Daddy's Little Girl escrita por Yammy


Capítulo 8
Primeiro Amor


Notas iniciais do capítulo

Então... mais uma recomendação? Meu coração não aguenta, gente! Sério! Annakiwi, você quer me matar, né? Não sei nem o que dizer! Que bom mesmo que está gostando da história e espero ver sua carinha sempre aqui comentando. Assim como todos vocês! Vocês são maravilhosos e fazem meu kokoro go dokidoki



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Estava imóvel há pelo menos uns vinte minutos.

Anos de treinamento o ensinaram a ser discreto, a se esconder como se não existisse. Como se fosse apenas um sopro de vento ouvindo os sons ao redor. Um verdadeiro ninja precisava saber disso. Apesar disso, não conseguia. Estava prestes a abrir a porta de casa quando ouviu vozes. Tudo o que ouvia parecia absurdo e precisava protestar, mas sabia que não teria outra oportunidade de saber o que mais temia.

– Então, você gosta dele?

– Não é gostar – podia sentir, do outro lado da porta, o desespero de Sarada ao responder – é que ele é tão inteligente e parece tão diferente dos outros...

– Que outros? Tem outros? – Sakura parecia ter lido seus pensamentos. Quantos outros uma menina de oito anos poderia conhecer?

– Inojin é um pateta que tem medo da tia Ino. Quem tem medo da tia Ino? Você assusta bem mais, mamãe.

Para ser honesto, não conseguia considerar Inojin um menino. Yamanaka sempre quis uma menina e praticamente cria o menino como se fosse uma. Não é como se Sai fosse um grande protestante em prol dos direitos masculinos, afinal.

– Shikadai é tão inteligente. Tão bonito... – continuou – eu não sei o que eu sinto, mas...

– Sasuke, panaca, tá fazendo o que aí? – não era a voz de Sakura nem de Sarada. Um Naruto escandaloso tinha dado um tapa nas costas de Sasuke e berrava a plenos pulmões – Tá ouvindo o que aí dentro?

– Maldito... – foi o que conseguiu dizer antes da porta se abrir, revelando um par de olhos verdes arregalados. Não sabia se sentia medo ou se ficava envergonhado.

– Entra – foi o que disse, ríspida – Naruto, vai trabalhar. Agora! – e fechou a porta com raiva, murmurando algo sobre hokage ser apenas um título e que o Uzumaki era um desocupado.

Quando ele entrou, Sarada parecia nervosa. Tentava manter uma expressão indiferente, mas suas mãos brincavam insistentemente com a franja da almofada. Era meio estranho ouvir a conversa das duas e ter que encará-las depois. Sentia-se errado.

– Agora seja um bom pai e dê conselhos pra sua filha – ordenou Sakura, sentando na poltrona e cruzando as pernas.

Opa.

– Se é tão habilidoso pra conseguir ouvir uma conversa sem ser notado, com certeza é bom para problemas assim, não é?

Algo no seu olhar o assustava. Provavelmente raiva consigo mesma por não ter percebido a espionagem antes, por mais óbvia que fosse.

– Como eu posso dar conselhos amorosos a uma garota de oito anos? – deu de ombros, mantendo o olhar firme, e Sasuke sentiu que não tinha saída – Então... Shikadai...

– Papai, por favor, não faz isso – as franjas das almofadas estavam totalmente esticadas e as pequenas mãos procuravam algo para se entreter – que vergonha!

– Por que com a sua mãe você fala e comigo não?

– Porque mamãe não vai torturar, explodir ou seja lá o que sua mente perversa quer fazer com garotos da vila!

Sentiu-se ofendido. Não é como se realmente fosse fazer alguma dessas coisas... Claro que dependia do momento, tinha sim muita vontade e pouparia muito trabalho futuro. Se com oito anos ela já sentia coisas... Não queria imaginar quando fosse mais velha.

Abriu a boca várias vezes para falar, mas nenhum som saía.

– Sasuke... – pressionou Sakura. Parecia tão serena conversando com a filha sobre amor e, de repente, um monstro que poderia transformá-lo em pedra. Maldita gravidez e malditas alterações de humor.

– Bom... – limpou a garganta, desconfortável – eu demorei anos até decidir contar à sua mãe o que sentia por ela...

– Mas você se casaram – interrompeu – eu não quero me casar! Eu só quero compartilhar tudo com ele, estudar com ele, treinar com ele... Somos gênios! Nossos talentos precisam se unir – entrelaçou os dedos das mãos, como que para representar os dois.

– O que eu quero dizer – fez uma pausa, visivelmente perturbado com o assunto. Era definitivamente muito mais do que estava pronto para suportar e aquilo também era muito mais do que uma criança normal de oito anos poderia decidir sobre o amor, ou seja lá o que fosse aquilo – é que é melhor esperar um pouco até ter certeza de que é ele que você quer.

– Ou talvez seu pai esteja querendo adiar o sofrimento dele – intrometeu-se Sakura, levantando e sentando ao lado da filha – se é o que você quer, vai falar com o Shikadai. Pode não ter certeza do que é agora, mas se tiverem uma conversa honesta, pode evoluir. Esse sentimento, nessa idade, é uma coisa muito pura, sabia?

Sasuke sabia bem. Naquela idade, lidava com muito mais do que alguém de oito anos conseguia lidar, mas Sakura ainda parecia tão bonita, radiante e inteligente como no dia em que resolvera responder o professor na vez dele. Não ligava para o fato de ele ser um Uchiha; ela sabia a resposta e por isso tinha respondido. Tinha virado uma garota realmente irritante por ir na onda das amigas de gostar dele, mas os dias passavam e ele percebia o quanto era diferente de todas as outras descerebradas. Por uns instantes, entendeu o que Sarada estava passando com aquele turbilhão de sentimentos numa idade tão precoce.

Mas ainda assim, não queria deixá-la se declarar ou o que fosse que ela estivesse planejando fazer em relação a Shikadai. Parecia tão diferente quando era a vez dele de ser o pai ouvindo a filha suspirar. Conseguia imaginar-se ouvindo choros do outro lado da porta de seu quarto quando fosse mais velha. Sabia que precisava estar preparado para isso, mas não sabia como se preparar. Sakura estava certa, como sempre estava. Porém, Sasuke sabia que no momento que deixasse Sarada sair por aquela porta com o coração pulando pela boca, ela não seria só a filha dele.

De repente, olhos negros acabaram fazendo o Uchiha lembrar de olhos verdes. Numa tarde há anos atrás, uma Haruno tinha perguntado com os olhos baixos, se podia ir embora com ele. Os olhos da filha, com a mesma timidez estampada, perguntavam se ela podia ir. Sozinha. E ele sabia que não conseguiria dizer que haveria uma próxima vez. Certas coisas não podem ser adiadas, então observou Sarada pular do sofá apreensiva e sair pela porta, murmurando um agradecimento meio sem jeito.

– Você é incrivelmente dramático – riu Sakura, se jogando no colo do marido – ela só ta gamadinha, não é crime!

– Alguns amores de infância podem evoluir bastante – alisou a barriga dela, que parecia prestes a explodir. Mais algumas semanas, ele pensou.

– Não esse. Ainda tenho esperanças de ver algo mais entre ela e o Boruto.

E de fato, não parecia uma má idéia. Pelo menos não naquele momento.

Apesar disso, ficaria só vagando pela mente dele. Nunca diria a ninguém.

Nunca diria a ninguém a boa idéia que seria pensar numa Sarada Uchiha com um Boruto Uzumaki até que acontecesse de verdade.

E pelo bem de seu coração – por mais que tivesse uma esposa médica – esperava que isso não acontecesse tão cedo.


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Notas finais do capítulo

E não me matem pelo Shikadai. Sabem que pra mim, Boruto >>>>>
hehehe