Eu te amei intensamente, agora está se tornando triste
E você diz
"Eu sinto muito", como o anjo
O céu me fez pensar que era você
Mas eu tenho medo

Apologize, OneRepublic

POV Bella:

Consegui chegar na calçada na frente do prédio com uma aparência melhor do que quando briguei com o Edward. Logo identifiquei o carro da Alice no outro lado da rua, um Porsche amarelo-canário com janelas escuras.

Atravessei a rua e entrei no carro, apressada.

– Meu Deus Isabella, sua cara está horrível!

– Estou tão ruim assim...? - murmurei.

Ela se calou e encontrei a resposta. Sim, eu estava na fossa.

– Eu vou cuidar de você - ela sorriu terna - Vamos para a minha casa.

(...)

Me afundei no sofá preto da sala da Alice, enquanto ela esperava que eu conseguisse desabafar o que me atormentava mas eu simplesmente estava lutando com as palavras enquanto fitava minhas mão entrelaçadas. Geralmente eu conseguia facilmente ser interpretada pelas pessoas, mas dessa vez o assunto é delicado e difícil de se falar. Cada palavra, cada vírgula é importante.

Passei as mãos pelo cabelo e voltei a fechar os olhos.

– O que está acontecendo, Bella? - ela questionou e eu estava prestes a fraquejar.

O que tinha acontecido comigo?

Eu estava apaixonada. Isso já era motivo suficiente.

– Eu não sei, Ally. - falei. A voz saiu ardendo em minha garganta. - Eu o amo demais. E dói. Eu sinto minha alma se rasgando toda vez que o vejo tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. Tenho vontade de bater nele e abraça-lo ao mesmo tempo, porque ele é tão idiota...! - arfei, tomando fôlego.

Eu percebi que no momento que proferi estas palavras, a Alice ficou sem reação e apesar de ser a amiga que sempre tinha algo a dizer, ela disse nada.

Seus lábios transformaram-se numa linha fina e ela me puxou para um abraço. Ali eu sabia que poderia chorar, se quisesse, porque eu tinha uma amiga ali.

– Você é forte.

Eu não disse nada, permaneci em silêncio sentindo as lágrimas silenciosas descendo pelo meu rosto e molhando a camisa da Alice.

– Você vai ficar bem.

"Eu espero que sim" pensei em dizer, mas as palavras não queriam sair. Só havia lágrimas e lágrimas. De alguma maneira, expor meus sentimentos, deixar-me solta e livre não tinha me ajudado, ao pensar no quanto a minha cabeça doía e no quanto meu coração estava bem mais apertado do que quando eu tinha chegado ali.

– Podemos assistir um filme? - perguntei com voz de choro.

– Sim.

– Do Nicholas Sparks? - perguntei - Eu amo chorar vendo os filmes dele.

– Quanta morbidez, Bella... - se estivesse olhando seu rosto, poderia jurar que ela revirou os olhos.

– É que faz sentido assistir esses romances quando se está apaixonada...

– Okay, okay... - rendeu-se - Vou pegar sorvete e chocolate para você, e pipoca para mim.

– Obrigada.

Ela saiu do meu abraço e foi para a cozinha.

Decidi procurar o filme na imensidade de DVDs que havia na prateleira. Finalmente achei Um Amor Para Recordar e o coloquei no aparelho de DVD em seguida. Voltei a me sentar no sofá com o controle em mãos enquanto esperava a Alice sair da cozinha com as guloseimas.

Enquanto minha mente vagava, senti meu celular vibrar no meu bolso. Peguei e vi que era uma ligação do Edward.

Merda.

Não aguentei de curiosidade e acabei atendendo.

– Alô?

– Vai para o inferno. - falei com ódio - E leva a Jéssica com você.

– Bella... Não faz assim. Lamento por isso.

– Lamenta pelo quê, Edward? Por transar com vadias quando eu estou tentando dormir... Ah, okay - fui sarcástica e irônica. Eu quero que ele sinto todo o ódio que está exalando pelos meus poros agora.

– Não queria magoa-la

– Não magoou. Só me deixou nervosa mesmo.

Ele ficou em silêncio. Só conseguia ouvir sua respiração no outro lado da linha.

– Depois a gente conversa - falei- Estou ocupada agora.

Desliguei o celular e suspirei, exausta.

Acho que nunca pararíamos de brigar, apesar de nunca conseguir ficar brava com ele por tanto tempo.

Era como um corte. Palavras podem cortar, cortar como uma navalha. Mas eu morri afogada. Mergulhada num oceano de coisas que Edward Cullen não se deu o trabalho de dizer.

– Ele que te ligou? - chegou Alice, interrompendo minha linha de pensamento.

– Sim - sussurrei para o vazio.

– Ele tentou se desculpar, não foi?

Assenti com a cabeça. Eu não queria tentar explicar como ele tentava lidar com a situação utilizando argumentos vazios e sem nexo.

– Vamos assistir o filme, assim você pensa em outra coisa

– Okay - concordei.

(...)

Depois de abusar da bondade da Alice, resolvi ir pra a casa e enfrentar da melhor maneira que conseguisse o que me esperava lá.