O Inimigo Natural de Piltover escrita por Bardo Maldito


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

E aqui a história começa a tomar forma. Peço opiniões quanto ao conteúdo da história, críticas são bem-vindas para melhorar.



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– Vi! O Teemo está fugindo! Rápido, atrás dele!

Fiora estava ocupada enfrentando Yasuo e Fiddlesticks ao mesmo tempo. Mas Teemo estava fugindo muito ferido, então era prioridade que ele fosse abatido. Caso contrário, fugiria e voltaria recuperado para que seus cogumelos mortais fossem plantados nos terrenos de Summoner's Rift, representando um grande perigo.

– Tsk... - Vi não gostava de deixar Fiora enfrentando dois valorosos oponentes sozinha, pois isso inevitavelmente a levaria à derrota. Porém, ao perceber que Ezreal estava chegando para ajudá-la, decidiu seguir o plano e correr atrás de Teemo

– Sai de perto, sai de perto, sai de perto... - Teemo estava um bocado apreensivo, correndo o máximo que pode... Vi praguejou, pois parecia que o malditinho iria escapar. Até que, para sua surpresa, o Invocador com o qual estava sincronizada lhe prestou ajuda: com uma magia que a teletransporta alguns metros à frente, a distância entre os dois foi drasticamente reduzida

– É agora! - Vi gritou vitoriosa, correndo para a frente para acertar um soco certeiro em Teemo... quando pisou em um cogumelo que havia sido plantado tão perfeitamente camuflado que passara despercebido

A névoa venenosa do cogumelo subiu e intoxicou Vi, fazendo com que tossisse e sentisse o veneno enfraquecendo seu corpo. Era um veneno poderosíssimo, e em condições normais provavelmente a mataria. Mas no Instituto da Guerra, não havia morte: o veneno não mataria Vi. Mas a atordoaria por tempo suficiente para que Teemo fugisse.

– Maldição! Yordle maldito! - Vi gritou, furiosa

– Melhor sorte da próxima vez, Vi! - Teemo ainda teve a audácia de gritar enquanto corria

Vi praguejou enquanto se conformava que não conseguiria alcançá-lo, e lutando contra a dor que passava por seu corpo, começou a se virar para ajudar Fiora e Ezreal. Porém, assim que deu as costas, ouviu um disparo de arma de fogo, acompanhado do grito de dor e surpresa com a voz aguda do pequeno Yordle.

Vi se virou. E lá estava alguém que nunca havia visto antes nos Campos da Justiça.

Um homem de estatura mediana, provavelmente apenas alguns poucos milímetros mais alto que Vi, ou nem isso. Vestido com uma jaqueta preta, por baixo havia um colete à prova de balas tecnológico, metálico, e saindo de buracos na sua manga esquerda, havia um fio metálico que denunciava uma possível prótese tecmatúrgica. Usava uma espécie de máscara metálica cheia de pequenos aparatos eletrônicos, que só permitiam que se visse seu olho esquerdo, e segurava uma espécie de pistola laminar bem avantajada, da qual saía fumaça.

Vi nunca havia visto tal sujeito. Porém... à frente dele, estava o corpo caído de Teemo, que começava a se desintegrar por magia de seu Invocador, para ser restaurado e conjurado novamente dali a pouco tempo. E, estranhamente... seu time estava completo. Ela, Ezreal, Fiora, Kayle e Taric. Tecnicamente, seria impossível que mais alguém atingisse Teemo, que estava no time inimigo.

Porém, Vi não pensara nesse detalhe no momento. O que interessava era que o tal estranho havia derrotado um oponente que ela deveria ter derrotado.

– Quem mandou se meter, idiota? Eu tinha tudo sob controle! - Vi esbravejou

– Você teria falhado. Como sempre. - o estranho respondeu

Sua voz saiu abafada, quase robótica. Ao ouvir isso, o sangue de Vi ferveu: quem ele pensava que era pra falar desse jeito?

Sentindo o corpo já respondendo melhor, após passado o efeito do veneno, Vi avançou para socá-lo. Porém, o estranho jogou uma bomba de fumaça no chão, o que a cegou por um instante. Tossindo enquanto procurava divisar o estranho, Vi avançou cegamente, mas não atingiu ninguém: o estranho havia sumido.

– Idiota... da próxima vez, eu... - porém, agora Vi finalmente parou pra pensar: nunca o havia visto antes. Fosse quem fosse, não estava registrado como um de seus aliados nessa batalha, nem como um de seus inimigos. Portanto, era um intruso. Mas... por que diabos ele entraria só para matar Teemo e provocá-la?

– Vi? - Ezreal apareceu correndo – Derrotamos eles! Vamos, Kayle derrubou a torre da rota do meio, temos que destruir o inibidor!

Vi ponderou por um instante... pensa em contar para Ezreal o que acontecera. Mas então, muda de ideia. Diabo, o tal estranho poderia esperar. Era impossível que ele invadisse Summoner's Rift e não fosse percebido: ele logo seria identificado. Mas isso era problema do Instituto da Guerra, não dela. Por ora, tinha uma batalha pra vencer.

– Tá. Vamos! - Vi exclama, enquanto corre junto com Ezreal

***

Vi adorava ser convocada para lutar na Liga: isso significava mais ação e menos papelada. Quando voltou para a delegacia principal de Piltover, já era noite alta, e havia dado porradas o suficiente para voltar leve e sorridente para o trabalho, que acabaria logo: provavelmente o tempo de jogar conversa fora com Caitlyn comendo cupcakes.

A encontra sentada à sua mesa, digitando um relatório no computador. Aparentemente, havia sido um dia cansativo: profundas olheiras marcavam seu rosto, e estava um bocado pálida.

– E aí, Cupcake? - Vi a cumprimentou, se largando em uma cadeira à frente de Caitlyn, enquanto largava suas avantajadas mãos robóticas em um canto – Sobraram alguns pra mim?

– Logo ali, Vi. - Caitlyn apenas apontou para a caixa

Vi estranhou. Normalmente, Caitlyn ficaria irritada por ouvi-la chamá-la de “Cupcake”, mas nem sequer pestanejara. E notou que o dedo que apontara estava trêmulo, e a própria expressão de Caitlyn não parecia boa.

Levantou-se, pegou um cupcake e, mordiscando-o, sentou-se sobre a mesa de Caitlyn.

– Vi, saia de cima da minha mesa. - disse Caitlyn, agora um pouco irritada

– Só se você me disser que diabos que tem de errado com você. - retrucou Vi – Parece que acabou de sair do meio da Tempestade de Corvos do Fiddlesticks.

Caitlyn suspirou, e finalmente tirou os olhos da tela do computador.

– É essa droga que apareceu. Quando a gente pensa que as coisas começam a se ajeitar... - Caitlyn fala com a voz cheia de cansaço

Vi imediatamente fica séria.

– É a...? - Vi começa a perguntar

– Não, não é a Jinx, e isso que é pior. - diz Caitlyn – Como se não bastasse essa vadia que foge da gente há meses, surgiu outro incidente desagradável. E depois falam que Piltover é a Cidade do Progresso.

– Que diabos aconteceu?

– Largaram um criminoso aqui na porta da delegacia. Puxamos a ficha dele, já foi preso umas duas vezes por assalto à mão armada, tem uma ficha criminal média. Foi solto há mais ou menos um mês. E... o cara estava completamente mutilado. Algum louco, doente, cortou fora todos os dedos das mãos dele, arrancou o nariz dele fora. Tem marcas de queimadura e cortes por todo o corpo dele. Foi torturado de forma tão horrível que afetou a sanidade dele: não fala coisa com coisa. Não conseguimos arrancar nada quanto a quem fez isso com ele.

Vi ouve atentamente as palavras de Caitlyn, e se sente enojada. Estavam lidando com alguma espécie de vigilante. Vi simpatizava com esses tipos, afinal... ela não era muito diferente. Só teve sorte de conseguir o apoio de Caitlyn e entrar para a polícia de Piltover. Porém... aquilo era demais. Não se opunha a uns socos, uns dentes quebrados, umas explosões. Mas torturar dessa forma uma pessoa, independente do crime que ela tenha cometido, era demais. Quem fazia isso não era um brigão, como ela: era um psicopata. E ela teria o maior prazer de quebrar ao meio o responsável por isso.

– Quando foi isso? - perguntou Vi

– Em plena luz do dia, pouco depois de você sair pro Instituto da Guerra. - disse Caitlyn – Isso é o pior: ninguém viu nada. Nenhuma testemunha ocular que pudesse dar algum detalhe. A câmera pegou o cara, mas ele estava vestindo um capuz e andou de cabeça abaixada, não temos nada do rosto dele, nem sequer cor do cabelo. Com um bom trabalho na fita, talvez descubramos algo, mas até agora só sabemos a altura aproximada dele: 1,70 e poucos. O que não serve pra nada.

– E o desgraçado não deixou nenhuma pista?

– Deixou isso aqui, se é que pode se chamar de pista. - Caitlyn tirou um saco plástico de uma gaveta, do tipo que se usa pra guardar evidências, aonde estava um bilhete com a seguinte mensagem rabiscada:

O Inimigo Natural de Piltover declarou a guerra.”

– Inimigo Natural de Piltover, é? Que cara arrogante. - Vi estrala os dedos das mãos – Estou louca pra pegá-lo.

– O desgraçado é esperto: só estou escrevendo o relatório agora porque passei o dia inteiro procurando alguma pista. Assisti aquela fita umas cinquenta vezes. Analisei esse papel à procura de impressões digitais, marcas, alguma porcaria. Interroguei aquele pobre-diabo no hospital por quanto tempo as enfermeiras me deram, antes dele começar a surtar e gritar apavorado, com medo do inferno pelo qual passou. E não descobri nada.

– Será que é demais pra Xerife de Piltover? - pergunta Vi, irônica

– Eu nunca deixo um caso sem solução. Pegaremos ele.

– É. - Vi dá risada - Você acha ele, me diz aonde ele está, e eu trago ele. Com alguns dentes a menos, umas costelas quebradas, mas vivo.

– Só temos que fazer isso rápido. - diz Caitlyn, séria – Se é um vigilante, provavelmente fará de novo. E se largou alguém aqui pra nos chamar a atenção, persistirá nisso até estarmos atrás dele.

– Nos chamando a atenção... falando nisso, uma coisa. - diz Vi, se lembrando subitamente – Hoje surgiu um intruso em Summoner's Rift.

– Um intruso? - Caitlyn parece surpresa – Depois das vezes que a Jinx invadiu as batalhas da Liga, eu esperava que o Instituto da Guerra tomasse mais cuidado com isso.

– Ele não interferiu muito na batalha. - diz Vi – Matou o Teemo.

– E quem não mataria?

– Agora estou falando sério. Matou o Teemo quando eu estava perseguindo ele, e depois se virou pra mim e disse que eu teria falhado, como sempre.

Caitlyn ergue a cabeça subitamente.

– Vi, sua cretina! Você encontrou o psicopata que estamos procurando, e não me fala nada?!

– Até cinco minutos atrás, eu nem sabia que estávamos atrás de um psicopata, Cupcake. - Vi acentua o apelido pra incomodar Caitlyn, antes de lhe dar uma descrição completa do tal sujeito

– Ok, ok, isso está em nossas mãos! - Caitlyn exclama após ouvir e anotar a descrição de Vi, parecendo vitoriosa – Ele te confrontou pra te chamar a atenção, que nem o autor do bilhete. E é meio impossível que duas pessoas diferentes e não-relacionadas estejam fazendo isso. Não sabemos se é o mesmo sujeito, mas mesmo que não seja, é muito provável que sejam um grupo vigilante, ou algo do tipo. Amanhã mesmo vou ao Instituto da Guerra conversar com os Invocadores, eles devem ter registrado a aparição dele. E mesmo que não tenham feito isso, você o viu, depois pode me dar uma descrição mais detalhada pra um retrato-falado. O psicopata está em nossas mãos!

– É melhor te ver animada, Cupcake. - diz Vi, rindo – Se eu soubesse, teria te contado antes.

– Deveria ter me contado antes! Teria me poupado muit...!

Porém, na mesma hora, um oficial entra no escritório de Caitlyn, pálido como gesso.

– Marco, o que foi? - Caitlyn pergunta, alarmada

– Acabamos de receber uma chamada! Jinx!

Jinx!

Vi e Caitlyn imediatamente se levantam.

***

Tudo que viam era destruição. Jinx era uma maníaca por caos, atacava e destruía tudo que via pela frente: alguns civis foram mortos no meio de suas explosões. Ambulâncias, veículos do Instituto Médico Legal e viaturas estavam por toda parte, enquanto pessoas inocentes estavam dando seu depoimento, sobre como uma psicopata destruidora e louca viera e destruíra tudo que via pela frente, arruinando suas casas e tirando a vida de pessoas inocentes.

Vi estava sentada no capô de uma viatura, de cabeça baixa, sentindo raiva de si mesma. Assim que ouviram a denúncia, correram o máximo que puderam pra pegar a criminosa. Mas quando chegaram, ela já havia ido embora. Não havia deixado nenhum rastro que ajudassem as autoridades a pegá-la: apenas o rastro nas vidas dessas pessoas inocentes.

– Eu trouxe café.

Caitlyn se senta ao lado de Vi, no capô da viatura.

– Não quero. - Vi responde, emburrada

Caitlyn beberica o café distraidamente por um instante. No momento seguinte, um tenente vem falar com ela, pedir orientações sobre um detalhe dos procedimentos: depois que o responde, seus olhos se voltam para Vi novamente.

– Já pode tirar as mãos robóticas. - diz Caitlyn – Não vamos lutar hoje.

Vi as vestira as pressas, dentro da viatura. Mas agora, era inútil: não serviriam pra nada, agora que a criminosa já estava longe.

– Vi. Tire. - Caitlyn insiste, em tom sério e imperioso

Vi, então, sai de cima do capô da viatura.

Em seguida, desfere um soco poderosíssimo no chão, que abre uma pequena cratera no asfalto, enquanto urra furiosa, chamando a atenção de todos ali, policiais e civis.

Caitlyn também desce do capô da viatura, e deposita a mão sobre o ombro de Vi.

– Vi. Por favor. Vamos. Eu te deixo em casa, depois que pegarmos meu carro na delegacia.

Sem forças, trêmula de raiva,Vi não reage quando Caitlyn desata as fivelas de suas mãos robóticas e as coloca no porta-malas da viatura, para voltarem para a delegacia.

– Essa maldita sempre escapa. Como diabos ela pode...? - Vi exclama, cheia de raiva, sentada no banco ao lado de Caitlyn, que dirige a viatura de volta para a delegacia

– É uma meliante esperta. Mas não é inalcançável. Pegaremos ela. - responde Caitlyn, sem tirar os olhos da rua, embora estivesse vazia àquela hora da madrugada

– Eu quero pegar ela agora. - Vi rosna, trêmula – Quero pegar ela, e...!

– Vi. Você tem comparecido ao psicólogo?

Vi para por um instante, e em seguida desvia o olhar.

– Às vezes. - responde ela

– Você ainda está em observação. - Caitlyn responde – Não está mais suspensa, mas estou de olho em você. E não só como sua superior, também como sua amiga. Você tem que parar de se culpar.

– Dezesseis oficiais mortos. - diz Vi – Dezesseis policiais mortos por minha causa. Porque eu ataquei a Jinx antes do tempo. Quem mais eu deveria culpar?

– Ela. Jinx. A assassina. - responde Caitlyn, com simplicidade – Ela que puxou o gatilho. Ela que disparou aquele míssil. Ela que destruiu as vidas das pessoas que acabamos de ver. A culpa é dela. Você foi impulsiva e cabeça-dura, e isso foi errado, mas a culpa pelas mortes deles não é sua.

Vi suspira.

“É fácil falar, Cupcake... é fácil falar.”


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Notas finais do capítulo

E aqui está. Espero que tenham apreciado por enquanto.



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