Colégio Interno – O regresso! escrita por Híbrida


Capítulo 13
Medinhos, confusões e claustrofobia.


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI! haha
Desculpem pela demora e obrigadíssima a vocês que recomendaram a história. Quase chorei. De verdade.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/562004/chapter/13

Depois de muitas fotos que ninguém estava interessado em ver, ficamos estáticos, fitando Renato.

Haviam fotos de todos nós pegando alguém.

Fotos de pessoas vomitadas.

Fotos de Matteo preparando belos drinques.

E fotos de uma irmã nos vendo enquanto bebíamos direto de uma garrafa.

— Puta que me pariu – resmungou Gus, jogando-se em meu colo – Agora lascou. Olha essa foto. Minha mãe vai me matar. Ela vai descobrir que eu sou um alcóolatra.

Choramingou e eu suspirei, entediada. Levantei-me, ajudando o resto dos garotos a fazerem o mesmo e virei para olhar bem praquela cópia de Caio.

— Eu não quero mais ver essas coisas, ok? Se você pudesse ficar de boa e na sua, eu agradeceria.

Tentei sorrir e puxei os garotos pra cafeteria. Sentei-me segurando meu café quente e ficamos em silêncio. A tensão no ar era palpável. Suspirei.

— Fantasma idiota.

— Eu odeio esse garoto – disse Bruna, empurrando a caneca de chocolate quente para longe de si – Quer dizer... Ele chega, destrói minha família e depois quebra completamente minha vibe de ressaca?

— Sua vibe de ressaca se resumia a reclamar da vida enquanto todos vomitavam ao seu redor – ironizou Ivan – O cara só terminou de foder com as coisas.

— Mas tudo bem – disse Nick, otimista – Nós somos uma família, vai dar tudo certo.

— Quando foi que Jack, o rei do horror, se tornou o Smilinguido, hein? – brincou Rafael, rindo alto.

Continuamos naquele clima de tentar nos manter descontraídos, o que não funcionava, mas pelo menos evitava discussões maiores, até que Matteo se sentou na mesa.

— Uma irmã nos viu – disse, me olhando fixamente.

— Mas as garrafas estavam todas veladas. Em garrafas sem rótulos.

— Ela acha que estávamos bêbados.

— Bebe muita água e mija o máximo possível – sugeriu Ivan – Se fizerem algum teste, reza pra que seja amanhã ou depois, até conseguirem um bafômetro.

— Tá entendedor, hein, menino russo.

Ivan deu os ombros e nós o encaramos. Sacou do bolso o celular e abriu um app chamado “Calculador de álcool”, me fazendo encará-lo assustada. Mas não perguntei nada.

Colocou seu peso, idade e começou a fazer contas, pensando em quanto havia ingerido de álcool. Quando terminou, suspirou.

— Ok, eu vou demorar uns quatro dias pra tirar toda essa cachaça do meu corpinho. Sua vez!

Ri, incrédula com a prevenção daquele garoto. Fizemos todos os testes dos presentes e decidimos nos esconder no quarto de Rafael e Nicholas até que toda a tempestade passasse. Levamos Matteo conosco, o que não agradou muito Gabriel.

Quando chegamos ao quarto, percebemos que não era nem metade do Chambre des Femmes. Mal cabíamos todos em pé, quem dirá divididos em camas. Quartos para duplas eram significativamente menores que para grupos grandes de garotas.

— Diga aí... – disse Gabriel, tentando soar casual – Veterano, hein.

— Sou – respondeu Matt, fitando-o – E relaxa, que eu não quer nada com a sua namoradinha não. Acredite se quiser, Caravaggio, nem todos querem sua menininha.

— É Montecchio! – gritou Rodrigo, como se fosse óbvio.

— Casiraghi – corrigiu Gus, rindo – Mas eu não sei se concordo contigo, ô Milhouse. Tem muita gente interessada nessa garota desde que ela entrou aqui.

— Sim, mas isso não significa que todos estejam, meu querido. Além do mais... eu sou gay.

— Você o quê?! – gritou Desirèe, visivelmente decepcionada.

— Eu curto homens.

Riu da indignação da minha pequena, que continuou resmungando sobre como as coisas eram injustas e como todo homem muito bonito, estiloso e cheiroso era viado. Continuamos nesta discussão de homossexualismo por algum tempo.

— Eu ficaria com meninas – disse, casualmente.

— Você tem muita cara de sapatão! – guinchou Rodrigo, fazendo todos encararem-no – Sim, meu gaydar é afiado, minha gente.

Rimos, até que ouvimos uma batida na porta do quarto. O silêncio reinou no mesmíssimo segundo

— Tem alguém nu? Eu vou entrar.

Quase todos nós – com exceção de Rafael, que rapidamente abriu seu Skype com qualquer pessoa – entramos no banheiro, apertadíssimo, daquela maldita suíte. Rafa abriu a porta.

— Boa tarde, Irmã Vera! - cantarolou animado – Como está nessa adorável manhã de...

— Você está falando sozinho?

— Claro que não, acha que sou louco? – perguntou, irônico – Estou conversando com meus amigos no computador.

— Parece louco pra mim – resmungou a senhora – Eu vou lavar o banheiro.

— Não entraria aí se fosse a senhora.

— Eu vou entrar, sim. Preciso limpá-lo. Muitos jovens vomitaram esta manhã. Não sei quanto ponche beberam naquela festa ou o que foi que misturaram na comida, mas parecem um bando de mocinhas bulímicas.

— Meu colega tá aí. Fazendo suas necessidades.

— Achei que estivesse sozinho – estranhou Irmã Vera.

— FIQUE LONGE, IRMÃ VILMA! – gritou Nicholas – Eu acho que vou...

Uma pausa para que Chloe vomitasse. De verdade. Naquele banheiro apertado, com uma janela mínima que dava para outra parede, não para ar puro, e com toda a nossa enorme família espremida.

— Quando... Quando acabar me chame! Melhoras, meu querido.

Irmã Vera correu para fora do quarto e nós fizemos o mesmo do banheiro.

Àquela altura do campeonato, eu só queria chorar. E foi basicamente o que eu comecei a fazer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Colégio Interno – O regresso!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.