— Mãe, você já chorou?

A pergunta foi feita de forma inocente e curiosa, atraindo não só a atenção de Temari, como a de Shikamaru também, que pareceu despertar de seu cochilo no sofá, abrindo os olhos e olhando para a esposa, esperando a resposta dela.

— É claro que sim, Shikadai. Quando você nasceu. — Ela respondeu simplesmente, dando de ombros e lançando um olhar divertido para Shikamaru. — embora seu pai tenha chorado muito mais vezes do que eu.

Ele bufou, virando os olhos, no entanto não disse nada.

— Não é isso, chorar assim não vale. — Shikadai falou, ainda insatisfeito com a resposta que ganhara. — quero saber se você já chorou de tristeza.

E então a pergunta foi deixada no ar, mas apesar de ser algo do qual Temari não se orgulhava, ela não se importava em dizer.

— Oh sim, quando seu pai agiu como um idiota pouco antes de ficarmos juntos. Ele me deixou bem triste sabe... — Ela dizia provocando o marido, olhando para ele.

Shikamaru desviou o olhar dela, fitando algo muito mais interessante no chão a sua frente, claramente deslocado com o rumo daquela conversa.

— Ah, sério? O que você fez, papai? — Shikadai perguntou para o pai, olhando de forma curiosa.

— Nós realmente precisamos relembrar isso?

— Ele estava agindo de forma estranha e quando eu ofereci ajuda, me ignorou e agiu de forma bem idiota. — Temari não deixaria aquilo barato. Ela nunca se esquecia daquele dia, afinal.

— Nossa, por que você fez isso? — Shikadai se dirigiu ao pai novamente e ainda continuou sem respostas da parte dele, visto que Shikamaru decidiu fingir que não estava escutando aquela conversa.

— Ah eu realmente fiquei bem triste com aquilo e acabei chorando muito... — Temari disse de forma um pouco exagerada e ainda com o ar provocante. E então ela se virou para o filho, erguendo o punho fechado e sorrindo de uma forma assustadora. — Mas então, eu acertei um soco bem na cara de seu pai que o fez voar longe e se arrepender de ter agido dessa forma comigo.

Dessa vez foi o garoto que se encolheu ao ver a cara que ela fazia. Temari realmente era assustadora. E desse dia em diante Shikadai prometeu para si mesmo que nunca deixaria sua mãe irritada. Nunca se sabe do que ela é capaz.

— Você nunca vai esquecer isso, não é mesmo? — E tudo o que ele ouviu foi a voz de Shikamaru resmungando para sua esposa, parecendo se arrepender amargamente daquele fatídico dia.

— Fique quieto, bebê chorão.

Shikamaru resmungou novamente ao ouvir o apelido. Não bastava ser problemática, sua esposa também tinha que ter uma ótima memória para lembrá-lo eternamente daqueles dias em que ele gostaria de esquecer.