P.O.V Rachel

Eu só me lembro de ter acordado em meu quarto em NY.

Minha cabeça doía.

Eu estava no acampamento romano ate que tudo parou e depois minha visão falhou, e quando voltou eu estava em meu quarto.

Ta legal, como vim parar aqui?

Sai do meu quarto e fui andando ate a cozinha. Maria - a empregada que cuida da minha casa - estava terminando de limpar a cozinha do café.

– Senhorita Dare - ela se virou e sorriu - acordou tarde, não? Se não se apressar irá se atrasar ´pra o colégio.

Colégio?

Minha cabeça girava, eu ficava me perguntando mentalmente o que fazia ali. Faltava muito ainda pra voltar ás aulas. E como eu havia parado ali do nada.

– Maria - perguntei - não falta alguns dias ainda pra aulas voltarem?

Dias, messes ou séculos?

– Muito engraçado senhorita - ela disse aquilo como se eu tivesse perguntando de brincadeira - agora é melhor você ir se arrumar se não seu pai não irá ficar muito feliz se você se atrasar justo no primeiro dia, seu uniforme está passado dentro do seu closet.

Eu assenti com a cabeça e voltei ao meu quarto.

Deitei na cama e peguei meu celular e tentei ligar para Annie, se alguém pudesse me ajudar essa pessoa seria ela. Ela seria honesta o suficiente pra falar que eu estou maluca. Tentei ligar várias vezes mas sempre dava que o número não existia.

Okay, agora eu sei que tem alguma coisa realmente errada.

Resolvi ligar para Percy - não que ele seja a pessoa ideal pra tirar uma dúvida mas era o único que tinha um telefone. Estava procurando seu número na minha lista mas não estava ali.

– Que droga - reclamei - como assim não tenho o telefone do Percy aqui. Eu tenho certeza que eu tinha. Ta legal eu devo mesmo estar maluca. Isso deve ser um sonho...

– Olha não diria que isso é um sonho.

– Deuses, esses celulares estão mais modernos do que pensei, agora até opinam no que nós dizemos...

– Eu não sou esse celutar - a voz vinha da minha janela.

Quando me virei havia uma mulher sentada lá me encarando com as sobrancelhas erguidas. Ta pode ser que eu levei um baita susto porque até bati a cabeça na parede, mas isso fica entre nos.

– Quem é você? E o certo é celular, não celutar.

– Não importa. E não importa.

– Oi?

– A resposta para as suas duas perguntas - ela disse pegando um espelho de mão que esteva em minha escrivaninha perto da janela e tentando arrumar alguma coisa em seu rosto que eu não sabia o que era.

– Ta, é oficial, eu estou realmente maluca.

– Não creio que esteja maluca criança.

– Então alguma coisa realmente aconteceu? Por que eu vim parar aqui? Meus amigos estão bem? Onde eles estão?

– Quantas perguntas criança - ela disse balançando a mão em desaprovação - porque você mesma não vá procurar as respostas.

– Respostas? Que respostas? Dá pra dar uma dica pelo menos?

Ela se virou para mim e deu um suspiro de desgosto colocando o espelho na mesinha.

– Digamos que nada está como antes, como se os deuses não tivessem existido, mas isso não pode ficar assim criança. - eu assenti pra que ela continuasse - ninguém se lembra de nada do passado, somente você.

– O que?

Eu estava totalmente confusa, minha cabeça girava.

– Acalme-se criança - ela deve ter percebido como eu estava confusa e nervosa - você terá ajuda, mas terá que acha-lá.

Depois que disse isso ela desapareceu.

– ótimo, obrigada pela ajuda - gritei.

Ouvi um toque na porta, quando abri Maria estava na porta com uma cara de preocupada perguntando porque eu havia gritado, só disse que estava conversando com uma amiga no telefone. Para o meu alívio ela acreditou.

Eu me sentia tonta, confusa, e principalmente cheia de raiva. Fui até o closet, peguei meu uniforme da academia Academia de Moças de Clarion.

Quase me esqueci do trato com meu pai. Detesto essa escola.

Olhei para o uniforme e fiz uma careta. Academia de Moças Clarion, onde riquinhas retardadas exibem seus cérebros vazios, seus bolsos recheados e suas futilidades.

– Ótimo não vejo a hora de começar.

Terminei de me vestir, amarrei meus cabelos ruivos e encaracolados em um rabo de cavalo, peguei minha mochila e desci. Eu estava muito atrasada então acabei nem tomando café. Eu não tinha um carro. É quem diria que uma "riquinha" como eu não teria um carro, mas eu tinha um chofer chamado Charlie, ele era bem legal e gentil mas eu odiava ter um chofer, era como se eu fosse uma princesinha entrando em sua carruagem. A ideia me dava ate ânsia de vômito.

Cheguei na escola e foi exatamente como imaginei, riquinhas metidas em seus grupinhos falando sobre as coisas que seus pais tem. Era come se fosse uma competição de qual pai tem mais patrimônios. Isso também me dava ânsia de vômito. As vezes me arrependo de ter ido tentar ajudar Percy.

Saí do carro com a cabeça baixa tentando não chamar muita atenção, mas é claro que isso não aconteceu. Eu podia sentir os olhares e comentários pelas minhas costas, aquilo me deixava morrendo de raiva, mas tentava não me preocupar com aquilo, precisava me concentrar em resolver o problema dos deuses e achar a pessoa que iria me ajudar.

Autora: Não irei falar muito sobre o decorrer da aula da Rachel porque não irá influenciar na história.

Finalmente a aula acabou. Com certeza aquele foi o pior dia da minha vida. Algumas garotas descobriram quem era meu pai e vieram puxar saco de mim mas eu nem dei ideia e sai de perto.

Quando cheguei em casa resolvi tomar algumas providencias. Eu tinha que achar algum amigo meu. Algum deveria estar por perto, só precisava achar.