The Lost Books escrita por Ans


Capítulo 4
A missão


Notas iniciais do capítulo

Meus queridos, é o seguinte: este vai ser o último capítulo desta semana ou mês, provavelmente. Sinto muitíssimo. Digamos que o bicho tá pegando nesse final de ano letivo, mas vou tentar postar sempre que arranjar um tempinho.
Aproveitem a leitura, beijos.



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Josh acordou na enfermaria da escola. A cabeça doía e o mundo parecia estar girando. Sentou-se na maca e sua mente deu voltas: ouviu uma voz feminina falando sobre seu irmão e teve alguns flashes que passaram como um filme na sua mente. Sua memória estava falhando, sentia como se algo faltasse em seu cérebro. Porém, conseguia se lembrar de alguns fatos, como seu irmão ter sido um revolucionário, traidor e ter dado a vida pela sua professora. Recordava-se também de ouvi-la dizer que estava lá para cumprir uma promessa. Uma batida na porta foi o suficiente para trazê-lo de volta a realidade. Era Diana. Ah, não!, ele pensou. Eles trocaram olhares por um longo tempo.

– Como se sente, Josh? - ela perguntou.

– Tonto. Muito tonto. O que aconteceu?

– Você bateu com a cabeça no chão depois de...

– Então, é verdade? Toda essa história do meu irmão é verdade? - Josh a interrompeu.

Encostada na porta, Diana olhou para os lados como se quisesse fugir da pergunta e de toda a situação. O passado, o presente e o futuro de um aluno estava em suas mãos.

– Sinto muito, Josh - ela suspirou.

– Sente muito?! Meu irmão...

– Sim, ele morreu por minha causa - desta vez, a professora que interrompeu - Mas eu prometi que cuidaria de você, é minha obrigação orientá-lo. Preciso ajudá-lo.

– Eu não preciso da sua ajuda! Nunca precisei e nunca vou! Não farei parte dessa merda de revolução, ou seja lá o que for! - ele gritou.

Rapidamente, Diana fechou a boca de Josh com as mãos. Ninguém deveria ouvi-los. A professora colocou o dedo indicador na frente dos lábios, mandando o garoto fazer silêncio. Pensar, falar e ouvir era perigoso.

– Venha comigo. Não terminamos nossa conversa.

Eles seguiram pelos corredores, dobraram algumas esquinas e subiram algumas escadas até chegarem ao terraço da escola. Josh nunca esteve ali antes, mas se familiarizou com o local só de ver. Era maior que uma quadra de basquete e cheio de vasos com flores e bancos espalhados, de forma que não atrapalhasse o caminho de ninguém. Aproximando-se do parapeito, era possível enxergar toda a cidade: mercados, casas, hospitais, bancos, parques e, bem longe, a majestosa casa do presidente Will. O ar lá em cima era puro, o céu parecia mais cinzento e o vento era gelado. Sem saber o porquê, Josh sentiu-se bem ali, como se pudesse esquecer de tudo. Diana chamou a atenção de Josh e pediu-lhe para que se sentasse perto dela em um banco caindo aos pedaços.

– Seu irmão me pediu para lhe mostrar como era o mundo antes de todo esse sistema.

– Por quê? Só quero saber o porquê de tudo isso.

– Como era a personalidade de Jake?

Aquela pergunta pegou Josh desprevenido. Apenas uma palavra poderia determinar a personalidade de Jake...

– Teimoso. Muito teimoso.

– Você acha que ele deixaria "tudo isso" passar em vão? Claro que não, Josh. Seu irmão precisa de alguém para continuar seu trabalho.

O garoto encarou o chão e pensou sobre o assunto. Nunca imaginou que Jake iria precisar dele. Ainda mais para uma missão como essa. Apesar de morrer de medo de toda aquela situação, Josh sentiu que precisava continuar a tarefa de seu irmão. Não por ele, mas pelo mundo. Estava ansioso e mal via a hora de contar tudo para Alicia.

– Não conte a ninguém - Diana lembrou.

– T-Tudo bem. - ele respondeu, um tanto quanto decepcionado por não poder compartilhar toda a confusão com sua melhor amiga - Você disse que me mostraria o mundo antes da ditadura, né? Como ele era?

Diana sorriu ao se lembrar. Josh a viu sorrir de verdade pela primeira vez. E aquilo o deixou feliz, aliviado e outros mil sentimentos que ele nunca soube descrever. De qualquer forma, vê-la sorrir o fez sorrir.

– Eu poderia começar falando sobre música, literatura, artes plásticas, cinema e mil outras coisas.

Josh nunca tinha ouvido nenhuma daquelas palavras, e muito menos sabia o seu significado.

– Não entendo. O que são essas coisas?

– Não são coisas, Josh - ela riu - Isso é arte.

– O que é poesia?

Diana riu mais ainda. Não pelo fato de Josh ser um ignorante, a culpa não era dele. Realmente, era engraçado ver alguém questionando o que era poesia e outras coisas relacionadas. Para responder sua pergunta, a professora resolveu usar um exemplo.

– "A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nos somos sempre
Iguais a nós-próprios."

O que isso quer dizer?

– O que você acha que quer dizer?

– Não sei. Não existem palavras para explicar essa...como é o nome? Poesia, né? Não é algo dito, é...

– Sentido? Você sente a poesia?

– Isso! Eu s-sinto. - ele concluiu desconfiado.

– O que foi? - Diana perguntou percebendo o desconforto de Josh.

– Nunca me senti assim antes. Parece que alguma coisa mudou.

A professora não conseguiu conter o sorriso. A arte estava transformando Josh e isso já era um grande passo de uma longa jornada que deveria ser cumprida. O céu em cima dos dois trovejou e uma chuva fraca começou a cair.

– Srta. Jones...

– Diana, por favor. Quando estivermos fora da sala de aula, pode me chamar pelo primeiro nome.

– D-Diana, mais pessoas precisam saber disso. Toda a minha geração e as futuras jamais conhecerão as artes. Vamos mostrar, por favor!

– Josh, já disse que não. Isso o colocará em perigo. E a mim, também.

– Jamais saberão que você começou isso, por favor!

Não! Se o diretor Jackson descobrir, você será expulso, e eu demitida. Sem contar que ele pode abrir a boca para o presidente. É isso o que quer?

Josh se levantou e saiu correndo. Não se importava com as consequências, pois o mundo precisava descobrir o que ele acabara de conhecer. Diana, resistindo bravamente aos sapatos de salto, foi atrás do aluno.

– Josh! - ela gritava enquanto descia as escadas.

Não demorou muito tempo para Josh chegar ao térreo e correr pelos corredores, procurando por Alicia. Diana correu o mais rápido que pode e, finalmente, alcançou Josh, que, por sua vez, já estava em frente a sala de aula da amiga. Quando estava prestes a abrir a maçaneta, a professora segurou seu braço com uma força indescritível.

– Conte tudo a ela e estaremos mortos pela manhã.

Josh congelou e sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

– O quê?

– Alicia é a favor do sistema. Pensa que eu não sei? Definitivamente, ela contará tudo o que souber para o diretor Jackson. Consequentemente, ele contará ao presidente e, por fim, nós estaremos mortos. Entende, agora?

Josh a encarou incrédulo. Será que Alicia seria capaz de cometer tal ato?

– Ela nunca faria isso! - ele gritou, agora com a mão na maçaneta.

Neste momento, a porta se abriu. Josh e Diana se olharam, e em seguida encararam para a pessoa que acabara de abri-la.

– Quem não faria o quê? - a voz à porta perguntou.

Era o diretor Jackson.


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Notas finais do capítulo

Acho que ficou meio ruim. Enfim, espero que tenham gostado e até a próxima.
Beijos na supra.
P.S.: o poema citado não é meu. Se quiserem saber o nome do autor, podem perguntar nos comentários ou pesquisem.



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