A equipe agora se dirigia rumo ao seu destino, enquanto Tonouchi estava amarrado, com a cabeça cheia de galos e inchaços, enquanto era levado arrastado por Shikamaru.

– Você foi incrível, Chouji! – Dizia Fuu se jogando no pescoço de Chouji pelas costas o apertando com um abraço cheio de orgulho e animação. Chouji sorriu sem jeito, mas igualmente alegre.

– Mas foi você que lançou o coitado... – Ino fez questão de lembrar, não acreditando que ela fez isso até agora.

Na mesma hora Fuu vira o rosto e puxa a olheira do olho direito com o dedo e mostra sua língua para a loira, a provocando com uma careta.

– Eu não gosto dela. – Murmurou Ino se segurando para não cair nas provocações de Fuu.

– Uma ajudinha aqui...! – Suplicou Shikamaru cansado de arrastar o preso.

– Deixa que eu te ajudo Shikamaru. – Se ofereceu Chouji indo ajudá-lo. Fuu se alegra assim que avista o caminho conhecido por ela.

– Estamos quase chegando! – Avisou a de cabelos verdes fazendo Ino a olhar confusa.

– Como assim? Ainda falta muito para a Aldeia da Folha. – Falou Ino cruzando os braços.

– Você esqueceu que foi o combinado de nós entregarmos esse cara para a Fuu em troca por ela ter ajudado? – Lembrou Shikamaru.

– Estávamos falando sério? – Perguntou Ino surpresa.

– Ei! Vocês prometeram. Eu ajudaria a encontrar o cara se vocês topassem em levar ele para a minha aldeia. – Dizia Fuu.

– E tem mais, a nossa missão é prender e interrogá-lo. Não importa aonde vamos prendê-lo, desde que voltemos com o relatório da missão e do interrogatório e uma confirmação da Aldeia da Cachoeira. – Prosseguiu Shikamaru.

– Você só quer se livrar desse cara na aldeia mais próxima para não ter mais trabalho, não é Shikamaru? – Traduziu Ino aborrecida e Shikamaru tose forçado para disfarçar, pelo fato da loira ter acertado em cheio.

– Mas para entrarmos em outra aldeia não deveríamos ter uma permissão? – Lembrou Chouji preocupado.

– Não se preocupem. Se alguém da aldeia for contra, a permissão está bem aqui! – Dizia Fuu divertida enquanto enfatizava o “aqui” mostrando seu punho direito.

– Ah, claro... – Suspirou Shikamaru imaginando o futuro trabalho que vai ter.

Quando o grupo chega ao local, eles se deparam com uma enorme cachoeira. Quando acharam que não tinha nenhuma entrada, Fuu revela para eles um caminho escondido na mesma.

Assim que a equipe 10 atravessa esse caminho, a Aldeia Oculta da Cachoeira estava bem a frente deles.

– É isso aí! Sejam Bem Vindos a minha casa! – Anunciou Fuu apresentando o local movimentado pelos moradores, as casas de madeira frente ao enorme lago, e uma árvore oca enorme com suas imensas raízes em destaque.

– Incrível... – Falou Chouji impressionado.

– Nunca imaginei que uma cachoeira esconderia um lugar assim. É tão fascinante o que a natureza pode fazer... – Desabafou Ino encantada com o local.

Shikamaru começa a ouvi vozes de repente. Quando percebeu, os moradores do local miravam o grupo recém chegado com múrmuros para si mesmos.

Ino foi a segunda que percebeu. Estava começando a ficar desconfortável com isso. Mas antes de fazer qualquer coisa, um rapaz em cima de uma das casas chama a atenção de todos.

– Vejam! É o mestre Shibuki! – Avisou um dos moradores reconhecendo o ninja em cima da casa.

Shibuki era um rapaz de cabelos na cor negra, longos e amarrados na altura do ombro com a bandana da aldeia em sua testa. Ele tinha uma barbicha em seu rosto. Seus olhos eram negros, sua pele era clara, e suas vestes eram comuns. Somente uma proteção no ombro esquerdo amarrado por uma cinta e calças na cor cinza, deixando a amostra sua barriga, seu peitoral e seus músculos bem definidos, encantando a vista de Ino.

– Mas que gato temos aqui...! – Falou Ino vidrada em Shibuki.

O rapaz pula do topo da casa e pousa no chão, em frente a Fuu e os outros.

– Oi mestre. Completei minha missão. Foi graças a ajuda deles que eu pude prender o cretino ladrão de bandana. E também... – Fuu vai até a orelha de seu mestre e diz alguma coisa que o fez mudar sua expressão normal para surpreso.

– Você tem certeza? – Shibuki perguntou e Fuu afirmou balançando a cabeça. Bastou isso para o rapaz sorri descontraído e se dirigir até o trio.

– Ai ele ta vindo para cá, disfarça. – Falou Ino preocupada indo se esconder atrás de Chouji.

– O que? – Falou Chouji confuso com essa atitude da companheira.

– Sejam bem vindos a aldeia da Cachoeira. Eu sou o líder da aldeia. Me chamem de Shibuki, por favor. – Se apresentou o rapaz gentilmente com um sorriso alegre em seu rosto.

– Ah, prazer. Meu nome é Shikamaru Nara. Esse aqui é Chouji Akimichi e aquela lá é a Ino Yamanaka. Ino? – Quando Shikamaru não encontrou a garota, Chouji apenas se arreda para o lado e mostra Ino passando sua maquiagem escondida até perceber que todos olhavam para ela e começa a rir sem jeito.

– Prazer, eu sou Ino. – Se apresentou a loira sorrindo forçado.

– O prazer é meu. E então... Vocês ajudaram a Fuu a prender o cara foi? – Dizia Shibuki voltando ao assunto.

– Ah sim, era a nossa missão também. Poderíamos discutir sobre isso em outro lugar, por favor? – Sugeriu Shikamaru.

– Ah, sim, claro. Me sigam, por favor. – Dizia Shibuki enquanto os outros o acompanhavam até Chouji parar em uma pequena loja de doces.

– Olha! Eles vendem minha batatinhas aqui também... – Dizia Chouji com seus olhos brilhando enquanto sua fome começava a atacar seu estomago.

– Custa 32 Ryo meu jovem. – Falou o velho comerciante enquanto Fuu acompanhava a animação do Akimichi de longe.

– O que esses forasteiros estão fazendo aqui?

– Quem deixou ninjas de outra aldeia entrarem na nossa?

– Parece que foi aquela agora.

– Aquela garota? Fala “dela”?

– “Ela” sempre foi um estorvo. Agora apronta essa!

– Mas o mestre Shibuki não os recebeu bem?

– É tudo armação. Logo, logo esses caras iram mostrar suas verdadeiras intenções e aí estaremos perdidos. E tudo por culpa daquela coisa ruim!

– Ela sempre nos prejudica.

– Como o mestre permite alguém como ela na nossa aldeia?

– Mal vejo a hora dessa garota sumir de vez em nossas vidas.

Fuu passou a ouvir múrmuros ao seu respeito. Sentia olhares indesejados mirando nela. Quando ouviu os insultos dos aldeões para ela, seu rosto passou a fica entristecido com isso, mais uma vez.

Quando Chouji olhou para os lados para ver de onde vinha esse falatório todo, ele percebe os olhares de reprovação dos aldeões em Fuu. E assim que Chouji volta a mirar Fuu, preocupado, a kunoichi volta a si e sorri, tentando despreocupá-lo e logo após caminha até ficar de frente a multidão.

– Eu quero que todos vocês se lasquem! – Anunciou Fuu provocando todos os aldeões recebendo várias vaias como resposta.

– Se manda daqui!!

– Ninguém quer você!

– Desapareça de uma vez!

– Não queremos um monstro vivendo aqui!

– Ei, porque tudo isso? – Perguntou Chouji preocupado indo se juntar a garota rejeitada pelos aldeões. Mas antes que a multidão se manifestasse mais ainda, Shibuki surgiu no local com uma explosão de fumaça.

– Já basta! Não quero ouvir mais uma única palavra! Retornem aos seus afazeres! – Ordenou Shibuki autoritário, fazendo todos obedecerem a seu mestre.

– O que foi isso? – Shikamaru perguntou tentando analisar a cena que acabava de presenciar. Fuu serra os dentes antes de respondê-lo.

– Não foi nada. Vamos? Está ficando tarde. Hoje vocês iram passar a noite em minha casa, está bem? – Fuu voltou com sua personalidade animada enquanto ia na frente para mostrar a casa onde a equipe 10 ficariam hospedados.

– Desculpe perguntar, mas porque os aldeões agiram assim com ela? – Perguntou Shikamaru para Shibuki discretamente enquanto Chouji e Ino andavam mais devagar para ouvirem a história, aproveitando a distancia segura que todos tinham da Fuu para ela não ouvi-los conversando.

– Bem, porque... Tudo o que posso dizer é que a Fuu tem algo dentro de si que todos da aldeia temem. – Respondeu Shibuki com receio.

– Ela é uma Jinchuuriki, não é? – Perguntou Shikamaru.

– Você sabe o que é um Jinchuuriki? – Perguntou Shibuki surpreso.

– Sim. Asuma-sensei me contou quando jogávamos Shogi. Ele tinha se encontrado com a Jinchuuriki de Sete Caldas em uma de suas missões. – Relembrava Shikamaru.

– Entendo... Bom, é verdade que uma vez ela lutou ao lado de um ninja da folha que queria ajudá-la em uma outra missão. Ela só não se lembrava o nome. “Asuma” não é? Agradeça a ele por mim.

– Claro. – Respondeu Shikamaru companheiro.

– Ela é rejeitada pela aldeia inteira... – Dizia Chouji com pena dela. Quando Shibuki reparou no Akimichi, ele logo viu a preocupação nele e resolveu explicar.

– Fuu sempre quis ter amigos. Fazia de tudo para se enturmar com as pessoas de sua idade. Mas devido ao medo que as pessoas tem por ela, ela nunca teve a oportunidade. Quando ela não aguentou mais ser a excluída da aldeia, ela desistiu de confiar nos outros. As únicas pessoas que Fuu possa confiar plenamente sou eu, e uma pessoa que ela conheceu a alguns anos e tinha feito uma promessa que iriam se reencontrar um dia. E essa pessoa era alguém da aldeia da Folha.

– Fuu... – Chouji ficou emocionado ao saber disso. Mesmo depois de tanto tempo, por tudo o que aconteceu com ela, Fuu ainda tinha esperanças na promessa que fizeram a tanto tempo...

– Então é por isso que ela não ia com a minha cara... – Ino também ficou com pena, agora percebendo o motivo que a tratava assim.

– Vamos! O que vocês estão esperando? Andem logo, vem! – Chamava Fuu ao longe.

– Ah, sim! – Chouji correu em um pique assim como os outros até alcançá-la.

Assim que todos chegaram na casa de Fuu, Shibuki resolveu deixar a reunião para depois. O líder da aldeia leva o ninja patife para a prisão do local enquanto Fuu recebia todos os seus hóspedes.

O fim do dia foi muito descontraído. Todos se serviram da boa culinária de Fuu. Principalmente Chouji que repetia o prato milhares de vezes. Shikamaru e Ino já estavam acostumados com o Chouji, mas se espantaram com Fuu, que comia seu prato monstruosamente, assim como o Akimichi.

– Ah... Estou satisfeita. – Dizia Fuu, batendo na própria barriga, que estava imensa por tanto comer.

– Eu também... – Dizia Chouji com a barriga igualmente cheia.

– Esses dois são sinistros. – Afirmou Ino e Fuu boceja cansada.

– Eu já vou. Tem um quarto de hóspedes no final do corredor subindo a escada. Qualquer coisa, me chamem. – Declarou Fuu se retirando da cozinha, fazendo todos assentirem.

– Eu vou me arrumar também. Boa noite para vocês, meninos. – Falou Ino fazendo o mesmo.

– E a louça? – Perguntou Shikamaru.

– Eu lavo amanhã! – Berrou Fuu já no quarto dela.

– Ah, complicou. Eu vou é dormir. Você vem Chouji? – Chamou Shikamaru se levantando da cadeira.

– Eu tenho que passar no banheiro primeiro. Encontro vocês no quarto. – Falou Chouji apertado enquanto ia procurar o banheiro.

– Está bem.

Chouji procurava pelo banheiro em outra ala da casa. Foi abrindo de porta em porta. Quando foi que ele acabou achando o quarto de Fuu, encontrando ela fazendo alguns sinais de mãos, murmurando algo, concentrada.

– Incrível. Ela sempre treina antes de dormir? – Pensou Chouji admirando a dedicação e a maneira que o rosto de Fuu demonstrava serenidade e concentração pelo treinamento.

– Jutsu Sono Profundo!

Toda noite, antes de dormir, Fuu sempre usa esse jutsu em si mesma para pegar no sono. E hoje não foi diferente. Assim que ela pronunciou o nome do jutsu, ela desaba na cama, já roncando alto.

Chouji pisca os olhos duas vezes. Logo reconheceu o jutsu e se lembrou que alguém tinha feito ele e seus amigos dormir no meio da floresta antes de receber um ataque surpresa de Fuu.

– Ah então foi ela... – Falou Chouji assim que percebeu. Ele sorriu sincero e pronunciou um “boa noite” antes de fechar a porta de seu quarto enquanto Fuu dormia feito um anjinho.

Continua...