Golpe de Estado escrita por M san


Capítulo 6
Bomba! - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Continuação do capítulo anterior (que foi dividido porque ficou grande demais kkkk)



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— Vocês não passarão daqui - informou a ninja, a própria espada em punho, os olhos faiscando ameaçadores revelando a natureza assassina da kunoichi. Sasuke, que alinhado com Ihai posicionava-se atrás do grupo cercado de doze ninjas, todos de capas marrons e rostos cobertos por panos pretos do nariz abaixo, começava a perceber quão inútil era sua presença ali. Se Nana sequer quisesse lutar, ainda assim venceria. Ela era incrivelmente bonita em condições normais. Mas prestes a atacar, era hipnotizante. E, o garoto poderia jurar, aqueles ninjas não eram imunes à mulher - Identifiquem-se - ordenou Nana.

— Os boatos eram verdade então… - começou o que, aparentemente, era o líder do grupo e que, mesmo não conseguindo tirar os olhos da kunoichi, ainda reunia alguma sobriedade para falar.

— Que boatos? - perguntou Nana, séria.

— Que a guardiã ao norte do País do Fogo é a Loba Escarlate - respondeu o homem, causando a Sasuke um solavanco. Então Nana não fora tão eficiente assim em manter sua identidade sigilosa - Sua força e talento te fazem famosa, Loba.

— Minha beleza não? - perguntou Nana, em um fingido tom ofendido. Antes que o homem pudesse responder, a ninja atacou. Movendo-se tão rápido que Sasuke só pode acompanhar devido o Sharingan, Nana matou metade dos homens do grupo, cortando-lhes a garganta antes que pudessem se mover um passo. A mulher retornou ao seu galho inicial e voltou a fitar o restante do bando, que fora brutalmente tirado do transe em que estava. Os ninjas a encaravam como se vissem algo sobrenatural, e o medo entre eles poderia ser cortado com uma kunai - Vou tentar de novo. Identifiquem-se. Os que sobraram.

O líder vacilou. E manter-se segurando a kunai mostrou-se a pior forma de auto-traição que o homem poderia imaginar. Suas mãos tremiam tanto que quando ele voltou a falar, sequer um tonto sentiria firmeza em suas palavras:

— Esses serão os últimos assassinatos que você cometerá, Loba. Nós somos seis e você somente uma.

— Muito bem observado, sabichão - satirizou Nana, sorrindo e apontando para o galho onde Sasuke estava antes de continuar - Sou apenas uma. Mas não estou sozinha.

— Você… você! - exclamou o homem, o medo demonstrado no olhar atingindo outro patamar - Uchiha!

Os ninjas restantes no grupo não esperaram um segundo sequer e tocaram em retirada. Saltando rapidamente, colocaram-se no sentido oposto do caminho em que vieram, o medo ativando cada pedaço do corpo no modo fuga. Sasuke quase sentiu pena quando com apenas um selo, Nana juntou todos no centro, apertando um contra o outro em uma circunferência.

— Identifiquem-se - ordenou a kunoichi, cravando em cada sílaba uma nota tão ameaçadora quanto os próprios olhos. Não houve resposta. Sasuke sequer saberia dizer se a mudez era proposital, como deveria ser a qualquer ninja sob interrogatório, ou provocada pelo medo que travara os homens. Mas Nana não parecia ter muita paciência para o silêncio do invasores qualquer que fosse o motivo. Depois de alguns segundos esperando a resposta, ela simplesmente desistiu de obtê-la e matou o restante do grupo.

Sasuke nada fez. Observando ainda do galho em que se posicionara no início do embate, o Uchiha não tinha muita certeza do que pensar. A frieza em matar não era algo novo ao garoto, mas algo na forma como Nana o fizera o deixava com sentimentos contraditórios. Tudo bem, eram invasores, possivelmente espiões, poderiam causar mortes de pessoas inocentes, e eles sabiam do risco. Mas talvez o fato de ser impossível fugir da mulher fizesse a coisa toda parecer injusta aos olhos do garoto.

Ele sentiu o galho à alguns metros de onde estava se mover e percebeu que Ihai estava indo ao encontro de Nana. Ainda se perguntava se deveria ir também quando reparou a kunoichi o fitando, esperando sua descida. A expressão da mulher era indecifrável, como deve ver a de um shinobi. Isso geralmente não incomodava Sasuke, mas daquela vez o intrigava. Ele queria saber o que ela pensava. Queria saber como um traidor de volta à vila deveria pensar.

— Foi rápido - comentou Sasuke enquanto descia do galho e pousava ao lado da mulher - Quem são eles?

— Um grupo de mercenários… - respondeu Nana, simples - Encontrei com alguns usando a mesma capa há duas semanas.

— E pra quem eles trabalham? - perguntou Sasuke.

— Pra quem pagar mais… No momento, não sei quem está pagando mais.

O garoto observou Nana abaixar e esvaziar os bolsos dos ninjas, mas nada fez além disso. Atrás dele, Ihai farejava os corpos em busca de pistas, mas o Uchiha não conseguia parar de pensar que a loba farejava o jantar. Ele se abaixou e juntou-se às duas na busca por algo que pudesse responder alguma pergunta, mas mal tocara os joelhos no chão quando Nada gritou:

— SE AFASTEM! RÁPIDO, RÁPIDO!

Sasuke imediatamente saltou para longe dos mortos, esperando que Nana também o fizesse, mas a ninja permaneceu onde estava. Ele viu a mulher juntar todos os corpos ao seu redor, com rápidos movimentos de mãos intercalados com selos. Levou um segundo até que o garoto entendesse o que estava acontecendo, mas então ele viu: os corpos brilhavam em um incandescente gradual e crescente.

— Eles são bombas? - perguntou Sasuke, espantado. Sabia que estava fácil demais.

— O QUE VOCÊ FAZENDO, GAROTO? CORRE! PRA LONGE! - respondeu Nana, que agora mantinha os corpos flutuando ao seu redor, como um carrocel cujo o centro era a própria ninja - NÃO SEI SE DÁ PRA EU MANIPULAR TANTA ENERGIA! CORRE!

— Eu consigo te proteger com o Susanoo - respondeu Sasuke, conjurando imediatamente a técnica de defesa absoluta. Contudo, mal a completara, Nana decolou com os corpos-bombas voando em círculo em torno dela, numa velocidade vertiginosa.

— Ela também pode se proteger, Uchiha - informou Ihai, saltando para um galho a frente de Sasuke, a fim de olhá-lo da mesma altura.

— Então por que subiu?

— Por causa da matilha. Se ela subiu, a explosão é forte demais para ela ter certeza de que vai conseguir controlar. Do alto, ela garante que ninguém se fira.

— E se ela não conseguir?

Ihai não respondeu. Pela ligação que a loba parecia ter com Nana, Sasuke imaginava que o pensamento da mulher não conseguir assustava o animal. Ele não podia negar que também não estava tranquilo com a possibilidade. Com o histórico que tinha, era possível que achassem um jeito de culpá-lo pela morte da kunoichi. Além disso, Kakashi o mataria por deixar Nana morrer. Era a mãe da filha dele, no fim das contas.

Sasuke decolou com o Susanoo até a copa das árvores a fim de observar os movimentos da ninja. Baseado no que vira horas antes, durante sua própria luta contra a kunoichi, mesmo que Nana controlasse a explosão ficaria momentaneamente fraca. Ela estava centenas de metros acima do solo. Uma queda daquela altura era fatal.

O garoto viu Nana subir até tornar-se nada mais que um ponto a ele. De repente, após esperar segundos com duração de anos passarem, Sasuke ouviu uma explosão ao longe e, instantes depois, viu uma onda de fogo vir em sua direção, partindo do ponto onde Nana se encontrara. Instintivamente, ele segurou Ihai, que o seguira até as copas, e fechou ambos, ele e a loba, sob as asas do Susanoo. Contudo, a onda provocada pela explosão não os atingiu. De dentro da defesa, ele viu o fogo recuar e recuar, até voltar ao ponto de partida. Quando Sasuke achou que acabara, e impressionou-se com a capacidade da mulher, um estrondo ensurdecedor alcançou os ouvidos do Uchiha, que levou a mão à cabeça imediatamente, numa inútil tentativa de proteger a audição. Por sorte, o barulho acabou tão rapidamente e repentinamente quanto começou.

— Ela caindo! - desesperou-se Ihai, chamando a atenção de Sasuke, que ainda processava os possíveis significados do fim do barulho. Ele olhou para cima e viu que a loba não mentia. Nana caia desacordada, sem qualquer possibilidade de reação. Ao tocar o chão, seria uma ninja morta.

Sasuke abriu as asas do Susanoo e impulsionou-o acima, voando o mais rápido que podia. Ouviu Ihai gritar que não deveria pegá-la de uma vez, mas não se surpreendeu: sabia que precisava desacelerá-la lentamente antes de pará-la, ou seria o mesmo que a apanhar com o chão. Ele subia o mais rápido que podia e, quando finalmente a alcançou, teve que se superar para mover o Susanoo de forma a agarrá-la sem diminuir bruscamente sua velocidade. O garoto inverteu o próprio movimento, de modo a descer controladamente, até finalmente frear a mulher, metros antes de atingir o solo. Ele pousou e recebeu-a dos braços do Susanoo, segurando-a nos próprios. O corpo da kunoichi exalava uma energia vermelha muito mais forte do que a que Sasuke vira pela manhã. Os cabelos dela haviam se soltado da trança bem feita, emoldurando com mechas onduladas o rosto desacordado de Nana.

— Ela ainda está viva! - exclamou Ihai sem necessidade. A mulher estava praticamente pegando fogo de tão quente. Ninguém morto ficava tão quente. Talvez prestes a morrer, mas não morto.

— Ela muito quente! - exclamou Sasuke, olhando para a loba esperando a solução. Se ao menos Sakura estivesse ali... - Se continuar quente assim, não vai aguentar.

— Vamos voltar! - ordenou Ihai - Rápido, garoto!

Sasuke sentiu a fúria queimar dentro dele. Agora não bastava as ordens de Kakashi, também deveria seguir as de uma loba? Contudo, a resposta que gostaria de dar, ficou presa na garganta. No momento em que a soltaria, sentiu Nana tremer em seus braços o que, indiretamente, mostrou-se uma ordem de partir ao Susanoo.


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Notas finais do capítulo

Olá, people! A parte dois do capítulo, agora com um pouquinho mais de ação. Espero que vocês gostem! Muito obrigada por continuar lendo e comentem, pleaaase! Kissus!



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