Roses and Demons EX: Crimson Blast escrita por Boneco de Neve


Capítulo 20
Mensurando o Estrago


Notas iniciais do capítulo

Senhoras e senhores, sei que novamente estou atrasado, mas dessa vez tenho uma compensação pra vocês. Eu trouxe um pacotão "terrorista" de 12 capítulos, prontos para serem lançados. Espero que gostem.



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Em um canto discreto no segundo andar do Manicômio...

Silol: Espera, devagar aí. Que história é essa de um cara subir no meu estabelecimento pela janela?

Segurança 1: Foi o que a cabritinha disse.

Silol: E como é que ninguém lá fora reparou? Mesmo os arredores ficam cheios de gente; não é possível que alguém não tenha visto!

Segurança 2: Pode ter sido numa hora de menor movimento.

Silol: Uma ova! O Manicômio pode até ser uma espelunca, mas é uma espelunca com olhos pra todo canto. Essa história está muito estranha.

Segurança 1: Mas senhor, a cabritinha foi enviada até o senhor Aspo. Se o principal já foi feito, não tem porquê continuar se incomodando com essa história.

Segurança 2: A não ser que o indivíduo tenha de alguma forma trocado de lugar com ela...

Silol: Entornou o copo, né? Me diz, que tipo de maluco trocaria de lugar com a cabritinha pra ir uma casa cheia de capangas? E pra quê?

Logo depois dessa fala, o som de uma poderosa explosão ressoou por toda a cidade e seus residentes sentiram a terra tremer brevemente. Todos os moradores de Bisquitt, assustados, foram às ruas e olharam ao redor para tentar saber o que aconteceu. Alguns olheiros saíram pela cidade, clamando em alta voz que a casa de Aspo foi para os ares, notícia essa que logo chegou aos ouvidos de Silol, que ficou em choque, mas logo chegou à resposta mais provável da sua pergunta.

Silol: Um maluco como Mão de Pravus, talvez...

A explosão fez os clientes do cafetão se desesperarem e quererem sair do local, coisa que deixou Silol enlouquecido, pois muitos deles não pagaram suas contas, e ele, junto com seus seguranças, se esforçava para mantê-los ali até pagarem suas dívidas.  

Poucos momentos depois, Tong-Hu, depois de sair às pressas do seu quarto e com a armadura mal colocada, foi atrás do cafetão, que tentava controlar a confusão que se generalizou em seu estabelecimento.

Tong-Hu: Silol!

Silol: Amigão, eu tô um pouco ocupado aqui. Se você veio pra me ajudar, eu agradeço.

Tong-Hu decidiu dar uma forcinha para Silol. Ele deu uma forte pisada no chão, que o fez vibrar, fazendo a maioria dos clientes caírem. Em seguida, ele bradou para o pessoal.

Tong-Hu: TODOS VOCÊS, QUIETOS!

O brado impetuoso de Tong-Hu deixou os clientes assustados o suficiente para entenderem o recado, mas como não havia mais clima para festa, eles foram saindo aos poucos, porém organizadamente.

Silol: Te devo essa, camarada.

Tong-Hu: Tá, mas me diga, tem ideia do que houve?

Silol: A casa de Aspo foi destruída. E eu acho que foi coisa do Mão de Pravus.

Tong-Hu: Filho da mãe... Passou por baixo do meu nariz!

Silol: Do nariz de todo mundo, até do meu. Tô desconfiado que esse desgraçado trocou de lugar com a cabritinha pra se infiltrar na mansão.

Quando Silol disse isso, Tong-Hu gelou. Ele tinha sentido algo de diferente na “cabritinha”, mas não fez nada por desleixo.

Tong-Hu: Cara... Ele passou bem na minha frente. Eu tinha sentido algo estranho nele, mas... Se Rashu descobrir isso, ele vai me matar.

Silol: E eu vou tomar um belo de um prejuízo por causa daquele justiceiro maldito...

Tong-Hu: Silol, eu vou para lá. Preciso averiguar o que aconteceu.

Silol: Tá legal. Mas primeiro, faça o favor de me pagar.

Tong-Hu: Cara, eu tô com um pouco de pressa. Não pode deixar pra quando eu voltar?

Silol: Nada disso. “Amigos, amigos, negócios a parte”. Além do mais, você é Combatente e precisa dar exemplo. Pode passando a grana pra cá.

Tong-Hu: Hmph... Logo você, me dando lição de moral...

Contrariado, Tong-Hu pegou um saquitel de moedas de um bolso e começou a contar suas moedas. Depois de separar e dar o valor cobrado a Silol, foi embora rapidamente dali, passando por cima das propriedades para chegar ainda mais rápido à propriedade de Aspo. Uma mulher que usava um capuz com orelhas de gato o viu pulando de uma casa a outra, sumindo de sua vista logo depois. Então, ela entrou em seu casebre, onde encontrou com sua amiga de cabelo púrpura.

Larkia: É isso aí. Mileena mandou toda a família Shabon pros oitavos de Pravus.

Rosé: Eu não gosto de ver desgraça alheia, mas se essa era a única forma de fazê-los parar com todas aquelas atrocidades...

Larkia: É. Teria sido mais justo se eles tivessem sido condenados em um julgamento decente, mas, infelizmente, Aspo e seus filhos, como uma das três famílias, dificilmente seriam julgados. Ainda mais considerando o rei desprezível que a gente tem...

Rosé: Verdade... Mas, francamente, eu tô surpresa. A Mão de Pravus, uma Darphai... Não acredito que você colocou ela pra me resgatar e acabar com Aspo. Onde você arrumou dinheiro pra contratá-la? Ela não deve ter cobrado barato.

Larkia: Rosé, ela é uma caçadora de recompensas, não uma mercenária. Além disso, ela já tinha intenção de ir atrás de Aspo. Eu apenas mostrei um caminho fácil e, através dele, pedi pra resgatar você. Dois coelhos numa paulada só.

Rosé: Hihi... Você é incrível, minha amiga. Muito obrigada.

Larkia: De nada. Eu só espero agora que, no fim de toda essa história, Mileena consiga sair viva... O maior de todos os desafios ainda está para chegar...

Enquanto isso, Tong-Hu chegou à propriedade de Aspo e conseguiu passar pelos labirintos naturais sem problemas. Ao chegar ao final, Tong-Hu contemplou a grande devastação do local.

Tong-Hu: Por Adriel...

O local da casa de Aspo deu lugar a uma cratera com destroços e cadáveres de capangas espalhados para todo canto e com nuvens de poeira subindo desses destroços. Intentando procurar os corpos dos Shabon, o Combatente se aproximou dos restos da mansão vagarosamente, pois não sabia o que mais poderia ter ali. Porém, ele interrompeu sua ida quando ouviu um som, vindo do peitoral de sua armadura. Um círculo que ficava bem no centro do peitoral começou a brilhar e emitiu uma luz para sua frente, formando a imagem de um indivíduo. Ele possuía uma armadura similar a de Tong-Hu, mas com detalhes de penas por toda a armadura. Aquele era Rashu, que naquele momento estava em Gricai e estava usando uma magia especial de comunicação com Tong-Hu.

Tong-Hu: Ah, Rashu.

Rashu: Qual é tua localização, Tong-Hu?

Tong-Hu: Estou bem diante do que sobrou da casa dos Shabon. O estrago foi total. Duvido que alguém tenha sobrevivido...

Rashu: Eu entendo... Bom trabalho, Tong-Hu. Deixe o restante da averiguação para os soldados da cidade. Agora, preciso que tu voltes imediatamente para Gricai. Precisamos rediscutir o plano de ataque à Mão de Pravus.

Tong-Hu: Hm... Tem alguma informação nova?

Rashu: Sim, eu já tenho informações vitais sobre a identidade dela.

Tong-Hu: Dela? Quer dizer que Mão de Pravus é uma mulher?

Rashu: Sim, mas prefiro discutir sobre esses detalhes pessoalmente contigo e com Fileo. Por favor, retorne logo.

Tong-Hu: Hm... Tá legal. Já vou aí.

Rashu: Estarei te aguardando.

A imagem de Rashu desapareceu e o peitoral da armadura de Tong-Hu parou de brilhar. O Combatente ruivo deu um suspiro de frustração.

Tong-Hu: Se ele soubesse... Ugh...

Quase meia hora depois, na Vila da Ferradura, Lobs servia os seus clientes em sua taverna, que estava quase cheia. Quando voltou para o balcão para preparar um aperitivo, a porta se abriu. Por ela, entrou ninguém menos que Carly, cuja presença despertou a curiosidade dos clientes, a qual, por sua vez, despertou a sensação de desconforto na bibliotecária. O negócio piorou quando um dos clientes resolveu fazer um gracejo.

Cliente: Aí, aqui não é sua casinha, viu, bonequinha?

Carly: Vá tomar no...

“SHHHHHH!”

Carly lembrou que uma taverna era definitivamente um dos piores locais pra se causar uma confusão, portanto, não querendo causar mais alarde desnecessariamente, ela conteve a própria revolta e se dirigiu ao taverneiro, que também já tinha uma plena sensação de desconforto.

Lobs: Posso saber o que a mocinha veio fazer aqui?

Carly: Ahem... Eu soube que aquele Combatente lindo... Digo, loiro frequenta essa taverna. Por acaso, ele se encontra?

Lobs: Bom... Aqui não tem nenhum Combatente.

Carly: Sabe onde eu posso encontra-lo?

Lobs: Não.

Carly: Tem certeza?

Lobs: Olha aqui... Não sei se você percebeu, mas eu estou ocupado. Eu não sei onde ele está e ponto final. Se não tiver mais o que fazer, então vá embora; aqui não é lugar de menininha.

Carly: E desde quando taverna é lugar só de homens? Isso é machismo, tá?!

Lobs: Eu não dou a mínima e minha paciência já tá no fim! Vá embora daqui antes que eu meta o pé nessa almofada de formiga que você chama de traseiro!

O comentário grosseiro de Lobs arrancou uma gargalhada generalizada dos seus clientes, que apoiavam a sua atitude de mandar Carly ir embora dali. Esta, revoltada, acatou a ordem a contragosto, bufando de raiva e amaldiçoando mentalmente o taverneiro. O homem voltou a cuidar de seus afazeres até que ouviu um alto ruído de algo quebrando vindo do lado de fora. Achando que a diminuta garota havia vandalizado sua taverna por vingança, saiu furioso e foi até a parede direita da taverna, que era onde ele costumava colocar seu lixo. O lixo, porém, estava intacto. A única coisa que ele encontrou de anormal foram cacos de garrafas no chão.

Lobs: Hmph... Se essa é a sua ideia de vingança, mocinha, vai ter que fazer melhor que isso...

Fileo: Lobs, fui eu.

Lobs tomou um susto com a aparição inesperada do Combatente, que estava escorado atrás da taverna até o taverneiro aparecer.

Lobs: Você me assustou, sabia?

Fileo: Desculpe, mas é que eu tenho notícias. E não são boas.

Lobs: Tá... O que aquela idiota aprontou dessa vez?

Fileo: A musa... Ela destruiu a família Shabon.

Lobs: Hã? Quê... Como assim, destruiu?! Que história é essa?!

Fileo: Nem eu sei direito o que houve. Só sei que ela explodiu a mansão dos Shabon com toda a família dentro. Nem os capangas escaparam.

Lobs ficou quieto por alguns segundos, tentando compreender o que estava acontecendo. De todas as coisas que Mileena já havia feito, a destruição dos Shabon certamente foi a mais ousada de todas, e as possíveis implicações que derivariam desse ato o perturbavam. Porém, Fileo não havia concluído ainda o seu relatório.

Fileo: Infelizmente, essa não é a pior parte.

Lobs: Quê?! Que mais aquela tonta fez?!

Fileo: Nada. O problema é que Rashu agora sabe que a Mão de Pravus é uma Darphai.

Lobs: E mais essa! Como é que aquela imbecil deixa a escapar a identidade dela assim?!

Fileo: Não acredito que tenha sido mero descuido. Alguma coisa de anormal aconteceu.

Para o azar dos dois, havia uma pessoa escorada parede da loja fechada ao lado, escutando a conversa. A pessoa, pequena e usuária de um par de óculos grande, também ficou atônita com o conteúdo daquela conversa. Ela, que já sabia quem era a Mão de Pravus, definitivamente não esperava ouvir o detalhe adicional sobre a própria que acabara de ouvir.

Carly: Tá de brincadeira comigo... Aquela filha da mãe, além de ser a Mão de Pravus, é uma Darphai?

???????: Quem é uma Darphai?

Carly: Aquela lambisgóia de roupa preta e cabelo preto escorrido que... Que...

 

Quando Carly finalmente reconheceu a voz que falara com ela, a pequena bibliotecária gelou. Ela vagarosamente virou o rosto para trás e se deparou com Mileena em pessoa, olhando para ela como um guarda que acabou de flagrar um ladrão.

Mileena: Lambisgóia, é?

Paralisada de medo, Carly suava frio enquanto olhava para a moça de manopla. Dezenas de pensamentos horríveis cruzavam em sua mente enquanto contemplava o rosto sério da bruxa. Ela sabia muito bem que não sairia dessa situação intacta.

Carly: (Adriel... Socorro!)


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Notas finais do capítulo

Mileena toma a decisão de fugir, mas não sem cuidar daquele quem ela mais ama.

Próximo Capítulo: Caminhando pelas Sombras

Confira!



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