A Inútil Capacidade de Ser Indiferente escrita por Fabrício Fonseca


Capítulo 18
Dezessete




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/561807/chapter/18

Agora são exatamente 23:00hrs e tem uns quarenta minutos que todas as luzes foram apagadas.

Me levanto da cama devagar tentando não fazer barulho e vou até o guarda-roupa, tiro o pijama rapidamente e visto um short e uma blusa de manga longa, pego o all-star no pé da cama e calço rapidamente. Antes de sair pego o caderno encima da cômoda, folheio até encontrar a carta que estou procurando e á arranco.

Saio do quarto devagar tentando não fazer barulho enquanto coloco o telefone no bolso traseiro do short. Paro no meio da sala para dobrar a folha do caderno e só quando alguém toca no meu ombro percebo que fiz barulho.

–Onde você pensa que vai, mocinha? - Meu pai diz atrás de mim.

Me viro e fico de frente para ele, seu cabelo está amarrado em um coque e ele está só com a calça de dormir.

–Eu... Eu... só estava indo á cozinha, pai. Estou sentindo um pouco de sede.

–E é realmente necessário trocar de roupa para ir até a cozinha? E até mesmo calçar o tênis?

Deixo os ombros caírem; eu fui pega.

–Eu estava saindo para me encontrar com o Thomás.

–Quando eu tinha sua idade Laura, eu fiz muitas coisas idiotas. Eu deixava seu avô maluco...

–O que você está querendo dizer, pai?

–Estou dizendo que você pode sair, contanto que não faça nenhuma coisa idiota de que possa se arrepender depois.

–Obrigado, pai - pulo sobre ele, lhe abraçando e dando um beijo em seu rosto.

–Eliza me contou sobre a conversa que você teve com ela... Obrigado por isso.

–Eu não falei aquilo por gentileza, pai.

–Eu sei, mas agradeço mesmo assim. - Ele beija minha cabeça. - Agora vai logo antes que eu volte atrás e mande você ir para sua cama.

–O.K. tchau, pai - digo caminhando até a porta.

Saio rapidamente e vou correndo pela rua.

*

Eu já fiz trabalho com Vanessa em sua casa e por isso sei onde é a casa da tia de Thomás. Pouco antes de chegar até a casa mando uma mensagem para ele avisando que estou chegando, assim que viro a esquina o vejo parado na calçada.

–Você demorou menos do que eu esperava, isso é um acontecimento - ele diz assim que paro em sua frente. -Vem, preparei nosso lugar de dormir. - Nós entramos e ele fecha o portão.

Ele me guia pela lateral da casa e nós vamos para o quintal. Sobre a grama no meio do amplo quintal ele estendeu um pano cor de rosa.

–Será uma noite romântica - ele diz em tom de brincadeira enquanto andamos até onde está o pano rosa.

–Não esperaria nada menos de você - digo no mesmo tom. Tiro o tênis e me sento ao seu lado. - Thomás, eu gostaria de te agradecer pelo que você me disse hoje cedo, eu realmente precisava que jogassem aquilo na minha cara.

Me inclino e lhe dou um abraço.

–Você disse que não iria me atacar - diz rindo.

Apenas o ignoro.

–Eu escrevi essa carta para o João, o garoto que eu dei meu primeiro beijo - falo com o papel na mão. - Vocês meio que têm um jeito parecido, então eu decidi dar essa carta pra você.

–Então lê para mim - ele diz sorrindo.

–Tudo bem, eu leio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Inútil Capacidade de Ser Indiferente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.