Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!
Cadê os comentários amores? Estou ficando tiste :'( Por favor, comentem! Sem comentários, fico totalmente desmotivada!
Mas, espero que gostem. Boa leitura ^^



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A faca estava pressionada contra minha garganta. Um movimento em falso e eu poderia visitar minha mãe. Meu pai tinha lágrimas nos olhos. Todos estavam olhando apreensivos para mim. Gabriel não estava em nenhum lugar á vista. Será que ele correu quando viu o alvoroço?

Covarde.

Os guardas hesitavam em chegar perto. Eu tentava me manter calma, enquanto todos me olhavam mas ninguém falava nada.

Meu pai foi o primeiro a sair do torpor.

–Gerard, não faça isso. –falou. –Solte-a e eu o deixarei sair impune de tudo o que fez.

Gerard soltou um riso sínico.

–Cansei de ser seu fantoche, senhor Charles.

–O que você planeja fazendo isso? –meu pai perguntou.

–Eu quero ser rei. Primeiro eu tentei te matar, sem sucesso. Então, ia pôr em prática meu plano B. Eu ia matar Kiara. Só que a princesinha quis dar uma de detetive, não é? –ele perguntou bem próximo ao meu ouvido, o que me fez sentir calafrios. –Se quiser que ela viva, senhor Charles, me ponha como próximo sucessor do trono!

Meu pai permaneceu calado. Ele mantinha seus olhos fixos em mim. Ele queria uma resposta minha. Então balancei a cabeça. “Não pai, não faça isso. Ele me matará, mesmo que o senhor o ponha como herdeiro”, pensei comigo mesma, tentando passar tal mensagem ao meu pai. Ele entendeu.

–Nunca passaria a sucessão para você! Você a matará de qualquer forma!

–Baixe o tom de voz! –gritou Gerard. Percebi um pouco de tensão na voz dele. –Então, como último ato na minha vida, matarei a linda princesa Kiara.

Gerard deu um sorriso e percebera que ganhara. Senti sua faca apertando minha garganta. Trinquei os dentes para não escapar nenhum grito. “Adeus”, pensei ao dirigir meu último olhar ao meu pai.

–Solte-a agora! –soou uma voz masculina firme vindo do corredor.

Gabriel saiu da escuridão e surgiu com um arco á postos. Sua flecha apontava para mim e Gerard.

–Eu mandei você soltá-la! –desta vez ele gritou, seus olhos azuis brilhavam em fúria. Ele segurava o arco com tanta precisão e confiança, assim como Mark. Gerard, com muita ironia em sua voz, disse:

–Tem certeza de que você vai querer soltar a garota que te trai com outro garoto? –ele fez uma pausa, para que todos absorvessem as palavras. Meu pai não sabia o que falar. –Gustavo sempre foi seu melhor amigo, não é princesa? Mas agora ele passou a ser algo mais...

Uma flecha veio por trás e acertou em cheio a perna de Gerard, que caiu no chão, cheio de dor. Aproveitei e corri para os braços de meu pai. Olhei para quem havia atirado. Gus ainda estava com o arco em posição e suor escorria pela sua testa.

Gerard se arrastava no chão, procurando uma saída. Gabriel mirou e deu uma flechada em sua mão esquerda, fazendo-o parar. Os guardas o pegaram e o levantaram, para a avaliação de meu pai.

–Levem-no para o calabouço. –falou meu pai, após uma avaliação.

Depois ele dirigiu o olhar á Gus e Gabriel, que estavam posicionados, lado a lado. Céus como eles poderiam ser tão parecidos? Apesar de uma diferença no rosto e no cabelo, eu poderia jurar que eles eram gêmeos. O jeito como ambos sabiam exatamente o que fazer, como se portavam segurando o arco e com a frieza que haviam atirado em Gerard. Eles pareciam ter alguma conexão muito forte. Uma conexão que nem eles poderiam explicar.

Meu pai fez uma cara inexpressiva ao olhar para os dois. Mas, ele retomou a fala:

–Vocês dois foram símbolos de coragem esta noite, rapazes. Nem todo o dinheiro do mundo poderia agradecer-lhes por salvar a vida da minha filha. Que fique em seus corações a minha gratidão por isso. –ele concluiu e Gus e Gabriel sorriram.

–Não fiz mais que mera obrigação, Rei Charles. –falou Gus.

Meu pai fez sinal para que Gabriel e os demais saíssem da sala. Gus também estava indo, mas meu pai o interrompeu.

–Ainda não acabei com você, Gustavo. –meu pai falou.

Gus se virou, engolindo em seco.

–O que mais o senhor gostaria de falar comigo? –perguntou, se reaproximando de meu pai.

–É verdade aquilo que Gerard falou, á poucos minutos? –meu pai perguntou.

Gus olhou para mim, á procura de respostas. Eu pensei por um momento. Se Gus havia acabado de salvar minha vida, meu pai deixaria ele se casar comigo? Sorri. Meu pai deixaria. Balancei a cabeça em confirmação e Gus respondeu:

–Sim.

Meu pai cochichou algo no ouvido de um guarda e esperou que o mesmo voltasse, trazendo consigo uma injeção. O que será que passava pela cabeça de meu pai? O guarda se posicionou atrás de meu pai e lá ficou.

–Te condeno á morte, por desobediência ás regras de conduta. –meu pai falou por fim. –Levem-no para o calabouço! Amanhã será seu fim, senhor Gustavo. –gritou meu pai, com tanta calma, que eu tive um mal pressentimento.

Gus apenas arregalou os olhos para mim e tentou desvencilhar das mãos dos guardas, em vão.

Então eu voltei á realidade. Meu pai mandou matarem Gustavo. Isso não poderia acontecer. NUNCA. Comecei a gritar e a chorar.

–Papai, não faça isso! Por favor! –gritei, soluçando. –Por favor papai. Por favor.

Jorge Vanseford e sua esposa não esboçavam nenhuma expressão. Gabriel apenas olhava para baixo. Deveriam estar envergonhados por tudo que estava acontecendo. Por eu ter traído o filho deles.

–PAI. –gritei. –Se você matar Gustavo, eu me mato. –eu gritei, as emoções tomando conta de mim.

O guarda que estava atrás de meu pai se aproximou de mim e enfiou a agulha da injeção em meu braço. Depois disso, tudo escureceu.

...

Acordei com os raios solares invadindo meu quarto. Levantei rapidamente e me pus de pé. Eu tinha de fazer alguma coisa para impedir meu pai de matar Gustavo. Eu tinha...

Mas eu era fraca. O que eu poderia fazer? Simplesmente chorar e esperar a misericórdia, que é uma qualidade inexistente em meu pai? Chantagem emocional poderia até valer. Mas Gus nunca mais olharia na minha cara. Fui eu quem o coloquei em perigo. Fui eu quem julguei ser necessário contar a verdade. Só que, ás vezes, a verdade é o que te traz a morte.

O peso da culpa começou a me consumir. Me sentei em um canto no quarto e chorei baixinho. Gus ia morrer por minha culpa. Eu deveria ter pensado melhor. Eu nunca deveria ter deixado ele entrar em minha vida para que nenhum momento como esse chegasse.

Sua mãe vai ficar destruída. O senhor Alef vai ficar sem rumo. Hugo iria desistir de viver. Arthur... não é melhor nem pensar na reação dele. Com apenas 3 anos ele perderia seu irmão mais querido.

Não. Não poderia deixar uma família sem um membro. Eu não podia destruí-la. Me levantei, sequei as lágrimas e caminhei até a porta. Tentei abri-la, mas estava trancada. Fui para a varanda, que estava com as portas trancadas. Eu estava presa.

“Pensa Kiara, pensa!”, pensei comigo mesma. Me aproximei das portas de vidro da varanda e tentei enxergar ao longe. Perto dos portões haviam montado um palco, que certamente seria o cenário para a morte de Gus. Do lado de fora dos portões, pessoas chegavam para observar a tragédia. As pessoas vinham de longe apenas para ver a morte de um garoto de 17 anos.

Mas a “cerimônia” ainda não havia começado. Eu ainda tinha tempo para pensar em um plano.

O único problema eram as portas. Elas estavam trancadas e, como pude ver alguns dias atrás, nem os homens mais fortes poderiam derrubá-las. Só uma pessoa conseguiu abri-la, e não quero chama-la aqui. Até porque, Gabriel deve estar gostando da ideia de perder um concorrente. Mas, como eu disse anteriormente, se Gus morresse, meu pai me perderia. Para sempre.

Tentei empurrar as portas da varanda, que pareciam mais frágeis. Porém, sem sucesso. Vi que os portões estavam mais amontoados de gente e que a família francesa já estava sentada em seus respectivos lugares. Todos menos o rei Jorge. Ele deveria estar fazendo a pipoca, para assistir o concorrente de seu filho morrer.

Eu tinha pouco tempo. Teria de me apressar. Bati na porta com tanta força que minha mão doeu.

–Socorro! –gritei. –Me tirem daqui!

Esmurrei mais de 10 vezes a porta, mas nada de ninguém vir, nem dela se abrir. Meu corpo despencou no chão. Era o fim. Eu nunca mais veria Gus.

Então ouvi passos silenciosos caminhando pelo corredor. Tal pessoa se aproximou de minha porta e sussurrou:

–Princesa?

Era Andrew.

–Me tire daqui Andrew! Por favor! –falei, soluçando. –Não quero que ele morra por minha causa.

–Eu não tenho as chaves. –ele disse.

–Mas tem outras formas de abrir a porta. –falei, tentando lembrar como Gabriel abriu a porta. –Chame Gabriel. Ele sabe como abri-la.

Andrew ficou um tempo em silêncio. Parecia que tinha seguido meu conselho e tinha ido atrás de Gabriel. Porém, o ouvi exclamar do outro lado da porta:

–Essa porta tem dois ferrolhos na parte superior e um na parte inferior.

–É...É! –exclamei. –Foi exatamente isso que Gabriel disse. Porém, tem que ter uma serra para conseguir arrombar a porta e...

–Eu não sou tão selvagem, Kiara, para arrombar uma porta. E Gabriel foi um pouco ingênuo ao pensar que somente força bruta abriria estes tipos de porta. –ele fez uma pausa. –Estas portas possuem segurança total para que a pessoa consiga permanecer segura dentro de seus quartos e, ao mesmo tempo, quem esteja fora não consiga abri-la. Então, você pode abri-la. Eu não.

–Como vou fazer isso? –perguntei, analisando ao redor.

–Deve ter alguma coisa... Algo como um quadro com fundo falso ou sei lá. –Andrew falou.

Olhei ao redor. Meu quarto não possuía quadros. Somente o da foto da minha mãe, que tenho desde pequena. Meu pai disse para nunca tirá-lo do lugar, pois era o jeito que minha mãe tinha de me proteger.

Com muita cautela, tirei ele da parede. Tinha um buraco, que tinha uma espécie de chave dentro dele.

–Andrew. –chamei. –Achei um buraco na parede, que tem uma espécie de chave. –tentei puxa-la. Sem sucesso. –Só que a chave está presa.

–Gire-a. –falou ele, com tom de certeza.

Girei a chave com toda a força que eu tinha. Escutei um barulho, e a porta se abriu.

Andrew sorria do outro lado, porém ao me ver, sua expressão se transformou em preocupação.

–É melhor você correr. –ele verificou o relógio. –Você tem menos de 15 minutos para salvar Gustavo.

Comecei a correr e percebi que ele corria ao meu lado.

–Porque está me seguindo? –perguntei, enquanto corria.

–Quero te ajudar a salvar Gustavo. Ele... ele é meu melhor amigo. –Andrew disse e ficamos calados.

Corremos por aproximadamente 7 minutos. Chegamos as portas do jardim, que estavam cheios de empregados, inclusive Hilla e Charllote, que me olharam, espantadas.

–A senhorita não deveria estar aqui. –falou Hilla, querendo me empurrar para fora do ambiente.

–Me solta! –gritei. –Eu não sou tão covarde quanto pensam.

–Calma. –falou Andrew. –Eu a levarei para seus aposentos. Venha comigo, princesa.

–Não! –gritei e cuspi sua cara. Como ele tinha coragem de me trair ali, naquele momento?

Porém, seus braços eram fortes. Conseguiram me conduzir até o salão principal, quando ele me soltou.

–Você vai entrar pelo mesmo lugar que seu pai entrou. Pelas portas da frente. –Andrew disse. E corremos para as portas da frente.

As portas principais. Elas eram diretamente ligadas ao palco, portanto, seria o melhor. Quando cheguei lá, por elas serem feitas de vidro, consegui ver Gus com a cabeça na guilhotina, esperando apenas o veredito final.

Abri as portas com força e entrei no mesmo momento em que meu pai falava:

–Ele será morto na guilhotina, por desobedecer as regras de conduta.

Eu entrei correndo e chorando.

–Parem com isso agora! –gritei, parando na frente do palco.

–Saia da frente Kiara. –ordenou meu pai.

–Não. –falei e me posicionei entre um guarda e a guilhotina.

–Se decepar a cabeça dele, Kiara não existirá mais. –falei, a voz firme.

–Tirem-na daqui, agora. –ordenou meu pai aos guardas, que me pegaram pelos braços.

–Não! Não! –gritei. Cuspi a cara de um dos guardas e chutei as partes genitais do outro.

Corri até Gus e me ajoelhei. Ele não estava ferido, o que podemos classificar como bom.

Encostei minha cabeça na sua e disse:

–Perdoe-me Gus. Fui eu quem te coloquei aqui. Mas será eu quem te tirará daqui.

Ele me olhou e apenas sorriu.

–Não seja tola, Kiara. Você sabe que não sairei daqui vivo. Seja feliz e cuide de minha família, está bem? Apesar de não gostar de Gabriel, case-se com ele. Ele é um bom homem.

–Eu vou me casar com você. –falei, encostando minha testa na dele. –Por que eu amo você.

–Eu também amo você. E é exatamente por isso que tenho que deixa-la livre. Seja feliz, Kiara. E... –sua voz falhou. –É melhor você sair, não quero que se suje de sangue.

Solucei alto.

–Gus... –me aproximei e o beijei. –Eu te amo.

Ele sorriu e chorei mais. Mais guardas chegaram e me levaram de lá. Eu era fraca. Não podia nem impedir que matassem o amor da minha vida. Eu não teria pulso para ser rainha.

Os guardas me levaram para junto de meu pai. Tive vontade de gritar com ele. Só que, não consegui. Por dois motivos: eu estava fraca demais para gritar e ele estava chorando.

Chorei mais e mais. Ele se aproximou e beijou minha cabeça.

–Pai, impeça isso. –falei.

–Se eu deixa-lo ir, não poderei aplicar mais isso a ninguém. Gustavo não é melhor que ninguém.

–Ele é o homem com o coração mais nobre que já vi em minha vida. Ele é sim, melhor que todos.

–Chega. –ele falou e fez sinal para que o guarda puxasse a alavanca.

–NÃO! –gritei chorando. Me agarrei com o meu pai para que eu não conseguisse ver a cabeça de Gus saindo de seu corpo.

–Parem com isso! –gritou uma voz conhecida.

Então eu olhei. Jorge Vanseford caminhava a passos longos em direção á meu pai. O guarda parou e esperou.

–Não faça isso. –Jorge falou, se dirigindo ao meu pai. –Ele é meu filho.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Acho que a maioria de vocês sabiam que isso ia acontecer huehuehuehue
Espero que tenha deixado vocês satisfeitos! COMENTEM, ACOMPANHEM, FAVORITEM E RECOMENDEM! OBRIGADA



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