The Lost Books escrita por Ans


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Meu coração tá saindo pela boca, mas dane-se.
Espero que aproveitem.



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Era mais um dia normal para Josh. Chato, irritante, e previsível, mas normal. O despertador tocou às 6h, mas Josh não levantou até sua mãe entrar no quarto aos berros dizendo que ele iria se atrasar para o Grande Dia. Grande coisa, pensou. O Grande Dia era um evento organizado pelo governo em que o presidente Will fazia um discurso contando as melhorias econômicas e políticas que ocorreram desde 1986. Josh nunca percebeu nenhuma melhoria. Seus pais trabalhavam como escravos durante 12 horas e não eram bem remunerados. Sua mãe era costureira em uma fábrica e seu pai era eletricista. A rotina do adolescente não era muito diferente: assistia as aulas por 7 horas e trabalhava em um mercado pelo resto do dia. Sua única salvação era Alicia, uma menina que conhecera ainda bebê. Nunca se separaram mesmo tendo um ano diferença: ele tinha 16 anos, ela 15.

Josh levantou da cama relutante, mas era um dia importante para a escola já que o presidente Will faria o maldito discurso lá. Vestiu o uniforme da escola que parecia mais uma farda do exército e saiu de casa. No caminho encontrou Alicia.

- Bom dia. - Ela disse, sorridente.

- Como pode ser um bom dia? - Ele respondeu áspero.

- Do que você está falando?

- Você sabe. Não precisamos saber desse maldito Grande Dia. A mesma história todo ano, eles só mudam o lugar onde o presidente faz o discurso.

- Ah, sei lá. Deve ser importante saber como surgiu tudo isso e os benefícios que trouxe pra gente.

- Que benefícios?! - Josh parou no meio da rua - Nossos pais trabalham feito condenados, nosso estudo é massacrante e vivemos na miséria! O benefício é para os governantes!

- Cala a boca! - Alicia botou a mão na boca de Josh, impedindo que continuasse - Somos vigiados o tempo todo, sua besta. Quer ser preso?

Josh revirou os olhos e continuou andando em silêncio. Depois de poucos minutos em silêncio, eles chegaram na escola. Entraram no prédio e foram direto para seus armários. Pegaram seus materiais e se dirigiram para a sala de aula. O clima era tenso entre os alunos, mas ninguém dizia nada a respeito do discurso que seria feito em poucas horas. Cada professor aguardava por sua turma em suas respectivas salas, pareciam robôs. O sinal tocou e Josh e Alicia se despediram.

Josh colocou seus livros sobre a carteira, mas não sentou. A professora se levantou e disse:

- Bom dia a todos.

- Bom dia - Josh e sua turma responderam em uníssono.

- Podem sentar. - Ela ordenou.

Os alunos o fizeram e aula começou. Mas antes da professora Diana começar a falar, o silêncio dos corredores foi quebrado com os gritos de um garoto da sala ao lado. Ele estava sendo arrastado por dois seguranças e tentava se soltar a todo custo. Depois de alguns minutos, tudo parou. Todos se entreolharam. Cada aluno procurava um resposta no olhar do outro, mas ninguém encontrava.

- É isso o que acontece com os opressores. - Diana interrompeu a distração de todos. - Agora, abram seus livros na página 96 e depois vamos nos preparar para o discurso do presidente Will.

- Sim, srta. Jones - Todos responderam.

Após algum tempo, a professora começou a falar novamente:

- O presidente já chegou na escola. Lembrem-se dos três pilares quando ele subir ao palco. Quais são eles?

- Para o sistema, pelo sistema e com o sistema. - Todos os alunos responderam juntos.

Em poucos minutos, todas as turmas saíram de suas salas acompanhadas por seus professores e se dirigiram para o auditório. O local lotou em poucos segundos e todos conversavam sobre o que o presidente iria dizer e outras coisas. Ele subiu ao palco e o silêncio foi instantâneo. Bateu duas vezes no microfone e começou a falar sobre as "melhorias" do sistema para o povo. Josh estava entediado e inquieto; pegou uma caneta no bolso e desenhou um sol em sua mão. Um desenho aleatório para momentos de solidão e tédio extremos. Ele sabia quais seriam as consequências se fosse pego desenhando qualquer coisa em qualquer lugar, mas não se importava muito naquela hora. Diana vigiava a turma de maneira rígida, como sempre. Josh e a professora trocaram olhares, o que o fez perceber que ela vira o desenho em sua mão. Por um segundo, seu coração parou. Não conte a eles, vagabunda, não conte a eles, ele rezou em sua mente. Diana passou o dedo indicador ao lado do nariz e Josh sabia o que aquilo significava.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, porque deu trabalho pra pensar nisso tudo e a minha escolha paradigmtica anda meio bugada.
Bye :v



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