Roses and Demons EX: Crimson Blast escrita por Boneco de Neve


Capítulo 12
Mercenária Peçonhenta


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que pode parecer pouco criativo usar o nome Jasmine, que é tão parecido com o nome Yasmin (que é o nome de uma das personagens principais do R&D original), mas tem um motivo. Não sei se alguém notou, mas a Jasmine dessa história é baseada na personagem Yasmin de Escorpião, personagem do mangá Saint Seiya GS - Ares Chapter, feita pelo Dannilo Sant'anna, o desenhista que desenhou aquela beldade que tá estampada na capa dessa fic. Eu espero que ele goste da pequena homenagem e não se incomode muito com o que vai acontecer com a minha Jasmine aqui. Opa, já tô dando spoiler aqui... Melhor parar.



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Mileena: Ah, você é a Jasmine Kam’hir, é? Heh... Bom saber...

O nome Jasmine Kam’hir não era estranho para Mileena. Aliás, a bruxa já imaginava que a sua adversária seria a própria. Esta se viu surpresa ao ver que a moça de manopla a conhecia, além de ter ficado incomodada com o jeito desdenhoso com o qual sua inimiga lhe tratou.

Jasmine: Posso saber qual é a graça?

Mileena: Oh, claro; é que eu já ouvi falar de você. Você ia se tornar uma Combatente Real junto com Fileo, mas era tão vagabunda e tão retardada que acabou sendo tirada até do programa de treinamento dos soldados.

Jasmine: Pensei que as Darphai fossem mais sensatas em não ficar acreditando em tudo o que ouvem...

Mileena: Não me enrole, seu bicho de rabo torto. Sei muito bem o que você fez; você fez um buraco nas calças do traje real do rei depois de ter enchido a cara. Por pouco, ele não apareceu com a retaguarda à mostra durante a cerimônia de aniversário do reino!

Jasmine: Uh...

Marjorie ficou de queixo caído ao ouvir a revelação feita pela moça de manopla. Jasmine ficou com uma expressão estática.

Jasmine: Tá legal, como você... Ah, deixe-me adivinhar. Fileo, não foi? Aquele maldito tem mesmo que dar com a língua nos dentes pra qualquer meretriz que ver no caminho, não é?

Marjorie: Hã, diretriz?

Mileena: Er... Marjorie, fique quietinha dessa vez, tá?

Jasmine: Ahem... Pois bem. Admito, cometi alguns deslizes. Mas felizmente não me dei totalmente mal. Consegui convencer o rei a me manter como mercenária à disposição do reino.

Mileena: Isso explicaria essa sua roupa exuberante... Mas ainda assim tá meio difícil acreditar na sua história. O rei não é um sujeito tão condescendente pra te manter por perto depois do que você aprontou.

Jasmine: Sua opinião não é da minha conta. O que basta para mim é que, se eu trouxer sua cabeça para o rei, ele certamente vai me tornar uma Combatente Real. Um ótimo motivo pra acabar com você agora, além da sua boca grande.

Mileena: Então me permita apresentar um motivo para você não fazer isso.

Jasmine: E qual seria?

Mileena: Se chama Segunda Bênção.

Jasmine: Segunda BGAH!

Antes que Jasmine completasse a frase, Mileena deu um salto rasante em altíssima velocidade na direção da mercenária. Esta foi atingida em cheio no abdome e lançada na parede logo atrás dela. Ao se chocar contra ela, Jasmine expeliu um pequeno esguicho de sangue pela boa e caiu no chão, revelando a marca de destruição que deixou na parede com o choque.

Mileena: Espero que isso tenha sido motivo suficiente... Ai...

Mileena sentiu uma pontada no ombro esquerdo. Ao vê-lo, percebeu que havia um dardo cravado nele. Ela o retirou do ombro assim que o viu, olhando-o assustada. A dor no ombro virou uma forte ardência, que só aumentava com o tempo e se expandia.

Mileena: Agh... Droga...

Jasmine: Heheh... Acho que o meu motivo é ainda melhor...

Com dificuldade, Jasmine se pôs de pé. A enorme dor que sentia a levou a concluir que uma de suas costelas estava fraturada, mas, mesmo assim, ela exibia um sorriso triunfante.

Jasmine: Guh... Se você me conhece tão bem, deve saber o que tem nesse dardo...

Mileena: Veneno...

Jasmine: Sim, mas não é qualquer veneno. Esse veneno é extraído dos escorpiões-de-fogo, um dos animais mais letais de Realia. Além dessa ardência, você vai sentir paralisia em um instante e vai cair morta em poucos minutinhos.

De fato, Mileena começou a sentir uma forte dormência em todo o corpo e, não suportando, caiu de quatro. A dor já estava insuportável. Ela sentia também seu coração acelerar muito. Sua respiração se tornou intensa. Sua mente girava e sua visão estava distorcida. Sua morte estava se aproximando.

Vendo sua adversária sem condições de reagir, Jasmine se pôs a caminhar em direção a ela. Porém, a mercenária não quis se dar ao trabalho de acabar logo com a moça explosiva, pois sabia que seu fim estava eminente.

Jasmine: Se não fosse o meu vestido de couro de dragão eclíptico, você teria destruído o meu estômago. Mas já que você conseguiu arrebentar minha costela, vou retornar o favor te deixando agonizar aqui mesmo. E enquanto isso...

Ao passar por Mileena e chegar à porta, olhou para Marjorie.

Jasmine: Vou cuidar de você.

Marjorie estava assustada. Ela viu o que aconteceu com Mileena e estava incrédula. Mas ela não pretendia ficar só olhando. A pequena bruxa juntou as mãos e, delas, surgiu algo parecido com um novelo fofo, ligeiramente avermelhado.

Marjorie: T-Tá legal, pode vir!

Jasmine: Ah, já entendi...

Jasmine retirou, de um bolso grande em seu vestido, uma máscara feita do mesmo material que seu vestido. Ela o pôs em seu rosto, cobrindo assim seu nariz e sua boca.

Jasmine: Eu vi o que aquela sua amiga, a Felicidade, fez lá na biblioteca da vila. Graças a ela, eu já sei como funciona o seu poder. Desde que eu não inale os seus esporos, eles não irão me afetar.

Marjorie: Não me subestime! HAH!

Marjorie atirou a esfera veluda contra Jasmine. Assim que a esfera a atingiu, formou-se uma névoa avermelhada em volta da mercenária. Esta permaneceu no local, totalmente despreocupada, até que começou a sentir os olhos arderem. E arderem muito.

Jasmine: AAAAAIII!!! MEUS OLHOOOOS!!! AAAAAGH!!!

O novelo que Marjorie fez continha esporos urticantes, os quais causaram a enorme ardência nos olhos de Jasmine. Enquanto a mercenária coçava os olhos desesperadamente, os sete cogumelos de Marjorie decidiram agir e se agruparam. O de chapéu verde deu o comando.

Mushirambo: Maninhos! AO ATAQUE!

“IEEEEEEEEEEIII!!!”

Os cogumelos avançaram contra a mercenária, que mal teve como reagir.

Jasmine: Argh... Hã? O quê?! NÂO! AAAAGH!

Enquanto isso, Mileena continuava sofrendo com a ação do veneno em seu corpo. Ela tentava juntar forças pra se levantar, mas seu corpo simplesmente não obedecia. Sentia um forte calor e suava muito. Sua visão começou a se escurecer. Mileena já não via mais jeito de escapar.

Mileena: (Mamãe... Me perdoe... Eu...)

A moça de manopla já estava aceitando o seu fim. Porém, ela teve uma ideia e, sem pensar duas vezes, colocou-a em prática.

Mileena: Terceira... Bênção...

A Terceira Bênção, também conhecida informalmente como a Bênção da Resistência, permitia que uma pessoa continuasse a lutar mesmo sofrendo ferimentos graves. Mileena não sabia se isso ia valer para um envenenamento, mas não tinha tempo para ponderar sobre isso. Ela tinha que colocar a ideia em prática.

Para a sorte de Mileena, a Terceira Bênção funcionou. A dor diminuiu e os sintomas adversos cederam a um nível bem mais tolerável. Mileena conseguiu se colocar de pé. Ela se sentiu aliviada pela Terceira bênção ter tido um efeito tão positivo, mas sabia que isso não ia durar muito tempo, pois isso só estava segurando os sintomas, não os efeitos. Ela tinha que arrumar uma forma de neutralizar definitivamente o veneno o mais rapidamente possível, do contrário, assim que o efeito da magia terminasse, a bruxa estaria morta. Porém, ela logo deixou esse detalhe de lado e passou a se concentrar em outro problema.

Mileena: (Eu vou arrancar o seu rabo fora, garota-escorpião...)

Os cogumelos de Marjorie haviam derrubado Jasmine no chão e a atacaram de tudo quanto era forma. Uns pulavam em cima dela e faziam a sua costela fraturada doer ainda mais. Outros puxavam seu cabelo e quase derrubaram o diadema que ela usava. O de chapéu laranja comeu a maquineta de seu braço direito e passou a mordê-lo em seguida. Jasmine se debatia desesperada.

Jasmine: Ai! Argh! S-Seus... GGRRRAAAAAH!

De repente, os cogumelos começaram a pegar fogo e pararam de atacar a mercenária. Esta aproveitou a chance e se levantou, com os cogumelos ainda em cima dela. Ela os pegou, um por um, e os jogou para longe. Depois ela olhou para Marjorie, visivelmente transtornada.

Jasmine: Eu vou te mandar pra Pravus, sua peste!

Marjorie: Meus filhotes! O que você fez com eles?!

Jasmine: Eu manipulo fogo. Só que a minha manipulação é ruim; só consigo aquecer o ar ao meu redor. Não posso gerar fogo na hora, sequer controla-lo. Mas não tem problema. Assim que eu pegar você, eu vou fazer você arder. Com veneno ou com meu poder. Você escolhe.

Nesse momento, a mercenária sentiu alguém lhe cutucar o ombro.

Mileena: Licença.

Surpresa, ela se virou para ver quem era. Ela tomou um susto quando viu que era Mileena. E antes que pudesse reagir, levou um forte cruzado de direita no rosto, que lhe arrancou a máscara e ainda a fez cuspir mais sangue e cair no chão logo depois. Então, a moça explosiva a pegou pelo vestido e a prensou contra a parede pelo pescoço usando o braço direito. Jasmine olhava para assustada para a bruxa. Não entendia como ela ainda podia estar de pé.

Mileena: Quem vai arder aqui vai ser você, sua desgraçada! E vai ser lá nos oitavos de Pravus!

Jasmine: Como você... Agh... Você devia estar morta!

Mileena: Morta vai estar você se não me der o antídoto agora mesmo!

Jasmine: Entendi... Gh... Pior pra você, querida; eu não tenho antídoto comigo.

Mileena: Ah, é?

Mileena então mostrou o dardo que Jasmine disparara contra ela quando deu o seu primeiro ataque.

Mileena: Então que tal se eu fizer você provar do seu próprio veneno?

Jasmine: Darphai, por favor, né... Não tenho antídoto porque eu não preciso dele. Já sou imune a esse veneno.

Mileena: Tá legal. Vou acabar com você do jeito mais duro então.

A bruxa largou o dardo e se pôs a aplicar mais alguns socos em Jasmine, depois a agarrou pelo vestido novamente e, dessa vez, jogou-a pra fora do salão. Enquanto sua adversária não reagia, Mileena aproveitou o momento para falar com Marjorie, que assistia a tudo atonitamente.

Mileena: Marjorie, tente procurar nos livros alguma poção que sirva de antídoto pra veneno de escorpião. Se tiver algo pra escorpião-de-fogo, melhor ainda.

Marjorie: Como é? Antí... An... Quê?

Mileena: An-tí-do-to! É uma cura! E, por favor, seja rápida; eu não tenho muito tempo!

Marjorie: Tá... Mas... Filhotes!

Mushapila: Mamãe!

Os sete cogumelos apareceram diante de Marjorie. Estavam apenas queimados de leve; não sofreram grandes danos. Marjorie se sentiu aliviada.

Marjorie: Ah, que bom, estão todos aqui. Estão todos bem?

Mushofofa: Estamos sim, mamãe! Não se preocupe!

Mushospanto: Maninhos, vamos ajudar a mamãe a achar uma cura para a moça de preto!

Mushozen: Isso, vamos ajudar a moça de preto!

Musholoco: Enquanto isso, ela bota a chinela pra cantar na cara daquela feiosa!

Mushibento: A gente consegue, mamãe!

Marjorie: Obrigada, filhotes... Deixa com a gente, Irmã Mili!

Mileena: “Irmã Mili”... Heh...

Durante essa conversa, Jasmine se colocava de pé com dificuldade, colocando o braço na barriga por causa da dor da fratura. Ela olhava para a moça explosiva com um misto de ódio e frustração. Ao enfrentar Mileena, ela tinha em mente os eventos da Rebelião das Bruxas e isso, somado ao seu veneno, a fez julgar que não teria uma batalha difícil pela frente. Ela não conseguia aceitar mais a situação em que se encontrava. A mercenária partiu pra cima da bruxa erguendo a mão revestida da luva com garras vermelhas.

Jasmine: GrrrRRRRRR! MORRA, DARPHAI!

Assim como os dardos, as garras também estavam impregnadas com veneno. Se conseguisse ao menos ferir sua adversária com essas garras, certamente aceleraria a sua morte. Mas, para Mileena, seu descontrole emocional facilitava a tarefa de detê-la. A bruxa apenas agarrou a mão da sua adversária por entre os dedos. Mileena então tentou acertá-la novamente com a mão livre, mas Jasmine conseguiu interceptar o ataque. Ambas ficaram frente a frente, forçando uma contra outra usando as mãos. A mercenária então fechou a mão com a luva com garras, procurando penetrar as garras no braço dela, mas inadvertidamente não estava obtendo êxito.

Jasmine: Heh... Sua idiota! Minhas garras também estão com veneno!

Mileena: É, eu sei.

Jasmine: E você ainda assim...

Foi aí que Jasmine reparou num detalhe: A luva que Mileena usava. A outra mão dela não tinha luva. Jasmine se incomodou com esse detalhe. Afinal, a própria também usava uma luva única como arma.

Jasmine: Espera aí... Que luva é essa que você está usando?

Mileena: Lembra quando eu te disse que você estava prestes a virar migalhas?

Jasmine: Hã?

A luva de Jasmine começou a brilhar num tom vermelho escuro. Apreensiva, Jasmine tentava entender o que estava acontecendo, mas isso a fez com que se distraísse, e Mileena aproveitou a chance para se desvencilhar da posição de impasse. Ela pegou a mercenária novamente pelas vestes, deu em seguida um giro para pegar impulso e arremessou a sua adversária para o vão do corredor à sua esquerda.

Apesar da dor, Jasmine se levantou rapidamente, ainda tentando entender o que acontecia com a luva. Ela logo entendeu da pior forma: A luva se explodiu.


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Notas finais do capítulo

É, acho que aquele tapa na pantera vai ficar pra outro dia, né, Jasmine? Ih, rapaz, isso tá caminhando pro humor negro... Melhor parar; não botei aviso disso no Nyah.

Próximo Capítulo: Obstinação

Em breve...



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