Amor Leonetta! escrita por Tuka


Capítulo 16
"Vem com a mamãe Julia, vem cá filha por favor."


Notas iniciais do capítulo

Oi povo, aqui estou e novamente para postar outro capítulo. Quero agradecer a todos e lindos comentários que sempre alegram meu dia. Este capítulo foi triste para escrever mas é um dos meu prediletos. Espero que gostem!



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POV FRANCESCA

–Eu... Você precisa... precisa falar com... com... o Leon –ela não terminou e dormiu.

–Ai Violetta. –comecei a andar. –Podia ter falado comigo antes.

Fiquei andando de um lado para o outro, ela queria me falar algo importante, fiquei pensando no que fazer mas a única coisa que eu podia fazer era esperar. Pequei minha bolsa e fui procurar a enfermeira que tinha aplicado o remédio na Vilu. Corri pelo corredor e a encontrei na recepção.

–Com licença, eu queria perguntar quanto tempo dura o sedativo? –perguntei.

–Mais ou menos umas três quatro horas, tem algum paciente em especial? –ela perguntou.

–A paciente Violetta Castillo.

–Ah sim, acabei de aplicar. Bom ela vai dormir até umas duas da tarde. –ela me informou.

–Obrigada. –agradeci.

Saí do hospital e fui caminho a casa do Leon, mas lembrei que meus pais pediram para eu buscar a Julia as onze porque eles iam sair, e já eram dez e meia, se eu demorasse mais eu ia levar bronca. Segui agora para a casa dos meus pais, cheguei na casa dos meus pais já eram onze e dez, cheguei já preocupada. Toquei a campainha e respirei fundo. Ouvi minha mãe e meu pai gritando: “Deve ser a Francesca” minha mãe gritou, “Ela devia ter chego mais cedo, você avisou a ela?” meu pai gritou de volta, “Avisei, mas você conhece sua filha” gritou minha mãe.

Eles pararam de gritar e minha mãe atendeu a porta com a Julia no colo e a mochila dela nas costas.

–Está atrasada filha. –minha mãe me passou a mochila da Julia.

–Eu sei. –falei pegando a mochila.

Logo em seguida eu peguei a Julia.

–Tchau querida. –minha me deu um beijo na bochecha.

–Tchau mãe. –me despedi também.

–Tchau minha pequena. –ela deu vários beijos na Julia.

Me despedi e fui para o carro, coloquei a Julia na cadeirinha e dirigi o mais rápido possível para a casa do Leon. Sei que vai demorar mais um tempo para a Vilu acordar mas sei lá, ele tem que vê-la quando ela acordar. Cheguei na casa do Leon, toquei a campainha e a Daniele atendeu.

–Oi tia Fran. –ela abriu a porta.

–Oi Dani, que surpresa você abrir a porta. –falei entrando. –Onde está seu pai? –perguntei.

–Está trocando o Dani, ele fez bagunça e o papa teve que dar banho nele. –ela riu.

–Seu irmão aprontou? –perguntei.

–Ele sempre apronta tia Fran. –ela fechou a porta.

–Posso subir? –perguntei.

–Pode. –ela autorizou.

Subi as escadas e me direcionei ao quarto do Daniel, e encontrei o que a Dani disse, o Leon trocando o Daniel. Entrei no quarto quando eles já tinham terminado.

–Oi Leon. –entrei no quarto.

–Olá Fran, que surpresa! –ele disse pegando na mão do Daniel.

–Quero falar com você. –pedi.

–Só um minuto. –ele pediu. –Filho, fica lá na sala com a sua irmã. –ele disse se abaixando na altura do Dani.

–Tá. –ele assentiu.

–Cuidado com a escada. –o Leon disse preocupado.

O Daniel saiu do quarto.

–É melhor irmos em meu quarto. –ele sugeriu.

–Pode ser. –aceitei.

Saímos do quarto do Daniel e fomos caminho ao quarto do Leon. Entramos no quarto dele, fechamos a porta, coloquei a Julia no chão e me sentei na cama assim como o Leon.

–E então, o que queria me contar? –ele perguntou.

–Quero pedir para que você vá falar com a Vilu. –pedi.

–Por que Francesca, eu vou lá todo dia, não precisa nem pedir. Mas por que você está tão eufórica? –ele me perguntou.

–Acredita que eu não sei. –falei sincera. –Ela queria me contar uma coisa mas não conseguiu, e sei lá, quero saber.

–Deixa de ser curiosa Francesca. –ele brigou comigo.

–Eu não sou curiosa.

–Imagina, quem me dera se fosse. –ele riu.

–Tá bom, quando souber de algo eu não te conto. –cruzei os braços.

–Tudo bem. –ele cruzou os braços também.

–Agora é sério, vamos parar de criancices. –ri. –Quero que vá vê-la.

–Eu irei Francesca. –obrigada.

–Como está a Julia? –ele perguntou.

–Melhorando.

–Bom, muito bom. Agora vamos descer, se não minha casa vai pro ar. –ele riu.

–Vamos. –assenti.

Olhei em volta do quarto.

–Leon, você viu a Julia? –perguntei.

–Não, você colocou ela no chão, depois não vi mais. –ele disse se virando para mim.

–Isso é um detalhe que odeio na minha filha. –falei começando a procura-la.

–Não entendi.

–Ela não pode ficar solta em lugar nenhum, se não ela se enfia nos buracos que vê. Uma vez eu a deixei na sala e fui fazer a mamadeira, quando voltei ela estava no quarto de hospedes dentro do armário. Eu entrei em desespero, só encontrei ela vinte minutos depois. –falei procurando em baixo da cama.

–Ela faz isso sempre? –ele perguntou.

–Sempre que pode, eu não posso tirar o olho dela. –falei me levantando.

Olhamos por todo o quarto e nada da Julia. Comecei e ficar preocupada por não ter encontrado ela.

–Julia, vem filha. –tentei chama-la.

–Você disse que ela gosta de entrar nos lugares, não é? –ele perguntou.

–Sim. –respondi.

–Acho que sei onde ela está. –ele disse.

Ele foi na direção do armário.

–Nós já olhamos no armário. –falei óbvia.

–Não totalmente.

–Como assim? –perguntei.

Ele abriu a porta do armário e começou a tirar um monte de roupas e a joga-las na cama.

–Tem uma coisa que eu não mostro para ninguém, mas pelo jeito a Julia descobriu. –ele disse afastando as roupas penduradas.

Quando ele afastou as roupas eu vi uma porta de tamanho médio, tinha um tamanho que dava para um adulto passar facilmente por ela. Era uma porta de madeira, o armário não tinha todo o fundo, ele dava para uma parede onde tinha a porta.

–O que é isso Leon? –perguntei.

–É uma coisa. –ele disse. –Vem. –ele pediu.

Entramos no quartinho, que não era tão pequeno assim. Tinha várias caixas.

–Aqui é um dos quartos da casa, mas este eu pequei pra mim. –ele disse.

–O que tem nessas caixas? –perguntei vendo algumas caixas.

–Coisas que pra mim já foram importantes. –ele disse procurando.

–Posso abrir uma? –perguntei totalmente curiosa.

–E depois você não é curiosa. –ele riu.

–Posso ou não? –perguntei brava.

–Escolha uma.

Olhei para todas aquelas caixas, e escolhi uma que me chamou atenção, ela era lilás e tinha uns lacinhos desenhados, e era até que grande.

–Posso pegar essa? –perguntei.

–Pode. –ele disse.

Abri a caixa e estava cheia de fotos, mas não eram fotos dele, dos pais dele ou os amigos, nem dos filhos, era só fotos da Vilu.

–Quanta foto. –arregalei os olhos.

–É, são todas da Vilu. –ele coçou a nuca.

Ele estava envergonhado.

–Que fofo Leon. –ri

Tampei a caixa e coloquei no lugar, voltamos a procurar a Julia.

Ouvi uma risadinha gostosa de uma menininha que amo mais que minha vida. Me abaixei e afastei algumas caixas, olhei atrás de várias caias e encontrei a Julia rindo, ela estava olhando o Leon, toda vez que o Leon procurava ela em outras caixas ela ria. Mas quando ela me viu ela saiu correndo, eu estranhei pois quando ela me viu começou a chorar. Ela correu para trás de outras caixas e toda vez que ia atrás dela ela chorava mais e continuava correndo. O problema é que ela ainda tem 10 meses e é pequenininha, então ela cabia nos cantinhos e eu não conseguia pega-la.

–O que foi filha? –eu estava assustada com a reação dela.

–O que foi Fran? – ele perguntou.

–Eu não sei, ela não quer vir comigo. Ela chora e corre quando me vê. –falei assustada.

Ela correu mais ainda e se sentou no chão encolhida, como se estivesse vendo um monstro.

–Vem com a mamãe Julia, vem cá filha por favor. –eu estava quase chorando.

Ela se encolhia cada vez mais quando me via, e o choro aumentava.

–Deixa eu ver. –o Leon disse se ajoelhando.

Quando ela viu o Leon o choro foi diminuindo.

–Vem cá Julia. –ele pediu.

Ela olhou para mim que estava ao lado do Leon e foi se arrastando até o fim da parede, quando a parede acabou ela se encolheu e tapou o rosto em quanto chorava. Eu sabia que se eu não saísse dali ela não iria parar de chorar, muito menos sair.

Eu me retirei do quartinho e fiquei no quarto do Leon esperando.

A Julia nunca fez isso, ela estava estranha. Fiquei tão triste de ver minha filha assim que deixei lagrimas escorrerem. Em pouco tempo o Leon saiu com ela no colo, ela estava com o rosto vermelho e inchado de tanto chorar.

–Consegui. –ele disse.

Ele se aproximou de mim e a Julia chorou novamente.

–Não fica assim Fran. –ele pegou em meu braço.

–Me desculpe. –limpei as lagrimas. –Ela nunca fez isso.

–Você já maltratou ela? –ele perguntou.

–Que pergunta besta Leon, eu nunca maltrataria um filho meu. –falei inconformada.

–Eu sei Fran. Você é a pessoa mais doce e simpática que já conheci, tirando a Vilu.

–Por que ela está fazendo isso? –perguntei ainda com lágrimas escorrendo.

–Não sei. –ele respondeu. –Bom, depois vemos isso. Acho melhor descemos antes que um dos monstrinhos loiros venha aqui. –ele disse rindo.

Fomos descer e o Leon foi com a Julia no colo, se eu me aproximasse ela chorava. Nós descemos a escada e o Leon foi me dar a Julia mas adivinha só? Ela começou a chorar.

–Quer ficar para almoçar Fran? –ele perguntou.

–Não, eu vou pra casa. –falei.

Pequei a Julia a ela berrou.

–NAAAHHHH!! –ela começou a me bater. –OOONNNN!!!! –ela chamou o Leon.

Deixei mais lagrimas escorrerem.

–Tchau Leon. –me despedi já vermelha.

–Tchau Fran. –ele se despediu.

–Tchau tia Fran. –as crianças se despediram.

–Tchau Crianças. –me despedi.

Saí da casa do Leon, fui até o carro coloquei a Julia na cadeirinha e fui para o banco do motorista. Encostei os braços e a cabeça no volante e comecei a chorar desesperadamente.

–O que eu fiz, o que eu fiz para você filha? –perguntei olhando para ela.

Olhei para ela e a mesma chorou.

Deixei mais lagrimas caírem e dirigi até o apartamento.

POV LEON

Foi muito estranho o que aconteceu com a Fran e com a Julia, mas depois vou falar com a Fran e examinar a Julia. Elas tinham ido em bora então era minha hora de trabalhar. Como era sábado era dia de eu ficar com as crianças, por isso adoro o fim de semana, pois passo com meus filhos. Fiz o almoço e dei a eles, nós conversamos o almoço todo e quando terminamos já eram quase três horas da tarde. Dei banho nos dois pois estava calor, troquei os dois e fui para a sala com eles.

–Papa, por que a tia Fran estava chorando? –a Dani perguntou.

–Nada filha, ela só estava um pouco triste. –falei colocando uma mecha de cabelo para trás da orelha.

–Você quer contar alguma coisa pra gente papa? –o Daniel perguntou.

–Depende. –balancei a cabeça.

–Fala logo papa. –a Daniele disse exigente.

–Hoje eu não vou passar a tarde com vocês. –falei.

Vi eles ficarem chateados.

–Me desculpem, mas tenho que ir ver a mãe de vocês. –expliquei.

–Tudo bem papa, mas onde vamos fica? –o Daniel perguntou.

–Pode ser na casa da vovó? –perguntei.

–Pod... –o Daniel foi interrompido.

–Não pode! –a Daniele disse se levantando do sofá.

–E se a vovó vir aqui? –perguntei.

–Sem o vovô! –a Dani exigiu.

–Filha! Ele é seu vô, você tem que respeita-lo. –mandei.

–Mas ele brigou com a mama, e eu não vou respeitar quem fala mal da mama. –ela disse indo na direção da escada.

Ela subiu a escada bufando e batendo o pé.

–Filha! –tentei chama-la. –Vem cá filha!

–Nem tenta papa, nem tenta. –o Daniel disse batendo de leve nas minhas costas. –Vou te dar uma dica, ela gosta muito da vovó. Dá um jeito que eu vou fala com ela.

Ele disse e foi subir as escadas. Ri com o que ele fez, mas levei a sério a parte da Angie. Peguei o telefone e fui ligar para ela. Liguei para a Angie e ela aceitou vir em casa, só não contei a ela sobre a Vilu. Fiquei esperando a Angie enquanto tentava entender o que aconteceu com a Julia. Fui pesquisar em meu escritório para ver se tinha alguma coisa que explicasse. Eu estava pesquisando até ouvir alguém batendo na porta do escritório.

–Entra. –permiti.

–Oi Leon. –era a Angie.

–Oi Angie! –me levantei.

–Trouxe a Julietta, tudo bem? –ela perguntou

–Tudo bem, as crianças adoram. Eu nem ouvi a campainha. –falei indo para a sala com ela.

–Foi o Daniel que atendeu. –ela riu.

–É, são meus porteiros. –ri.

–Onde está a Daniele? Eu não a vi. –ela perguntou.

–Ela deve estar no quarto. –falei já na sala.

–Quando você vai? –ela me perguntou.

–Agora. –falei.

–E como ela está, o médico disse quando ela pode acordar? –ela perguntou preocupada.

–Agora vou te dar a notícia, a Vilu acordou. –falei.

Vi ela ficar com um sorriso de orelha a orelha.

–E como ela está? –ela perguntou.

–O mesmo, cheia de faixas e gesso, e tem que tomar os remédios toda hora. As queimaduras e fraturas estão melhorando –falei.

–Mas agora ela vai ficar bem. –ela sorriu.

–Espero. Bom, eu vou lá porque se eu não for a Francesca vai querer me matar. –falei sério.

–Tudo bem, pode ir, eu cuido deles. –ela disse.

–Obrigada! –agradeci.

–De nada.

Peguei a chave do carro e segui em direção ao hospital. Foi bem rápido, apesar do hospital ser longe eu até que cheguei rápido. Cheguei lá eram três e quarenta da tarde.

Pedi para a recepcionista para ir no quarto da Vilu e ela me deixou entrar. Subi de elevador e cheguei no quarto dela, entrei e a vi lendo o antigo e famoso diário.

–Com licença. –entrei no quarto.

–Oi Leon! –ela sorriu.

–Vim te ver. –falei me aproximando da cama.

–Hoje não é dia de ficar com os pequenos? –ela perguntou.

Me sentei na cadeira que tinha ao lado da cama.

–Sim, mas a Francesca mandou eu vir aqui. –falei pegando sua mão.

–Eeeerrr... –ela jogou os olhares para o outro lado.

–Ela disse que você queria me falar algo.

–É, mas eu esqueci o que queria contar. –ela disfarçou.

–Sabe sim, me fala. –pedi.

–É que...


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Notas finais do capítulo

Deixei vocês na curiosidade, a Vilu ainda não contou para ninguém o segredo que todos queremos saber. Que dó da Fran o que será que a Julia tem, por que será que ela está rejeitando a própria mãe? Temos mistérios a desvendar. Espero que tenham gostado!