Sem a menor pressa caminhei para a redação depois de deixar a Carly na escola. Seria mais pratico ( e mais rápido) se eu pegasse um taxi, mas esse tempinho amais é tudo que eu quero pra pensar sobre o que eu devo fazer hoje.

Jared foi mais competente do que eu pensava na árdua tarefa de me distrair. Apesar de jogar em cima de mim a noticia de um a festa de noivado pra daqui a duas semanas, ainda mais organizada pela “fofura” da mãe dele.

Porém, esse é o pior dos meus problemas. Porque mesmo com todas as distrações, a cena de sábado à noite não me saia da cabeça.

Foi tudo tão... perfeito. A trilha sonora, o deus grego na minha frente, o beijo sensacional. Não, não. Samantha qual é o seu problema? Você está noiva, lembra? N-O-I-V-A. não perde o foco.

 Jensen não é o tipo de cara que você beija na balada e até nunca mais. Ele trabalha comigo agora, vou vê-lo pelo menos seis dias por semana, oito horas por dia.

Ai está o xis da questão. Minha posição deve ser toma da a partir do que o beijo significou para ele ou devo agir precipitadamente e me prevenir?

Acho que a segunda opção é a mais acertada. Afinal de contas, não posso chegar no cara e “Bom dia! Você me beijou por beijar ou sente alguma coisa por mim?”. Ele diria que sou completamente maluca, mas fico curiosa para saber qual seria sua resposta. Falando em maluca, deve ser isso que as pessoas que passam por mim devem estar pensando, já que tenho a leve tendência de fazer mil caras e bocas quando me concentro muito.

 Voltando ao ponto principal. A primeira coisa a se fazer, já que escolhi a segunda opção, é tira-lo da minha sala. Pois não tem cabimento nos dois dividirmos aquele cúbico ao qual chamo de escritório.

Assim que cheguei a redação, fui direto para a sala de Sofie. Sabia que ela ainda não tinha resolvido isso, então fui exigir que algo fosse feito

 -Bom dia, Sam! A matéria que você fez salvo a nova edição. Você e o novato trabalham muito bem juntos – disse ela ironicamente.

 - Que bom. Só tem um pequeno probleminha. Não posso continuar dividindo minha sala com ele.

- Por que? Aconteceu alguma coisa? – a razão de Sofie trabalhar em uma revista é que ela adora uma fofoca.

- Não. Nos damos muito bem, por sinal.mas eu preciso do meu espaço, não estou acostumada a dividir minha sala – ela não me deu a devida atenção – Acho que você pode me ajudar com isso,para eu não ter de incomodar o Joe- claro que eu tinha uma carta na manga.

 - Isso não será necessário, querida. Pode ficar tranqüila que o mais rápido possível, eu arranjo um lugar para o Jensen.

 Sai da sala de Sofie satisfeita. Mas ainda tenho mais um round para enfrentar na minha sala ( não consigo abandonar minha veia melodramática).

 É claro que Jensen estava lá, mexendo no seu computador. Se eu olhasse muito para ele, meu plano de ser indiferente iria por água abaixo.

- Oi! – ele abriu um sorriso de orelha a orelha ao me ver. Não seria uma tarefa fácil.

- oi – respondi tentando ao maximo me controlar.

- Como está a Carly? – puxando conversa

- Bem – ele deve ter percebido que eu não estava para papo, pois parou de falar e ficou apenas me observando. Tentei me distrair com uma coisa e outra, mas depois de mais ou menos uma hora não estava aguentando mais. Precisava de um pouco de ar, por isso inventei uma desculpa para sair dali e voltar só quando aquela sala tivesse apenas um ocupante.

 - Preciso resolver umas coisas. Daqui a pouco eu volto – não esperei por uma resposta. Peguei minha bolsa e sai.

Andei, comprei umas coisinhas, tomei um café. Procurei ao maximo não pensar nele. Pergunta se adiantou? Que nada. Parece que a cada minuto eu pensava mais naquele loiro estúpido, musculoso e gato. Também não podia ficar folgando no trabalho e acabei voltando mais rápido do que realmente gostaria.

Ao voltar, descobri que a situação tinha se normalizado. A minha sala voltou a ser unia e exclusivamente minha. Pude me concentrar um pouco melhor no trabalho sem um par de olhos verdes , seguido todos os meus movimentos.

 Tudo estava na mais perfeita ordem ( eu estava até mais controlada, acredita?)até o final do expediente. Eu estava arrumando umas pastas em uma estante de costas para a porta, quando ouço Jensen me perguntar:

- Posso falar com você? – me virei para lhe responder, percebendo que ela estava mais próximo do que imaginava.

- Claro – respondi muito naturalmente (alguém acredita?)

-Por que você esta me evitando? – ele chegou mais perto me deixando sem saída. Ou eu olhava pra aquele rosto perfeito ou para aquele peitoral musculoso coberto pela camiseta...foco.

 -não estou evitando você.

-Não? Pediu pra me tirarem as sua sala, não fala nem olha pra mim. Isso só pode ter uma razão.

- O que? - Eu tenho de ter o mínimo de coragem de resistir a essa tentação.

 -você não para de pensar no que aconteceu no sábado. E se te incomoda é por que você gostou – ele deve ter o poder a hipnose, não é possível.

- Está enganado. Nem sei do que está falando – isso Samantha, controle.

- então eu devo refrescar sua memória - quando dei por mim os lábios de Jensen estavam nos meus, suas mãos envolvendo minha cintura. Consegui, reunindo muita força de vontade, afastá-lo.

- Ficou maluco? Se alguém entra aqui?

- Fiquei maluco sim. Por você – ele se aproveitou por eu estar de guarda baixa e me puxou novamente para si. Eu não queria mais lutar. Eu queria era sentir aquela boca, aquelas mãos me apertando contra seu corpo musculoso e nada mais.