Flashback

Eu e Sherlock nos perguntávamos como havíamos chegado ali. O local era tão sombrio e atraente que prendíamos o fôlego de fascinação e um pouco de medo, devido a sermos os únicos naquele grande prédio que a cerca de alguns meses fora desabilitado a moradia. Ambos estávamos excitados pelo momento, por estarmos completamente sozinhos e qualquer outra dúvida sobre acontecimentos externos que poderíamos ter foi esquecida e ignorada naquele exato momento.

― Me espera? ― Perguntou Sherlock sorrindo e me dando um selinho.

― Sherlock, onde você vai? ― Um medo esquisito bateu em mim.

O moreno riu carinhosamente da minha expressão.

― Só espere. ― Foi caminhando para mais adentro ao prédio. E se virou antes de sumir de vista, me encarando sério, porém carinhoso. ― Não se preocupe, eu vou voltar. Eu sempre vou voltar.

"Meu amor" Pensei encantado. E as memórias de nossos momentos juntos me vinham a mente como um furacão, e pude perceber que a cada encontro só estava mais e mais apaixonado, envolvido...

"Que preocupação boba" Sorri.

― Muito boba mesmo ― Sherlock chegava por trás de mim. Olhei pra ele ligeiramente assustado. "Além de conseguir ler as pessoas por suas roupas, objetos, etc, agora podia ler pensamentos também?"

― Quê? ― Perguntei piscando freneticamente com medo de meu Sherlock ser um super Sherlock, mais super do que ele já era. Eu fazia uma careta que podia-se dizer que era engraçada, uma mistura de estranhamento, surpresa, mas não tão surpresa ― até porque a cada vez Sherlock me deixava mais de boca aberta com suas deduções mais que perfeitas e me perguntava da onde ele tirava aquilo tudo, talvez essa fosse a resposta ― medo e uma pitada ― admito ― de encantamento.

― Muito boba mesmo a sua mão no outro dia. ― O moreno completou a frase.

― Ah. ― Suspirei aliviado e um pouco decepcionado. Sherlock notou.

― Esperava uma resposta diferente? ― Perguntou despreocupado, enquanto carregava uma bandeja com duas taças e uma garrafa de vinho. Sorri ao notar.

― Nada não. ― Respondi. ― Nada pra comer? ― Perguntei com um sorriso brincalhão.

― Desculpe. ― Disse o moreno sinceramente. ― Eu não achei que fosse... Quer que eu vá buscar? Eu pensei...

― Ei. ― Puxei-o devagar pra perto de mim, fazendo-o colocar a bandeja no chão. ― Só quero você.

― Mas se quiser... ― Ele continuava sério.

― Eu tava brincando, meu amor.

― Meu amor? ― Um sorriso ia se formando em seu rosto.

― Sim. ― Dei um selinho nele e bem próximo a sua boca sussurrei. ― Meu ― dei mais um selinho ― amor. ― E mais um.

― Vem ― disse Sherlock com um sorriso persuasivo, me puxando pra eu acompanhá-lo e nos sentarmos em cima da manta que ele havia colocado no chão pra nós dois.

Deitamos um ao lado do outro e Sherlock se inclinou em minha direção, passando a mão por minha nuca. Nos encaramos sérios, ansiosos, nervosos e cheios de paixão. O moreno sorriu pra mim e eu tive de sorrir de volta, aquele contorno de boca perfeito me conquistava até bem facilmente. E eu olhava profundamente em seus olhos azuis com algumas espiadas a seus lábios, até que não consegui desviar os olhos daquela boca apetitosa. E Sherlock ainda me encarava mordendo os lábios.

Nos encontrávamos tão perto um do outro... Nosso corpo, nossas bocas, podia sentir sua respiração, mas o moreno fazia questão de ficar tão perto apenas para me provocar.

Minha respiração estava mais pesada, meu coração palpitava e sentia um frio na barriga, que só aumentou ao ver o moreno quebrando o último espaço entre nós, porém apenas para me torturar um pouquinho mais. Ele apertou delicadamente com seus dentes meu lábio inferior, puxando-o ― meu coração disparou ― ele o soltou. Me aproximei automaticamente, a tensão entre nós estava tão clara.

Trocávamos olhares cheios de luxúria enquanto nossos rostos ainda estavam separados por muito poucos centímetros, até que não pude mais esperar... Ataquei o moreno. O beijei com gosto, devagar e cheio de ânsia por tê-lo, na medida certa despejei tudo que sentia naquele beijo. O moreno começou a trabalhar com as mãos, descendo da minha nuca até o resto do meu corpo e passou a outra pelo meu abdômen acompanhando a primeira, isso enquanto ele subia em cima de mim sentando em minhas pernas, perto o suficiente do meu membro.

Sherlock sorriu pra mim mordendo os lábios maliciosamente. E eu suspirava excitado. Meu membro latejava e pedia pelo moreno, que resolvera brincar comigo, com uma tortura que só me deixava mais cheio de desejo. Sherlock rebolava em meu colo e “Ah, meu deus!” Pensei inquieto, cheio de anseio e tesão.

Ele rebolava em ritmo constante e então deslizou a mão que estava em meu abdômen para segurar em minhas mãos. Nos encaramos... ele sorria sexy e cheio de vontade, enquanto meu rosto só conseguia expressar um desejo voraz louco de paixão.

Fui em direção a blusa de Sherlock e ele me ajudou a tirá-la, nunca parando de fazer o que eu mais apreciava ali. O moreno soltava uma risadinha a cada vez que eu gemia baixinho sem querer.

Sherlock então foi em direção a minha blusa para arrancá-la de mim, mas a mesma prendeu em meu short e o moreno ansioso demais, puxou bem forte a blusa, que se rasgou. Gargalhamos, o moreno então arrancou vorazmente os restos da camisa que permaneciam intactos em meu corpo, puxando bruscamente com os dedos os restos de pano que tinham sobrado dela, até deixar meu peitoral nu. Então Sherlock aproximou seu corpo do meu enquanto o riso sumia, mas um sorriso contínuo se formava, ele tinha o mais doce e assanhado sorriso desse mundo. Segurei sua nuca e o beijei mais forte e intensamente, e então virei o jogo, coloquei-o embaixo de mim e agora era a minha vez de fazer uma pequena tortura.

Comecei a beijar seu peitoral com pequenas chupadinhas aqui e ali descendo até sua barriga e finalmente, olhando em seus olhos e pondo um belo sorriso safado em meu rosto, cheguei bem perto de seu membro ― ainda coberto pela calça ― com a boca e podia ouvi-lo suspirar.

― Por favor. ― Ele clamava.

E não pude conter um riso mais safado.

Passei minhas mãos por suas coxas num ritmo agradável chegando sempre bem perto de seu membro, mas sem nunca tocá-lo. Eu sorria para ele e a cada vez que minhas mãos chegavam mais perto, Sherlock abria a boca e soltava um gemido baixinho.

Então cheguei minha boca mais perto de seu membro, ele me olhava pedinte e eu me rendi, mas deixando apenas meu lábio inferior roçar na sua calça por cima de seu membro. Sherlock gemeu e eu me pus rapidamente a desabotoar a calça do moreno e arrancá-la dele, mais rápido do que eu pretendia, então ele segurou em meus ombros e me puxou pra cima, enquanto nossos corpos se tocavam gentilmente, ambos desejando carnalmente um ao outro.

E agora Sherlock levava as mãos para tirar minha calça quando um estrondo no andar de baixo, nos fez pular de susto. E ouvimos rápidas passadas.

Nos olhamos, Sherlock irritado e eu com uma expressão de desejo incompleto, eu só queria voltar a deitar e ignorar quem quer que estivesse no andar de baixo.

O moreno vestiu suas roupas rapidamente. E eu só precisava encontrar a minha blusa, a minha maldita blusa, onde estava aque... Oh. E então lembrei dele a rasgando. Corri até meu casaco que eu tinha pendurado na janela e no meu desespero de pegá-lo o derrubei lá embaixo. Começava a ficar irritado e com frio, eu já esfregava meus braços tremendo com o vento frio que entrava pela janela, e antes que eu pudesse pedir Sherlock seu sobretudo emprestado, alguém chegou.

― Sherlock, Sherlock. ― O homem falava enquanto se aproximava se apoiando em seu guarda-chuva.

― Quem é esse? ― Perguntei encarando o homem mais velho.

― Meu irmão. ― Disse Sherlock e se afastou. ― Se me permite ― se dirigiu a Mycroft ― vou pegar o casaco do John que caiu lá embaixo e espero não ter de vê-lo por mais tempo, irmão.

O Holmes mais velho deu um sorriso cínico e se aproximou de mim.

― Mycroft Holmes. ― Ele estendeu a mão.

― John Watson. ― Apertei a mão dele meio desconfortável com a situação.

― O antigo caso de Sherlock, pode-se dizer assim ― ele se afastou enquanto falava, olhando a sua volta, batendo seu guarda-chuva no chão ― era com o seu melhor amigo. ― Ele completou me encarando. Engoli em seco.

― Como sabe disso?

― Isso não importa, não é mesmo? ― Ele tinha me pego completamente desprevenido.

― O que você quer para não contar para nenhum dos dois? ― Perguntei nervoso sabendo que era isso que ele queria ouvir.

― Quero que termine o namoro com o meu irmão.

O encarei assustado e sem acreditar.

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Eu e Sherlock continuávamos abraçados no chão da barraca e eu pude contar toda a história daquela noite na minha versão para ele.

― Agora você entende, não é mesmo Sherlock? ― Perguntei virando o rosto para olhá-lo. ― Porque eu terminei com você daquela vez...

― Sim. ― Ele dizia desacreditado ― E começou a namorar a Mary...

― Tentei te esquecer de todo modo e além de que comecei a pensar em todas as dificuldades que passaria com a minha família. ― Eu falava tudo rápido demais, dei uma pausa. E após refletir completei. ― Fui um idiota.

― Foi mesmo. ― O moreno concordou. O olhei abismado. ― Mas é o meu idiota favorito... que se arrependeu, veio aqui e acertou tudo.

Sorrimos carinhosos um para o outro. Eu me aconcheguei em seu ombro e pretendia passar o resto da tarde ali.