Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Genteeeee, venho com um aviso: AS FÉRIAS ESTÃO CHEGANDO! SHUASHUASHAU
Terei mais tempo para publicar e tudo mais! Não é um máximo?
Então, agora eu recomendo uma linda história, escrita por Nara Jordana: Um romance rebelde. Vale a pena ler, pessoal! Bjus e espero que gostem.



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Ela olhou feio para Gustavo e depois sorriu para mim.

—Princesa, venha comigo rápido. Seu pai já está na varanda principal para fazer o anúncio. –falou. Passei o braço pelo dela e seguimos até o salão principal. Lá tinha uma escadaria que levava até a varanda principal. Sentei em umas das poltronas e lá fiquei. Hilla andava de um lado para o outro preocupada. Passava suas mãos pelos cabelos e suspirava.

—Hilla! Desse jeito vai afundar o chão! –falei me levantando.

—É que eu estou preocupada, senhorita. –respondeu ela. Antes que eu perguntasse algo, ela se ajoelhou e agarrou minhas mãos. –Por favor princesa, por favor, não mande o Gus ir embora. Por favor, ele não faz isso por mal, só que ele está estressado com tudo o que está acontecendo com a mãe dele e...

—Como assim? A mãe dele piorou? –perguntei, esquecendo qualquer outra discursão.

—Sim. -ela respondeu e eu a forcei a levantar. Ela ficou de pé e continuou: -Ela chegou aqui ontem meio tarde, umas 9 horas. De madrugada acordou passando mal, então o pai de Gustavo teve de passar a noite toda ao lado dela. Ela está bem melhor, mas o senhor Alef nem tanto. Eu o vi hoje de manhã e vi que estava bem cansado. Cheguei a ver uma lágrima escorrendo pelo seu olho esquerdo.

—Não deve ser nada fácil ter uma mulher tão doente. –falei e suspirei. –Pode ter certeza de que não vou mandar o Gus... –teria que esquecer aquele apelido. –Gustavo ir embora. Fique tranquila.

—Muito obrigada princesa! –falou ela e me abraçou. Me soltou segundos depois e saiu. Fiquei lá, sentada sozinha, esperando meu pai chegar.

Quando chegou, olhou para mim e sorriu. Subiu a escadaria seguido de 4 ou 5 guardas. Subi logo em seguida e fiquei de pé próximo ao meu pai. Os súditos logo se aglomeraram perto dos portões da entrada do palácio. Quando dei por mim, lá fora já estava lotado. Não sabia como todos iriam escutar, já que era muito longe desde a varanda até os portões. Mas eles já estavam acostumados. Deveriam ler a linguagem labial do seu rei.

—Bem, -gritou meu pai –acho que vocês já sabem o por quê deste pronunciamento.

Ouve-se vaias e alguns gritos sobre “o rei deveria ir para...” “o rei é um...” e várias outras palavrinhas muito “educadas”.

—O preço dos medicamentos vindos da França estão com os juros lá em cima. Com o preço da compra aumentando, drasticamente, o preço da venda também aumentará aqui no nosso reino. –gritou ele, ignorando tudo o que acontecia ao seu redor. Pegou um papel com relatórios e os leu em voz alta: -Custará apenas 1.890,00.

Vaias e mais vaias tomaram de conta da multidão. A primeira coisa que me passou pela cabeça foi: a mãe do Gustavo. Eles não teriam condições de comprar medicamentos tão caros. O preço antigo era de 500,00! Como mudara tão drasticamente? Meu pai fez um gesto para se acalmarem.

—Calma! –gritou em tom severo. –Isso é só por pouco tempo. –ele gritou e olhou para mim. –Minha filha logo casará com o príncipe da França, então os preços ficarão mais brandos.

O povo vaiou e gritou ao mesmo tempo. Eu olhei para meu pai com uma cara horrorizada. Ele não deveria ter falado aquilo! A vida era minha, não era? Não, não era.

—Pai. –sussurrei.

—Kiara, não está vendo que estou ocupado? –sussurrou ele de volta.

—Pai, o senhor não pode fazer isso! –falei. –Há pessoas que não poderão comprar á este preço!

—Kiara, cale-se. –falou ele.

—Não posso ficar calada em um momento desses! –falei e apontei meu indicador em frente ao seu nariz. –O senhor tem que fazer algo para mudar este cenário. Olha, –apontei o indicador para o povo, que já começava a criar confusão –é isso o que você realmente quer? Catástrofes por cima de catástrofes?

Ele pensou um pouco e bufou irritado.

—Saia daqui Kiara. Saia. –falou ele.

—Sim, senhor rei. –falei em tom de provocação e saí.

Desci as escadas devagar, com medo de correr e cair. Aqueles saltos não estavam muito seguros.

Cheguei no salão e sentei na poltrona. Coloquei os cotovelos sob as minhas coxas e as mãos sob o rosto. E não, as lágrimas não vieram. Na verdade, o que veio foi uma dor de cabeça muito grande. Tive vontade de voltar para onde estava meu pai e gritar para todo aquele povo “SEJAM LIVRES!” , e pular da varanda, viver lá fora como uma pobre e ser feliz com alguém que eu realmente amava. Mas como sempre, não fiz nada disso. Apenas fiquei lá sentada, com a cabeça quase explodindo de tanta dor.

Não queria mais ficar ali. Queria ir para o meu quarto e lá ficar deitada até o outro dia. Levantei daquela poltrona e fui caminhando. No meio do caminho, minha visão escureceu e eu não lembrei mais de nada.

...

Ao abrir os olhos, percebi que já eram umas duas da tarde. Minha cabeça ainda latejava um pouco, mas não era tanto. Eu estava deitada na minha cama, e uma pessoa olhava fixamente para mim.

—Princesa? –perguntou Gustavo. –Está melhor?

Assenti meio zonza.

—O que aconteceu? –perguntei.

—A princesa dos saltos quebrados agora virou a princesa dos desmaios. –respondeu ele. Ele viu que eu não sorri, então ajustou a postura. –A senhorita desmaiou. Disseram que foi por conta do sol muito quente lá na varanda. –eu baixei os olhos. –Mas creio que não foi por causa disso, foi?

Sentei e encarei ele por alguns instantes. Ele não sairia dali antes de saber as respostas. Mas eu também queria saber algumas coisas.

—Quem me trouxe até aqui? –perguntei. –Por que está aqui?

Ele suspirou.

—Eu a encontrei desmaiada no salão de festas. Trouxe para cá e chamei Hilla e algumas das suas criadas. Elas lhe deram alguns remédios caseiros, mas você continuava desmaiada. Não me deixaram entrar aqui, se entrasse, o rei me esganaria. Mas, quando vi que não havia ninguém aqui, entrei. E cá estou eu.

Puxei o lençol para cima para ver se estava de camisola. Ainda estava com o mesmo vestido do “discurso” do meu pai. Olhei para os lados e voltei a encarar Gus.

—Obrigada –falei.

Pela cara de interrogação dele, decidi continuar.

—Estou sendo extremamente ignorante com você, Gustavo, e mesmo assim você vem e me ajuda. Muito obrigada mesmo. –falei e continuei: -Não é da realeza, mas tem um coração nobre. Isso que eu admiro em você, Gus.

Ele me olhou e vi seus olhos brilharem. Por que toda vez que ele me olhava, seus olhos brilhavam?

—É para isso que servem os amigos. –falou por fim e deu um sorriso sarcástico. Ele sentou na minha cama perto de mim e senti, mesmo que rapidamente, um embrulho no estômago. Acho que deve ser do desmaio. Creio que não comi nada desde de manhã!

Ele se aproximou mais, e ficou cara a cara comigo.

—O que realmente aconteceu, Kiara? –perguntou.

Hesitei um pouco. Mas aquele era o Gustavo. O mesmo Gustavo que há anos brincava comigo. O Gustavo que sempre foi meu melhor amigo. Não precisaria esconder nada dele.

—Eu briguei com meu pai. –falei rapidamente.

—Na frente de todo mundo? –perguntou e eu confirmei. –Por quê?

Suspirei.

—Gus, os preços dos medicamentos aumentaram drasticamente. –respondi e ele me olhou meio surpreso. –Os valores estão muito altos, não sei se você ou ninguém do reino vai poder comprar ele. Achei muito injusto isso acontecer. Mas, quando eu me casar, os preços baixarão. Vou me casar o mais rápido possível, prometo para você.

Ele ficou uns minutos em silêncio. Esperava que ele gritasse comigo por eu deixar isso acontecer, ou até chorar. Mas o que ele fez me deixou mais surpresa ainda.

—Você fala em injustiça, –falou sério. –mas vai se casar com alguém que não ama. Isso é muito justo, não?

—Eu sei que não é. Mas preciso sacrificar minha felicidade pela felicidade de mais de um milhão de pessoas.

—Pessoas egoístas, que só pensam em si mesmas! –falou ele, me agarrando pelos ombros.

—Se você fala isso, é porque é do mesmo jeito. –retruquei.

—Não. Mas poderia haver outro jeito para mudar esta história.

—Não há. O destino adora fazer isso comigo. Adora complicar tudo para mim. Queria tanto ser pobre. Não ter que se esconder do mundo! Não ter que...

—Chega Kiara! –falou ele e me beijou. Não um beijo, beijo. Um selinho. De 2 segundos? –Não reclame de barriga vazia. Tantas pessoas por aí querendo ser igual a você, e você reclamando de tudo.

Não conseguia falar nada. A cena do beijo ainda rondava na minha cabeça. Barulhos vindos do corredor me fez sair do transe.

—Corre! –sussurrei. –Se alguém te ver aqui, não vai sobrar nada de você.

Ele entendeu o recado e correu para a varanda. Depois disso, não vi mais ele.

—Princesa. –entrou Charllote no meu quarto. –Está melhor?

—Sim. –falei ainda olhando para a varanda.

—Está com fome? –perguntou.

—Um pouco.

—Pois aqui está! –falou Hilla entrando correndo no quarto. Trazia um carrinho com vários tipos de comidas. Não sei se aguentaria tudo, mas agradeci.

—Obrigada! –falei e olhei para tudo aquilo. Não comi muito, mas comi o suficiente para a fome passar.

Ao terminar, elas levaram o carrinho de volta e me deixaram sozinha. Minha cabeça girava em torno do beijo (selinho) do Gus. Não parava de pensar nele. Com certeza, fizemos por impulso, até por que, somos amigos. Mas eu não estava com tanta certeza.

...

Passaram 1 semana desde o “incidente” comigo e com o Gus. Não o via com frequência, já que estava muito ocupado, ora com as costuras, ora com Hilla. O palácio todo comentava o romance dos dois. Hilla era todos sorrisos o dia inteiro. Gustavo não era diferente, mas nem chegava aos pés da empolgação de Hilla.

Mas, o que o palácio mais comentava era a chegada da corte francesa aqui, em Esmeralda. Ah, perdão! Esqueci de lhes contar que o príncipe, o rei e a rainha chegarão aqui daqui á exatamente 3 dias. Meu pai está organizando uma grande festa, e virão convidados de todas as partes do mundo para oficializar o casamento da filha com o principezinho francês. E eu estou superanimada, claro.

Estão todos para lá e para cá. Organizando salão de festas, os dormitórios, os jardins e tudo mais. Isso está me deixando muito estressada, por isso que estou passando a maior parte do tempo na biblioteca. Sim, ela já está pronta e reformada!

Ela estava maior que o normal. Antes tinha umas 10 estantes. Agora nem dá para contar! Existem corredores por todos os lados. Há livros de tudo o que você possa imaginar. Tem também, livros do antigo Brasil, do antigo Estados Unidos, do antigo mundo. A literatura foi a única parte da cultura que se salvou. Mas ela só é acessível aos nobres, claro. Augusto Cury, Rick Riordan, Kiera Cass, Nicholas Sparks e Jhon Green, são os meus autores favoritos.

Ficava lá desde de tarde até poucas horas da noite. Lia livros de romance, comédia e suspense. Adorava um drama também.

Estava lendo Romeu e Julieta, quando alguém bateu na porta da biblioteca.

—Posso entrar? –perguntou Gustavo, já entrando.

—Claro. –respondi.

—Vim aqui para te dar uma grande notícia! –falou ele entusiasmado.

—Pode dizer. –respondi.

—Seu pai estava conversando comigo ontem , e decidiu que eu lhe deveria dar aulas de geografia e história!

—Isso é uma boa ideia? –perguntei.

—Claro, por que, eu ganharei por isso!

—Ah. –disse.

—Mas calma. Não serei um professor tão ruim. –falou- Além do mais, quando o príncipe chegar, seu pai não quer que você pareça uma princesa linda e burra.

Ri. Só ele mesmo para fazer esse barulho ecoar da minha boca. Estes dias eu nem sequer dava um sorriso. Era experimentando vestidos, escolhendo qual flor plantar no jardim, escrever discurso para o príncipe, etc. Eu estava muito cansada.

—Começaremos amanhã? –perguntei.

—Não devemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje. –respondeu. –Até porque, já separei alguns livros na estante. –concluiu e foi em direção da estante.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Não posso garantir que postarei o próximo capítulo logo. Me desculpem, mas acho que vou atrasar. E muiito. Então, esperem que eu posto. Não abandonem a fic! Bj*