Após disparar três tiros na mulher, e a ver se tornar uma figura estranha, eu entrei em choque. Não me lembro de muito, só de que a Luiza me puxava para corrermos.

A policia me interrogou, mas eu não tinha muito a dizer. Fiquei lá sentada ouvindo sermão da minha mãe. A Luh estava muito ocupada.

Na volta para casa, eu e ela não falamos muito sobre aquele dia, então foi meio silencioso. Deixei-a em casa e fui para minha casa, finalmente poderia pensar no que eu tinha visto.

Chegando me deitei na cama e fui falar com o Nicolas no Facebook.

Conversa on

Eu: Oi Nick.

Nicolas: Oi Mari tudo bem????

Eu: Fora eu ter sido sequestrada e ver uma cabeça decepada, tudo ótimo.

Nicolas: Oi?

Eu: Queria que fosse brincadeira, mas não é.

Nicolas: Queria estar ai para te ajudar...

Eu: Também queria que estivesse aqui...

Nicolas: Se você quiser eu em dois dias posso estar...

Eu: O que? Não! Nem pense em voltar mais cedo da sua viagem!

Nicolas: Valeria a pena por você...

Eu: Não valeria não valeria a pena.

Nicolas: Marii já deixei claro que por você vale qualquer coisa não deixei?

Eu: .......

Nicolas: Tchau vou dormir, volto em dois três dias no máximo. Beijos fique bem e durma com os anjos

Eu: Nicolas...

Nicolas: Nem adianta já me decidi. Beijos, tchau.

Eu: Beijos! Boa noite.

Nicolas: prometo sonhar com você.

Eu: .....

Conversa off.

Eu desliguei o celular, para poder pensar um pouco.

De início pensei no Nicolas, na minha saudades de seus cabelos castanhos e nos seus lindos olhos verdes, ele era meu amigo, mas eu não tinha tanta certeza sobre o que disse sentir por mim, muito menos pelo que eu sentia por ele. Eu queria que meus pensamentos permanecessem nele, mas isso não aconteceu.

Me lembrei dos meus disparos com o revólver, da aparência daquelas mulheres. Será que estava ficando louca ou algo assim? Não era possível eu ter visto mesmo elas daquela forma, não era possível elas realmente serem daquela forma. Ou era?

Aquilo estava me enlouquecendo, não sabia se devia contar para Luiza, talvez ela achasse que foi o medo da hora falasse para minha mãe, que me acharia uma louca e me mandaria para o psicólogo.

A mesma cena se repetiu muitas vezes na minha mente, até que acabei pegando no sono.

***

Na manhã seguinte acordei com o telefone da minha mãe tocando, o peguei e atendi pronta para mandar o Tony ir catar coquinho e não ligar mais.

Conversa on:

Eu: TONY QUE SACO!

A pessoa do outro lado: Ahn, ok,mas você deveria dizer isso a ele e não para mim.

Eu: NICOLAS??

Nicolas: Oi Mari.

Eu: Uau, você ligando pra minha mãe!

Nicolas: É que você não atendia, acho que você desligou o celular, enfim liguei só para dizer que volto hoje á noite.

Eu: NICOLAS NÂO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO!

Nicolas: Você foi sequestrada, o que queria que eu fizesse? Te deixasse ai sem ninguém pra você brigar e encher o saco? E uau garota não sou surdo sabia?

Eu: Ah cale a porra da sua boca!

Nicolas: Só calo a minha porra de boca, se for você calando ela.

Conversa off

O filho da mãe desliga depois de dizer algo como isso?

Eu ia enlouquecer mais ainda se não fizesse nada o dia todo, e por incrível que pareça não fiquei de castigo, nem ao menos fui proibida de ver a Luiza. Então dei tchau pra minha mãe e fui a ver no Coffes Centers, uma cafeteria que tinha aberto perto da casa dela há um tempo.

***

Quando cheguei, vi a Luh sentada num dos sofás e ela parecia discutir com alguém no telefone.
Me aproximando a ouvi dizer:

– Ah qual é, sou sequestrada e você se importa com para quem eu liguei, quem foi me consolar, e porque ele me abraçou? Vá se ferrar seu filho da puta e não me refiro à puta da Mari.

Ela desligou.

– Oi! – disse meio que com medo de morrer por causa disso.

– Oi Mari! Acredita que o Lipe só ligou para eu ter visto ele ontem?

– Ele quem?

Eu me sentei na frente dela.

– Ah, você não se lembra. O Jack, eu ia apresenta-los, mas você não estava muito bem.

– Oh, perdi a chance de conhecer meu genro.

– ELE É MEU MELHOR AMIGO!

– E futuramente namoradinho.

– NÃO.

Eu contei para ela do Nicolas, o que não foi uma boa ideia, porque ela deu um grito histérico e começou a rir descontrolada, parando só quando ouviu o celular tocando.

Eu puxei o celular e atendi.

Conversa on:

Jack ( Eu tinha visto que era ele antes de atender.) : Oi Pessoa mais encrenqueira do mundo mas mesmo assim muito fofa quando está brava.

Eu: Ei que intimidade é essa de chamar minha filha de fofa.

A Luiza ficou vermelha. MUITO vermelha.

Jack: Anh, bem, ér...

Eu: Posso ser a madrinha do casamento?

Jack: Ei! Ela é só minha amiga!

Eu: Por enquanto né?

Jack: Como?

Eu: O.K genrinho vou passar para sua amiga antes que ela fique mais vermelha que a blusa dela.

Ai ela ficou com muita vergonha, mas atendeu.

– Jack, te ligo depois. – ela falou desligando.

Ela quase surtou.

Nós comemos e conversamos um pouco. Pelo menos eu me distrai.