Eu estava terminando alguns projetos para a reunião de pauta de amanhã. A redação estava praticamente vazia, eram poucos que tinham vontade de ficar depois do expediente mesmo que fosse por poucos minutos.

 Talvez nem todos tenham razões para se de morar no trabalho. E ao contrario do que possa aparecer, não digo por não quer mais no jantar com a Jared. É que hoje não consegui ver o Jensen e se ele ainda não foi embora, quem sabe ele não aparece para me dar um tchauzinho, um abraço de até amanhã com aqueles braços musculosos me envolvendo. Eu sentido o cheiro maravilhoso que emana dele...

 -Você não deveria trabalhar tanto assim – estava tão perdida nos meus pensamentos indevidos que nem o ouvi entrar. Corei feito tomate quando o olhei e ele achou graça, dando um sorriso aberto.

 -Ainda por aqui? – foi o máximo que consegui dizer.

 -Queria te ver – ele deu a volta na minha mesa ficando ao meu lado – Fazendo a pauta pra reunião de amanha?

-Não vi você na redação hoje. Pensei que tivesse faltado.

-Quanto a isso, culpe a Sofie. Ela me fez trabalhar na seção de fotos hoje. Parece que um fotografo faltou e eu o substitui – ele abriu o sorriso largo outra vez –Sentiu minha falta?

Antes que eu respondesse, ele me beijou. Gostei disso mais do que devia, mas consegui afastá-lo e dizer:

-Você é louco. Alguém pode aparecer, sabia?

-Relaxa, não tem mais ninguém nesse lugar além de nos dois – ele me puxou para si, me fazendo levantar. Sentamos no sofá e continuamos de onde tínhamos parado.

-Esse sofá é tão adequado - ele me fez rir. -Com certeza – o beijo – acho estranho ficarmos aqui na redação.

-Nesse caso que tal darmos uma esticada até o barzinho de um amigo meu – ele beijava o meu pescoço enquanto falava - Isso se você não tiver de ir a nenhum lugar.

-Não – naquele momento eu não lembrava nem onde era a minha casa. Me levantei, pegando minha bolsa e indo para a porta – Então você vem ou vou ter que encontrar o lugar sozinha?

 Ele riu e se levantou. Fomos abraçados para o estacionamento do prédio. Eu não sabia que Jensen tinha um carro. Mas esse não foi o motivo deu ter ficado boquiaberta quando chegamos perto dele.

 -Esse é o seu carro? – disse eu apontando para o Impala 67 preto na minha frente.

 -É. Por que?

 -Meu pai tinha um quando eu era pequena – devo ter ficado com cara de cão sem dono porque ele encostou-se ao carro e me puxou pra um abraço.

-Você sente muita falta deles, mais do que mostra, né? – afirmei com a cabeça – Sinto muito de verdade.

 -Acredito em você. Mas não vamos estragar a noite com coisas tristes. Além do mais, fiquei curiosa em conhecer o bar do seu amigo – ele sorriu e abriu a porta do carro pra mim.

 Ao sairmos do prédio, descobrimos algo que não tínhamos percebido com nossas atenções voltadas para outras coisas. A chuva estava muito intensa, o que significa que o transito de Nova York, que já não é aquelas maravilhas, estava um completo caos.

 Jensen conseguiu andar algumas quadras, mas logo ficamos presos no congestionamento.

-Acho que vamos ter que cancelar nossa noite – eu ri, mas Jensen ficou serio de repente.

 -É... Virando nessa rua fica o meu apartamento – ele me olhou sugestivamente. Eu gelei. Não sabia o que responder. Mas eu não podia dizer não para aquele par de olhos verdes que praticamente que eu disesse que sim. Por fim acabei concordando.