento volar
No hay nadie que pueda destruir mi fe
Me basta mirarte para enamorarme otra vez

Cantamos mais uma vez o refrão, estávamos bem alegres, só que logo que terminamos Pietro fez o favor de nos jogar um incrível jato de algo o mesmo que ele deveria esta usando para lavar a louça.

–Vocês cantam mal demais. -ele riu.

Foi ai que começamos mais uma fez a guerra de água.

–Não admito uma coisa dessa. –gritou o Hittler enquanto abria a porta com toda a força.


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