A Inútil Capacidade de Ser Indiferente escrita por Fabrício Fonseca


Capítulo 8
Sete - MINHA RELAÇÃO COM O D




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No inicio era só mais uma amizade qualquer, a gente se falava no intervalo das aulas e se cumprimentava quando se esbarrava na rua; mas logo depois ele começou a se sentar na carteira do meu lado na escola e a conversar comigo durante as aulas, até mesmo durante a aula de matemática – ele nem se preocupava que a nossa professora chata poderia nos colocar para fora da sala apenas por estar conversando; o fato dele correr o risco só para conversar comigo me diverte.

Quando a gente sai da sala e anda pelo pátio nossos colegas nos olham como se fossemos um desses casais clichês de novela, os amigos dele estão sempre dizendo para a gente se assumir e no começo eu apenas achava que era mais uma bobagem de adolescentes.

Mas eu senti que as coisas estavam mudando e não me afastei dele porque sei que a ordem natural é que ele me deixe de lado, e não o inverso.

Mas as coisas só se concretizaram nesse domingo. Ele me ligou logo de manhã porque sabe que no domingo eu não consigo dormir até tarde – não sei explicar o porquê – e me chamou pra gente passar o dia juntos. Eu fiquei tão animada que nem percebi que aquilo parecia uma cilada, não uma cilada dele, mas sim do destino.

O.K. vou tentar ser menos dramática porque isso está ficando clichê demais; e eu não estou nem aí que você ame drama.

A gente ficou a manhã toda andando pela cidade e quando estava um pouco mais tarde ele me trouxe para o lago e comprou cachorros-quentes para a gente comer e logo depois tomamos sorvete. Ele me levou para dar uma volta de bicicleta e conhecer seus amigos, não os amigos de escola, mas sim os de verdade, aqueles que ele passa a maior parte do tempo e eu me diverti muito.

Quando estava escurecendo a gente andou até a praça e se sentou em um dos bancos e ficou assistindo o sol se por; e foi então que ele segurou meu rosto e me beijou.

Foi naquele momento que eu percebi que não existiam “as coisas como antes”, porque eu sempre me sinto estranha quando estou com ele. Eu sempre me importei com ele mais do que devia.

E quando ele atravessou a “linha da amizade” fez com que eu percebesse que não há mais como sermos amigos, mas também não podemos ser outra coisa porque sei que um dia ele irá se cansar de mim e me deixará, e é melhor deixar as coisas assim antes que fiquem mais... Fortes.

Mas mesmo sabendo que posso sofrer não consigo impor o “fim”, porque a ordem natural das coisas é que ele me deixe, e não o inverso.


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