A Inútil Capacidade de Ser Indiferente escrita por Fabrício Fonseca


Capítulo 21
Epílogo




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Fico pensando sobre o que Thomás me disse ontem antes de ir embora, sobre as coisas serem melhor agora; antes eu acharia que tudo aquilo era bobagem, mas agora realmente acho que tudo pode ser melhor porque eu me tornei uma pessoa diferente. Esse pensamento me faz sorrir.

 

Olho as horas no telefone: 07:21.

Estou na sala de casa sentada no sofá ao lado do meu pai. A gente está esperando por minha mãe que ainda está se arrumando.

Como é domingo a gente decidiu sair para ir tomar café da manhã fora - e como não consigo dormir até tarde no domingo, não precisei ser acordada.

—Estou pronta - ela diz vindo pelo corredor usando um vestido florido longo, o cabelo loiro cai sobre os ombros e como sempre ela está linda.

Por insistência dela estou usando uma saia jeans curta verde escura; como não conseguiu me convencer totalmente vesti uma blusa preta de manga curta, calcei um tênis e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo.

Saímos de casa e vamos andando para a praça.

A feira está cheia, pessoas passam com sacolas com verdura de um lado para o outro e o grito dos vendedores é inconfundível.

—Olha, o Marcos e a Camila estão alí - minha mãe diz indicando para a irmã e o cunhado que estão próximos á uma barraca de frutas. - Quero conversar com ela sobre a médica que ela vai me levar para fazer uma consulta.

— Vamos lá - meu pai diz quando olho para trás.

—Me encontro com vocês agora - digo ao avistar uma pessoa.

—Tudo bem, não demora - fala meu pai antes de sair andando.

Caminho em direção ao meio da praça onde um grupo de garotos está conversando, mas apenas um deles me interessa.

O cabelo quase totalmente cortado, os olhos verdes que combinam perfeitamente com a pele negra o corpo forte. Ele é inconfundível.

Diego anda em minha direção sorrindo quando me vê. Sem conseguir resistir sorrio de volta para ele. Paramos de frente um para o outro.

—Quando você chegou? - Pergunto.

—Agora - ele aponta para a bolsa em suas costas. - Estava indo em sua casa te ver, mas acabei topando com os garotos.

—Estou feliz que você esteja de volta - digo sorrindo.

—Estou feliz por estar de volta. - Seus olhos parecem estar brilhando.

—Laura, vamos! - Meu pai chama, olho rapidamente para trás.

Me viro para me despedir.

—Quer fazer algo hoje á noite? - Ele fala antes que eu possa dizer alguma coisa.

—Tipo um encontro? - Pergunto ainda sorrindo, simplesmente não consigo parar de sorrir.

—Se você quiser.

—É, pode ser... Me liga depois, preciso ir agora.

Minha vontade era pular encima dele, lhe abraçar e dizer que claro que eu quero ter um encontro com ele, mas se fizesse isso não seria bem eu.

Acho que tudo bem ser inutilmente indiferente só mais uma vez!

Me viro e corro em direção aos meus pais. Espero que ele esteja me olhando.


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