Por favor, espere. escrita por roux
A vida de Bento está como ele sempre sonhou. Tudo nos eixos. Um bom emprego, um cargo de respeito, um namorado lindão. Os únicos fato que anda o deixando triste são: 1 ainda continuar sem confiar em Luc, os dois mal estão se falando, o que leva a Bento se afastar de alguns outros amigos. 2 o namoro com Gregori ainda estar as escondidas.
Mas ele acredita que tudo vai melhorar, e talvez vá mesmo... Ou não.
SEE Enterprises Holdings, Inc.
Segunda feira – 24 de novembro de 2014
― Olá! ― Disse uma ruiva corpuda que entrou na sala de Bento.
Bento levantou a cabeça e encarou a mulher.
― É, pois não? ― Bento perguntou meio sem graça.
― Sou Larissa, a nova secretária! ― A ruiva disse com uma voz de puta.
― O que? ― Bento exaltou um pouco. ― Como assim a nova secretária?
A mulher sorriu simpática.
― Bom, se me der licença! ― Bento disse irritado e levantou da sua mesa.
O homem caminhou em passos rápidos até a sala de reuniões onde Gregori e abriu a porta antes mesmo de bater. Entrou furioso e olhou feio para Gregori que parou o que falava e olhou meio emburrado para Bento.
― Precisamos conversar, Greg! ― Bento disse bravo. ― Agora!
Gregori olhou com cara de assustado, olhou em volta e depois mudou seu semblante para uma cara de deboche.
― Não reparou que estou ocupado agora, Senhor Anderson! ― Gregori disse seco. ― E, por favor, me chame de Senhor Goulart.
Bento fez uma cara de ofendido.
― Que palhaçada é essa, hem? ― Bento perguntou.
― Que palhaçada é essa, hem? ― Gregori perguntou ironizando. ― Depois conversamos.
Alguns homens que estavam na sala, incluindo o pai de Gregori olharam meio confusos, e se entenderam que se tratava de um casal tendo uma discussãozinha, ignoraram.
― Mas... ― Bento começou.
― Estou ocupado agora, Senhor Anderson! Conversamos assim que eu terminar! ― Gregori disse rosnando em direção ao namorado.
― Mas é... ― Bento disse ainda irritado, mas amenizando.
― Mas nada, porra! Eu ordeno que saia agora mesmo, ou escreverei sua carta de demissão à mão! ― Gregori disse e levantou da cadeira que estava sentado. ― Saia!
Bento sentiu seu coração quebrar. Olhou sério para Gregori e baixou a cabeça.
― Desculpe-me! ― Bento disse baixo e então se virou para sair, mas antes de sair pela porta, ouviu Gregori pigarrear para tomar a atenção para si novamente.
― Desculpem pela distração! ― Gregori disse.
“Distração”
Bento saiu da sala rápido, rápido quanto entrou e correu pelo corredor até sua sala. Passou correndo pela recepção e pode olhar para a ruiva que arrumava a mesa. Ainda não acreditava que Gregori havia demitido sua amiga Fernanda, para colocar essa mulher em seu lugar.
Bento entrou em sua sala e sentou em sua cadeira.
― Eu sou apenas uma distração? ― Ele falou para si mesmo, então não suportou mais, deixou as lágrimas caírem.
A tarde caiu, e Bento não fez nada que tinha pra fazer, não estava com cabeça.
A porta bateu e Bento levantou a cabeça assustado.
― Que porra foi aquela mais cedo? ― Gregori perguntou sério.
Bento ficou calado.
― Hem, Bento? ― Gregori rosnou.
― Então voltei a ser Bento, Senhor Goulart? ― Bento perguntou com uma ironia triste na voz.
Gregori passou a mão pelos cabelos e caminhou até Bento, mas então parou.
― Você sabe que o que fez não foi agradável. Eu estava em reunião. Então antes de me tachar como um monstro lembre-se que além de seu namorado, eu sou dono dessa empresa, eu tenho um nome a zelar. Eu tenho compromissos a cumprir, e além de tudo, não é porque tu és meu namorado, que pode entrar na minha sala no horário de trabalho sem nem bater. Nós namoramos escondidos ainda, esqueceu porra? ― Gregori se estressou e se alterou. ― Conversamos em outro momento, Bento. Vá pra casa, já deu o seu horário.
Gregori saiu.
Bento foi embora, e ficou sozinho em sua casa, pensando e pensando, o celular não saiu da sua mão, mas Gregori não ligou.
SEE Enterprises Holdings, Inc.
Terça feira – 25 de novembro de 2014
Bento não estava nem um pouco animado, estava fazendo seu trabalho de má vontade. O homem queria estar em sua casa, tomando um potão de sorvete e vendo filmes românticos ao lado de Luc. Mas seu orgulho foi tão grande que ele sequer ligou para o amigo para contar o que havia acontecido.
Invés disse ligou para Felipão na noite anterior, e os dois choraram juntos. Cada um por seus motivos. Felipão ficou de buscar Bento na saída do expediente hoje para que os mesmos fossem ao cinema e depois lanchar juntos.
― Licença! ― Disse a ruiva sorridente.
― Entre! ― Bento disse seco.
― O Senhor Goulart espera-o para uma reunião, as 12:30! ― A ruiva disse.
― No meu horário de almoço? ― Bento disse sério e bufou.
― Todos os funcionários estão sendo convocados! ― Disse a ruiva. ― Obrigada!
Ela agradeceu e virou-se para sair. A mulher mal se equilibrava em seu salto agulha gigante.
― Qual seu nome mesmo? ― Bento perguntou sério.
― Larissa! ― Ela disse sorridente. ― A Fernanda falou muito sobre você!
Bento ficou confuso.
― Você conhece a Fê? ― Bento perguntou meio confuso.
A ruiva gargalhou.
― Ela que me indicou esse emprego, Senhor Anderson!
Bento pareceu pensar.
― O que aconteceu com ela? ― Bento perguntou menos sério e carrancudo.
― Não soube? Ela ganhou uma bolsa de estudos na Inglaterra! ― Larissa disse toda sorridente. ― Se me der licença...
Ela virou-se novamente para sair.
― Pode me chamar de Bento! ― Bento disse sério.
A ruiva sorriu e saiu.
A manhã passou rápido, estava na hora da reunião. Bento largou seus papeis em sua mesa e levantou.
― Hmmm. ― Ele bufou.
Bento arrumou sua camisa e saiu da sala. Era a primeira vez que veria Gregori desde ontem.
Bento adentrou a sala e sentou-se.
A reunião começou. Gregori queria falar sobre maus comportamentos dentro da empresa. E Bento sabia que tudo isso era por conta do que ele havia feito ontem. Bento sentiu vontade de gritar e mandar Gregori tomar no cu. Mas se segurou para manter-se comportado. A ruiva que Bento havia começado a simpatizar estava servindo os funcionários. E se insinuava o tempo todo para Gregori. Fazendo questão de empinar a bunda gorda toda hora para o lado do chefe.
Gregori olhava de relance para a bunda da mulher e se desconcentrava no que estava falando. Ela parecia perceber, já que sorria de orelha a orelha. Bento passou a não gostar dela novamente.
― Já chega! ― Bento berrou e bateu as mãos na mesa, quando ouviu Gregori errar mais uma palavra porque estava olhando para a bunda da secretária. ― Licença!
Bento saiu bravo da sala.
Bento foi para o restaurante da empresa e sentou-se numa mesa. Ficou calado perdido em pensamentos. Quinze minutos depois, todos os funcionários começaram a voltar, alguns para trabalhar e outros vieram para o restaurante.
― Bento? ― Uma voz masculina falou.
Bento virou-se e se deparou com um rapaz homem ruivo e barbudinho. “Dia dos ruivos?” Bento pensou, mas sorriu.
― Sou Lucas! ― O rapaz disse.
― Oi, Lucas! ― Bento sorriu fingindo lembrar do homem.
― Nos conhecemos no elevador outro dia. ― Lucas disse sorrindo.
― Ah sim, lembrei... O estagiário! ― Bento disse sorrindo.
― Não mais... Fui efetivado! ― Lucas disse e sorriu o sorriso mais lindo do planeta.
― Meus parabéns! ― Bento foi sincero.
― Gostaria de saber se você gostaria de sair comigo no sábado! ― Lucas perguntou.
Bento meio que ignorou, pois notou que Gregori estava atrás de Lucas olhando feio para ele.
― O que? ― Bento perguntou e desviou seu olhar para Lucas novamente.
― Você... Eu... Juntos... Cinema... Sábado? ― Lucas perguntou e riu.
Bento desviou os olhos um pouco de Lucas e olhou Gregori, depois voltou a olhar Lucas.
― Eu adoraria!
― O.k! Então a gente combina! ― Lucas disse sorrindo e saiu da mesa que Bento estava.
Gregori sentou.
― Deseja alguma coisa, Senhor Goulart? ― Bento perguntou formal.
― Que palhaçada foi essa? ― Gregori rosnou.
― Não entendi, Senhor! ― Bento disse.
― Para com a porra do senhor. ― Gregori disse. ― Você usou aquele garoto só pra me deixar bolado.
― Sério? ― Bento perguntou.
― Por favor, não me faça ciúmes.
― Peça isso para sua secretária gostosa, que te deixa sem palavras e é ruiva! ― Bento disse e levantou da mesa.
― Aonde você vai? ― Gregori perguntou.
― Marquei de sair com o Felipão! ― Bento disse seco.
― Mas é seu horário de trabalho... ― Gregori disse irritado.
― Tecnicamente é meu horário de almoço, mas não vou voltar... ― Bento disse, e então sorriu. ― E se não estiver satisfeito faça minha carta de demissão escrita a mão!
Bento saiu devagar, sentia-se bem por fazer ciúmes em Gregori, mas não tinha esquecido o que o homem tinha dito, a forma como tinha dito. E pra ferrar tudo, o homem que ele namorava, estava encantado com uma ruiva siliconada e com voz de pato. Bento foi-se sem nem olhar para trás.
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