Círculo Fechado escrita por MarcosFLuder


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

O capítulo anterior ficou muito grande, segundo as orientações dos administradores do site. O problema é que eu escrevi essa fanfic há muitos anos, quando elas eram postadas inteiras nos sites da época. Estou procurando fazer a divisão de maneira a estabelecer algum tipo de cliffangher no final de cada capítulo.



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SEDE DO FBI

WASHINGTON D.C.

ÉPOCA ATUAL

Scully estava diante daquelas pessoas e procurava disfarçar a tensão que sentia. Eram três homens à sua frente e apenas Skinner inspirava nela alguma confiança, embora se mantivesse calado enquanto um sujeito, que nunca tinha visto antes, cobrava dela as explicações pelas suas atitudes em Grover.

— A sua atitude agente Scully foi totalmente fora de propósito – disse o sujeito – eu espero que seus superiores saibam puni-la adequadamente – ele fez questão de olhar para Skinner ao completar a frase.

— Agente Scully, eu gostaria que você explicasse as razões que a levaram até Grover – Skinner procurou ignorar a expressão ameaçadora do sujeito à sua frente.

— Eu recebi uma ligação anônima dizendo que havia a possibilidade de encontrar uma pista sobre o paradeiro do agente Mulder investigando o que aconteceu em Grover.

— E o que deu nessa cabeçinha oca para acreditar nessa possibilidade? – Scully olha para aquele sujeito, o rosto vermelho de indignação por estar sendo tratada daquela maneira.

— Agente Ferris – Skinner se levanta – se não está disposto a respeitar a agente Scully trate pelo menos de me respeitar – a voz dele é dura e firme – não vou admitir que se dirija, nesses termos, a uma subordinada minha, e bem na minha frente.

— Sua subordinada agiu de maneira totalmente irregular – disse Ferris – o agente Doggett não foi comunicado por ela a respeito da informação anônima que recebeu.

— Quem foi que lhe disse isso agente Ferris? – Scully olhou espantada para o agente Doggett, que até então vinha mantendo-se calado – eu tenho certeza de que não falei nada disso.

— Pois então agente Doggett... nos diga de uma vez se a agente Scully comunicou ou não ao senhor sobre a informação que recebeu.

— Eu não tenho que responder a sua pergunta – o agente Ferris percebeu que não conseguiria nada naquela reunião e resolveu ir embora, mas não sem antes deixar bem claro que o caso em Grover estava fora da alçada do FBI. Os três permaneciam naquela sala, e durante intermináveis segundos, ficaram em silêncio, até que Skinner resolveu falar.

— Agente Scully é melhor você me dizer quem foi o informante que lhe falou sobre o caso em Grover.

— Alguém que não merece a nossa confiança.

— Quem agente Scully?

— Alex Krycek senhor! – Skinner se levanta dando um soco na mesa.

— Quem é Alex Krycek? – pergunta Doggett.

— Um rato de esgoto! – Skinner olha para Scully com um duro ar de reprovação.

— Eu sei que ele não merece a mínima confiança senhor – ela tenta se justificar – eu só fui descobrir que era ele quando já estava em Grover.

— Acho melhor esquecer que essa cidade existe agente Scully – Skinner olhou bem nos olhos dela – se você for até lá sem autorização oficial, o agente Ferris não vai precisar vir até aqui pedir a sua expulsão do FBI... eu mesmo vou providenciar isso – Scully suspirou e nada mais disse, ao sinal de Skinner ela retirou-se da sala em companhia do agente Doggett. Ambos estavam no corredor quando ela o abordou.

— Porque resolveu me proteger agente Doggett?

— Porque acha que eu a estava protegendo agente Scully?

— Você não contou ao agente Ferris que eu fui até Grover sem comunica-lo!

— Você não ouviu o que eu disse ao agente Ferris? Eu não era obrigado a dizer nada para ele – Scully sorri.

— Eu sempre ajo de acordo com as regras agente Scully – ele olha para ela – eu estou encarregado de desvendar o sumiço do seu parceiro e vou fazer o que estiver ao meu alcance para encontrá-lo, mas não espere de mim nenhuma atitude que vá contra as regras do FBI.

Scully olhou para ele e ficou perguntando sobre o que deveria pensar a seu respeito. Ela não era muito diferente dele antes de conhecer Mulder, mas o tempo foi fazendo-a mudar seus conceitos e opiniões, diante de tudo o que foi presenciando em todos aqueles anos no Arquivo-X. Ela o observou se afastando e deixou de lado as suas divagações, indo direto para sua sala.

Eram quase 10 da noite quando Scully estacionou seu carro na garagem do prédio onde morava. Havia sido um dia muito difícil para ela, que não conseguiu nenhuma pista a respeito de Mulder. Voltar a Grover estava fora de cogitação, e ela não tinha mais nenhuma pista a seguir. Scully sabia que estava correndo contra o tempo. Em breve o seu estado a impediria de ficar trabalhando até tarde da noite ou correr o país em busca de pistas sobre o paradeiro de Mulder. No fundo, ela sabia que aquela ameaça de Skinner era uma maneira dele dizer que era hora dela começar a pensar como uma mulher grávida, tratando de poupar-se ao máximo de tensões e aborrecimentos. Ela mesmo sabia que não poderia mais continuar com a mesma vida que levava antes da gravidez. No entanto, a ideia de desistir de procurar Mulder, mesmo por alguns meses, a angustiava, pensar em nunca mais vê-lo era horrível.

Ao mesmo tempo, havia uma vida crescendo dentro dela, alguém que iria precisar dela de um jeito que Mulder jamais precisou. Scully parou diante do elevador, e enquanto esperava, começou a chorar diante da constatação de que em breve poderia ser obrigada a fazer uma escolha entre Mulder e o filho que estava esperando. Ela encostou a cabeça na parede e repreendeu-se por estar chorando daquele jeito, tratando de se controlar. Enquanto limpava as lágrimas, ela viu uma sombra projetar-se a sua frente e virou-se para encarar Krycek.

— Deu pra chorar de repente agente Scully? – ele perguntou, entre cínico e curioso.

— O que você quer Krycek? – ela tratou de se recompor.

— Vim lhe dizer que posso conseguir a pista que você tanto quer a respeito do paradeiro do agente Mulder.

— E qual vai ser o seu preço Krycek?

— Eu só preciso que você me consiga uma informação nos computadores da Agência de Segurança Nacional.

— Você está louco! Eu seria presa se fizesse uma coisa dessas.

— É a sua única chance de encontrar o Mulder – ele disse – eu preciso dessas informações para descobrir o paradeiro do seu parceiro.

— Como se eu pudesse confiar em você Krycek – ela mirou seus olhos na direção dele – quem me garante que você não está apenas se aproveitando do meu desespero em encontrar Mulder para atingir os seus objetivos escusos? Quem me garante que uma vez de posse dessas informações você vai mesmo me dar a pista que eu preciso para encontrar Mulder?

— Ninguém pode lhe dar garantias de nada agente Scully – ele sorri com seu habitual cinismo – vai ter de decidir se confia em mim ou não – a porta do elevador se abre e ela entra.

— Pois eu já me decidi Krycek – ele força a entrada no elevador e aponta uma arma para ela.

— Eu preciso dessas informações, Scully, e você vai consegui-las para mim... .por bem ou por mal.

— Eu estava certa então – ela procura manter a calma – você só queria mesmo me usar... nunca pensou em me ajudar a encontrar Mulder.

— Pois eu insisto com você que a posse dessas informações pode ajudar a encontrar Mulder – ele abaixa a arma e olha nos olhos dela.

— Porque acha que eu poderia conseguir essas informações?

— Porque eu sei que você tem alguns contatos com pessoas que poderiam entrar nos computadores da ASN – é lógico que ele só podia estar se referindo aos pistoleiros solitários – me dê essas informações agente Scully e eu lhe devolvo o agente Mulder.

— Essas informações devem estar muito bem protegidas.

— Não tanto quanto deveriam – ele disse – existe uma falha na segurança, mas que só um super Hacker poderia encontrar. Eu sei que você conhece um... ou melhor três – ele volta a sorrir daquele jeito cínico – me dê essas informações e eu lhe devolvo o seu precioso agente Mulder.

— Eu não acredito em você – eles ficaram se olhando por um segundo até que Krycek segurou os braços dela com força e a imprensou de frente com a parede do elevador. Ele procurou tornar a situação o mais desconfortável possível para ela, que estava mais preocupada com a situação do bebê.

— Me solte Krycek, por favor – as lágrimas desciam de seus olhos, com a dor que sentia, não por ela mas pela criança que esperava.

— “Por favor” – a risada dele é cruel – não é a primeira vez que eu noto o quanto você está estranha agente Scully – ela sente o corpo dele colado ao seu enquanto o cano da arma desce por seu rosto até se fixar embaixo do seu queixo. Ele aproxima sua boca da orelha dela. Ela pode sentir o hálito quente daquele homem desprezível, e antes mesmo que ele falasse, ela já sabia o que seria dito – você está grávida não é? – ele tira a arma debaixo do queixo dela e a coloca em seu ventre – responda – ela estremece com o seu grito.

— Estou! Estou! – ela grita e ele a solta no exato momento que a porta do elevador se abre.

— Pode sair agente Scully – ele a desarma e lhe entrega um disquete. Depois aponta sua arma para o ventre dela, olhando-a de modo ameaçador – se não me der o que eu quero agente Scully eu vou começar a matar todos os seus parentes, começando por esse que está no seu ventre.

A porta do elevador se fecha e Scully se encosta na parede. Ela está tonta e assustada, mas tenta ao máximo se acalmar. Mais uma vez ela viu o quanto sentia a falta de Mulder, e do conforto que ele sabia transmitir nas piores horas. Mas ele não estava ali, e talvez nunca mais estivesse. Ela pegou o crucifixo em seu pescoço e começou a rezar, num fervor que ela há muito tinha esquecido. Scully rezou por ela, por Mulder e por seus parentes, que sem saber, tinham suas vidas ameaçadas. Por fim, ela rezou com mais fervor ainda por alguém que ainda nem tinha vindo ao mundo, mas já era o seu bem mais precioso. Ela rezou por alguém que precisava proteger, não importando o preço a pagar. Mesmo que o preço fosse nunca mais ver um outro alguém que ela também amava muito.

GROVER

COLORADO

1942

A cabeça de Mulder doía muito quando ele acordou. Logo viu que estava amarrado a uma cadeira. Foi necessário esperar alguns segundos até que as imagens a sua frente ganhassem nitidez.

— Então você é o famoso agente Fox Mulder – Mulder não teve muito trabalho para reconhecer aquele homem.

— Creio que o senhor é mais famoso do que eu, Dr. Speer.

— Foram eles que mandaram você até aqui, não é? – a voz do Dr. Speer é um fio e Mulder percebe que ele quer evitar que os outros o ouçam.

— Qual o problema Dr.? Não contou para os seus amigos nazistas de onde você veio?

— Acho melhor não tentar me provocar agente Mulder – James se aproxima arrastando Maggie pelo braço – o que ele quer dizer com isso?

— Nada de importante meu caro – olha para James – o importante é saber o que foi feito como os planos.

— Eles não foram devolvidos – ele olha para Maggie – nós também sabemos infiltrar espiões minha cara.

— O que você fez com eles? – o Dr. Speer olha para Maggie com uma expressão ameaçadora.

— Eles foram devolvidos Dr. Speer!

— Ele está mentindo – James solta Maggie e dá um soco em Mulder.

— Para com isso James – ela grita, mas é jogada no chão com um soco que leva.

— Seu desgraçado! – Mulder se mexe feito um louco na cadeira – covarde – ele grita.

— De você eu cuido depois – ele olha para Mulder cheio de ódio enquanto segura Maggie com força e a arrasta para fora da sala.

— Está vendo só do que as mulheres são capazes agente Mulder? Ela reduziu um homem de tantas qualidades como James a um tolo enciumado – ele senta-se em frente a Mulder – sem falar no estrago que ela fez no melhor grupo de simpatizantes que o Reich tinha aqui na América.

— Foi por isso que o senhor veio procurá-los Dr. Speer?

— É claro que sim agente Mulder.

— Será que não vê o desastre que irá causar se não voltar comigo para o nosso presente Dr. Speer?

— Então eles lhe falaram sobre essa hipótese.

— Não é uma hipótese, já está acontecendo.

— Não vai conseguir me convencer agente Mulder – ele se aproxima de Mulder – sabe quanto tempo eu planejei tudo isso agente Mulder... foram anos e anos sonhando com o dia que eu poderia consertar a grande injustiça que foi a derrota do Reich.

— Você só pode estar brincando – Mulder ri e leva um tapa do Dr. Speer.

— Não ouse rir dos meus sonhos agente Mulder – ele volta a se sentar – quando eu vi os planos da bomba atômica percebi claramente que ali estava a chave de nossa vitória.

— Mas você foi voto vencido.

— Eles te contaram isso também? Aqueles tolos dos meus colegas – Mulder podia ver a raiva estampada nos olhos dele – eles não conseguiram enxergar o que tinham na frente e isso acabou determinando a nossa derrota. Eu nunca me conformei.

— Como foi que a minha carteira foi parar na sua mão?

— Eu era muito amigo do homem que havia roubado os planos da bomba atômica. Um dia, no final de 1941, ele me procurou para falar sobre o ataque dos japoneses a Pearl Harbor e de como esse ataque foi previsto por um sujeito que ele conheceu num navio no triângulo das Bermudas – Mulder não precisou de muito esforço para perceber quem era esse espião – exatamente agente Mulder, era de você que ele estava falando. Foi com a ajuda desse meu amigo que eu consegui a sua carteira, que estava enterrada em um arquivo da GESTAPO.

— É claro! Meu Deus como tudo está interligado – Mulder olha pra ele – não vê Dr. Speer?

— O que agente Mulder?

— Está tudo ligado entre si – ele disse – a minha viagem as Bermudas e a sua viagem agora. Você pensa que planejou tudo, mas a verdade é que tudo tinha que acontecer de qualquer maneira.

— Do que está falando?

— Daquilo que o tal Senhor White tinha me dito sobre ser impossível mudar a história.

— É mentira – ele grita.

— É verdade Dr. Speer! Tanto a minha viagem ao triângulo das Bermudas como a sua agora serviu a um propósito – ele dizia isso sem se importar com a expressão cada vez mais enraivecida do Dr. Speer – eu não consigo imaginar que propósito seria esse, mas com certeza não é o de mudar a história.

— Cale a boca – ele volta a bater em Mulder – você está tentando me confundir mas não vai conseguir.

— Você tem que voltar comigo Dr. Speer – Mulder começa a forçar as cordas que o amarravam enquanto vai falando – se não voltar comigo logo o senhor vai condenar a realidade de onde viemos a destruição.

— Mesmo que isso seja verdade eu pouco me importo – ele aponta uma arma para Mulder – os planos podem ter sido devolvidos, mas isso não importa. Eu darei um jeito de cumprir o meu objetivo – ele encosta a arma na nuca de Mulder – diga adeus a vida agente Mulder.

 

********************************

 

Maggie foi jogada na cama com violência. Em sua boca corria um filete de sangue, resultado do soco que levara a pouco. Ela estava assustada com a situação, mas procurou manter a calma.

— James por favor me ouça...

— Cale a boca – ele gritou – você acabou comigo sua vagabunda – ele a segura pelo braço com força – eu te amei e você me traiu da pior maneira possível.

— Eu estava cumprindo o meu dever – o braço sendo apertado causava-lhe muita dor, mas ela resistia o máximo possível para não chorar – será que você não entende o que está acontecendo?

— É claro que eu entendo “olhos azuis”! o nosso governo de Judeus mandou uma vagabunda para me seduzir e acabar com o nosso grupo – ele olha para ela, sentia ódio, tristeza e desejo, tudo ao mesmo tempo – e não podiam ter escolhido melhor – ele volta abater nela e saca a sua arma, olha para ela e chora – nunca mais você vai me ferir desse jeito.

— James por favor – ela grita – por favor.

O barulho de um tiro é ouvido pelos dois homens do lado de fora do quarto, mas nenhum dos dois faz qualquer menção de ir ver o que aconteceu. Enquanto isso, dentro do quarto, um corpo fica estirado na cama, a cabeça estourada por uma bala certeira; a seu lado, uma pessoa o observa com uma confusão de sentimentos, resultando num choro impossível de conter. O tiro vindo do quarto chamou a atenção de Mulder e do Dr. Speer, bem como do outro homem na sala, o Dr. Speer sorri para Mulder

— Parece que James já acertou suas contas com a sua amada.

— Desgraçado – a voz de Mulder está embargada e ele mal consegue conter o choro – desgraçado – ele grita – e então Dr.? foi pra isso que fez a sua viagem?

— Pelo visto aquela jovem também atingiu o seu coração agente Mulder – ele volta apontar a arma para ele – eu vou pôr um fim ao seu sofrimento – encosta a arma na testa dele – quem sabe vocês não se encontram em outra vida.

O barulho de um tiro é ouvido, mas não é Mulder o atingido e sim o outro homem na sala, que cai morto. No instante seguinte, a sala já está cheia de agentes do governo , que rendem o Dr. Speer , vários homens sobem a escada e logo ouve-se mais tiros.

— Por favor – Mulder grita – há uma mulher lá em cima que pode estar ferida... – a frase não é concluída, pois ele a vê descendo a escada e sendo amparada por um dos agentes. Mulder consegue se soltar e vai em sua direção mas é atingido na cabeça e desmaia.

— O que vocês estão fazendo? – ela se abaixa e coloca a cabeça dele no colo enquanto pede que seja chamado um médico. Os homens não parecem entender até que alguém entra na sala e todos se voltam para ele.

— Frank! Graças a Deus, diga a eles para arranjarem um médico – os olhos dela estão cheios de lágrimas e aquele homem de farda só precisa fazer um gesto para que alguns homens carregassem Mulder para fora, onde seria atendido.

— Ele vai ficar bem não se preocupe – olha para ela – como você está?

— Estou bem Frank, obrigada.

— Ainda bem que já tínhamos um atirador de elite em posição ou não íamos conseguir acertar o sujeito antes que ele a matasse.

— Pensei que vocês não iam chegar a tempo.

— Viemos assim que recebemos a sua mensagem.

— Eu preciso ver se o Fox está bem – ela sai e Frank volta-se para o Dr. Speer, que parece espantado em vê-lo.

— Não pode ser – o Dr. Speer olha para ele como se o conhecesse e seu ar espantado não passa desapercebido de Frank – não pode ser você.

— De onde você me conhece?

— Eu só deveria conhecê-lo daqui a alguns anos! – o rosto do Dr. Speer perde toda a expressão – aliás eu não... o outro eu... dessa época – ninguém entendeu nada do que foi dito.

— Podem levá-lo – a ordem de Frank é obedecida. Enquanto observa o Dr. Speer ser levado, ele se pergunta se a linda mulher que o ajudara a desbaratar esse grupo de simpatizantes do nazismo saberia explicar a razão de tão estranho comportamento.

WASHINGTON D.C.

ÉPOCA ATUAL

Scully dirigia seu carro em direção ao QG dos pistoleiros solitários. Ela sabia que estava envolvida num jogo arriscado, mas a noite que passou , praticamente em claro, serviu para que ela coloca-se suas ideias no lugar. Apesar de muito nervosa, ela sabia muito bem o que fazer. Ao dar uma nova olhada no retrovisor, viu novamente o carro que a seguia, entrando no estacionamento do Shopping.   De longe ela pode ver quando Krycek saiu a sua procura. Era um dia de grande movimento, e ela não teve dificuldade em livrar-se dele, indo direto até área de segurança. Ao apresentar suas credenciais do FBI, ela não teve dificuldade de conseguir que todos os movimentos de Krycek fossem monitorados, enquanto ela ligava para os pistoleiros,

— Conseguiram pegar o disquete que eu deixei na porta do meu prédio? – era Frohike do outro lado da linha.

— Conseguimos sim e já estamos acessando os dados que a que ele se refere.

— Quando vão ter tudo pronto?

— Não é tão fácil acessar os computadores da ASN, Scully.

— Eu preciso dessas informações o mais rápido possível.

— Nos dê uma hora tá bom – ela desliga o telefone e olha para os movimentos de Krycek no Shopping, instruído a segurança do local a não tentar nada com ele enquanto dá um outro telefonema. Em seguida ela vai para um local onde pudesse ser vista por ele. Era a maneira de mantê-lo ocupado enquanto os pistoleiros não conseguiam os dados que Krycek tanto queria. Foi uma espera bem longa até que o seu celular tocou e ela recebeu o recado que estava esperando. Foi então que ela saiu do Shopping, sendo seguida por Krycek. Ele ficou furioso ao perceber que fora enganado por ela quando a viu entrando na sede do FBI. Lá dentro ela encontrou Frohike que entregou-lhe o que os pistoleiros haviam conseguido Eles se despediram e ela foi procurar a outra pessoa que também estava ciente dos seu plano.

Como sempre nos últimos dias, Scully chegou em casa tarde da noite. Ela foi em direção ao elevador quando alguém colocou-se no seu caminho.

— Acha mesmo que pode me fazer de idiota agente Scully?

— Eu nunca cometeria o erro de subestima-lo Krycek – ela disse.

— Então me dê as informações que eu estou querendo.

— Elas não estão mais comigo!.

— Do que está falando?

— E a essa hora os responsáveis pela segurança dos dados da ASN devem estar quebrando a cabeça para corrigir as falhas que foram relatadas a eles.

— O que você está me dizendo sua cadela – ele volta a imprensa-la contra a parede – esqueceu das ameaças que eu lhe fiz? Acha que não sou capaz de cumpri-las?

— Eu sei que você é capaz de qualquer coisa Krycek.

— Acho que vou dar um tiro no seu ventre sua desgraçada, com sorte você vai viver para saber que perdeu o seu precioso bebê – ele coloca a arma no ventre dela – antes eu faço questão de dizer que com aqueles dados seria possível encontrar o seu parceiro.

— Eu não confio em você Krycek – ela tenta manter a calma – não poderia deixa-lo de posse daquelas informações.

— Elas eram o meu salvo conduto e você vai pagar caro por tirá-lo de mim.

— Solte-a Krycek – a voz de Doggett fez com que Krycek se virasse usando Scully como escudo.

— Saiam do meu caminho ou eu vou matá-la – ele grita.

— Nós sabemos que essa é mesmo a sua intenção – disse Doggett – portanto você só tem duas possibilidades de sair daqui... ou vai sair algemado ou então dentro de um saco – Doggett faz uma pausa que parece durar uma eternidade – você tem um minuto para decidir qual dessas possibilidades vai preferir.

A tensão era enorme para todos. Krycek não conseguia perceber na face impassível de Doggett se era tudo um blefe, até perceber um ponto vermelho em sua testa. Por mais que ele tentasse usar Scully como escudo, o ponto vermelho sempre aparecia em um ponto vital de seu corpo. Ele percebeu que caíra numa armadilha e concluiu que era melhor ceder. O russoe jogou sua arma longe e soltou Scully. Esta foi amparada por Doggett, enquanto Krycek era algemado pelos outros agentes; ele olha para Scully com ódio.

— Ninguém vai manter Alex Krycek numa jaula por muito tempo agente Scully – o sorriso cínico de novo – eu sei onde muitos cadáveres estão enterrados – Scully olhou para ele – eu preferia não ter que fazer um acordo com o governo, mas acho que não terei muita escolha – ele olha para ela de maneira ameaçadora – eu não vou ficar preso muito tempo – Doggett manda que ele seja levado enquanto procura tranqüilizar Scully que não consegue mais suportar a tensão e desmaia nos braços do agente, que manda providenciar uma ambulância para ela.


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