Daddy's Little Girl escrita por Yammy


Capítulo 7
Flagra


Notas iniciais do capítulo

Oie, gente, to aqui de novo!
Provavelmente, o notebook tomou vergonha e tá bonzinho. Devo formatar em breve, mas salvei tudo no pendrive por prevenção.
Já estamos no capítulo sete, WOW! Foi rápido *age inocentemente como se não fosse ansiosa pra escrever*
Filhos crescem rápido, fics também.
Que bom que estão gostando até agora e, mais uma vez, espero que gostem (?). Qualquer dúvida será respondida e críticas serão bem vindas



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Aquela era a coisa mais constrangedora que já lhe acontecera.

O rosto de Sakura já tinha chegado a uma tonalidade mais forte que seus cabelos e ele provavelmente não estava muito melhor. Quem tinha inventado a regra de “sem portas trancadas nessa casa”, afinal?

Ele mesmo.

Droga.

Assim que a garota resolvera sair correndo, assustada com a cena, Sasuke pulou da cama, catando as roupas pelo chão do quarto, se vestindo prontamente. Sakura, por sua vez, deu um nó com o lençol em seu corpo, improvisando um vestido. Após ser questionada com um levantar de sobrancelhas, respondeu:

– Eu não estava usando nada quando você chegou, lembra?

Certo. Então talvez, a princípio, a ideia de sua esposa nua na cama de uma casa vazia parecesse ótima e ele faria de tudo para aproveitá-la no mesmo nível. Chegar em casa estressado depois de uma missão e se deparar com uma coisa daquelas era uma das maravilhas do mundo, em sua opinião. Porém, as coisas eram definitivamente mais fáceis quando não tinham a Sarada. Fazer bebês sem se preocupar com bebês já feitos era uma coisa bem mais leve.

Mas como deve acontecer com qualquer casal, aconteceu.

O flagra.

Por mais inteligente que fosse, Sarada ainda era uma criança. E para toda criança, deve ser extremamente constrangedor ver os pais daquele jeito. Nem conseguiu ouvir o que ela ia dizendo antes de gritar e sair correndo.

– Então... – começou Sakura quando eles já estavam no quarto de uma Sarada que se escondia debaixo do cobertor – o que você viu... er... Entenda, filha, quando duas pessoas se amam muito...

– Sério? Você vai falar isso? – perguntou cética, os olhos brilhando através do buraco que deixara para respirar em sua fortaleza – eu sei o que vocês estavam fazendo!

– Você tem sete anos – pronunciou-se Sasuke, sentando na cama da filha levemente incrédulo – como pode saber dessas coisas?

Um momento de silêncio.

Sarada se remexeu na cama e sua cabeça emergiu por uma das pontas do cobertor, revelando uma Uchiha mais nova sem óculos, despenteada e corada.

– Bom... eu queria um irmão. E resolvi pesquisar, provavelmente dominaria o jutsu que criasse um...

– Um jutsu que cria filhos não é possível... – a mãe passou a mão nos cabelos da filha, penteando-os com os dedos entre as mechas.

– É. Então, eu achei um livro e ele explicava tudo e mais um pouco.

– Um livro? – Sasuke estava curioso. Não tinham algum livro desses em casa. Esperava que não tivesse na Academia também, e provavelmente Sarada não teria acesso à sessão restrita de alguma livraria.

– O Boruto me emprestou – disse baixinho, os olhos espiando a reação do pai – disse que tinha achado em casa e quando leu, entendeu tudo sobre a vida.

Então, sua filha de sete anos tinha lido um livro emprestado por Boruto. Já não era boa coisa até aí. E esse livro, por um acaso, explicava coisas da vida e sobre como bebês são feitos.

– Eu não entendi muita coisa, sabe. Resolvi procurar o autor do livro e não achei. Mas me disseram que um velho saberia me explicar, e foi aí que eu comecei a conversar com o Kakashi.

Um livro que explicava coisas da vida, que explicava como bebês eram feitos. Um livro que estava na casa dos Uzumaki. Um livro sobre o qual Kakashi teria ciência...

Droga.

– Vocês fazem umas coisas bem nojentas – continuou – eu fui feita assim? Se vocês estavam fazendo, quer dizer que vou ter um irmão? Vocês não usaram proteção, digam que não! Deviam estar desprotegidos e por isso mamãe gritava...

– Chega! – exclamou Sakura, novamente corada e muito nervosa – Sarada, pelo amor de Deus, você tem sete anos! Não fale sobre Kakashi com essas coisas, joga esse livro fora, não ouça o Boruto e...

– Mas Boruto tinha esse livro em casa e teve a Himawari. É um livro mágico.

– Você não vai ter um irmão, Sarada. Você interrompeu a... – fez uma pausa, tentando usar a palavra sem rir – mágica. Eu e sua mãe não podemos ser interrompidos.

– Se eu ficar quietinha vocês fazem meu irmão?

Isso era muito complicado. Os olhos dela brilhavam de ansiedade e, honestamente, não parecia uma idéia tão ruim. Com certeza erraria menos do que quando foi pai de primeira viagem e, aliás, já sabia trocar fraldas muito bem, obrigado. Era meio estranho pensar em ter outro filho além de Sarada, mas provavelmente seria um reforço na hora de manter garotos – lê-se Boruto – longe dela.

– Pode ser – respondeu enfim, ignorando uma Sakura de olhos arregalados ao seu lado, que dava beliscões discretos em sua mão, que provavelmente queriam dizer que ele estava doido, que finalmente tinha ficado magra como era antes e que ele queria mais um bebê porque não era ele que carregava uma vida pesada na barriga por nove meses. Algo assim.

Sarada de repente pulou da cama, pegando a mochila e jogando roupas de qualquer jeito dentro dela.

– Vou passar a noite com a Himawari, a Chouchou vai estar lá – avisou, desajeitadamente colocando suas sapatilhas – façam quantos bebês quiserem, por favor!

E correu pela porta.

– Você pirou?

Droga. Mil vezes droga.

Alerta de Sakura irritada, fugir para as montanhas!

– Você acabou de dizer para a nossa filha que vamos transar!

– Fazer mágica – corrigiu nervoso, dando alguns passos amedrontados em direção à porta – e ela deixou, ué...

Sakura ainda o encarava com fogo no olhar e parecia pronta para cometer um assassinato. Foram poucas as vezes que ficara assim com ele – Naruto sempre era a vítima mais constante – mas os resultados nunca foram pouco dolorosos.

– Sakura... – chamou mansamente, num fio de voz, enquanto aproximava-se para tocar no rosto de sua mulher – você estava gostando mais cedo...

– Era sexo de comemoração! – deu socos no peito do Uchiha.

– Pelo que?

Então ela parou. Sentou-se novamente na cama de Sarada e seu semblante assassino foi substituído por um sorriso tímido. Suas mãos foram até o ventre ao mesmo tempo em que seus olhos foram na direção dos de Sasuke, provavelmente indicando que...

– Sarada já vai ter um irmão.

Atônito, Sasuke se apoiou na mesa de chá que tinha no meio do quarto, acionando algumas bonecas falantes. Nove meses. Uma barriga enorme, alterações de humor, várias consultas ao médico, ultrassons – sério, como conseguem ver um bebê naquilo? – e madrugadas procurando alguém que vendesse comidas que só grávidas sabem da existência.

Sakura.

Grávida de novo.

Ela parecia não ter certeza do que o marido estava pensando, tanto que sua felicidade tinha ido embora, dando lugar a esmeraldas preocupadas.

– Sasuke – levantou, indo para perto dele – eu pensei que você quisesse... Quer dizer, você até disse pra Sarada e... você só queria sexo?

“Você só queria sexo?”

Então, se lembrou do primeiro chute. Ele tinha se ajoelhado, contra a vontade, cético sobre sentir qualquer comprovação de que o bebê sabia que eles estavam esperando uma reação. Mas aquela coisa pequenininha tinha chutado. Lembrou do sorriso de Sakura quando soube que era uma menina, suas mãos alisando a barriga a cada cinco minutos. Lembrou da discussão que tiveram, tentando escolher uma cor pro quarto de Sarada. Lembrou também de correr para o hospital depois de chegar de uma missão e Tenten dizer que sua esposa tinha entrado em trabalho de parto cedo demais.

Lembrou de seus cabelos espalhados pelo travesseiro, sua expressão exausta, seu rosto suado, e de ter pensado que ela era a mulher mais linda do mundo mesmo assim, e que tinha valido a pena.

Lembrou de pegar Sarada no colo com as pernas tremendo, mas tentando manter os braços firmes; lembrou de segurar a coisa mais valiosa que tinha pela primeira vez.

E tudo isso se repetiria.

Abraçou Sakura e levou seus lábios de encontro ao dela, surpreendendo a esposa. Depois de um tempo, ela correspondeu, sorrindo. Depois de um tempo, se separaram. Sasuke levou uma das mãos à barriga de Sakura, que ainda parecia normal.

Tudo ainda parecia normal.

Por enquanto.


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