Blaine não conseguia parar de olhar Kurt, enquanto o castanho atacava o bolo. O menor tinha deixado quase tudo para Kurt. Ele era um garoto muito bonito, não devia ter mais do que 20 anos de idade, seu belo cabelo em um topete perfeito, sua pele que parecia mais uma porcelana, seus trejeitos delicados e a sua voz que no inicio Blaine havia achado engraçada mas depois a achou linda e diferente.

– Então... – Kurt dizia entre uma colherada e outra. – Está aqui em NY a passeio?

– Não... Na verdade me mudei pra cá essa semana... – Blaine respondeu olhando Kurt.

– Então você não conhece ninguém aqui? – Kurt perguntava pois uma ideia passou pela sua cabeça e ele estava desconfiado que aquele Blaine fosse o mesmo Blaine de Santana.

– Conheço... Tenho uma amiga que mora aqui com a sua esposa grávida. – Blaine disse sorrindo.

Uma crise de tosse fez Kurt parar de comer e tentar tomar agua. Como não passou, ele pediu licença e correu até o banheiro.

Era ele. Esse era o garoto que supostamente estava tentando roubar suas melhores amigas.

– Ei você está bem? – Blaine apareceu no banheiro e Kurt que estava lavando o rosto respondeu: – Sim, foi só uma crise de tosse, não se preocupe. – Blaine não parecia estar planejando roubar algo dele. Talvez ele nem soubesse de sua existência.

– Vamos voltar para a nossa mesa? – Kurt convidou depois de ter conseguido cessar a tosse.

Depois de sentados, Blaine puxou assunto.

–Então? Qual a sua idade?

– Tenho 22 anos e qual a sua? – Kurt perguntou.

–Tenho 23. Você parece ter menos idade. – Blaine disse. – Pensei que poderia ser preso por tomar um café com um garoto de 17 anos. – O moreno disse rindo.

– Só vou agradecer por que parecer mais novo do que se realmente é, é um elogio. Então obrigado. E não, eu não pareço ter 17 anos, por favor. – Kurt disse revirando os olhos e rindo em seguida. – E no que você trabalha? –O castanho indagou.

– Sou um musico... Mas sem um contrato ou uma gravadora, sem fama e dinheiro ou até mesmo sem uma banda. – Blaine disse e logo caiu na risada. – Sou apenas eu e meu violão. E você?

– Trabalho na Vogue... Sou o chefe de edição. – Kurt respondeu sem dar muito ênfase nessa parte.

– Uau... Quer dizer, isso é o Maximo, Vogue cara! – Blaine disse animado.

– Você gosta de moda?? – Kurt perguntou olhando as roupas do menor, ele tinha um estilo próprio, não parecia ser adepto de algum tipo de moda.

–Adoro... Apesar de fazer a minha própria moda... Mas sou apaixonado pela Vogue. – O menor respondeu sorrindo.

– De onde você é? – Kurt perguntou apenas para ter certeza de suas suspeitas.

– Lima, Ohio. Você provavelmente nunca ouviu falar desse lugar. – Blaine disse sorrindo.

– Eu também sou de lá. – O castanho disse sorrindo igualmente.

– Nãoo sério? Jura? Que legal, quanta coincidência. – Blaine disse animado. Os dois ficaram se encarando por algum tempo até que Kurt começou a sentir certo rubor nas faces.

– O que um músico faz aqui em NY? Veio tentar a sorte? – Kurt disse.

– Sim, já fiz o que podia em Ohio, agora é a vez de NY. E eu sempre tive um amor especial por esse lugar. – Blaine disse e parecia estar sonhando. Kurt o analisava. Blaine tinha uma sobrancelha estranhamente triangular e aquela confusão de cachos na sua cabeça era algo adorável. Sua voz era muito bonita e Kurt tentava imaginá-lo cantando. Mas aqueles olhos, tinham um tom de mel ou castanho dourado, Kurt não conseguia definir. Eles eram muito bonitos.

– Você poderia tocar aqui qualquer dia o que acha? –O castanho perguntou subitamente.

– Eu adoraria. Mas não é tão simples quanto parece. – O moreno respondeu.

– Eu poderia falar com o gerente, se você não se importar claro. Ele é amigo do meu pai, me viu crescer... Logo que eu cheguei aqui em NY esse foi o meu primeiro emprego. –Kurt confidenciou.

– Eu... Nossa acharia incrível Kurt! – Blaine disse sorrindo e por segundos Kurt se perdeu no sorriso dele. Ele realmente tinha um sorriso lindo.

– Nossa, olha a hora, agora realmente eu estou atrasado. –Kurt disse olhando o relógio, levantando.

– Foi um prazer te conhecer Blaine... Qual o seu sobrenome? – O castanho perguntou.

– Anderson. Blaine Anderson.

– Foi um prazer Blaine Anderson. O cara que roubou meu bolo. – Kurt disse cerrando os olhos parecendo brabo.

– Foi um prazer Kurt Hummel, o maníaco por bolo de chocolate. – Blaine disse arrancando gargalhadas gostosas de Kurt.

O castanho foi pegando a sua carteira do bolso.

– Não, nem pense nisso. Eu te convidei, eu pago. –Blaine disse impedindo Kurt de tirar algum dinheiro de sua carteira.

– Ok então. Na próxima eu pago. – Kurt disse dando um tapinha no ombro de Blaine e saindo rápido da cafeteria. Ele realmente estava atrasado.

– ENTÃO VAI TER UMA PRÓXIMA VEZ??? – Blaine gritou e Kurt apenas olhou para trás e riu seguindo novamente o seu caminho. Blaine pegou o seu violão, pagou a conta e saiu pensando alto.

– E eu nem pedi o número dele. Como você é devagar Blaine. – O moreno dizia a si mesmo resmungando enquanto caminhava admirando as vitrines da calçada. Seria legal ter alguém com quem conversar além de Santana e Brittany, sem contar que ele e Kurt tinham muito em comum. Blaine se perdia entre seus pensamentos e os olhares deslumbrados pela rua, ele estava cada vez mais encantado com a cidade.

Kurt continuava o seu caminho com Blaine na sua cabeça. Ele realmente parecia uma boa pessoa, além de engraçado, bonito, inteligente e muito alegre pelo visto.

Assim que o castanho entrou no prédio que sediava a Vogue, seu pensamento se mudou para o trabalho, apenas o trabalho. Ele caminhou lentamente até a mesa de Santana, fazendo a latina dar um pulo.

– O-oi Sant... Você poderia ir até a minha sala por um momento? – Kurt pediu e Santana o seguiu até a sala do castanho.

Depois que eles entraram, Santana deu uma olhada pela sala. As paredes tinham cores vibrantes, vermelho, laranja, uma com um verde agua e outra azul cristal. Aquela sala era linda. Kurt realmente sabia decorar um lugar.

– Essa sala esta cada vez mais gay. – Santana disse e pode ouvir Kurt rindo e indo em sua direção abraçando-a.

– Desculpe por ontem Sant... – Foi só o que Kurt conseguiu dizer.

– Está bien, está bien Porcelana. – Sant disse.

– Não fale em espanhol perto de mim, sabe que eu sou um horror com essa língua. – Kurt disse fazendo Santana rir.

– OK... Bom, já que estamos bem, acho que pode me dar uma carona hoje pra voltarmos não? – A latina perguntou.

– Claro Santana. Afinal o que seria de você sem segundas intenções não? –O castanho disse recebendo um soco no braço.

– Bom, então, se era isso, eu vou voltar pra minha mesa Kurtie. Depois eu passo aqui pra irmos almoçar juntos. Beijo. – Santana disse beijando a testa de Kurt e quando ela ia sair da sala, ele a chamou.

– Sant... Sabe aquele jantar? Para o seu amigo? – Kurt perguntou.

– Sei sim Kurtie. E ele me ligou hoje de manhã, nós marcamos para sexta à noite lá em casa, ou seja, amanhã. Mas por que? – A latina questionou.

– E-eu... O seu convite ainda está de pé? E-eu gostaria de ir. – O castanho falou.

– Mas é claro que sim Kurtie!! Você vai adorar conhecer Blaine, ele é muito legal, e é gay então já é um ponto para você. – Santana disse rindo na porta e batendo as mãos histericamente.

– Não é só por que somos gays, que todos somos amigos Santana, menos. – O castanho disse revirando os olhos. A latina riu e saiu da sala deixando Kurt pensativo.

O que ele vestiria para o jantar?

Kurt foi tirado de seus pensamentos com o telefone tocando.

– Oi Sant.

– Kurtie, Adam está aqui e quer vê-lo. Posso deixa-lo entrar?

– Claro Sant, sem problemas. – Kurt disse e antes de desligar o telefone, pode ouvir Santana falando com Adam.

– Nada de gracinhas lá dentro Ken. Comportem-se.

O castanho não pode deixar de rir. Santana era maluca.

Adam entrou e ficou em pé na frente de Kurt. Ele sabia que tinha sumido, mas acreditava que precisava desse tempo. Mais uma tentativa falha de tirar Kurt de seus pensamentos.

– Oi... – Adam disse.

– Oi Adam... Fiquei preocupado. O que aconteceu? – Kurt disse abraçando Adam.

– Nada Kurtie. – Adam disse escondendo o rosto no ombro de Kurt. Aquele perfume era o melhor do mundo. O garoto loiro abraçava Kurt apertado.

– Adam... Ei... Você está bem? – Kurt perguntou. Adam era seu amigo, e ele se importava com ele.

– Estou. Vim te fazer um convite... Você tem duas horas de almoço... Que tal dar uma volta comigo? – O garoto loiro convidou.

– Adam... Eu sei onde essa “volta” vai parar... Com você nu na minha cama. – Kurt disse olhando para o amigo.

– E qual o problema? – Adam disse puxando Kurt pela cintura com os dois braços envolta do seu corpo e beijando seu pescoço. Kurt revirava os olhos.

– Isso... É... Golpe baixo... – Kurt dizia suspirando. Adam sabia todos os seus pontos fracos e sempre usava disso para conseguir o que queria com Kurt.

– Então... Vamos? – Adam disse dando um último beijo no pescoço de Kurt e olhando-o com expectativa.

– Ok ok... Vamos... – Kurt disse logo colocando suas duas mãos no rosto de Adam e beijando-o nos lábios. Kurt sentia o sorriso do garoto loiro entre o beijo.

Ele realmente queria acabar com essa relação de sexo com Adam mas Kurt era um rapaz jovem e enquanto ele não tivesse alguém por quem se apaixonar, sabia que seria difícil dispensar o amigo dessa “função”.