Come Break Me Down escrita por bolchevicky


Capítulo 9
Don't let me down - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Acho que deixei esse capítulo grande demais... O que é bom de certa forma!
Boa leitura!



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And all the times I came to you

I never ever lied

In Your Pocket, Maroon 5

POV Edward:

Entrei no quarto e me deitei na cama. Aí o telefone tocou. Deixei tocar. Nunca atendia ao telefone nessa parte da manhã. Tocou cinco vezes e parou. Eu estava sozinho comigo mesmo. E, por mais repugnante que fosse, era melhor que estar com alguém, ainda mais com a Bella, com todos lá fora fazendo seus pequenos truques e piruetas. Puxei as cobertas até o pescoço e esperei. Decidi ficar na cama até o meio-dia. Talvez então a metade do mundo estivesse morta e ele seria menos difícil de enfrentar.

(...)

Eu não estava dormindo de verdade e nem conseguiria quando senti a cama afundar ao meu lado e tinha absoluta certeza de que era a Bella ali, segurando seu choro e sua dor. Ela era a única que vinha deitar ao meu lado depois de uma briga, porque tanto ela como eu sabemos que nossas brigas não faziam bem a nós dois.

Abri meus olhos e minha confirmação não poderia estar mais correta.

Não havia nenhum contato físico, nem malícia.

Ela só estava ali, quietinha enquanto eu esperava ela agir de alguma forma. E ela agiu.

– Oi - sussurrou - Pensei que estava dormindo.

Bufei. A janela refletia a última luz do sol de hoje sobre ela e ela nunca foi tão linda.

– Talvez eu ainda esteja. De alguma forma, eu quero dormir. - tentei não transparecer emoção.

– Desculpe-me...

– Para com isso - eu a interrompi antes que ela cometesse uma idiotice - Para de se desculpar sempre que eu faço algo errado - expliquei - Não faz mais isso... Porque apesar de você errar também, eu erro muito e mais ainda quando sei que não é certo... Mas eu sou um garoto, e garotos normalmente não querem ferir seu ego inflado, garotos normalmente são orgulhosos.

Ela sorriu sem humor. Odiava esses sorrisos forçados.

– É que eu não gosto de brigar com você - soltou com um grande suspiro, mostrando o quanto estava cansada.

– Eu também não - concordei - Só às vezes, de brincadeira - tentei deixa-la menos séria, não obtendo sucesso.

Por isso puxei e aconcheguei seu pequeno corpo em meus braços, como se fosse uma criança com insegurança. Era um instinto que eu tinha com ela desde de sempre. Eu sempre quis protege-la dos monstros que assombram seus pensamentos, fazendo ela lutar com ela própria.

– Você vai ficar bem, apesar de não me contar nada. - sussurrei e beijei o topo da sua cabeça.

POV Bella:

Eu quis acreditar naquelas palavras que pareciam ser reconfortantes, mas meu coração estava receoso demais então eu fiquei satisfeita só por estar ali, porque tudo poderia acabar em um piscar de olhos... Se ele soubesse que é ele que rouba meus pensamentos e meu tempo, será que seria diferente? Eu nem conseguia imaginar como seria sua reação. E eu sei que não é hora para lhe confessar algo.


(...)

– Nós faltamos na faculdade em plena terça-feira... - comecei.

– Mas você tinha consciência disso, não é? - ele falou e o olhei, arqueando as sobrancelhas - Você convidou seus amigos para vir aqui.

– Na verdade, eu tinha acordado atrasada e eles vieram saber se eu estava bem. Não convidei ninguém. - justifiquei, mas ele não tinha que ficar bravinho toda vez que visse o Emmet - Mas eles são meus amigos, Edward. Até mesmo o Emmet.

Levantou-se e sentou no meio da cama, me encarando no silêncio do começo da noite.

– Você também é minha amiga. - falou como se não sentisse a diferença entre ele e o Emmet. Deus, como Edward era tolinho.

– Não, eu sou sua melhor amiga.

Não tive medo ao estender minha mão para tocar a sua e emaranhar seus dedos nos meus.

– Seus dedos são mágicos - murmurou, fechando os olhos como se estivesse aproveitando a sensação do meu toque. Sorri levemente com isso e percebo que Edward nunca foi tão carinhoso como agora.

– O que quer fazer? - perguntou com os olhos ainda fechados. Seus dedos passavam agilmente pelo meu braço, como se ele estivesse dedilhando as teclas de um piano.

– Não sei.

Na verdade, eu sabia o que eu queria. Eu só queria ficar ali, sabe? Porque eu queria experimentar essa sensação de esquecer tudo o tempo todo e sei que só ele me proporciona isso. Ele não é perfeito e ele não me faz feliz o tempo todo, mas é isso que me faz me apaixonar por ele todos os dias. Eu amo Edward como um todo e dane-se a razão.

– Bom, eu sei o que quero fazer - disse - Eu não comi nada o dia todo sabe... Estou com fome - sorriu torto. Era um pedido indireto para cozinhar para ele.

– Okay, eu cozinho algo. O que você quer?

– Ovos com bacon? - sugeriu levantando da cama.

– Claro - assenti com um sorriso enquanto pegava sua mão, que me ajudou a levantar.

Na cozinha, enquanto me esforçava o máximo para conseguir uma boa refeição para o Edward, ele tocou num assunto delicado para mim.

– Você é extremamente interessante enquanto dorme - aquela revelação veio à tona sem nenhuma introdução. Fiquei alerta de imediato, segurando a frigideira com uma força desnecessária.

– Como? - perguntei tentando manter a calma.

– Você fala - falou e quase pude imaginar ele dando de ombros atrás de mim, como se fosse algo normal.

– Não! - arfei fechando os olhos. Ele só podia estar se divertindo com tudo isso para estar tão calmo. Senti minhas bochechas pegarem fogo.

– Você não sabia?

– Mas é claro que sabia! - exclamei, virando meu corpo e o fitando, que tinha uma postura estranhamente calma. Mas ao me ver sua expressão mudou de imediato.

– Está com raiva de mim? - foi sincero quanto esta pergunta e eu só pude perceber porque não havia nenhum resquício de sarcasmo em sua voz.

– Isso depende! - falei sentindo o meu coração encolher-se diante da minha situação.

Ele esperou um momento, hesitando para procurar as palavras certas.

– Depende de...? - insistiu.

– Do que você ouviu! - eu gemi.

Ele somente suspirou e veio até mim. Segurou as minhas mãos com um certo cuidado enquanto procurava meus olhos que fugiam dele.

– Não fique chateada - pediu carinhosamente. Abaixou o rosto acompanhando meu olhar que até então estava escondido do dele.

Fiquei sem graça e me prendi no seu olhar, me sentindo mais calma e segura ao encara-lo.

– Você sente falta da sua família - sussurrou perto demais - E quando chove, o som da chuva te deixa inquieta. E é visível que você tem pesadelos constantes - ele disse cuidadosamente, prestando atenção em cada movimentação que fazia com os olhos.

– Mais alguma coisa? - perguntei baixinho, com medo da resposta.

– Você me chama em seus sonhos - admitiu.

Suspirei, me sentindo derrotada.

– Muito?

– O quanto você chama de "muito"?

– Ah, não! - abaixei meu olhar ainda mais, fitando meus pés.

Ele me puxou para o seu peito como se fosse a coisa mais natural entre nós. Mas não era. E isso me assustou.

– Não fique constrangida - sussurrou em meu ouvido - Eu também sonho com você e não me sinto envergonhado disso.

Consegui fita-lo novamente.

Eu não conseguia respirar. E não consegui resistir.

O hálito de menta acariciou minhas narinas, fazendo-me fechar os olhos de modo automático esperando para o que estava para vir. E o que estava para vir era inevitável. Havia uma estranha força gravitacional me puxando para perto dele até que seus lábios encostaram nos meus com muita delicadeza. O sangue ferveu sob minha pele e ardeu em meus lábios. Minha respiração assumiu um ofegar louco, meus dedos se trançaram em seus fios ruivos puxando-o para mim. Meus lábios se separaram por segundos somente para aspirar aquele cheiro inebriante.

Mas suas mãos foram parar em meu rosto e me afastou delicadamente. Abri os olhos e encontrei a expressão que avaliava cautelosamente minha reação.

Eu respirei fundo, tentando encher meus pulmões de algum outro cheiro que não fosse o dele. Então me lembrei da frigideira no fogão.

Virei-me e desliguei o fogo, me voltando para ele que continuava estático no mesmo lugar.

– O que está acontecendo com a gente? - questionou.

– Eu não sei - respondi sinceramente antes de sair dali e entrar no meu quarto, onde deixei que meus pensamentos e minha respiração se acomodassem onde eles deveriam estar


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Notas finais do capítulo

Talvez esteja ruim ou talvez não, mas se vocês acharem que eu mereço comentários, eu aceito :D Amo vcs.
Beijos,
Vicky