Será? escrita por Alexis R


Capítulo 9
O Resgate


Notas iniciais do capítulo

Gente mil desculpas pela demora é que o capítulo foi o mais tenso que já escrevi espero que gostem! Mas aviso esta muito forte. Muito obrigada por todo o carinho que tem dado para essa historia.



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Ao ouvir essas palavras, Bianca foi tomada pelo ódio e pelo medo. Seria capaz de qualquer coisa para ter a irmã em seus braços, em segurança. Se sentia culpada. Ela tinha falhado, não tinha protegido a irmã como lhe prometera tantas vezes quando a mais nova acordava de pesadelos.

Duca se viu invadido pela preocupação e por uma confusão de sentimentos, mas não podia se deixar dominar, por isso, precisava manter a calma e pensar em um plano de ação. Ele, imediatamente, tentou contatar Cobra, sem sucesso.

Jade se viu desesperada. Estavam ameaçando a sua mãe. Depois de ela ter dito todas aquelas palavras duras, Lucrécia estava em perigo. Mas ela precisava se focar em Karina, a garota que tanto a ajudara deveria estar agora sobre a mira de uma arma. Ela também reconheceu a garota da foto: era a irmã mais nova de Cobra, ele havia apresentado as duas pelo Skype.

–Eu não consigo falar com o Cobra. Tá chovendo na direção que ele foi. Nós precisamos voltar até a barraca e encontrar a Nat e o Alan.

–Duca, a minha irmãzinha, eles querer trocar ela pelo pen drive! E como você me diz que não consegue falar com o Cobra?! Eles levaram a Karina, você não entende isso?! –foi quando a Ruiva se aproximou.

–Como assim levaram a Karina? Eu vou ligar pra...

–Ô sua Ruiva intrometida, não se mete! –vociferou Jade.

–Mas...

–Mas nada, Bárbara, vai se esfregar como Wallace, e deixa que da minha irmã, cuido eu!

–Eu vi que você cuidou muito bem... –desdenhou. Com isso, Bianca deu um tapa no rosto da garota.

–Escuta aqui! Eu não vou mais aturar os teus julgamentos. Você não sabe de nada que está acontecendo. Se você chamar a merda da polícia, eles virão de helicóptero. Os caras que estão com a minha irmã, vão matar ela, e, se isso acontecer, eu juro que eu te acabo com a sua vida!

–Eu...

–Ruiva, escuta, volta pra sua barraca e não abre o bico, tá legal? –pediu Duca impaciente. Wallace deu por falta da namorada e foi ver o que estava acontecendo. Sol, que havia ido tomar um ar, também se aproximou.

–Referência, o quê tá pegando?

–Wallace, a menos que você queria que a sem sal mate a tua namorada, deixa ela com essa boca fechada. –disse Jade.

–A Karina foi sequestrada, e esses irresponsáveis não querem chamar a polícia!

–Ô Ruiva sonsa, eu conheço a Bia e a K desde que éramos crianças. Se a Bianca diz que o melhor pra Karina é não chamar a polícia, eu acredito. Agora, para de se meter em tudo e fica quieta, antes que alguém acorde.

–A Sol tá certa. A gente nem sabe qual é a parada, não se mete, gata!

–Mas...

–Caramba, Bárbara, eu cansei da tua teimosia, de ficar julgando todo mundo e achar que sabe de tudo.

–Eu só quero o melhor pra Karina.

–Se liga, garota, eu sei. E sempre vou fazer o melhor pra minha irmã. Eu não tenho tempo pra perder com você. –mas eles não podiam correr o risco de Bárbara abrir a boca.

–Como quando você pagou o Pedro pra namorar ela?! Você não sabe o que é melhor pra Karina. –com isso, Bianca deu um soco em Bárbara e os três saíram.

–Escuta aqui, já deu pra mim. Acabou. Você não tem o direito de julgar a relação da Bianca com a Karina. E não se mete nisso.

–Escutou, Ruiva sonsa? –disse Sol. Ela pegou o celular da garota e o quebrou.

–Você tá louca, garota?!

–Agora, eu quero ver ligar pra alguém! Vem pra minha barraca pra eu ter certeza que você vai ficar de bico calado. – disse Wallace arrastando a atual ex. Bárbara finalmente cedeu. –Pretinha, depois a gente conversa.

–--*---

Duca, Bianca e Jade praticamente correram pela mata até encontrar Nat e Alan abraçados na barraca.

–Eles levaram a K. –disse Bianca enquanto Duca entregava o bilhete pro irmão.

–Amor, é a dona Dalva! E a Alice, minha sobrinha! –falou Nat.

–Vamos pensar com calma. Por enquanto, quem tá em perigo é a Karina. Temos que pensar em salvar ela.

–Mas a gente não consegue falar com o Cobra! –disse Bianca desesperada.

–Nós podemos, sei lá, invadir e tirar a Karina de lá. –sugeriu Nat.

–Eu posso me oferecer pra ficar no lugar dela até conseguirmos falar com o Cobra. –sugeriu Bianca.

–Você duas tão disputando pra ver quem é a mais burra! E Bianca, para de querer se por em risco à toa! Nós temos que dar algo que eles querem... O seu amiguinho, ele é filho do doutor. –disse Jade.

–Mas é claro! Henrique! Nós temos que trocar ele pela a K, é o único jeito! –concluiu Bianca.

–Mas como nós vamos fazer isso? –indagou Nat.

–Alan, você tem algum tipo de arma?

–Tenho uma pistola, por causa dos bichos da mata. Mas no que você tá pensando?

–Ô sem sal, você paga de sedutora. Vai na barraca do paulista e rende ele. Aí abraça ele e encosta a arma nas costas dele, tipo nos filmes.

–Pra proteger a K, eu faço tudo.

–Duca, você sobe na árvore pra conseguir sinal e falar com o Doutor. Alan, vigia se tem alguém vindo e eu vou com a sem sal pra enrolar algum outro curioso. Nat, vem com a gente pra dar cobertura. Se algum capanga aparecer, você, sei lá, bate nele! –disse e todos concordaram. Alan entregou a arma para Bianca.

–Você sabe usar isso? –questionou Alan.

–Minha falecida tia era militar, me obrigou a aprender a atirar. Vamos logo.

As três jovens saíram em direção ao acampamento. Foram o mais rápido que puderam. Jade fingiu estar tomando uma fresca, enquanto Nat se escondeu entre as árvores. Bianca foi até a barraca de Henrique. Ela parou e respirou fundo. Nunca imaginou chegar a tal ponto. Mas era a vida de Karina que estava em jogo e não poderia fraquejar. Ela entrou na barraca e surpreendeu Henrique.

–Carioca, sabia que você não resistiria a mim. –ela se sentou perto das costas dele e beijou o seu pescoço. Sentia nojo ao ter tal contato com outro homem enquanto namorava Duca, mas isso não era nada perto do que estava prestes a fazer. Com cuidado, ela sacou a arma e encostou nas costas dele. Ao sentir o frio do metal contra as suas costas, o jovem já sabia o que era, mas não conseguia entender o que estava acontecendo. Como podia a garota doce que conhecera outrora estar apontando uma arma para ele no meio da noite. O medo invadiu o seu corpo e ele ficou sem reação.

–O seu pai sequestrou a minha irmã, e eu não tenho mais o que ele quer, por isso, tive que fazer isso. Vai ser só uma cena, mas tem parecer real. Isso é, se você cooperar comigo. Eu não quero ter que te machucar, mas, pra isso, você tem me ajudar a te ajudar. –anunciou Bianca surpreendida com as palavras que saiam de sua boca. Pareciam textos de um filme de criminosos. Ela não sabia até que ponto era ela ou uma personagem que construíra para a situação; não importava. Eles se levantaram e ela fingiu o abraçar. Parecia realmente estar vivendo um filme e isso tornava mais fácil fazer tudo aquilo. A adrenalina corria em suas veias enquanto ela conduzia o jovem pela mata. Logo, sendo acompanhada por Nat e Jade. Elas chegam ao encontro dos rapazes. Duca fez a ligação.

(Vídeo Chamada On)

–Lutador, quando vai trazer o que eu quero?

–O pen drive não tá mais com a gente, mas tem outra coisa que pode te interessar.

Ele virou o celular e mostrou Henrique. Bianca fez com que eles se ajoelhasse e apontou a arma para a cabeça dele. Com isso, o jovem tremeu mais ainda. Aquela encenação parecia real demais. Bianca parecia estar possuída por alguma força oculta. Alguma coisa em seu olhar o dizia que ela seria capaz de tudo.

–Parem com esse teatrinho, eu sei que você não tem coragem de fazer nada.

–Quer pagar pra ver, Doutorzinho? –Bianca mirou na perna de Henrique e atirou, errando o alvo por pouco. O jovem sentiu o seu coração sair pela boca.

–Pai, pelo amor de Deus, a Bianca parece que tá possuída. Solta logo a Karina, antes que ela me mate!

–Da próxima vez, eu miro na cabeça e acerto. Se for pra você me tirar a minha irmã, eu te tiro o seu filho. Essa merda de pen drive não tá mais com a gente, então, se você não soltar a Karina, além de ir pra cadeia, você perde o seu filho. Se você me tirar a K, nada mais me importa e eu acho que você não vai querer lidar com alguém que não tem nada a perder. –afirmou ela em tom de garantia. Até os amigos estavam espantados. Eles mesmo não sabiam mais se Bianca estava atuando ou agindo no desespero de salvar Karina. Nem a própria Bianca sabia se não seria mesmo capaz de cumprir suas ameaça. A possibilidade de perder Karina era como ter um pedaço seu arrancado e isso a fazia perder todo e qualquer princípio. Tudo que importava pra ela agora, era ter a sua irmã na segurança dos seus braços. Bianca encostou a arma na cabeça do paulista e pôs o dedo no gatilho.

–Tá bom! Eu mando soltar a Karina, mas não mata o meu filho!

Com isso, todos suspiraram aliviados. Henrique porque ficaria vivo e os outros porque Karina estaria bem e Bianca em liberdade.

–Na Pedro do Índio, em 30 minutos.

–--*---

Karina acordou e se viu deitada no meio da mata, cercada por três homens encapuzados. Ela se sentia cada vez mais apavorada. Tudo que queria era ouvir a voz do pai, estar no colo da irmã. Ela não conseguia se mexer ou emitir som algum. Seu corpo não queria obedecer os comandos de seu cérebro. Ela tremia muito.

–Fica calma, garota, é só o seus amiguinhos darem o que o patrão quer, que você volta pra casa. Mas, antes, nós podemos nos divertir muito com você. –disse um dos homens, deixando Karina com ainda mais medo, imaginando as intenções deles. O homem passou a mão pelo corpo de Karina por dentro da blusa da garota, que chorava e tremia compulsivamente. Enquanto outro alisava a sua perna, os outros dois só observavam. Um deles levantou um pouco o capuz e a beijou. Era um beijo bruto, sem nenhum carinho, que despertava asco na menina, que só queria sair dali. De repente, ela ouviu um grito.

–Parem! O patrão mandou levar a fedelha para a Pedra agora! –eles arrastaram Karina pela mata e logo chegaram na Pedra.

–--*---

–Me desculpa, eu precisava salvar a minha irmã. –disse Bianca para Henrique.

–Eu sei que você estava atuando, mas foi muito convincente. –disse ele sem ter certeza das suas palavras.

–Eu sou uma ótima atriz. –respondeu sem confiança. –Duca, leva ele, que eu não respondo por mim se tiver com essa arma quando chegarmos lá. –disse entregando a arma pra Duca e se juntando a Jade e Nat.

–Você não estava atuando, né? –perguntou Jade.

–Por que você acha isso?

–Porque, se você fosse boa assim, já estava concorrendo ao Oscar.

–Eu, sinceramente, não sei, mas eu acho que você tá certa. E que...

–Não precisa se justificar, você só queria salvar sua irmã e só conseguimos por causa do modo com o que você agiu. Isso não faz de você uma pessoa ruim. –afirmou Jade.

–Ela tá certa, Bia, é muito bonito o amor que você tem pela tua irmã.

–A K é a minha vida. Desde o dia que eu vi os olhinhos azuis dela, ela é tudo pra mim.

Bianca contava os segundos pra encontrar Karina e o tempo parecia passar devagar, como se a trilha nunca tivesse fim. Ela sabia que a irmã estava apavorada, machucada, com dor. Podia sentir isso. Quando chegaram no local do encontro, viram que dois homens seguravam Karina; um outro estava em uma moto.

–Solta o doutorzinho, que soltamos a fedelha. –D uca jogou o paulista para junto dos homens, ele subiu na moto e saíram. Ao mesmo tempo, eles soltaram Karina, que correu para a segurança dos braços da irmã. Bianca a abraçou, tentando transmitir, naquele gesto, todo o seu amor pela irmã. Tentando fazê-la se sentir segura. E, mesmo depois do horror que havia passado, dentro daquele abraço a menina tinha a certeza que nada poderia atingi-la. Era o lugar mais seguro do mundo para ela. E não queria sair desse conforto.

–Graças a Deus, minha pequena. Eu sei que você tá com medo, mas tá tudo bem agora. Eu nunca mais vou deixar nenhum mal te acontecer, eu prometo. Vem, eu vou te levar pra junto do papai.

–Eu sei, Bi, não foi sua culpa, tá? Eu sei que você nunca ia deixar isso acontecer, se pudesse impedir.

–Eu te amo mais que tudo no mundo.

–Eu também te amo, Bi. Eu quero ir pra casa.

–Eu sei, meu amor, eu sei. Logo, logo eu vou te levar pra lá. E você vai ficar deitada comigo até o seu medo passar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? A Bia estava realmente fora de si mas isso foi fundamental pra salvar a K. Sejam sinceros com as opiniões. XOXO



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