POV Annabeth

Acordei muito bem para quem tinha feito tanto no dia anterior, me espreguicei e olhei que horas eram.

– Hmmm, seis da manhã... – falei com preguiça. – Acordei meia hora antes do relógio. – bocejei e me levantei.

Entrei no banheiro, tranquei a porta, tirei minha roupa e entrei no box para tomar banho, ao sair, sequei-me e enrolei a toalha em volta de meu corpo e fui até o guarda-roupa, e então me lembrei de que as roupas estavam nas sacolas, então em cinco minutos eu havia feito um conjunto, vesti-me, fui ao banheiro e fiz uma maquiagem básica.

O relógio tocou o alarme e eu rapidamente o desliguei. Peguei minha mochila e sai do quarto, descendo para a cozinha. Coloquei a minha mochila no chão da sala e entrei na cozinha, encontrando com a família inteira tomando café, até me espantei porque naquela casa aquela cena não era muito comum.

– Bom dia. – falei meio apreensiva.

– Bom dia. – me responderam, menos o meu pai, que me analisava.

– Qual o problema Frederick? – perguntei olhando para as minhas roupas. – Eu derramei maquiagem na minha roupa? – olhei mais atentamente para minhas roupas.

– Não, nada disso... É só que você... Bem, está diferente do que geralmente você desce para tomar café da manhã. – falou olhando nos meus olhos.

– Faz parte de ser adolescente... – falei e virei-me para a geladeira, abrindo-a e pegando o pedaço do bolo que eu tinha feito alguns dias antes, mas que ainda estava bom.

Sentei-me e peguei o suco de laranja e coloquei em um copo vazio. Comi meu café da manhã com os olhares da família sobre mim, quando acabei, subi, escovei meus dentes e desci para poder ir para o colégio. Peguei minha mochila e fui para o meu carro, entrei nele e joguei a mochila no banco do passageiro, dei a partida no carro e fui em direção à escola.

Estacionei meu carro e sai, assim que eu sai ninguém prestou atenção em mim, e os que prestaram pensaram ser uma novata, mas assim que eu ouvi alguém gritando o meu nome e todo mundo olhando para Thalia e seu grupinho de desconhecidos totais do colégio todo mundo percebeu que aquela garota com pouca maquiagem e roupas completamente diferentes era na verdade Annabeth Chase.

– Annabeth! – a doida da Thalia gritou de novo. – Anda mais devagar que eu não estou a fim de correr para te alcançar.

– Curta e grossa até não querer mais não é mesmo Thalia? – falei rindo quando ela chegou perto de mim.

– Fazer o quê? – falou se escorando em um moreno ao seu lado. – Essa sou eu e eu sempre serei assim.

– Eu que o diga! – falou o moreno e nós rimos. Ele olhou para mim, sorriu e estendeu sua mão. – Prazer, Nico di Angelo, namorado da sua melhor amiga. – nós apertamos nossas mãos.

– Prazer, Annabeth Chase, mas acho que você já sabe que eu sou. – falei e ele riu.

– Bem, vou te apresentar o pessoal com quem você vai andar a partir de agora: - Thalia falou e se colocou no meio de Jason e uma garota de olhos que pareciam mudar de cor e de cabelos castanhos. – Bem, esse aqui você sabe quem é então não preciso apresentá-lo, e essa aqui é Piper. – Ela saiu do meio dos dois e foi até um garoto de cabelos cacheados com um sorriso irônico no rosto e uma garota de cabelos pretos bem arrumados. – Esse aqui é o Leo e essa aqui é a Reyna. – e então ela foi para um garoto com traços asiáticos, alto com cabelo estilo militar, muito forte e uma garota negra muito bonita. – Esse aqui é o Frank e essa é a Hazel.

– Oi. – falei meio sem graça, eram muitos.

– Oi. – responderam de volta. Thalia riu e veio até mim, passando o braço pelo meu pescoço e dando sinal para os outros seguirem-na e saiu me puxando até o meu armário.

– Precisa ficar envergonhada assim não Annie. – ela falou sorrindo. – Já, já você se acostuma com esse povo. E se quer um conselho, fique longe do Leo, ele gosta de pegar as coisas dos outros.

– EI!!!!! – Leo reclamou e nós rimos.

– Pode deixar Thals! – falei sorrindo.

Chegamos ao meu armário e eu o abri e peguei o material para os dois primeiros horários.

– Me deixa ver se eu tenho alguma aula com você. – ela falou arreganhando a porta e olhando o horário. – No quinto horário você tem história com a professora Ártemis e eu também, então no quinto horário você vai sentar comigo e não aquele idiota do Castellan. – eu ri.

– Você ficou sabendo? – perguntei. – Ele foi suspenso depois que derrubou Grover na aula de química logo no segundo dia de aula. – falei. – E depois da aula levou uma surra de um novato.

– Que novato? – perguntou Nico. – Ele merece meus parabéns.

– Percy Jackson. – falei e apontei com a cabeça para ele e Grover, que estavam encostados nos armários conversando.

– Legal. – ele falou. – Depois eu vou lá falar com ele, já que o sinal bate em alguns minutos vou ficar aqui com vocês. – ele abraçou Thalia por trás.

Nós ficamos ali conversando até o sinal bater, mas toda vez que alguém passava por mim me olhava esquisito e comentava algo com a pessoa ao lado, falando sobre minha mudança repentina de estilo. Assim que o sinal bateu todos se despediram e foram para suas aulas e eu fui para a minha aula de filosofia, então me lembrei de que Percy também tinha aula de filosofia. “Não Annabeth, esquece, ele não vai querer que você sente ao lado dele”.

Entrei na sala e sentei-me lá atrás, mas logo as pessoas começaram a cochichar e olhar estranho para mim. Respirei fundo, abri meu caderno nas últimas folhas e fiquei desenhando nele, quando dei por mim tinha desenhado um cavalo e a sala estava cheia e o professor já estava em sala.

Alguém bateu na porta e entrou, era Percy.

– Entre Percy. – o professor falou sem dar a menor importância para o atraso dele.

Percy procurou um lugar para sentar e percebeu que só tinha um lugar vazio na sala: ao meu lado. Ele fez uma cara de quem comeu e não gostou e veio até a mesa, sentou-se e arrumou o seu material. O professor fez a chamada e depois pediu para que nós abríssemos o livro no capítulo 2, ele começou a explicar a matéria e eu apenas prestava atenção, mas mais ninguém fazia isso, todos cochichavam sobre mim, mas o professor não sabia disso. Até que ele se irritou, ele bateu as mãos na mesa e encarou todo mundo.

– Posso saber o motivo de tanta falação na minha aula?! – falou irritado. – Geralmente vocês não ficam agitados assim nas minhas aulas. – um garoto levantou a mão. – Fale.

– O motivo é uma pessoa nessa sala, que deu uma repaginada no visual. – ele falou.

– Quem? – perguntou o professor e eu engoli seco.

– Annabeth Chase. – o professor olhou para mim e eu abaixei a cabeça.

– E qual foi a repaginada que ela deu James? – o professor perguntou andando até o aluno e o encarou, apoiando-se na mesa.

– Ela mudou o estilo de se vestir e está andando com os... – ele procurou as palavras. – com um pessoal não muito bem falado no colégio. – falou.

– E desde quando isso é motivo de tanta falação? – ele perguntou e veio até mim. – Annabeth? – chamou-me e eu o olhei.

– Sim?

– Você está se sentindo incomodada com tantas pessoas falando de você? – ele perguntou docilmente.

– Não. – falei e sorri. – Isso não vai me afetar, só me incomoda que eu não consigo ouvir o que você fala. – foi a vez dele sorrir.

– Bem, então já que é assim... – ele voltou para sua mesa e apoiou-se nela. – A partir de agora, qualquer cochicho que seja eu vou anotar todo mundo da sala. – ele falou severamente. – Estamos entendidos?

– Sim professor Apolo. – todos nós respondemos.

– Certo, então vamos voltar à Grécia Antiga. – falou animado e voltou a falar da matéria. Eu dei uma risadinha e voltei a prestar atenção nela e dessa vez todos também prestavam.

POV Percy

Quando o sinal bateu, eu me lembrei de que eu tinha que pegar um livro que peguei emprestado com uma garota da minha sala de Espanhol, então voltei correndo para o carro, peguei o livro e voltei correndo, bati na porta e o professor falou para entrar e eu entrei.

Procurei um lugar para sentar e percebi que o único lugar vazio era ao lado dela, Annabeth Chase, mas ela parecia diferente, sua maquiagem estava mais fraca e sua roupa não era nada vulgar, seus cabelos loiros cacheados caiam como cascatas sobre suas costas, ela estava até bonita, mas continuava sendo aquela garota que era a puta do colégio.

Sentei-me lá a contragosto já que não tinha outro lugar vazio na sala. Arrumei meu material e tentei prestar atenção na aula, mas isso era quase impossível, já que todos estavam conversando, até que o professor se irritou e bateu a mão na mesa, encarando todos.

– Posso saber o motivo de tanta falação na minha aula?! – falou irritado. – Geralmente vocês não ficam agitados assim nas minhas aulas. – James levantou a mão. – Fale.

– O motivo é uma pessoa nessa sala, que deu uma repaginada no visual. – ele falou.

– Quem? – perguntou o professor e Annabeth engoliu seco.

– Annabeth Chase. – o professor olhou para ela e a mesma abaixou a cabeça.

– E qual foi a repaginada que ela deu James? – o professor perguntou andando até o aluno e o encarou, apoiando-se na mesa.

– Ela mudou o estilo de vestir e está andando com os... – ele procurou as palavras. – com um pessoal não muito bem falado do colégio. – falou.

– E desde quando isso é motivo de tanta falação? – ele perguntou e foi até Annabeth. – Annabeth? – chamou-a e ela o olhou.

– Sim?

– Você está se sentindo incomodada com tantas pessoas falando de você? – perguntou docilmente.

– Não. – falou e sorriu simpaticamente. – Isso não vai me afetar, só me incomoda que eu não consigo ouvir o que você fala. – o professor sorriu.

– Bem, então já que é assim... – ele voltou-se para a sua mesa e apoiou-se nela. – A partir de agora, qualquer cochicho que seja eu vou anotar todo mundo da sala. – falou severamente. – Estamos entendidos?

– Sim professor Apolo. – todos nós respondemos.

– Certo, então vamos voltar à Grécia Antiga. – falou animado e voltou a falar da matéria. Ouvi Annabeth dar uma risadinha e ficou prestando atenção na aula, aproveitando que todos estavam quietos.

Olhei para ela e vi o quanto ela estava bonita, a pouca maquiagem deixava seus olhos cinzas mais chamativos, mas menos de dois minutos depois eu senti meu celular vibrando sinalizando um SMS, peguei o celular e olhei o que era.

“De: Grover”

“Cara! Não acredito! Pedi para ir beber água no horário de aula e ao sair encontrei com a Júniper no corredor!!! Eu tomei coragem e a chamei para sair!!! E ELA ACEITOU!!!!!! Eu estou eufórico, sexta vamos saindo, tomara que eu consiga me confessar para ela!”

Sorri.

– Se eu fosse você guardava esse celular. – Annabeth sussurrou docilmente. – O professor está olhando constantemente para cá. – eu olhei para o professor e vi que ela tinha razão.

– Obrigado. – sussurrei de volta para ela.

– Não há de que. – respondeu sussurrando.

– Bem pessoal. – o professor falou colocando o livro dentro da maleta dele. – Posem arrumar seu material, próxima aula eu espero que vocês estejam mais quietos.

Nós começamos a arrumar nossos materiais até que sem querer eu derrubei um caderno de Annabeth.

– Desculpe. – falei indo pegar, mas ela também ia pegar e nossas mãos acabaram se encostando.

Quando nossas mãos se encostaram eu senti um choque percorrer meu corpo, e acho que ela também, pois ela puxou sua mão rapidamente. Peguei o caderno e entreguei-o para ela.

– Desculpe. – repeti e ela o pegou. – Foi sem querer.

– Que isso, precisa se preocupar não. – falou e guardou o caderno. – Essas coisas acontecem. – ela sorriu docilmente, suas bochechas estavam coradas.

– Verdade. – falei e em seguida o sinal bateu.

– Bem, tchau Percy. – ela sorriu e saiu andando.

– Tchau. – falei.

Sai da sala e fui até a sala de Química, que era o meu 2º horário. Coloquei meu material em uma cadeira e olhei minha mão “O que foi aquilo?”, perguntei-me me lembrando do choque entre nossas mãos.

– Que esquisito. – pensei alto e me sentei na cadeira.

Pouco tempo depois Grover entrou correndo na sala e se sentou ao meu lado.

– Recebeu meu SMS? – perguntou todo afobado.

– Sim.

– E porque não respondeu?

– Bem, porque eu estava em sala e porque o professor não parava de olhar para Annabeth, que estava ao meu lado. – falei e me debrucei sobre a mesa.

– O que? A Chase sentou ao seu lado? Por quê?

– Na verdade, eu que sentei ao lado dela, eu cheguei atrasado e era o único lugar vazio na sala. – franzi o cenho, confuso. – Ela tá diferente...

– Como assim diferente? – levantei a cabeça.

– Ela não está se vestindo que nem uma puta e nem agindo como tal também.

– Interessante... Então ela quer mudar mesmo... Isso explica os boatos que o pessoal tá falando.

– Nessa escola as coisas correm rápido demais... – falei e o sinal bateu e em seguida a professora entrou.

– Silêncio todos porque minha última aula foi um falatório insuportável. – a professora falou estressada.

– IIIhhh! – Grover exclamou sussurrando. – Tá de TPM! – dei uma risadinha.

A professora começou a explicar a matéria e em seguida nos mostrou o que era para fazer e praticamente a aula inteira foi assim.

No intervalo para o almoço eu e Grover nos sentamos no mesmo lugar que nós sempre sentamos, mas pouco tempo depois nós vimos um grupo de pessoas entrando no pátio e se sentando mais ao canto e então eu percebi que aquele era o grupo com quem Annabeth estava andando, pois a mesma estava lá.

Um moreno alto nos viu ali e, junto com um garoto de cabelos castanhos , veio até nós.

– Oi. Você seria Percy Jackson? – perguntou o moreno, que tinha castanhos bem profundos.

– Sou sim. E vocês? Quem são? – perguntei.

– Sou Nico di Angelo. – respondeu o moreno.

– E eu sou Leo Valdez. – respondeu o de cabelos castanhos.

– Bem, é que eu fiquei sabendo que você brigou com o Luke e deu um bom sacode nele. – Nico sentou-se na mesa e colocou o pé no banco. – Queria te dar os parabéns, você é o segundo cara que que conseguiu esse feito.

– Segundo? – perguntei confuso. O lugar estava começando a encher. – E quem foi o primeiro?

– Fui eu. – Nico falou. – Foi depois que ele provocou certo amigo meu, que por sinal é o garoto ao seu lado. – eu ri.

– Grover, é só impressão minha ou o Luke gosta de apanhar quando se mete contigo?! – nós rimos.

– Vem com a gente, senta na nossa mesa, vocês estão muito alones aqui.

– Ah cara, sei não. – falei lembrando-me de que Annabeth estava lá.

– Ei cara, preocupa não. – Leo brincou e chegou mais perto. – Annie não morde! A não ser que você queira. – eles riram e eu sorri ofendido.

– Ok, ok, eu vou. – nós pegamos nossas bandejas e fomos para lá. – Oi. – falei e todos responderam.

Nós ficamos ali almoçando, conversando, brincando e rindo, e eu pude perceber que a Annabeth que estava ali era bem diferente da Annabeth que estava tentando me conquistar até alguns dias antes, aquela ali era mais bonita, mais divertida, mais simpática e menos oferecida. Pena que aquele momento acabou assim que eu vi uma garota entrando no pátio.

– Oh não, ela não. – gemi frustrado.