Será? escrita por Alexis R


Capítulo 11
Decisões e Consequências


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas dela demora, eu estive na 9º Bienal da UNE e não tive tempo de postar, mas ta ai mais um cap fesquinho.



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O grupo ficou chocado com a proposta. Eles tinham duas opções: entrar em um mundo cercado por perigos ou abandonar a tudo e todos que amavam. Eles se olhavam, tentando adivinhar o que os outros pensavam.

–Eu vou deixar vocês a sós pra decidirem. –avisou Sara, se retirando.

–Alan, a vó sofreu demais quando achamos que você estava morto, não vou fazer isso com ela de novo.

–Você tá certo, mano, mas, Nat...

–Nós vamos nos casar, Alan, eu vou ficar do seu lado. –declarou a lutadora, segurando a mão do noivo.

–Eu não vou fazer o meu pai sentir a dor de outra perda, muito menos abandonar a minha irmãzinha.

–Eu também não vou fazer isso com a minha mãe, ela pode ter todos os defeitos do mundo, mas ainda é a minha mãe. Olha, Cobra, eu sei que não tem nada que te prenda, eu vou entender...

–Dama, eu tenho, sim, uma coisa que me prende, e é você. –disse abraçando a garota.

Depois de algum tempo, Sara voltou o escritório.

–O quê vocês decidiram?

–Nós vamos entrar para a agência. –afirmou Alan.

–Ótimo! Agentes, vocês tem 5 dias pra se organizarem. Irão para Brasília pra 1 mês de treinamento. Jade e Bianca, vocês irão fazer um trabalho de modelo. Nat, Alan, Cobra e Duca dirão que vão pra uma série de eventos com os seus novos patrocinadores. Será o disfarce de vocês. Eu imaginei que iriam aceitar, então aqui estão suas armas e distintivos, só usem caso realmente precisem. Vocês estão dispensados. Eu só gostaria de uns minutinhos com a minha sobrinha. –depois que todos saíram, Sara começou. –Eu imagino que, pra você se envolver nessa história toda, é porque você sabe que o Lobão pode ser pai da K...

–Ele não pode ser, ele é. Eu fiz um exame de DNA com o meu pai e o René, e os dois deram negativo. A não ser que a Ana tenha traído o meu pai com outro, porque, se ela dormiu com aquele bandido, deve ter se deitado com o bairro todo...

–Bia, a sua mãe nunca traiu o seu pai... O Lobão a violentou...

–Meu Deus! E eu fiquei com ódio dela, eu pensei... A K nunca pode saber disso, ela já se sente culpada o suficiente... E o meu pai vai querer matar o Lobão...

–Naquela noite que o René levou a Ana pra casa, ele a ajudou depois que aquele desgraçado a atacou. Eu estava servindo no sul naquela época, e, quando eu voltei, ela me contou tudo. Mas, desde o momento que ela descobriu que estava grávida da K, ela amou a sua irmã, mesmo sabendo que ela poderia ser filha daquele maldito.

–Eu sei, tia, eu era muito pequena, mas me lembro de ficar com a cabeça na barriga da minha mãe, pra sentir a K chutar.

–Você se parece tanto com a sua mãe, ela ia estar muito orgulhosa de você. Desde pequena, você sempre foi uma ótima irmã pra Karina.

–Eu aprendi isso com a senhora. Teria sido tão mais fácil se você não tivesse sumido...

–Eu sei, mas eu não tive escolha.

–Eu sei.

–Sabia que você tem duas priminhas? Essa é a Aninha, ela tenho 8 anos e a Carola tem 6. Eu me casei com um outro agente, mas ele morreu em serviço. –disse, mostrando uma foto da família.

–Nossa, as duas se parecem muito com a senhora.

–É melhor você ir, toma cuidado. Eu te amo muito. –disse a abraçando forte.

–Eu também te amo, tia.

–--*---

–K, eu preciso ir, tenho que conversar com o meu pai, ver se ele já decidiu se vai falar a verdade pra minha mãe. E não quero que a Tomtom esteja em casa quando isso acontecer.

–Você tá certo, Pê, trás ela pra cá, podemos ver um filme.

–Obrigada por se preocupar com ela.

–Eu adoro a minha cunhadinha. –disse dando um selinho no namorado.

–Mestre Sogrão, tô indo.

–Menestrel, se precisar conversar...

–Eu só queria entender como o meu pai pôde fazer isso com a minha mãe, mas nisso o senhor não poder ajudar. –Gael se sentiu mal pelo genro; apesar dos ciúmes, gostava do garoto.

–Faz o seguinte, então, trás a sua irmã aqui, que nós vamos fazer um acampamento na sala. K, vamos no mercado comprar essas besteiras que vocês gostam de comer.

–Valeu mesmo, Mestre. –disse Pedro, com os olhos marejados.

–Que isso, garoto. Bem, pelo jeito nós vamos ser da mesma família.

–Pedro abraçou o sogro.

–Cara, tu sabe que eu não sou muito bom como essas coisas, mas eu sei bem como tu tá sentindo. Pode contar comigo.

–Eu sei que posso valeu, Johnny.

–Pedrinho, assim que eles forem conversar, me avisa, que eu acho que a minha amiga vai precisar de mim.

–Obrigada, tia. –disse, abraçando ela e saindo.

–Meu amor, você tá sendo ótimo com o Pedrinho.

–Verdade, pai.

–O Pedro é um bom garoto. Eu sei que eu exagero um pouco às vezes, mas é que você é a minha garotinha. –disse abraçando a filha.

–--*---

René leu a noticia da prisão de Lobão. Sabia que, se Bianca tinha se envolvido naquela história toda, é porque sabia de Lobão. Aquelas lembranças o atormentavam, por isso, ele decidiu se afastar de tudo novamente, só precisava se despedir primeiro de João. Então, ele foi até a casa de Gael e tocou a campainha.

–René Spinelli. Se você veio ver o João, pode entrar. Agora, sem gracinha.

–René, resolveu lembrar que tem filho? O que você quer?

–Meu filho, eu vim me despedir, eu vou viajar com uma companhia de teatro...

–Eu sabia que você ia me abandonar de novo, nem sei o que tu veio fazer aqui...

–Filho...

–Como você pode fazer isso com o nosso filho de novo, René?!

–Eu...

–Seu canalha, some daqui! Que espécie de pai você é?!

–Eu achei que você ia ficar feliz...

–Feliz em ver um pai abandonar um filho?! E não me venha com desculpas, porque eu perdi a minha esposa e mesmo assim cuidei das minhas filhas. E você, só foge! Então, ou você fica e cuida do seu filho, ou, se você for, não volta pra magoar de novo o João! –todos se surpreenderam com a reação de Gael. Mas, ele não podia concordar com um pai abandonando um filho dessa forma, e ainda pela segunda vez.

–Eu tenho que ir, João...

–Some da minha vida, então! –disse ele indo para o quarto. Com isso, René também saiu.

–Morena, deixa que eu falo com ele.

Gael foi até o quarto improvisado de João, no seu antigo escritório.

–João...

–Obrigada por ter me defendido, mas eu quero ficar sozinho.

–Escuta, não é sua culpa que o René foi embora. Ele que foi egoísta.

–Sabe, Gael, eu impliquei muito com o seu namoro com a minha mãe, mas você sempre a tratou mil vezes melhor que o René...

–Eu entendo que você queria proteger a sua mãe, mas eu nunca vou magoá-la de propósito. E eu me importo com você garoto, então, se você precisar e quiser, pode contar comigo. –disse abraçando o enteado. –Não se tranca nesses teus jogos. Eu sei que o mundo real é difícil, mas, se você der uma chance, tem coisas ótimas também. –disse se retirando.

–--*---

–Pai, quando você vai falar a verdade pra mamãe?

–Eu não vou falar, nem você! Eu cometi um erro, mas isso não te dá o direito de destruir a nossa família!

–Quem destruiu a nossa família foi você! Você que traiu a minha mãe com a vagabunda da Roberta! –nesse momento, Delma e Tomtom entraram na sala.

–Como assim, Marcelo?!

–Eu vou levar a minha irmã daqui. –disse saindo com Tomtom.

–--*---

–Vagabundo, eu acho que está na hora de eu ver a minha mãe.

–Minha Dama, eu acho que tá na hora de nós dois conversarmos com ela.

–Cobra, me deixa falar com ela primeiro.

–Ok, Jade, mas eu quero provar pra ela que eu mudei, que eu te amo e que posso, sim, te fazer feliz.

–Cobra, você não tem nada pra provar pra ela. Você já provou pra mim que me ama. Eu só vou falar pra ela que tem que aceitar a verdade.

–Jade, eu sei o quanto a sua mãe significa pra você, eu não quero vocês duas brigadas por minha causa.

–Nós estamos brigadas por culpa dela, porque ela nunca me aceitou do modo como eu realmente sou. Você só me ajudou a me libertar das expectativas dela.

–Eu só não quero te ver sofrendo, minha Dama.

–Eu sei, meu Vagabundo, mas isso é uma coisa que eu tenho que fazer sozinha. Mas, eu vou fazer isso na véspera da viagem. Enquanto isso, eu quero que seja só eu e você. –com isso, Cobra tomou a sua boca. Eles queria aproveitar cada momento longe das preocupações, queriam se amar sem ter que pensar nos milhões de riscos que os perseguiriam pelo resto de suas vidas. Por momentos, se livrarem da guerra em que tinham entrado ao procurar a paz, e isso só podiam ter se amando.

–--*---

–Aonde vocês quatro se enfiaram o dia todo? –perguntou dona Dalva.

–Não se preocupa, vó, estamos todos bem. –tentou tranquilizar Alan.

–É, vó, se acalme. –reforçou Duca. Com isso, os casais foram para os respectivos quartos.

–--*---

–Me perdoa, meu amor, eu sei que você só queria paz... –disse Alan.

–Alan, eu queria uma vida com você, e isso eu sei que eu vou ter. E mais que isso, esse bando de destrambelhados, como diria a dona Dalva, são muito melhores pra mim do que a minha própria família. Eu prefiro ir pra guerra do teu lado, do que viver no paraíso sem você.

–Nossa, minha lutadora, tá quase uma poeta. Acho que essa coisa de amor deixa a gente bobo, mesmo.

–Só você me deixa assim. –disse Nat beijando o noivo. Só um conseguia causar esse efeito no outro. É como, se juntos, despertassem um lado de cada um que estava adormecido. Eram, ao mesmo tempo, a força e a fraqueza, um do outro. E, só juntos, se sentiam completos.

–--*---


–Bi, o quê foi que a tua tia te falou? Você não tá bem...

–Du, a minha mãe não traiu o meu pai. Aquele mostro abusou dela... –disse a morena, em prantos. Duca sabia da dura verdade, mas não queria transparecer isso; ele escondera a paternidade de Karina enquanto pudera para proteger a amada. Ele simplesmente a abraçou e deixou que ela chorasse em seu peito.

–Du, você é o meu porto seguro. Às vezes, parece que é só em você que eu posso me apoiar.

–Eu sempre vou estar do seu lado, minha linda. Eu te amo tanto.

–Eu só tenho medo que você se canse de tudo isso...

–Amor, não me fala uma besteira dessas. Eu estou do seu lado nos bons e nos maus momentos.

–Mas é que parece que todos os meus momentos tem sido maus...

–Mesmo quando nós estamos juntos? –brincou.

–Claro que não! Quando somos só nós dois, parece que esta tudo bem.

–Então, isso é o que basta. –disse beijando a namorada.

–--*---

Pedro chegou, abatido, com Tomtom, chorando. Karina abriu a porta e foi abraçar os dois.

–Foi minha culpa. Se eu não...

–Tomtom, o único culpado foi o seu pai, ok? Ele que errou, não você. –disse Karina.

Logo, todos deitaram na sala. Tomtom no meio do casal Perina, e João no meio de Dandael. Mas, eles não se importavam, era um momento de união das famílias. Logo, Bianca chegou e sorriu a ver a cena. Ela tirou uma foto e ficou observando por alguns minutos. João realmente tinha largado a paixonite por ela e se tornado um irmão. Dandara era uma verdadeira “boadrasta”. Vendo o casal Perina com Tomtom, ela via que se tinha alguém pra quem ela podia confiar o coração de Karina, esse alguém era Pedro. Apesar de ter errado ao pagar a demo, estava certa em achar que o guitarrista ira fazer a sua irmãzinha feliz.

Os dias foram passando. Pedro e a irmã viviam na casa Duarte, assim como Delma. Marcelo estava em Marechal, com Lincoln. Apesar da resistência inicial, Gael teve que aceitar a viagem de Bianca, já que a mesma era maior de idade.

–--*---

Bianca pulou na cama da irmã e a abraçou.

–Eu não sei como eu vou aguentar um mês sem a minha pequena.

–Eu também vou sentir a sua falta, Bi, mas eu tô feliz por você.

–Ouvir isso significa muito pra mim, K.

–Bi, lembra daquela conversa...? Eu acho que eu tô pronta...

–Que bom que eu te conheço muito bem e marquei uma consulta pra amanhã cedo, antes de ir para o aeroporto.

–Sério que você não vai dar nenhum ataque de ciúmes?

–Sabe, K, tem pessoas a quem eu confio meu coração, a outras, eu confiaria a minha carreira, e a algumas, a minha vida, mas, por algum motivo, eu confio no Pedro com uma coisa que é até mais importante que tudo isso junto: O seu coração. Por isso, se você se sente pronta, eu confio na sua decisão. Só não fala isso pra ele, que eu gosto de ver ele se borrando de medo da minha pessoa. –brincou a morena, abraçando a irmã.

–--*---


–Eu preciso falar com a senhora. –disse Jade, parada na porta do apartamento de Lucrécia.

–Eu achei que nós não tínhamos mais nada a conversar. –respondeu rudemente.

–Olha, mãe, eu amo o Cobra e ele me ama. Ele mudou por mim, conseguiu um patrocínio e eu consegui um ótimo trabalho de modelo. Eu vou viajar amanhã à tarde, só queria me despedir da senhora antes disso. Apesar da senhora me detestar, eu ainda te amo muito.

–Jade, não fala isso, eu não te detesto. Eu te amo, minha filha, mais do que tudo, eu só não posso concordar com você estar com aquele bandido. Mas, esquece isso agora e me dá um abraço. –disse ela abraçando a filha. Jade reparou que a mãe estava pálida

–Mãe, tá tudo bem com a senhora?

–Eu preciso te contar uma coisa...


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Notas finais do capítulo

E ai meu povo nossos herois tomaram a decisão certa? A megera conta ou não conta? E a primeira vez Perina? Comentem!



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