Lia Madniss

A noite em Hogwarts estava caindo e Ceb tentava saber por que eu estava correndo, por que eu tinha asas, mas a única coisa que eu podia pensar era na busca pela minha amiga.

–Eu tenho que...-lágrimas me impediam de dizer qualquer coisa, e as asas ardiam em minhas costas- Só me ajuda, por favor...

Ele fez uma cara de “tudo bem”, e eu sentia o quanto ele sentia por min.

Viramos um corredor deserto do sétimo andar, tudo dentro de mim doía, eu só queria deitar em um buraco escuro e morrer ali, mas a minha vontade de ajudar a Anna e a maior... o que eu faria?

Minhas costas sangravam, as asas estavam me perfurando.

Uma porta na parede do nada apareceu.

–Ceb, entra ali!

Ele me obedeceu.

Ao abrir a porta, lá dentro tinha o que eu mais precisava.

Uma árvore retorcida e uma guitarra reencostada nela.

Eu me arrastei até lá.

–Que lugar é esse?-Ele perguntou impressionado.

–Um pequeno paraíso, apenas.

Eu peguei aquela guitarra, e desde que havia visto havia percebido que era de Jake.

– Lia, o que está acontecendo?

Eu mal conseguia falar com ele, mas me esforcei para responder a pergunta.

Eu tentei pelo menos. Quando tentei explicar o que e Anna somos o colar diminuiu em meu pescoço. Eu não podia contar pra ele, não podia influenciar na sua escolha de um lado. Ele tinha que escolher por conta própria, o bom ou o mal. E, para falar a verdade, nem eu mesma sabia de que lado eu devia estar.

Ele olhou para a guitarra, e deu um daqueles sorrisos perfeitamente sarcásticos e lindos que ele sempre deu.

–Toca alguma coisa.

Como sempre, ele sabia do que eu precisava, esqueci Anna pelo menos uma vez e peguei aquela maldita guitarra para quebrar tudo.

Eu tive a força necessária para levantar e toca-la

Monster

You were my conscience

So solid now you're like water

And we started drowning

Not like we'd sink any further

But I let my heart go

It's somewhere down at the bottom

But I'll get a new one

And come back from the hope that you've stolen

I'll stop the whole world

I'll stop the whole world from turning into a monster

Eating us alive

Don't you ever wonder how we survive?

Well now that you're gone the world is ours

I'm only human

I've got a skeleton in me

But I'm not the villain

Despite what you're always preaching

Call me a traitor

I'm just collecting your victims

And they're getting stronger

I hear them calling

(Eu tinha que gritar, não para dizer que eu sou demais, para verifica seu eu estava mesmo viva)

I'll stop the whole world

I'll stop the whole world from turning into a monster

Eating us alive

Don't you ever wonder how we survive?

Well now that you're gone the world is ours

Well you thought of straight solutions

But I liked the tension

And not always knowing the answers

You're gonna lose it

You're gonna lose it

(Tudo em volta começava a tremer com trovões de novens que eu tinha feito aparecer, raios e chuva estavam espalhados pelo ar, era a liberdade do meu novo poder, se eu era a morte e destruição, que eu fosse isso, mas sem arrastar as pessoas comigo)

I'll stop the whole world

I'll stop the whole world from turning into a monster

Eating us alive

Don't you ever wonder how we survive?

Well now that you're gone the world

(Eu era viva, eu era korta, eu era tudo, eu era eu)

I'll stop the whole world

I'll stop the whole world from turning into a monster

Eating us alive

Don't you ever wonder how we survive?

Well now that you're gone the world is ours

Eu fecho os olhos. E sinto aquele gostinho da água caindo em mim,dos flashs de luz fazendo sombra nos meu olhos, daquele meu pequeno universo sendo libertado. Mas ele não podia ser só meu, seria o mais puro egoísmo, eu tinha que fazer as pessoas sentirem aquele paraíso.

Eu ouço a risada de Ceb equalizando, eu sabia que ele gostaria de me conhecer de verdade, eu não era uma vilã pra ele, ele acima de todos, me entendia sendo quem eu sou.

O som a guitarra vai diminuindo, nossos olhos se encontram, e antes de nós nos beijarmos nqauele escuro e o barulho de muitos trovões, ele diz;

–Se você é o monstro, eu quero ir para o inferno.

Nós saímos correndo, minhas asas estavam encolhendo, Ceb me dá sua blusa (preta com azul elétrico, que u sempre achei muito linda) para cobrir aquelas asas que sangravam. Não me importava pelo fato de estar com a pele tão branca que ás vezes me passava a impressão de ser transparente, ou o fato de meus olhos estarem com olheiras que pareciam socos, eu tinha agora que salvar a minha amiga.

Eu viro aquela esquina de corredores onde tudo acontece e encontro Anna. Ela estava com o cabelo loiro mais brilhante e com maçãs no rosto mais fortes, e eu estava essa carcaça.

Como você já sabe nossa conversa não foi muito produtiva.

Eu olho para o corpo dela caído no chão.

–Ceb, essa foi com toda certeza a coisa mais brilhante que você já fez-Eu sorrio -Mas poderíamos ter conversado primeiro.

Ele assopra a varinha.

–Onde vamos leva-la?

–Na sala precisa!

–A dos seus trovões?

–Nossos trovões-Eu corrijo.

Nós arrastamos Anna para dentro da sala.

Ela acorda.

–O que eu estou fazendo aqui?

–Anna, eu queria falar sobre esses colares...

–O que eles tem?-Ela me interrompe.

–Eles... Eu não posso explicar... eles não são bons...

–Você tem noção de quanto poder eles me deram?

–Eu sei, mas isso é uma enganação, Rossy me disse, ele é um louco psicótico, isso só vai prejudicar a gente...

–Você vai acreditar na pessoa que tentou nos levar para o Lord Voldemort?!

–Parece loucura eu sei, mas Ceb pode nosa ajudar ele tem o colar...

–E ainda quer que o sonserino me ajude?!- Ela riu,uma risada fria que me deu calafrios.

–Anna, pensei que você quisesse se livrar dessa coisa!

–Você só está com inveja de mim... por que você está se transformando nisso- Ela me mostrou eu mesma com a mão, fazendo uma reverência com ela- E eu nisso.

Eu não podia ficar com raiva, mas estava borbulhando.

– Você sempre teve inveja de mim- Ela deu um sorriso irônico que eu nunca havia visto-Eu sempre fui mais sociável, mais inteligente... não eram os seus pais que queriam que você fosse como eu? Sempre tive os garotos aos meus pés... mas vejo que um dos seus te trocou pela aquela Kimberly, depois outro morreu... e você ficou com o sonserino,não é?

–Anna cala a sua boca e me ouve!

Ela riu irônicamente.

–Se acalme Lia, eu também tinha inveja sua, sempre a garota que fazia amigos “verdadeiros”, a que as pessoas admiravam pela personalidade, ou aquela que passava de ano sem estudar ou a que tinha um talento musical muito chamativo... é, todos temos inveja uns dos outros.

–Anna- Eu disse quase que voando em cima dela.

–Mas ao contrário de você, eu estou usando isso para me fortalecer. Eu vou mandar nesta escola, eu vou governar o ministério, eu vou acabar com o mundo, ele vai ser meu pequeno paraíso e você, pequena e fraca inimiga, vai ser meu último alvo, você vai ver todos aqueles que gostavam de você... morrerem.

Eu empurrei ela numa parede que apareceu magicamente, ela estava forte mas eu tinha a raiva que precisava. Eu a segurava pela gola de seu uniforme.

Ela riu.

–Me bate, vamos lá! Não é isso que você queria fzer desde aquele dia que você teve que conversar com morcegos por que não tinha “amigos”?

Mais lágrimas escorrem.

–Não está conseguindo me bater?-Ela virou o rosto-Agora está melhor?Ou precisa da sua guitarrinha pra fazer isso também?

As minhas asas simplesmente rasgaram a blusa de Ceb.

–Você também ganhou uma? Então não vou me sentir tão fraca assim.

Ela quebrou a parede fazendo suas asas brancas e acizentadas nas pontas aparecerem.

–Vejamos como essa ala funciona...preciso de uma faca!-Ela anunciou, e facas apareceram em uma mesa ao seu lado.

Eu olhei de olhos arregalados as facas. Ela precisava dar a ordem. O que eu faria? Não podia ataca-la, eu era uma inútil.

–Ataquem- Ela disse com um sorriso digno de Jade.

As facas voaram e atravessaram o meio das minhas asas e e riscaram meus braços. Eu sangrava muito, mas ela estava no meu mundo.

Eu sorri, como uma vilã faria.

–Satisfeita?-Perguntei, eu tinha entendido o jogo dela.

–Ainda não, mas me deleito com essas gotas de sangue e correndo.

Eu me levanto vagarosamente, eu doía por inteira.

Olho em volta, não vejo Ceb...

–Se o sonserino é a única chance de você e eu ficarmos normais, ele não vai mais existir.

–O que?!

–Acha que ele ficaria quieto em quanto brigávamos?

–O que você fez com ele?

–Só o que merecia.

Anna fez aparecer uma janela e estava prestes a fugir.

–Anna, você tem que voltar a ser...

–Aquela paspalha?Não muito obrigada.

–Somos amigas ainda?

Ela olhou nos meus olhos.

–Sim, claro que sim.

As lágrimas escorriam muito.

–Então... você vai me perdoar por isso.

–O que?!

Eu juntei poder necessário, eu havia aprendido. Concentrei todas as minhas forças naquele poder que só havia usado nos meu sonhos.

As sombras negras vieram, e elas explodiram. Anna gritou e caiu pela janela.

Eu havia quebrado toda aquela parte da escola.

Eu corri para a janela, que agora era um imenso buraco. As pedras da construção caíam, e se espalhavam no ar, se esfarelando e virando pó, eu havia destruído quase metade de Hogwarts. Vejo através do buraco, e aprecio a sombra de Anna voando além das colinas. Olho para o chão e vejo o corpo de Ceb inerte no chão, eu podia ser a responsável... mas sabia que tinha sido Anna, minha velha amiga.

Ouço os barulhos dos corredores, estou cercada por professores e alunos, eu estava ferrada.