Come Break Me Down escrita por bolchevicky


Capítulo 5
Don't tell me.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Maybe you shoul just shut up

Baby, cause this is love

Avril Lavigne, Push

POV Bella:

Depois do café da manhã regado a um silêncio prazeroso com olhares cúmplices e sorrisos tímidos, eu o avisei que iria para o quarto me arrumar e, apesar de ver a curiosidade em seu olhar, ele não me perguntou aonde eu iria.

No quarto, troquei de roupa rapidamente e tentei arrumar o ninho que era meu cabelo, não tendo muito sucesso. Peguei minha bolsa e sai do quarto, mas antes de sair fui para a cozinha avisá-lo que iria até a casa da Alice.

Parei na porta da cozinha e o encontrei lavando a louça, distraído.

– Edward

Virou-se na direção da minha voz e parecia que tinha acabado de ser interrompido da sua linha de pensamento.

– Eu vou visitar a Alice - avisei - Não sei que horas vou voltar.

– De novo você vai ver a Alice? - perguntou, suspeitando de algo. Será que Edward não confiava em mim? Será que ele pensa que eu estou saindo com alguém que não seja a Alice?

– É - mordi os lábios nervosa.

– Okay - falou - Mas posso te buscar? - perguntou e meu coração acelerou com isso.

– Claro - sorri - Eu te mando uma mensagem avisando o horário - ele assentiu - Tchau, Edward.

Aproximei-me cuidadosa e me levantei nas pontas dos pés para beijar sua bochecha. E vi ele ficar corado, uma coisa que nunca prestei atenção antes.

– Se cuida - murmurei e sai dali, antes que cometesse o erro de beijá-lo

Sai do apartamento e entrei no elevador sentindo um sensação estranha dentro de mim. Afinal de contas, eu gosto do que machuca, eu gosto do que deveria odiar, eu amo aquilo que não posso ter. Às vezes, me pergunto: como alguém pode te fazer feliz e te trazer tanta dor? E como a mesma pessoa te faz amar e quebra seu coração? Eu tento consertar algo que já é costume... Me proporcionava medo pensar nisso, apesar de entender que era pura verdade. Edward não podia ser meu. Eu não conseguia viver sem ele. E com isso estou dirigindo desgovernada para o meu fim.

Acordei dos devaneios ao ver que a porta do elevador já estava aberta e um homem a segurava para mim. No seus rosto havia uma pergunta silenciosa se eu iria sair ou ficar e ele estava ali me olhando, esperando eu agir.

– Oh, me desculpe... - murmurei nervosa e sai do elevador - Obrigada.

Sai apressada até chegar na porta do prédio, localizando o carro chamativo da Alice. Apesar de ela ter um carro chamativo, eu gostava dele porque transmitia como a Alice era: feliz e despreocupada com o que as pessoas pensam e vão pensar. Entrei no carro e a cumprimentei.

– Olá, marrentinha - sorriu - Seu humor está melhor?

Senti minhas bochechas esquentarem e isso era um sinal de que devia estar vermelha como um tomate. Fiquei envergonhada porque sabia muito bem o motivo da melhora do meu humor.

– Eu estou melhor, Ally. Muito obrigada.

– Okay, vamos para casa porque você não é a única visita que eu recebo hoje. - sorriu astuta. O que a Alice estava aprontando?

– Quem é?

– Você verá.

– Odeio quando você esconde as coisas!

– É uma surpresa Bella. - começou a argumentar - Surpresas não podem ser desvendadas antes da hora.

(...)

Eu já havia me esquecido da visita da Alice, mas me lembrei no momento em que a campainha tocou e eu continuava estirada no sofá, com uma tigela de pipoca em mãos.

– Oi! - ouvi a Alice atender a porta extremamente animada, mas quando é que ela não estava animada? Nunca a vi cabisbaixa!

– Oi - ouvi uma voz rouca, uma voz masculina.

– Por favor, entre. - ela disse e ouvi a porta sendo fechada. - Fique à vontade.

Eu me sentei num átimo, arrumei a tigela no meu colo e tentei arrumar meu cabelo. Ouvi passos se aproximando e tentei formular um diálogo na minha cabeça, querendo ser gentil e educada

– Ãhn...Olá

Olhei para o homem grande e forte na minha frente, que era dono de cabelos negros e os olhos não eram diferentes. Era bonito, claro. Mas o mais estranho é que tinha a impressão de que o conhecia de algum lugar.

– Eu conheço você...?

– Acho que sim - ele sorriu. Ele parecia tão durão e arrogante, mas quando sorriu todas essas características se esvaíram. Ele tinha um sorriso que me lembrava a infância. - Na faculdade, eu faço o mesmo curso que você.

– Ah! - falei surpresa, me lembrando dos detalhes que me esqueci.

– Vocês já estão se conhecendo - chegou a Alice com um sorriso malicioso - Bom, Bella esse é o Emmet e Emmet essa é a Bella.

– Eu já a conhecia, Alice. - ele disse.

– Sério?

– Aham - afirmei - Fazemos o mesmo curso na mesma faculdade.

– Que ótimo. Vou fazer mais pipoca, já que a Bella gulosa comeu tudo!

Emmet riu, uma risada estrondosa e que dava medo. Eu ri da sua risada, não do que a Alice disse.

Ela se foi e ele sentou-se ao meu lado.

– É estranho vê-la sem seu namorado ao seu lado.

Namorado? Ãhn? Eu tinha namorado e não sabia, que legal!

– Eu não tenho namorado - disse confusa. Do que ele estava falando?

– Ah! - arfou - Você não é namorada do Edward Cullen?

– Não - falei sem hesitar. Fiquei envergonhada e pude sentir o rubor tomar conta do meu rosto.

– É que vocês moram juntos e passam tanto tempo juntos que pensei que...

– Só somos amigos - interrompi - Edward é meu melhor amigo desde de sempre e nada mais.

– Sério? - parecia que aquilo era uma novidade para ele - Vocês nunca tiveram nada? De verdade?

– Não – respondi a verdade. Me sentia desconfortável com essas perguntas tão aleatórias.

– Me desculpe perguntar – começou – Mas é que vocês agem como um ímã, sabe?

– Como assim?

– Você se move, ele vai atrás. E vice-versa. Vocês agem como se dependessem um do outro.

Era estranho ouvir o ponto de vista de outra pessoa. Porque eu nunca pensei assim.

Eu o amava e pensava que ninguém entenderia isso. A Alice não entende isso. Agora um garoto que nunca me preocupei em dirigir a palavra me diz que temos uma conexão tão forte que chega a ser fora do comum entre amigos. Como reagir a isso? Com certeza eu não esperava por isso.

– Mas... – hesitou, talvez pensando se deveria continuar – Você gosta dele?

– Gostar de que jeito, você quer dizer? – falei me fazendo de desentendida. Claro que sabia do que ele estava falando, mas queria ter certeza.

– Você ama ele?

Suspirei. Vi no seu rosto que ele encontrou a resposta na minha expressão sem eu dizer nada.

– Seus olhos são um livro aberto. – falou. Eu não conseguia entender esse interesse tão repentino – Eu consigo interpretá-la facilmente.

– É, as pessoas dizem isso – murmurei mais para mim mesma do que para o Emmet.

Quanto tempo vai levar para esquecê-lo? Quanto tempo vai demorar para eu me tornar forte? Porque a cada dia parece doer mais um pouco, parece que a ferida nunca vai sarar ou se quando sara existe aquela cicatriz que insiste em carregar todas as lembranças. Com o sorriso vem a incerteza da felicidade e a cada lágrima, a dúvida do amanhã. E quero saber, quanto tempo vai levar para eu conseguir ser feliz?

(...)

Emmet realmente foi uma pessoa muito amável e depois de horas de conversas e risadas, ele se despediu de mim e da Alice prometendo que queria conversar de novo comigo. Era estranho fazer amizade com outra pessoa, já que desde de que me conheço por gente, o meu amigo sempre foi o Edward. Depois de um tempo é que ele começou a se tornar algo mais...

Como havíamos combinado mais cedo, lhe mandei uma mensagem avisando que estava pronta para ir embora. Já tinha anoitecido, e depois de me despedir da Alice, sai da sua casa e esperei o Edward na calçada. Não demorou para eu enxergar um Volvo prata se aproximando. Ele parou do lado da calçada e eu entrei no banco do passageiro.

– Tudo bem? – fui a primeira a começar um diálogo.

– Sim – falou de modo monótono. Ele não estava bem, mas também não estava triste. Estava incomodado com algo. – Como foi lá com a Alice?

– Hm – pensei no que responder, mordendo os lábios – Foi... Interessante e divertido.

– Ah – respondeu.

O resto do caminho foi assim. Em silêncio. Ele não ousava dizer nada e eu era orgulhosa demais para perguntar o que o estava incomodando. Na verdade, eu era muito egoísta e orgulhosa quando se tratava do Edward Cullen. Não o deixava me ferir com o seu jeito difícil de ser.

Em casa, ele entrou num átimo no apartamento e nem me deixou dizer nada. Fiquei furiosa.

– Edward, por que você está fazendo isso? Que bicho te mordeu hoje, hein?

Ele se virou e me olhou de um modo sombrio. Foi inevitável não se encolher diante daquele olhar.

– Por favor – murmurei me aproximando e tentando ao máximo não me amedrontar diante daqueles olhos tão penetrantes, que cortavam a alma. – Diga algo. Não me torture com esse silêncio.

– Você quer mesmo ouvir? – sua voz saiu arrastada e mais grave do que o normal – Você está tão diferente, Bella. Eu não passo mais tanto tempo com você e acho que você está me trocando por outra pessoa...

Parecia uma briga de casal.

Mas não éramos um casal.

Éramos amigos.

– Edward! Para de ser tão idiota, pelo amor de Deus!

– Tem certeza que eu que estou sendo idiota? – perguntou sarcástico. Com certeza o idiota aqui não era eu.

– É, você está sendo idiota. – afirmei com acidez – Eu estava feliz, Edward. Mas você estragou tudo com esse seu mal humor sem explicação!

– Mas você está diferente!

– Claro que eu estou, Edward! - me estressei – Eu não vou me curar tão facilmente depois de você e da Jessica! Minha alma foi rasgada ao meio, porra! E dói. E continua doendo.

– Mas tínhamos deixado isso de lado... – odiava quando ele começava uma briga e do nada ele começava a se defender, como se fosse a vítima da história.

– Sim, mas isso não é algo que dá para se esquecer facilmente, Cullen. Eu ainda estou magoada e não importa quantas vezes eu disser para você que eu estou bem, porque eu nunca estou! – falei o mais arrogante que pude, acentuando minha voz quando disse seu sobrenome. – Você nunca vai entender!

– Talvez eu possa tentar entender, se você me explicasse o que realmente sente! – falou com a mesma arrogância que utilizei, talvez até um pouco mais.

Eu parei ali, querendo chorar e contar tudo o que sentia. Estava doendo e queria naquele momento que ele se desculpasse pelas palavras amargas.

Eu queria lhe contar tudo, queria contar que amava e que me tornei viciada em uma droga que anda e que fala. Queria contar que sou consumista do amor sem saber quanto tem no estoque. Queria contar que estava com abstinência de alguém. Mas continuei em silêncio. Eu sou uma pessoa que pensa, não uma pessoa que fala. Às vezes queria que ele ouvisse meus pensamentos gritantes.

– Eu tentei nos ajudar, Bella –falou decepcionado. Saiu dali e entrou no seu quarto, fechando a porta com força. Me encolhi diante do barulho do baque. Fechei os olhos tentando conter as lágrimas teimosas. Eu me sentia tão frágil quanto vidro quando ele falava comigo assim.

Os soluços vieram, mas foram abafados. Não queria que ele ouvisse, não queria que ele me visse tão frágil. Não sei quanto tempo fiquei ali. Eu queria realmente me afastar do mundo, mas eu não tinha lugar para ir. Mas um momento no qual não me lembro, parei de chorar e comecei a ficar sonolenta.

Decidida eu me levantei do sofá e limpei os vestígios das minhas lágrimas, percebendo como eu estava cansada de sentir tanto. Eu não queria mais brigar. Por isso sem pensar duas vezes, entrei no seu quarto e o encontrei dormindo de qualquer jeito na cama.

Receosa, me aproximei da sua cama e devagar, sem fazer barulho e movimentos bruscos, deitei ao seu lado. Não o toquei, nem o abracei. Só fiquei ali, admirando seu rosto tranquilo. Era uma desvantagem não ver seus olhos que estavam cobertos pelas suas pálpebras e nem poder tocar seu cabelo desgrenhado, que queria tanto tentar arrumar. Eu não fiz nada disso, só continuei fitando a pessoa que me fazia crescer entre sorrisos e lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Ficou bem grande, né? Eu não gostei muito, mas espero que tenham gostado! Hahahaha que medo de ter estragado o capítulo...
.
Beijos,
Vicky



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