Rachel! escrita por Hey Juh


Capítulo 5
O aluno novo


Notas iniciais do capítulo

oi gente! Agora nas notas finais terá uma surpresinha pra vocês :D



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- FUI EU QUE MATEI AQUELA GAROTA! - Gritei entre soluços. Olhei desesperadamente pra ele e ele olhou desesperado e surpreso pra mim.

           Nos encaramos por alguns longos segundos, eu prestes a chorar e ele estava indecifrável. Foi um momento bem constrangedor, estranho, infeliz e que nenhum dos dois nunca pensaria que aconteceria na vida.

            Ele abriu a boca como que ia dizer algo mas logo depois fechou sem sair nenhum som que seja. Eu tomei coragem.

- Mas... Foi sem querer! Eu estava aterrorizada no banheiro feminino e ela entrou e começou a falar comigo e ai eu dei o bote. Foi... Estranho! E-e... E... E ela estava com um cheir-Ops! Er...  - Falei a primeira coisa que veio em minha mente e depois a joguei sem rumo. - Ela me encheu o saco e eu estou de TPM! Eu não posso ser presa! É! Exatamente!! 

            Estava bem nervosa e comecei a rir como louca... Que idiota! E ele ainda estava indecifrável, só com um pouquinho de medo ou então confuso, bem, como disse indecifrável. Me acalmei e então finalmente falei.

- Olha... Vou dar um tempo pra você pensar, depois te explico direito o que eu sei quando estiver pronto. Vou subir, se quiser vá lá pra conversarmos sobre isso...

            Pausei um pouco pra respirar, me acalmar mais e depois falei calmamente.

- Mas por favor, antes de saber o que aconteceu não chame ninguém pra me prender. Você sempre foi meu conselheiro, amigo e irmão, ser mandada presa sem menos explicar o que aconteceu não vai ser...

            Procurei pela palavra que faltava, que eu tentava expressar. Segurei as bochechas dele com força fazendo-o olhar pros meus olhos e disse.

- Não vai ser o Erick que conheço, vai ser outra pessoa e irá me magoar.

            Acho que forcei um pouco a barra, mas pelo menos ninguém virá me prender. Depois disso sai andando escada acima deixando-o sozinho na sala e me tranquei no quarto.

            Ele tentou abrir a porta que estava trancada, disse pra ele esperar eu abrir e então eu abri. O vi com outra roupa e com o cabelo molhado, ele realmente pensou bastante.

- Então... - Disse ele sem expressão. Ele me assusta quando está assim.

            Deixei ele entrar no meu quarto, ele se sentou na cama e então nos encaramos. Já havia pensado em como lhe contar a história então acabei falando detalhe por detalhe, lhe explicando tudo. Ele ouvia silencioso e atento.

~~~

            Estava um lindo dia. No noticiário só passava o fato de uma adolescente ter sido morta no banheiro feminino e ainda não terem encontrado o assassino havia 1 semana. Eu desliguei a TV e continuei a comer meu café da manhã. Fiquei pensando na frase que o Erick tinha dito pra mim depois de ouvir a historia toda, era o que me fazia sentir bem em horas como essa.

- "De passo a passo..." - Disse me encorajando.

- "...conseguimos seguir com a vida. ..." - Disse ele entrando na cozinha me assustando.

- Não me assuste! - Disse tentando acalmar meu coração que acelerou com o susto.

- Me desculpe, só vim avisar que temos que ir logo para não nos atrasarmos.

- Ah! Claro... Já estou indo. - Disse mordendo um grande pedaço do meu sanduiche.

- Estou te esperando lá fora. - Acenei pra ele que estava tudo bem e depois ele saiu da cozinha.

            Depois que terminei de comer o ultimo pedaço, tomei meu leite e sai correndo pra não me atrasar. Ele estava sentado no chão da varanda quase que dormindo, acordei ele e fomos pra escola.

- Demorou, hein! - E ele logo começou nossa "briga".

- Lógico, tive que arrumar a bagunça que você deixou na cozinha. - E não era mentira.

- Como sempre dando uma de filha exemplar. - E assim a "briga" continuou.

            Já havia uma semana que ele ia e voltava junto comigo pra escola, ele mesmo se ofereceu pra ir junto e eu aceitei como se não tivesse nada haver com isso.

            Chegamos na frente da escola que estava cheia repórteres e curiosos com o assassinato.

- Vamos pelos fundos. - Ele me sussurrou e me puxou na direção da outra entrada.

            Conseguimos passar pelos poucos repórteres que havia naquela entrada. Finalmente chegamos no corredor dos fundos, o 3º lugar mais desértico da escola, o 1º lugar era o corredor da secretaria e o 2º era o corredor da morte, mesmo depois com o assassinato no banheiro ele ainda é o 2º da lista. Logo o sinal tocou e fomos para nossas salas, a dele de química e a minha de biologia.

~

- Toca! Toca! Toca! - Disse querendo logo ir pra casa depois de um dia torturante de aula.

            E então o sinal tocou, todos se levantaram e saíram da classe deixando a professora falando sozinha. Fui até o pátio para me encontrar com Erick, lá estava vazio então fiquei esperando sentada no balance.

            Estava silencioso e um clima agradável, fechei os olhos e me balancei um pouco, depois que abri os olhos vi algo se aproximando e parei. A pequena pessoa se aproximou de mim, olhou nos meus olhos e então disse:

- Seus olhos mudaram... - Ele falou com um tom triste, e muito sério. - Cuidado.

            Ele caminhou até a grade e a pulou. Eu o segui com os meus olhos, depois que eu o perdi de vista eu finalmente o reconheci.

- O garotinho da semana passada... - Olhei pras grades assustada - Ele pulou a gr-grade! - Disse incrédula - Como ele cresceu tanto em uma semana?? - Olhei pro chão pensando em como aquilo podia ter acontecido.

Quando o vi pela 1ª vez ele parecia ter uns 4 anos... Agora, parecia ter 11. Estava com roupas da mesma época. Anos 70. O estranho era que eu o vi com 4 anos e agora estava com 11, e só havia passado 1 semana! E o que ele disse sobre os meus olhos... Não é nada bom. "Você não vai machucar ninguém até que aquilo que os seus olhos vêem mude." Eu não havia entendido. Meus olhos vêem mude? Meus olhos agora ele disse que meus olhos mudaram... Ele não devia ter dito: Até que seus olhos mudem?

            Passou alguns minutos e eu ainda estava pensativa. Então ouvi meu irmão me chamar.

- Ei, Rachel! Está ai? - Disse cutucando minha cabeça.

            Olhei pra cima e vi Erick e um garoto que nunca tinha visto na vida. Erick tirou um pouco com a minha cara por estar dormindo em um balancê. Então o garoto olhou pra mim e se apresentou:

- Olá! Você deve ser a meia-irmã do Erick, Rachel. Eu sou Tay, novato na escola. - Disse com um largo sorriso com o maior humor do mundo.

- Rachel, o Tay vai lá pra casa estudar as matérias que ele perdeu. Seja boazinha com ele. - Ele disse como se eu fosse uma assassina, o que não deixa de ser verdade, mas ele não precisava fazer isso em publico.

- Que legal! Seja bem vindo a nossa escola! - Estava bem alegre, era incomum ver caras novas na escola.

- Espero me adaptar, aqui parece ter um ensino bem forte. - Disse ele simpaticamente. - Vocês parecem com sede, querem refrigerante? Eu pago. Pela Rachel ter esperado tanto por minha culpa e pelo favor que o Erick vai fazer. - Um cara bem simpático.

- Claro! - Erick respondeu no mesmo segundo que ele fez a pergunta. - Mas pra minha irmã não precisa, ela está de dieta. - Disse a ultima frase num sussurro só para Tay ouvir.

- Erick! Eu não estou de dieta! - Disse embaraçada - Mas você precisa! - Sussurrei bem sutilmente mas de um jeito que os dois pudessem ouvir. Tay riu de nossa adorável briga falsa como já soubesse que ia acontecer.

- Calma! Eu pago pros dois, não se preocupem, se quiserem eu até compro Diet pros dois! - Nisso Erick e eu nos olhamos e rimos junto de Tay. Ele realmente era legal.

            Fomos a maquina e então ele comprou os refrigerantes.

- Então, podemos ir?

            E então começamos a andar em direção a minha casa.

:::Fim do capítulo 5:::


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Notas finais do capítulo

Essa é a Rachel, uma menina que passou por muito na vida, mas ainda não viu nada, depois de um fim de semana deprimida embaixo das cobertas ela percebe que não é mais a mesma. Uma garota doce, tímida e algumas vezes depressiva. Ela tem 3 melhores amigos e conta com a ajuda deles para superar seus novos desafios. Mas esses desafios não são coisas normais, como dar um mortal na piscina. No fim tudo o que ela acredita irá mudar.



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