P.O.V RACHEL

Eu não achei que seria tão fácil.

Peguei meu celular e liguei pra primeira coisa que me veio a cabeça, Goode High School, onde Percy estudava. Por sorte meu pai tinha o numero do telefone em seus contatos. Quando liguei eu juro que não espera encontrar tão fácil não só o Percy, mas a Annie também. Depois de inventar uma desculpa para a secretária que me atendeu ela acabou me passando o telefone da Annie.

~ Ligação on ~

Rachel: Alo?

Annabeth: Quem fala?

Rachel: Graças aos deuses encontrei você, ja estava ficando maluca...

Annabeth: Olhe, não me leve a mal mas... eu te conheço?

Rachel: Sou eu, Rachel!

Annabeth: Me desculpe mas não me lembro de nenhuma Rachel.

É claro, ela não se lembra.

Rachel: Huum.. eu devo ter ligado para o número errado me desculpe...

Annabeth: Tudo bem, não importa.

~ Ligação off ~

No começo eu estava feliz por ter encontrado Annie, mas depois o desespero tomou conta de mim. Eu não sabia o que fazer, eu não era uma semideusa, não era uma heroína para salvar alguma coisa, por que justo eu? Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto e eu não conseguia fazer parar.

Droga, eu não costumo a chorar. Parem lágrimas de jorrarem pelos meus olhos.

Para o meu asar as lágrimas não atenderam ao meu pedido.

A porta do meu quarto se abriu, era Maria, com um pilha de roupas nas mãos.

– O que aconteceu? A senhorita está chorando?

Não, imagina, estou só suando pelos olhos.

– Está tudo bem Maria - respondi - são só os hormônios agindo.

Quase não segurei o riso depois da minha resposta, e pude percebi o desconforto no rosto da Maria depois da minha resposta.

– Humm... então... qualquer coisa é só me chamar.

Fiquei alguns minutos viajando em meus pensamentos, até que resolvi tentar ligar para Percy, mas escutei a voz daquela mulher novamente.

– Então já conseguiu alguma coisa? - ela continua sentada na janela.

Minha vontade na hora foi de pular no pescoço dela, mas tinha algumas perguntas pra fazer.

– Não, ainda não.

– Então é melhor começar, você não tem todo o tempo do mundo criança.

– Olha dá pra me explicar o porque de eu me lembrar de tudo e não a Annie sei lá.

– Se fosse ela ai ser muito fácil as coisas, o tempo em q você ficou chorando como um bebê ela já teria feito todo o serviço.

– Olha sua... - sim, eu fiquei com raiva do jeito em que ela falou, eu sei que a Annie é muito mais esperta do que eu mas não era pra tanto - isso por acaso é um jogo?

– Claro que não criança, isso é muito sério.

– Então me ajude.

– Olha criança eu só posso te dar uma pista - ela disse com um suspiro de desaprovação - vá ate a Goode High School, lá você irá começar a entender mais as coisas.

– Okay - eu me levantei e já ia pegando meu casaco.

– Não agora criança - disse revirando os olhos - amanhã bem cedo.

Depois disso ela desapareceu.

Fui tomar um banho para clarear as ideias.

Vamos Rachel, o que a Annie faria em uma situação dessas? Faria o que uma mulher estranha disse ou.... droga, por que sempre tenho que pensar assim? Eu não sou a Annie.

Saí do banho decidida de que iria a Goode High School no outro dia de manhã, mas isso faria com que eu perdesse aula. Isso não era nada ruim.

Acordei no outro dia mais cedo do que precisava. Vesti um jeans rasgado e sujo de tinta, uma regata vermelha, um all star branco (que não estava mais branco) e um casaco creme. Meu uniforme da Academia de Moças de Clarion estava pendurado em um gancho na minha porta mas nem dei ideia pra ele, mas precisava arrumar uma desculpa para Maria.

Enquanto descia as escadas ouvi pessoas conversando, um homem e uma mulher, com certeza a mulher era Maria e o homem era...

– Pai?

Quando cheguei a cozinha meu pai estava sentado na mesa tomando café e conversando com maria enquanto ela limpava os armários.

– Filha - ele tirou a cabeça que estava escondida em um jornal - estava com saudades de você.

– Achei que estava em viagem de negócios.

– Eu resolvi tirar uma folguinha para ver minha filha, cheguei ontem de madrugada e você estava dormindo, não quis te acordar.

– Humm... não precisava se preocupar comigo...

– Imagina, deixa de ser chata vem vem tomar café com seu pai.

Eu me sentei na mesa.

– E a escola está gostando? - ele me observou por um minuto, pelo visto percebeu que eu estava sem o uniforme - Depois quero ver você com o uniforme.

Droga.

–Huum... claro, eu vou subir e me vestir.

– Mas você mal tocou no seu café.

– Eu estou sem fome.

Me levantei e voltei ao meu quarto. Tentei pensar em um jeito de sair escondida, mas não ia rolar. Então acabei vestindo o uniforme, tive uma ideia que poderia funcionar. Peguei minha mochila e coloquei minha roupa dentro e sai. Quando desci meu pai começou a fazer vários comentários de como é bom eu estar indo pra essa escola e blá blá blá. Depois de um tempo cheio de comentários ele me disse que me levaria até a escola. Quando cheguei até lá desci do carro e esperei até que o carro sumisse de vista, então virei a esquina da escola e fui até uma lojinha que ficava um pouco longe da escola e pedi a moça do caixa para que eu pudesse usar o banheiro, ela me indicou a porta e eu fui até la trocar de roupa. Quando saí precisava de achar um jeito de chegar até a Goode High School que ficava quase do outro lado da cidade. Resolvi fazer uma coisa que poderia me arrepender futuramente, liguei para Charlie. Para minha sorte ele era um cara legal e iria me levar sem contar ao meu pai.

Ele chegou onde eu estava depois de alguns minutos e me levou até a Goode High School sem fazer nenhuma pergunta, a não ser quando chegamos lá.

– Olha senhorita, eu não sei o que pretende fazer mas espero não me arrepender no futuro.

–Não irá Charles, só preciso falar com uma amiga.

Quando cheguei as aulas já haviam começado e tive que esperar até o primeiro intervalo, foi quando eu vi Thalia. Meu coração deu um salto, saí correndo até ela, mas como eu espera ela não se lembrava.

Fiquei algum tempo rodando pela escola e trombando com alguns professores, mas dei algumas desculpas que pela minha sorte funcionaram.

O sinal bateu para o almoço, e eu estava lá, uma garota desconhecida em uma escola que nem estudava. Comecei a procurar pelo refeitório, foi quando eu Vi Percy. O mais estranho e que eu tive uma sensação de que ele sabia de tudo, foi como de um imã me puxasse eté ele, então eu corri em sua direção. Ele estava em uma mesa com Jason, Leo e Frank, isso me animou ainda mais. Cheguei até ele e sentei ao seu lado e o virei segurando seus ombros.

– Percy me fale que você se lembra de mim - eu disse - me fale que não é só eu que sei que existe o Acampamento Meio-Sangue, me fale que você lembra de tudo.

No começo ele ficou com uma cara de assustado e eu achei que ele não se lembrava mas ele me disse uma coisa que alegrou meu dia.

– Eu me lembro.