I have fallen for a guy escrita por Morgana


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Fico feliz por ter conseguido postar o segundo capítulo ainda essa semana, a semana de provas no meu colégio está chegando :s, postar um semana que vem sem falta vai ser mais complicado, mas prometo que vou tentar. E obrigada a todos que comentaram no outro capítulo, receber review é sempre bom (:



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― Eu sou gay. ― Jim me olhou perplexo e de boca aberta. Logo em seguida me abraçou euforicamente e já voltando a olhar para mim continuou ― Sua puta, por que nunca me contou antes? ― Ele demonstrou uma possível real decepção. ― Meu gaydar está falhando, não é possível!

― Para com isso, Jim. ― Eu disse rindo envergonhado, minhas bochechas estavam coradas.

― Ser gay é ser feliz. ― Ele sorriu. ― Caramba, mas porque resolveu me contar isso agora?

― Eu...

― Não. Melhor. ― Ele me interrompeu ansioso, antes que eu sequer conseguisse formar uma frase. ― Por que não me contou isso antes? Eu sou seu melhor amigo. ― Ele começava a falar rápido demais. ― Não pode me esconder essas coisas. Como nunca me falou isso tudo? Sabe desde pequeno? Descobriu só agora? Você já deu para al...

― Jim! ― O sacudi pelos ombros fazendo parar de tagarelar. ― Calma. Eu vou te falar tudo. Uma pergunta por vez.

Moriarty parecia analisar todas as questões possíveis a serem feitas, devido a sorrisos do nada ao longo dos segundos calado e de caretas insatisfeitas, vez ou outra.

― Se apaixonou? ― Perguntou quase como uma afirmação.

― Sim. ― Disse calmamente, minhas bochechas coraram levemente. ― Quer saber como foi?

― Eu que faço as perguntas aqui. ― Disse Jim analítico. ― Primeiro, sentimento compartilhado? ― Não era uma pergunta realmente, era um pedido de uma história.

― Quê?

― Você sabe do que estou falando.

― Ok, acho que entendi. ― Era a primeira vez que tive certeza que Sherlock sentia o mesmo por mim. ― Mas não vou citar nomes.

― Outra pergunta. Qual é o nome dele?

― Acabei de dizer.

― John... ― Disse ele com cara de pedinte. Apelando para a carinha mais fofa que só ele conseguia fazer.

― Jim. ― Mas não cedi. O encarei com uma cara de “não vai conseguir dessa vez”.

― Johnny... ― Ele apelava mais ainda, me forçando a olhar para aquela carinha de cachorrinho sem dono.

― Jimmy.

― Watsinho...

― Watsinho? Watsinho é sacanagem, né? ― Ri. ― Vai querer que eu conte ou não?

― Tudo bem, vai lá. ― Deu uma risadinha.

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Flashback

Andávamos em direção ao shopping, um ao lado do outro, eu andava completamente mecânico, parecia que tinha desaprendido a andar, ao caminhar ao lado do moreno de sobretudo, e ele também não parecia tão confortável assim, parecia nervoso, só que bem menos que eu.

Eu andava mais a frente para poder mostrar o caminho ao outro e já estávamos perto de onde pretendia que passássemos a nossa tarde.

― Aonde vamos mesmo?

― Você bem sabe que eu não falei qual é o lugar, você não esquece as coisas, então não tem porque colocar um “mesmo” no final dessa pergunta. ― Disse sério parando e me virando para ele. Ele deu uma risadinha e ao ver aquele rosto simétrico sorrindo para mim, automaticamente sorri de volta, e ainda ficando vermelho para completar. Voltei a olhar para frente não querendo que ele visse meu rosto corado ― Eu disse, quando marcamos, que era uma surpresa.

Andamos mais um pouco em silêncio e chegamos. Meu coração acelerou ao entrar em meu lugar favorito, com minha pessoa favorita.

― Uma livraria? ― Perguntou o outro curioso, seus olhos analisando cada ponto do local.

― Não qualquer livraria. ― Falava com orgulho. ― A maior de todos os shoppings, com a maior e melhor variedade de livros. ― Engoli em seco, respirei fundo e com toda coragem que eu podia arranjar, segurei na mão dele e o puxei loja adentro. Para minha alegria e um pouco de surpresa, ele não a soltou. A sensação de poder levá-lo pela loja, segurando naquela mão macia e confortante, era incrível. Olhei para ele uma vez e o vi olhar encantado para a loja, um sorriso apaixonado se formou em minha face automaticamente, ele tinha uma olhar leve, e aparentemente parecia gostar da situação. Voltei a olhar para frente, o guiando até minha seção favorita, pouco antes de termos nossas mãos separadas, meu sorriso ficou maior ainda quando o surpreendi suspirando e sorrindo sobre nossas mãos unidas, ele corou ao ser pego no flagra.

― Eu sempre me sinto tão bem aqui. ― Eu disse me sentando numa das mesas em frente as estantes principais com livros de mistério. Ele já tinha se acomodado. ― Tem uma história que eu gostaria muito de te contar, She...

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― John Watson ― o instrutor entrou na nossa barraca, interrompendo minha história ― achou que podia pular a caminhada? Preciso falar com o senhor, agora. ―

― Droga, ele estava quase contando o nome. ― Disse Jim indignado. ― Não podia ter esperado mais alguns segundos para entrar???

― O quê? ― O homem perguntou confuso.

― Nada, nada. ― Disse despreocupado. ― Eu passei mal. Ainda to, por sinal. Dores estomacais horríveis, é por isso que estou deitado aqui, assim ― Estava deitado de lado, ao lado de um Jim sentado com as pernas cruzadas. Anteriormente apoiava minha cabeça no colo de Moriarty e ele fazia cafuné em mim, enquanto eu contava minha história, mas ao ver a sombra do homem se aproximar, pulei para o lado dele, meu medo de alguém sequer pensar que eu era gay e de contar a minha família, mesmo quando eu estava apenas com meu melhor amigo, era gigante.

― Passando mal? ― Perguntou o instrutor desconfiado.

― Sim. Tenho recorrentes dores no estômago. Até trouxe o remédio de casa que costumo tomar para caso isso acontecesse.

― Tudo bem. ― Ele parecia acreditar. ― Mesmo assim, ainda preciso falar com o senhor.

― Outra hora, por favor. ― Enrolei, não queria mesmo aguentar qualquer coisa que o homem poderia querer conversar. ― Ainda estou com muita dor.

― Tem razão. Além de que ― ele olhou para o seu relógio de pulso ― já se passa de uma da manhã. Amanhã, então. ― Concordei com a cabeça e ele saiu da barraca.

Voltei a apoiar a cabeça no colo de Moriarty.

― Então... ― Ele pediu.

― Na verdade, nem foi uma tarde tão encantadora ― menti, por mais simples que tenha sido o dia, por mais comum as coisas que fizemos... a tarde tinha sido incrível para mim.

― Sei... ― Jim fazia uma cara de “me engana que eu gosto”. ― Independentemente de como acha que foi, termine de me contar.

― Jimmy... Foi maravilhoso. ― Tinha certeza que meus olhos brilhavam nesse exato momento. ― Sabe, nada demais aconteceu. Apenas conversamos, trocamos conhecimentos... Claro que ― dei uma risada ao me lembrar ― Não tinha quase nada que pudesse contar que ele já não soubesse. ― Parei por um momento apenas sentindo tudo que senti naquele dia, e parecia tão bom. ― Mas foi tudo tão tranquilo e parecia tão certo.

Jim sorriu.

― Ele é incrível. Eu quero ― meu coração acelerou ― eu quero ele para mim, Jim. Eu quero.

― Você está apaixonado. ― O sorriso em meu rosto cresceu. ― Sua vadia.

― O quê? ― Perguntei rindo.

― Desculpa, é que o clima estava muito meloso. ― Disse Jim rindo.

― Idiota. ― Rimos. Continuamos conversando sobre aquela tarde, enquanto meu coração não tirava um momento para se acalmar e meu cérebro só conseguia pensar naquela única pessoa. E Jim me perturbava em saber quem era aquele garoto que havia tirado o meu sossego e posto um sorriso enorme em meu rosto.


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