João,

Hoje é o aniversário da Anna e é impossível não pensar em você.

Faz um ano que nós dois nos beijamos, e é engraçado porque quando te conheci achei que você seria só mais uma pessoa que conheci por acaso, e por fim você se mostrou ser alguém muito especial. Eu fico feliz por isso.

Mas, como todos os outros, você também foi embora; sei que sua partida era algo óbvio, mas estaria mentindo se dissesse que não fiquei triste por isso. Eu deveria ter pensado em um jeito de continuarmos nos falando; ter pedido seu número de telefone ou seu e-mail; deveria ter pensado em algo.

As vezes me pergunto se você se lembra de mim, acho que nunca me esquecerei de você -, mas devo confessar que cada vez mais sua imagem fica menos nítida na minha cabeça.

Acho que você gostaria de saber que eu meio que me vinguei da sua prima, ela passou uma vergonha e tanto, se um dia eu voltar a me encontrar com você te conto essa história. Seria cômico se não fosse trágico.

De repente me veio algumas perguntas á cabeça: você conseguiu viver uma aventura digna dos romances que ama ler? Pensa ou já falou sobre mim para algum amigo seu? Eu marquei a sua vida como você marcou a minha? Espero que um dia você possa responder á essas perguntas.

Tento imaginar como seria se tivéssemos continuado á nos falar, talvez a gente se tornasse melhores amigos ou até mesmo vivêssemos um romance á distância, confesso que acho que seria bastante legal. Mas acho que no fim você acabaria me magoando, é o que as pessoas sempre fazem. Sempre acabam me deixando.

Mas não quero pensar sobre isso, prefiro imaginar que seríamos ótimos juntos - sendo amigos ou mais que isso -, que seríamos perfeitos.

Termino essa carta dizendo que ainda tenho esperança de que nos encontraremos de novo, e que, diferente dos outros, você não irá me magoar, porque você é diferente das outras pessoas.

Espero que as coisas estejam bem para você.

Com carinho,

Da garota que deu á você o primeiro beijo, Laura.