Será? escrita por Alexis R


Capítulo 10
Escolha


Notas iniciais do capítulo

Gente mil desculpas a demora. Muito obrigada pelos cometarios. Espero que gostem, me desculpem pelos erros.



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Enquanto os outros resgatavam Karina, sem ter ideia do que se passava, Cobra corria contra o tempo para entregar o pen drive para a polícia, mas chovia muito naquela parte da trilha e a terra molhada tornava um desafio pilotar aquela moto. Depois um longo tempo, ele conseguiu voltar pela a cidade, tomando muito cuidado para não ser seguido, ele finalmente chegou à delegacia. Ele adentrou o 43ª DP, ofegante. Logo, um policial se aproximou.

–Você está bem, garoto?

–Eu preciso fazer uma denúncia, eu tenho provas. –ele entregou o pen drive ao agente e ficou esperando as provas serem analisadas. Logo, viu que o seu celular estava quase sem bateria. Tentou ligar para Jade e nada. Ficou agoniado. Só lhe restava esperar.

–--*---

Nat e Alan se separaram do restante do grupo que seguia para o acampamento. Bianca mantinha o braço em volta dos ombros da irmã, de forma protetora. Eles sabiam que precisavam sair dali. Logo que chegaram, Bianca sentou num banco e puxou a irmã para o seu colo.

–Du, acorda o meu pai, explica tudo pra ele, pra tirarmos todo mundo daqui. Jade, você pode ir na minha barraca e pegar o remédio da K, por favor?

–Claro, sem sal.

Duca foi até a barraca do mestre.

–O que foi, Duca? Que cara é essa? –ele explicou todo o acontecido, tendo o cuidado de omitir a questão da paternidade e o modo como a atuação de Bianca se tornou real. Ao ouvir todos os perigos que as suas filhas haviam passado, Gael correu para abraçá-las.

–Graças a Deus que vocês estão seguras. –Dandara se juntou a cena.

–Meus amores, eles machucaram vocês? –perguntou a professora aflita.

–A K tá com uns aranhões, mas eu já cuidei disso. E eu tô bem. –João e Pedro também se aproximaram. Pedro ficou apavorado com o estado de namorada, que parecia uma garotinha assustada no colo da irmã. Ele não falou nada, apenas se aproximou segurou a sua mão e a beijou.

–--*---

Cobra não aguentava mais a espera, quando o delgado saiu.

–Parabéns, garoto, você fez uma ótima ação. Os mandatos de prisão já foram expedidos. Pode ir para a sua casa. –ele suspirou aliviado. Logo, o seu celular tocou.

–Minha Dama, você tá bem?

–Meu Deus, Cobra, o que houve? Tentamos falar com você, eles levaram a machinho...

–Estava sem bateria. A Karina tá bem?

–Tá, graças a sonsa da irmã dela. Mas é melhor não falar isso pelo telefone. Estamos indo pra Ribalta, me encontra lá. Eu te amo.

–Eu também te amo.

–--*---

O Doutor estava prestes a embarcar, quando foi surpreendido.

–Você está preso!

–Isso é um grande engano...

–Não tem engano nenhum, Doutor, é o fim da linha pra você.

–Isso é um abuso. –disse ele ao ser algemado.

Do outro lado da cidade, o mesmo acontecia com Lobão.

–--*---

Em algum lugar do Rio de Janeiro, em um escritório amplo, a Coronel Sara Torres, Comandante do Departamento de Assuntos internos da ABIN, estava em sua sala, quando viu na internet a notícia da prisão de Heideguer de Lobão. Logo, chamou seus agentes.

–Será que eu estou cercada de incompetentes?! Procurados de interesse da segurança nacional estão nas manchetes! Olha esse relatório! Foram seis moleques que trabalharam melhor que todos vocês! Agora eu vou ter que recrutá-los! Tem uma porra de uma agência de outro país metida nisso e vocês sabem! Uma operação de dez anos, e tudo pode desabar! Por que nenhum de vocês conseguiu se infiltrar na merda de uma academia?! Eu não podia fazer isso porque o Lobão me conhece, mas vocês?! E ainda querem ser agentes duplos no país inimigo! Eu quero os endereços de todos eles! Vocês se virem eu quero eles na minha sala em dois dias, e eu quero todos vigiados e protegidos! Agora, sumam todos da minha frente, que eu vou ter limpar a sujeira de vocês. Meu primeiro dia de volta no país e já tenho que resolver a merda que um bando de inúteis faz! –esbravejou ela. Sara havia aberto mão de tudo para proteger a família e agora sua sobrinha estava metida nisso.

–--*---

Pedro fez questão de levar Karina, que dormia, até o quarto.

–Põe ela na minha cama, Pedro. –ele obedeceu, deitou a namorada e a cobriu.

–Bia, por favor, o quê aconteceu?

–O Lobão estava atrás da K... Mas ele tá preso, não vai mais fazer mal nenhum a ela.

–Eu teria ajudado, se eu soubesse...

–Eu sei, mas você é só um garoto, nunca iríamos te envolver nisso. Não se preocupa com a K, eu vou cuidar bem dela.

–Eu sei que vai. –disse ele, dando um beijo no rosto da namorada e saindo.

–--*---

–Ele foi preso, meu amor, estamos livres.

–Eu tô muito feliz, Alan. Vai pra casa abraçar a tua avó, que eu preciso ver a minha sobrinha, e quero ter uma conversa séria com a minha família.

–Mas, amor, eu...

–Nós vamos ter todo o tempo do mundo, Alan. –disse beijando o noivo.

–Mas, volta logo, eu não quero mais ter que ficar longe de você.

–Eu não vou demorar, meu amor. –disse beijando ele novamente. Eles subiram na moto da lutadora e logo estavam na casa de dona Dalva.

–Pelo menos sobe pra darmos a notícia juntos pra dona Dalva?

–Tá bom. –sorriu.

Eles subiram. Assim que viu a avó novamente, as lágrimas escorreram pelo rosto do lutador. Naquele momento, caiu a sua ficha. Ele teria de volta tudo que perdera quando entrara na Khan, e ainda teria a mulher de sua vida ao seu lado. Aquele foi uns dos melhores momentos de sua vida, bem melhor do que ganhar um cinturão. Ele logo correu para abraçar a “velha”, que estava igualmente emocionada. Finalmente, o seu neto estava de volta, em seu braços.

–Eu senti tanto a sua falta, vó.

–Eu também, meu neto, eu também. –eles se separaram do abraço e ele segurou a mão da noiva.

–Vó, eu e a Nat vamos nos casar.

–Eu fico tão feliz em ouvir isso, você não imagina o quanto. E, Nat, você já é parte dessa família. Nunca achei que alguma mulher seria capaz de roubar o coração desse meu neto galinha, mas você conseguiu e eu faço muito gosto desse casamento. –Nat ficou radiante com a afirmação da senhora. Pela primeira vez, se sentiu parte de uma família que, de fato, se importava com ela.

–--*---

–Acabou esse pesadelo, Cobra.

–Eu sei, minha dama, agora nós vamos poder pensar só em ser felizes, em ir atrás dos nossos sonhos.

–Sabe, eu nem sei se ser bailarina é mesmo o meu sonho. Eu passei tanto tempo focada em deixar a minha mãe feliz, que eu nunca parei pra pensar se isso me faz feliz.

–Eu vou te ajudar a descobrir o que você realmente quer.

–A única certeza que eu tenho agora, é que eu quero você. –disse ela, tomando a boca do namorado e o beijando com fervor. Eles foram até o quarto e se deitaram abraçados, seus corpos e mentes estavam exaustas com os últimos acontecimentos. E, logo, eles adormeceram naquele abraço.

–--*---

Quando Karina, finalmente, acordou, se viu na cama de Bianca. A mais velha estava sentada ao seu lado, fazendo cafuné em seus cabelos. Desde que eram pequenas, aquele gesto parecia ter um poder reconfortante sobre a mais nova. A verdade era que, mesmo com a pouca diferença de idade, Bianca era o mais próximo que Karina tinha de uma mãe, sempre lhe dera colo e carinho quando precisava.

–Você tá com dor? Precisa de alguma coisa?

–Eu só preciso de você agora, Bi. –disse, se aninhando no colo da mais velha, que a abraçou. As imagens daqueles momentos que passara nas mãos dos bandidos ficavam se repetindo na sua cabeça. Ela estava tremendo e chorando de novo, só de pensar no que teria acontecido com ela se tivesse passado mais tempo com aqueles monstros.

–Calma, meu amor, já passou, tá tudo bem agora. A gente tá segura, estamos em casa. Nada mais de ruim vai acontecer. –disse a mais velha, tentando acalmar a caçula.

–Eles queriam... Eles ficaram me tocando, eu não queria...

–Shh, eu sei que não, eu sei que não, mas, agora, acabou. Agora tá tudo bem. –Bianca ficou com a irmã nos braços fazendo cafuné nela até conseguir deixá-la mais calma.

–Bi, por que vocês me trocaram pelo Henrique?

–O Cobra descobriu que o Lobão tinha planos que envolviam você, e o doutor é sócio dele. –ela contou a história de forma resumida.

–Então, o Alan tá mesmo vivo?

–Sim. Nós achamos o pen drive, o Cobra foi levar até a policia, e aí, ele levaram você, e pediram o pen drive como resgate. Só que nós não conseguimos falar com ele, então...

–O Duca teve que sequestrar o Henrique...

–Ele não, fui eu. Ele só confiaria em mim. Eu só queria te salvar.

–E você me salvou. Eu só tô aqui porque você é a melhor irmã que uma pessoa poderia ter. Quando eu estava lá, mesmo com todo o medo, eu sabia que você iria me tirar de lá. –Bianca sorriu com as palavras de Karina, e começou a cantar uma canção de ninar que Ana sempre cantava pra ela quando estava grávida de Karina, e que Bia passou a cantar para mais nova depois que a mãe morreu.

–--*---

–Meu filho...

–Não fala comigo, Marcelo! Eu vi você com aquela vagabunda e você tem uma semana pra contar a verdade pra minha mãe, senão eu conto! –sem esperar pra ouvir a resposta, ele foi para o seu quarto.

–--*---

Gael entrou no quarto e ficou observando as filhas dormirem abraçadas. Ele sorriu ao se lembrar de quando Karina ainda era um bebê e Bianca, uma garotinha. Por várias vezes, ele não conseguia, de nenhuma forma, acalmar o choro da caçula, que parecia perceber a ausência de Ana. Mas, era só colocá-la pra deitar junto da irmã, que o choro parava. De repente, as duas acordaram.

–Bom dia, paizinho. Bom dia, K, tá melhor?

–Tô sim, Bi. Bom dia, pai.

–A Dandara fez um café e o guitarrista tá querendo te ver.

–Eu vou comer com você e vou ver o Du, então.

Depois de tomarem café, Pedro e Karina foram para o quarto da garota.

–Como você tá, amor?

–Eu tô um pouco assustada, mas tô bem.

–K, eu posso deitar com você? Eu só queria ficar juntinho.

–Claro que pode, Pê. –eles se deitaram abraçados.

–Você também tá triste.

–Eu falei pro meu pai que ele tem uma semana pra contar a verdade pra minha mãe, senão eu conto. Mas, eu não quero falar sobre isso, só quero dar carinho pra minha esquentadinha.

–Você me faz tão bem, Pê.

–Você também me faz bem demais, K. Eu queria te pedir desculpas pelo que aconteceu na barraca. Vai ser a minha primeira vez também, K, eu quero que seja mágico e especial pra nós dois.

–Se for com você, vai ser especial, Pê. Eu nunca achei que você era...

–Eu sou romântico, K, queria fazer isso com alguém que eu amasse, e esse alguém é você.

–Eu também te amo demais, Pê. –ele deu um selinho nela e a abraçou ainda mais forte. Naquele momento, eles só queriam cuidar um do outro, aliviar as angustias que cada um sentia. Depois que voltaram, a relação deles estava mais profunda. Eles dividiam, não só os momentos bons, mas os piores também. E ter a primeira noite juntos não era mais um bicho de sete cabeças, e sim só mais um passo natural para a relação dos dois.

–--*---

Bianca chegou na casa do namorado, que logo a puxou para um abraço apertado. Como dona Dalva estava na banca, eles subiram direto para o quarto.

–Du, acabou! Eu não tô mais em perigo.

–Eu sei, mas eu não vou esquecer tudo que aconteceu. –disse acariciando seu rosto. –Eu te amo tanto, Bi.

–Eu também te amo muito, Du. –ela o puxou pela camisa, fazendo-o ficar em cima dela. Em poucos segundos, ambos estavam apenas com suas roupas íntimas. Bianca beijou o pesco do namorado.

–Você é muito apressadinha, minha linda. –ele segurou os braços dela e atacou todo o seu corpo com beijos. Duca queria aproveitar cada segundo, cada milímetro do corpo da namorada. Queria, mais do que nunca, dar prazer a ela, fazê-la se sentir amada e desejada. E ele conseguiu seu objetivo. Eles já haviam transado, feito amor, mas, dessa vez, foi diferente. Era como se tudo que sentiam um pelo outro tivesse alcançado outro nível depois de tudo que passaram. Quando terminaram, Duca abraçou a namorada contra seu peito. E ficou ali, admirando a perfeição daqueles traços.

–Você é a mulher da minha vida.

–E você é o homem da minha.

–--*---

Em Macaé, Nat voltava frustrada da casa dos parentes. Mais uma vez, se mostraram interessados em dinheiro e ela nem quis ouvir. Logo, percebeu um carro a seguindo. Ela tentou despistar, mas foi inútil.

–Para essa moto, senão eu atiro! –ela parou.

–Você é da polícia?

–Não, exatamente, mas sou uma agente da lei. Me siga e peça pros seus amigos, os que estão metidos na investigação da Khan, pra te encontrarem nesse endereço.

–Quem é a senhora?

–Coronel Sara Torres, Serviço Secreto. Agora, vamos.

Nat mandou uma mensagem para os amigos. Todos estanharam, mas, logo estavam eles em uma loja de peças automotivas. Por algum motivo, a Coronel mantinha o rosto abaixado e usava óculos escuros. Ela apertou um botão e a uma porta se abriu, revelando uma sala nos fundos.

–Isso é coisa de filme. –disse Cobra. Eles entram numa sala ampla.

–O quê estamos fazendo aqui? –perguntou Jade. Sara tirou os óculos e olhou nos olhos de Bianca.

–Tia Sara, a senhora morreu! Eu fui no seu enterro!

–Bia, calma!

–Calma nada, eu quero sair daqui!

–Espera, deixa eu explicar!

–É bom que a explicação da senhora seja ótima, mesmo.

–Quando eu supostamente morri, o meu avião, de fato, foi derrubado. Só que eu sobrevivi. O problema é que quem me atacou não foi um grupo de guerrilheiros, e sim o governo de um certo país. Foi uma operação de bandeira trocada, eu tive que fingir que morri para o nosso país fingir que não sabia, senão seríamos obrigados a declarar guerra. Se eles soubessem que eu estou viva, iam saber que sabemos de tudo. A questão é: o governo dessa nação foi tomado por traficantes e mafiosos que tem vários negócios e sustentam as campanhas desses políticos. E eles têm influência também nas forças armadas e no serviço secreto. Desde então, travamos uma guerra de inteligência. Eu não tive escolha. Você cresceu, se parece cada dia mais com a Ana.

–Eu entendo, mas eu preciso de um tempo pra absorver tudo isso.

–Eu entendo. Posso, pelo menos, abraçar a minha sobrinha? –ela aceitou o abraço, que pensara nunca mais sentir, da mulher que a ensinara a cuidar da irmã, que a contara tantas histórias sobre a mãe, e sobre suas aventuras na aeronáutica.

–Bom, agora votando. O Doutor e o Lobão eram associados a esse grupo. Agora que vocês se meteram com eles, os colombianos virão atrás de vocês, por isso vocês têm dois caminhos: entrarem para a agência e se tornarem espiões, ou forjarmos a morte de vocês e os colocamos no programa de proteção a testemunha. E aí, o que vão decidir?


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Notas finais do capítulo

Tia Sara de novo? E ai o que eles decidem? Gostaram dos casais? Comentem!



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