Colégio Interno – O regresso! escrita por Híbrida


Capítulo 11
Álcool, Rafiki e Lana.


Notas iniciais do capítulo

Eu não sei como tenho a pachorra de dar as caras aqui depois de MESES sem escrever um mísero capítulo. Não tem justificativa, só um bloqueio criativo que me impedia de escrever e postar, porque tudo o que eu escrevia saía uma merda, e eu tinha muitas aspirações quanto a esse capítulo.
Espero que gostem, que não tenham desistido de mim e que comentem preu saber que não o fizeram.



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Gabriel’s POV.

Cheguei àquela festa determinado a esquecer a criatura que me atormentou durante os últimos dois anos. Não aguentava mais uma garota mandando em mim, pisando em mim e querendo decidir todos os meus passos; precisava ser, pelo menos uma vez, o homem da relação.

Mas quando cheguei à festa, pude perceber como ela havia sido habilidosa preparando aquilo tudo sozinha, e aquilo era impressionante...

Porra, Gabriel! – pensei. Não é um inferno, essa coisa de a sua felicidade depender de alguém?

Decidi beber. Caminhei até o bar e me sentei. Aquela coisa na minha cara incomodava, e eu queria simplesmente arrancá-la. Que ideia ridícula, a de um baile de máscaras. Ideia de quem? Froidefonde, a garota que estragou minha vida desde a primeira bolada.

— O que você tem de mais alcóolico? – perguntei ao tal barman que Amanda havia contratado pra essa maldita festa.

— Amigo, nós não podemos servir álcool aqui, está maluco?! – retrucou, fazendo-se de ofendido. Eu odiei aquele garoto de cabelo azul desde o primeiro dia que o vi, mas me negar bebida quando se é o maldito barman já é demais! Quando pensei em responde-lo de maneira malcriada, ele soltou uma risadinha ridícula – Tô brincando, cara. A gente tem de tudo aqui. Tá a fim de uma cerveja? Mas aí a gente mistura com groselha pra ninguém desconfiar. Ou você pode escolher outra...

— Manda o que estiver mais fácil

— Parece que alguém veio aqui hoje com a intenção e se embebedar.

Aquele garoto italiano sujo soltou outra das suas risadas ridículas e foi atender outra pessoa. De repente, deu um grito e pegou uma garota de vestido curto e colado ao corpo, levando-a para o outro lado da bancada.

Que merda, eu conhecia aquelas pernas.

Não só as pernas, quanto os braços, lábios, seios, voz e risada maravilhosa. Ele havia puxado a Amanda pra dentro do bar, que começou a fazer misturas loucas e distribuir ao monte de gente já chapada que estava ali.

— Escutem bem – resmungou – Não quero nenhum de vocês com drogas no meu baile dos sonhos, ok? Ótimo.

E abriu aquele sorriso perfeitamente contornado por lábios vermelhos que eu tanto amava. Ou amei. Ou amo. Não sei dizer. E então, ela olhou pra mim.

Abaixei a cabeça, mas ela sorriu e parou ao meu lado, sorrindo e me jogando um copo com conteúdo azul.

— Bebe – e sorriu, doce - Eu sei que cê gosta.

— Como você...

— Como não reconhecer esses olhos azuis?

Piscou e voltou a fazer o que estava fazendo. E por Deus, ela era maravilhosa.

Passou pro outro lado e voltou à pista de dança, me deixando sozinho com um monte de pensamentos que provavelmente me perturbariam pelo resto da noite e pelo resto da vida, se eu não fosse atrás dela. Acontece que meu orgulho também não me deixaria em paz se eu fosse, então decidi ficar com meu orgulho e sem a piveta da minha vida.

— Gabriel? É você?

Outra voz conhecida: Bruna.

A melhor amiga da minha ex-namorada se sentou ao meu lado e começou a tagarelar sobre como tinha perdido todo mundo e sobre como essa ideia de festa a fantasia era uma babaquice sem fim. Suspirei, ouvindo-a reclamar. Pedi outra dose de bebida sem gosto de álcool, mas que já começava a me deixar bêbado, o que faria essa festa passar mais rápido e eu não parecer o ex-namorado amargurado que quer acabar com a festa de todo mundo indo embora e deixando um clima chato.

— Cê sente falta dela, né?

De repente, a Bruna fala isso. E eu não podia esperar que aquela frase, tão curta, tão simples, pudesse doer tanto. Porque quando a gente pensa, a gente tá acostumado. Sabemos, mas ninguém precisa jogar na cara, né. E quando outra pessoa fala, ‘cê percebe que tá na cara, e que provavelmente ela sabe, e que todo mundo sabe e tá com uma puta pena de ti. Então, eu só suspirei, e aquilo bastou pra Bu entender que sim, eu sentia uma falta fodida da Amanda.

— Eu posso imaginar. Ela é incrível, mas também sabe ser uma completa imbecil. Mas se tem uma coisa que todo mundo sabe sobre ela, Gabriel, é que ela te ama.

— Não tanto quanto amou o ex, né.

— O ex que morreu na porra de um acidente de carro? – ironizou, o que me fez sentir pior ainda – Sim, ela o amava. Mas agora, ela te ama. Querer comparar você e o Caio é como querer comparar, sei lá, seu Playstation 3 e o 4. Você gostou dos dois, mas a fase do Playstation 3 acabou. Foi lindo enquanto durou, mas agora você tá em outra, entende? O que não significa que você ainda não tenha um carinho enorme pelo 3, porque foram tantas lembranças que o envolveram que não se pode simplesmente esquecer de tudo que aconteceu!

— Essa foi a melhor comparação entre namorados que já vi alguém fazer – brinquei, e ela sorriu – Mas é foda, Bruna. O irmão gêmeo desse cara da qual ela fala sempre aparece, e de repente eles são melhores amigos, e....

— E assim foi com todo cara que a Amanda conheceu na vida dela. Ela se torna íntima, amiga, e de repente, todos os outros morrem de ciúme desse cara. E ela odeia ser presa. Se sentir obrigada a terminar uma amizade ou um relacionamento por conta da pressão de terceiros. O que a fez agir contigo daquela forma, Gabes. Foi tudo pressão.

Assenti. Ela se levantou e foi atrás do namorado. Maldita síndrome de Rafiki, tinha essa menina Bruna.

Decidi sair dessa maldita fossa e ir dançar. Tava tocando a música favorita da Amanda e pude imaginar que ela estava no meio da pista, com um monte de cara em volta querendo se fundir com ela, e não foi diferente.

Muitas das garotas estavam de vestidões, e lá estava a minha menina. No meio da pista, dançando o cover de Lana del Rey favorito dela pra baladas, rebolando e fazendo com que todo mundo a olhasse. Ou as garotas olhando como se ela fosse uma puta, ou os caras a olhando como “Meu Deus, eu preciso dessa mulher”. E eu sabia de uma coisa: eu precisava dessa mulher.

Não tive coragem de chegar nela, mas outro cara teve: Renato.

Claro que Renato chegaria até ela. O cara tá de olho na menina desde o momento em que chegou aqui! O que sinceramente, eu acho o maior desrespeito do mundo. Um irmão gêmeo ir atrás da namorada do defunto é, no mínimo, desrespeitoso. Inclusive, meu maior trauma quanto a Harry Potter envolve isso.

Quando percebi a cena, fui atrás dela. Abracei-a por trás, segurando sua cintura e fazendo um coro de “Ó”s de todos os fuxiqueiros que continuavam ali nos encarando. Ela, de canto de olho, me viu e continuou a dançar despreocupadamente, como se eu não estivesse ali.

— Você nem mesmo vai se lembrar disso amanhã – sussurrou.

— Eu vou. A gente vai acordar junto e contar pros nossos piás que foi o dia em que a gente resolveu parar de besteira e voltar.

— Vou te dar um desconto, porque eu já tô bebassa – brincou ela, continuando a dançar.

Passamos a noite toda nessa de dançarmos juntos e bebermos juntos, e chegou uma hora em que simplesmente fomos parar do outro lado do campus. Era de noite, estava ventando e o vestido dela não cobria nem metade das coxas. A garota tremia feito bambu na ventania.

— Veste isso.

Joguei meu smoking pra ela, que obedeceu e o vestiu. Fitou todas as luzinhas que compunham o céu, incluindo as lamparinas antigas do instituto, as estrelas e as luzes dos quartos de antissociais que não haviam querido uma festa. Suspirou.

— Eu não gosto dessa situação.

— Que situação?

— Eu e você, fingindo que nada aconteceu, caindo de bêbados. Eu espero do fundo do meu coração que uma ressaca moral não te pegue amanhã e que você não me xingue de vadia por te seduzir de novo.

— Eu tô numa ressaca moral desde o dia em que eu te magoei.

Ela apenas me encarou por canto do olho e não falou mais nada. Continuou deitada, observando as luzes e respirando pela boca. Quando Amanda bebia, algo acontecia com seu organismo em que ela tinha uma enorme dificuldade em respirar que nem gente normal. Deitei-me ao seu lado e comecei a observá-la.

Não sei quando teria a oportunidade de estar tão perto dela sem brigas, sem discussões e sem agressões, então, mesmo embriagado – de amor e álcool, por mais piegas que isso pareça – eu decidi que queria guardar cada detalhe dela naquele momento, na minha cabeça.

Seu perfume de baunilha, cachaça e tabaco. Seu par de olhos maravilhosos. Os cabelos ruivos esvoaçantes, que, independente do que seu corpo cheirasse, sempre eram perfumados pelo shampoo favorito da pequena. Sua concentração ao fitar algo específico que muito a fascinava, o que a fazia ficar com uma feição séria e irresistível. E seu corpo. Por Deus, como eu amava cada pequena curva.

— Você é maravilhosa – soltei sem pensar.

— ‘Cê vai acabar se arrependendo disso.

— De te elogiar?

— De me seduzir.

Sorri, me aproximei dela e a beijei na testa. Ela segurou minha camisa e selou os lábios nos meus. Não da maneira sutil e contida que costumava fazer depois que eu beijava sua testa: com uma voracidade que eu até estranhei.

Quando dei por mim, estava sem camisa, abrindo seu vestido.

— Por Deus – sussurrei – Vem, a gente vai acabar fazendo besteira no meio do campus.

Ela sorriu de maneira pervertida e segurou minha mão. Juntos, a gente foi pro quarto dos caras. O que a gente fez lá, acho que já tá subentendido.

Gabriel's POV off.


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