Dormi como um anjo, pensando na noite passada, ou talvez fosse apenas um sonho, é... só poderia ser um sonho. Levantei e meio Rr tonta fui pro banheiro tomar um banho... enquanto a água escorria pelo meu corpo, pensei no meu suposto sonho, será mesmo um sonho? Parecia tão real, e ao mesmo tempo tão inventado... Deixei os pensamentos de lado e sai do chuveiro, me enrolei na toalha e coloquei a roupa.

Desci as escadas com pressa e a escova de dentes na boca, ele estava sentado comendo uma torrada na maior tranquilidade!

Peguei uma maçã, cuspi na pia, lavei a boca e comecei a andar em direção à porta quando senti mãos grandes circularem a minha cintura, fiquei estática, não pode ser... aquela noite, não foi sonho...

– Roza, não vai nem me dar um bom dia- ele disse cheio de malícia na voz

–nós combinamos sermos normais apenas na escola não é? - Eu ainda não me mexia

– Rose? Eu fiz alguma coisa? Por que não está falando comigo?- Me recompuz e disse:

–Não, você não fez nada, é que eu pensei... Eu achei... ah... Eu pensei que fosse um sonho...- Disse sentindo a droga do sangue subir para as minhas bochechas.

– Por que eu estava indo tão cedo? Ainda são seis e quinze- fiquei meio confusa, nunca acordei tão cedo.

–Que horas fui dormir?-

–Acho que nove horas, por aí...-

–Nove horas! O que aconteceu noite passada? Não me lembro de beber...- ele riu e me deu um selinho.

–Então, vai querer carona meu amor?-

–Prometi a Yurik que ia com ele, mas se quiser me dar carona até a casa dele agradeço- ele foi até a mesa pegou às chaves, e abriu a porta do carro como o cavalheiro que era.

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Devíamos estar na metade do caminho, o silêncio estava me matando! Graças a Deus ele me perguntou:

–Então... essa seria uma boa hora te conhecer melhor.- fiquei meio chocada, não vou mentir.

–Não tem muito o que falar... Nada tão excitante...-

–Bom, como você é órfã, deve ter...- serguei a risada.

–Pera aí quem te falou isso?- ele pareceu meio envergonhado e surpreso ao mesmo tempo, esperando um buraco se abrir para entrar.

–Lembra daquele dia que achei que você era gay? Pronto! Agora estamos quites- não esperei reação e continuei falando.

–Quase nunca vejo minha mãe, no máximo duas vezes por ano, ela está sempre viajando. E nunca vi meu pai, eu era muito pequena para poder me lembrar dele.- deixei o assunto de lado e um silêncio se instalou entre nós. Então lembrei que estava indo me encontrar com Yurik.

–É aqui- ele encostou o carro, tirei o cinto e peguei a mochila

–obrigada- dei um selinho nele que ele estranhamente não retribuiu. Estranho... - bem camarada, preciso ir... - Fui interrompida pelo russo zangado ao meu lado - Claro Rose, você deve ir, e não se atrase pra aula - fechou a porta do carro e saiu, eu particularmente Não gostei da irritação dele sem motivo!

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E no que isso resultou?! Exatamente, uma Rosimarie Hathaway com muito mal humor o resto do dia! E o coitado do Yurik teve que me aguentar, tudo por culpa daquele maldito russo e sua irritação...

– Rose o que há com você? Tá possuída por acaso?! - dei um olhar mortal para ele.

–Não é nada... nada...- dizia quase rosnando como um cão com raiva, ele revirou os olhos.

– Sério? Você parecida bem confortável beijando o professor ali...- Parei, ele sabia, ah grande coisa, quer saber! QUE SE DANE!

–Ta legal! Eu namoro o professor de química, e daí? E ele tá com raiva e eu não sei por que! Eu to ficando louca! Então algum problema?!- ele ficou me olhando como se eu fosse uma assassina, e derrepente ele sorriu e bateu palmas em quanto dava gritinhos como a boa bicha que era!

– Ai minha diva! Por que não me contou antes?! - dei uma gargalhada bem alta, que até o outro lado da rua deve ter escutado.

–Vamos logo bichinha- disse ainda em risos. Cheguei aos portões da faculdade na hora exata. Então um homem alto e loiro me parou. -Olá Roza- não me lembrava de conhecer o tal homem... ele me lembrava alguém, só não lembro quem...

Percebi que ele tinha uma pequena cicatriz na sobrancelha direita.

– Ok, quem é você e como sabe meu nome? – Quando ele abriu a boca pra responder as minhas perguntas vi por trás do ombro dele o Russo irritadinho, fiquei tensa no mesmo instante, notei o gay que dizia ser meu amigo tentar abafar o riso e encarar o cara loiro descaradamente enquanto ele vinha andando rápido parecendo com uma vontade imensa de correr até nós...

O cara finalmente se manifestou.

– Sei o que preciso sobre você, e acho melhor eu ir, se quiser marcamos de sair depois - Deu uma piscadela e sumiu com Yurik logo atrás babando na bunda dele. O Russo já tinha chegado, bufando e cansado

– Rose! NUNCA mais fale com ele me ouviu?! NUNCA! - O que? Primeiro ele fica todo irritadinho sem motivo, depois escolhe com quem eu falo?!

– Veja bem Belikov, eu acho que seria melhor marcarmos em outro lugar, afinal, você está quase gritando no portão da faculdade com uma aluna - sussurrei pra enfatizar a raiva e acho que deu certo porque ele deu um leve aceno de cabeça e voltou de onde tinha vindo.

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Essa deve ter sido a pior aula do mundo! Já tinha me preparado psicologicamente antes da aula, mas não adiantou muito. Primeiro ele chegou com a cara de quem queria dizer:Eu vou matar alguém hoje!; Com aquele machucado no queixo. Quando alguém falava ou cochichava, ele batia aquele livro grosso na mesa fazendo a sala calar a boca imediatamente ainda bem que era a última aula do dia!
– todos podem sair... menos você Hathaway... - puta que pariu! O que fiz agora?! Senhor me ajude!
– Tudo bem... por onde começamos? Por que tá todo nervosinho desde manhã? Ou por que não posso falar com aquele cara? - Disse com as mãos na cintura pra enfatizar.
– Isso eu que te pergunto - Tá... agora eu tava confusa mesmo, o que diabos eu fiz?!
– Dimitri, o que eu fiz?
– O que você fez? O que você não fez você quer dizer certo? Mas eu acho que entendo, pegar o novo professor e depois deixar pra lá como se nada tivesse acontecido deve ser bem a sua cara mesmo - Ah ele não disse isso

– Ah esse é seu jeito simpático de me chamar de puta? Lindo. - Ele arregalou os olhos

– Não Rose... - agora parecia cansado

– Eu... me sinto usado entende? Quer dizer, eu digo que te amo a cada 15 minutos desde aquela noite, e você nunca disse, sei que é uma coisa boba, mas eu gostaria de ouvir pelo menos uma vez - E abaixou a cabeça

–Eu não sabia que você se sentia assim- disse colocando as mãos em seu rosto

– Acho que não estou pronta para esse tipo de coisa... São três palavras muito importantes pra mim... não posso sair dizendo isso pra todo mundo, são bem selecionadas, não que eu não goste de você, mas preciso de mais tempo... pode me dar esse tempo? - perguntei dando um selinho

– Claro, te amo e darei o tempo que quiser pra perceber isso também. Mas ainda não quero que você fale com aquele cara, não o gay, o loiro com que você estava falando no portão... - Agora ele estava sério, mais sério do que já tinha visto

– Ok camarada, não se preocupe, sei me cuidar, se ele vier pra cima de mim, é só chutar os ovos certo? - Ele riu baixo e me puxou pra um beijo, começamos devagar pra depois pegar mais velocidade e aprofunda - lo

– Dimitri acho que temos que conversar sobre a... - parado na porta estava o cara loiro olhando pra gente como se fossemos dinossauros jogando ping pong. Nos separamos rapidamente.

– Eu acho que vocês estão muito bem, não precisam de nada... - Eu estava bem curiosa com relação a esse cara, não falamos muito no portão sabia que isso irritaria ainda mais o Dimitri, mas eu precisava saber mais

– Hey cara! Espere! - sai correndo, olhei pra trás e ele estava com cara de quem chupou limão. Encontrei ele parado no corredor olhando pra mim como se já me conhecesse à anos

– Oi... nós nos falamos no portão...

– Sim eu me lembro, não sou burro - parei na frente dele

– Eu só estava dando educação, me desculpe se você esqueceu a sua em casa - Quem esse cara pensava que era! Ele arregalou os olhos e ficou pensativo

– Hum... personalidade forte a sua essas são as melhores. Mil desculpas pela intromissão podem continuar fazendo O que estavam fazendo... você é muito linda Rose. - Ele disse afagando meu braço

– Aliás meu nome é Hector... - Só deu tempo de dar um passo pra trás assustada, um punho veio na direção do rosto do tal Hector, me surpreendi vendo que era o senhor auto-controle, dando um murro que tinha Certeza quebraria pelo menos o nariz. Ele apagou imediatamente e Dimitri me levou pra longe logo depois de colocar o corpo desmaiado do Hector atrás de uma Moita

– Rose ja disse não quero que você fale com ele!-

–por que?!-

–por que ele é estranho!-

–só um estranho reconhece o outro...-

–o que?-

–NADA! Só que ele parecia me conhecer, ele poderia sei lá... saber algo sobre meu pai, não que eu sinta falta dele, longe disso, afinal vivi minha vida toda sem pai e tecnicamente sem mãe, e agora você o nocauteou e escondeu atrás de uma moita! – Isso fez Dimitri se calar -

– Por favor Roza, tente entender, ele não é boa companhia pra você.

– E como você sabe? Sabe quem é ele? Como ele me conhece?- Ele desviou os olhos dos meus, isso indicava mentira.

– Não, não conheço ele, mas ouvi coisas, e pelo que é mais sagrado, não fale com ele, estou pedindo!- Bem, se ele pode mentir, eu também posso. Sei que isso é lema de gente metida e ingrata, mas fazer o que.

– Tudo bem camarada, você não vai me ver falando mais com ele - A tensão deixou seus ombros e ele me abraçou, e repetiu umas cinquenta vezes obrigado, me senti um pouco mal.

Depois disso fomos pra casa e se você acha que aconteceu alguma coisa, errou, errou feio, cheguei em casa dei Boa noite pra ele é dormi, não precisava de mais dor na consciência do que já tinha. Amanhã vai ser um longo dia...