Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

OIIIIIIIIIII GENTE!
Desculpem pela demora do capítulo, tive uma semana cheia de trabalhos e testes. Então, vou dar uma pequena dica para esse capítulo: PEGUEM SEUS LENÇOS E SE PREPAREM.



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Fiquei paralisada. Não sabia o que fazer. A mulher me olhava boquiaberta e vi mais pessoas chegarem no local com a mesma expressão. Enquanto eu permanecia congelada, sem saber o que fazer, ouvi as pessoas sussurrarem:

–É a princesa...

Então, em meio a tanto torpor, Nouah reagiu. Ele pegou meu pulso e sussurrou em meu ouvido.

–Acho que é hora de irmos embora.

Confirmei com a cabeça e segui ele. Gabriel e Gus vieram atrás. Mas antes que pudéssemos ir muito longe, uma voz rouca falou, bem atrás de nós.

–Pra onde vão com tanta pressa?

Quando me virei, era um homem. Ele era alto e tinha os olhos cinzentos. Nouah virou e encarou esse homem. Certamente ele conhecia esse homem e não gostava dele.

–Nós vamos embora. –respondeu Nouah.

–Não tão cedo! –ironizou ele. –Agora que descobrimos que é a princesa, queremos dialogar com ela. –ele soltou um sorriso amargo.

–Não. Não iremos ficar. Se nos der licença... –Nouah falou, mas eu o interrompi.

–Se eles querem falar comigo, estou aqui. –falei, surpresa pela minha voz ter saído.

Me soltei dos punhos fortes de Nouah e caminhei até a multidão. Eu estava com muito medo. Eu estava vulnerável. Se uma pessoa quisesse me matar, essa seria a chance. Mas, meus dedos gélidos foram agarrados por uma mão macia e quente. Gabriel estava ali. Ele não deixaria nada acontecer comigo.

–Você tem certeza do que está fazendo? –sussurrou.

–Não. –sussurrei de volta. –Mas vale a pena correr o risco.

Ao me aproximar da multidão ainda surpresa, notei o garotinho que eu havia contado a história. Ele sorriu para mim e bateu palmas. As pessoas o acompanharam e depois estavam todos me aplaudindo. Todos, menos o homem alto dos olhos cinzentos.

Quando os aplausos cessaram, olhei para cada pessoa. Havia muita gente, e a cada minuto chegava mais. Se eu estiver bem certa, havia mais de 1000 pessoas ali.

Eu tinha de dizer alguma coisa. E não poderia ser igual os discursos horrendos de meu pai. Pigarreei e comecei a falar:

–Povo de Esmeralda, nosso reino passa por uma série de turbulências. Protestos ocorrem por todo o reino, procurando melhoras no reino. E eu, como princesa, não sabia nem da metade de seus sofrimentos. Sempre me passavam a imagem do reino perfeito, não de um reino com hospital caindo aos pedaços, onde falta até curativos. Mas, quando soube, eu queria ver com meus próprios olhos. Quando cheguei aqui, a verdade veio como uma bomba em minha cabeça e coração. –a voz falhou. Aquele homem, o alto, me olhava com o olhar de ódio. Todos os meus pelos se eriçaram. Ele me olhou dos pés a cabeça e perguntou, aproveitando minha voz falhada:

–E por que veio disfarçada? Estava com medo de seus súditos?

Pensei por um momento. Apertei com mais força a mão de Gabriel, como se dali fossem sair respostas. Mas, criei coragem e falei:

–Sim, estava com medo. Tinha medo de vocês fazerem o mesmo que fizeram com meu pai. Além do mais, ninguém do castelo sabe que estou aqui.

As pessoas me olharam com mais surpresa ainda. Decidi continuar:

–Eu queria ajuda-los. Mas, para isso, tinha de ver a situação de vocês. Eu irei me casar logo, logo, e irei organizar todo o reino, quando for rainha. Portanto, parem os protestos. Meu pai não se sente ameaçado por eles e não fará nada para melhorar. Ele quer que eu me case para que eu, somente eu, organize e torne esse reino melhor. Até lá, ficarei mandando dinheiro por Nouah, para a compra de remédios e outras coisas que forem necessárias. Mas, espero que consigam aguentar um pouco mais. Os protestos só trarão mortes e sofrimento. Aguentem, por favor. Agora sei do real sofrimento de vocês. Sei que é difícil, mas eu peço que aguentem. Como disse, farei o possível para ajuda-los a aguentarem.

Fez-se um silêncio mortal. Percebi que minhas palavras só haviam causado espanto á todos. Estava pensando em como seria morrer levando um tiro bem na cabeça, meu ponto mais vulnerável. Eu cairia no chão, morta. Gabriel e Gus se ajoelhariam e, talvez, escorressem lágrimas dos seus olhos. Enquanto isso, a população correria, alarmada, e Nouah encararia o homem alto e de olhos cinzentos que havia me dado o tiro.

Porém, depois de tantos pensamentos negativos, a população fez algo que me surpreendeu. Ela me aplaudiu. Pessoas assobiavam e gritavam meu nome. Em resposta, eu sorri e falei, com a voz altiva e forte:

–Nós conseguiremos! Nós somos Esmeralda!

A população só gritou e aplaudiu mais. Certamente, ela precisava de um líder que a fizesse ter esperanças. E esse líder, no caso essa líder, seria Kiara Ferrer.

Fiz reverências ao público e sorri ainda mais. Várias pessoas vinham me cumprimentar, e eu deixava todas virem ao meu encontro. Não tinha mais medo de pegar nenhuma doença, não tinha mais medo de ninguém me matar, nem de meu pai descobrir que eu havia ido até a cidade. Todo o medo foi tomado pela esperança. Pessoas vinham beijar minhas mãos, outras até os pés. Outras apenas choravam e diziam ser eu o anjo que Deus havia enviado.

Eu apenas sentia as lágrimas descerem pelas minhas bochechas e simplesmente dizia ás pessoas: Tudo vai ficar bem. Ficamos nesse beija mão, sorrisos, lágrimas, por um bom tempo. Gabriel, Gus e Nouah haviam se juntado á população, me deixando sozinha. Mas eu não tinha mais medo. Somente Gabriel lançava olhares para mim, como se perguntasse se estava tudo bem.

Porém, percebi uma pequena movimentação. Alguns homens de caráter duvidoso, andavam pela multidão. Entretanto, não dei muita atenção.

O que não sabíamos era que algo estava prestes a acontecer. Quando tudo parecia bem, as pessoas gritaram e apontaram para trás de mim. Todas correram, com medo do que poderia acontecer. Não vi Gus, nem Nouah, nem Gabriel em nenhum lugar á vista. Me virei lentamente e vi, o homem alto dos olhos cinzentos, me encarando. Uma flecha estava apontando para meu coração. Em sua aljava, tinha mais 2 flechas.

–Então você quer que a gente pare os protestos? –perguntou.

–Sim. –falei com a cabeça erguida, apesar de estar com medo.

Esse homem só me olhou com mais raiva. Meu sonho havia se realizado, de fato. Eu estava sozinha em uma cidade desconhecida. Se eu saísse correndo, não tenho muita certeza de que viveria. Aquele homem apontava a flecha pra mim com muita precisão.

–Você é uma idiota por pensar que eu, Harold, iria te deixar escapar assim, ilesa. –ele falou.

Harold...Aquele nome não me era estranho. Tentei vasculhar alguma informação sobre ele, mas foi em vão. Estava nervosa demais.

Minhas mãos não paravam quietas. Eu estava com medo, e minhas esperanças simplesmente se desvaneceram. Eu estava sozinha com um lunático armado. Mas, não morreria sem lutar.

–E você é muito idiota se pensa que eu vou cair sem lutar. –falei, a voz firme.

–Uma garota lutando contra mim? –ele deu uma gargalhada.

–Você acha que eu estou sozinha? –falei e dei um riso sarcástico. Gus, Nouah e Gabriel estavam por ali, certamente escondidos. Ninguém deixaria eu morrer.

Ele me olhou, com desdém e riu.

–Digamos que seus três cavaleiros não podem lhe salvar. –falou, dando um sorriso. –Meus capangas já os devem ter matado.

Engoli em seco. Foi uma pancada demais para mim. Senti as lágrimas descerem e minhas pernas vacilarem. Quando dei por mim, já estava de joelhos, esmurrando o chão. Nunca mais olharia nos olhos de Gus, nem teria filhos com Gabriel. A irmã de Nouah nunca seria levada ao castelo.

Eu havia sido idiota. Aqueles homens que eu havia visto no meio da multidão deveriam ser os capangas de Harold. E era culpa minha. Quando Nouah me puxou pelo braço, deveria ter ido. Ele sabia onde Harold poderia chegar.

Não aguentei. Chorei e simplesmente cuspi essas palavras na cara dele.

–VOCÊ É UM COVARDE! –gritei. –NEM QUE SE PASSE UM MILHÃO DE ANOS, O MEU ÓDIO VAI DIMINUIR POR VOCÊ. –as lágrimas escorreram com mais força. –Eles eram pessoas importantes para mim... –sussurrei, a força se esvaindo.

–Vou acabar com seu sofrimento. –falou e mirou.

–Mate-me. –falei, me levantando e abrindo os braços. Mas então lembrei de uma pessoa. A pessoa que faria de tudo para me ver feliz. Se eu morresse aqui, qual seria o destino de meu pai? Então minha vontade de morrer se dissipou. E quando dei por mim, já estava correndo e desviando das flechas de Harold.

Corri para cima dele e o derrubei no chão. Comecei a lembrar de Gus, dos beijos dele. De Gabriel, e seu sorriso. Nouah e sua alegria. E lembrei que todos eles tinham família e que eu havia tirado um membro muito importante de cada uma. Gus cuidava da mãe e do pai. Gabriel deixaria uma mãe sofrendo. E Nouah deixaria toda uma família de irmãos na miséria. A raiva pulsou pelo meu corpo e desferi golpes nele.

Minha raiva era tão grande que eu batia, batia, batia, e ela não dissipava. Mas, quando eu pensei que conseguiria vencer, Harold pegou meu pulso e me lançou para longe. Ele tateou o chão em busca de uma flecha e a achou. Mirou para mim, indefesa no chão e disse, sorrindo:

–É princesa, eu sempre ganho.

E foi aí que algo surpreendente aconteceu. Eu estava preparada para a morte, quando alguém lançou três tijolos na cabeça de Harold, que caiu desmaiado no chão. Certamente eram pessoas do povo que tinham criado um pouco de coragem. Eu devia fugir.

Comecei a correr. Corri por mais ou menos 10 minutos. Mas tropecei. Caí no chão e não tive mais capacidade de levantar. Agora tudo estava acabado. Eu poderia voltar para o castelo, mas nunca minha vida seria a mesma. Eu perdi pessoas que faziam parte da minha vida e que, sem eles, ela seria um completo vazio.

Chorei baixinho. Soltei um gemido quando tentei me mexer. Tinha machucado alguma costela. “Que belo fim para uma princesa”, pensei. Mas, uma coisa não saía da minha cabeça. Gus tinha morrido com certo rancor de mim.

–Gus... –sussurrei. –Eu só queria que você soubesse que te amo e que eu não queria ter ferido você. Quero que, onde quer que esteja, você esteja bem. Esteja sorrindo. E que... e que ainda me ame como antes. –comecei a soluçar.

–Pode ter certeza de que ele ainda te ama. –falou um sussurro perto de mim. Por um momento, pensei que fosse uma alma ou algo do tipo conversando comigo. Só que almas não tem mãos sólidas que te tocam o ombro e fazem você se arrepiar.

Apesar da dor, me virei. Quando olhei para cima, senti todo meu chão se refazer.

–GUS! –gritei e me levantei. Dei um abraço tão forte nele. Chorei de alívio e o apertei mais ainda. O soltei e o avaliei. Ele não parecia morto, muito menos machucado. –Mas o que aconteceu?

–Longa história. –falou, olhando para os lados. -Consegui falar com a polícia e ela vai levar Harold.

–Foi você que lançou os tijolos?

–Eu, Gabriel e Nouah. –falou ele. Eu não pude aguentar um sorriso gigante.

–Onde eles estão?

–Estão te procurando. –falou ele sorrindo. –Acho que tive a sorte de te achar. –ele me abraçou. –Por um momento, pensei que tivesse sido morta por alguém.

–Por um momento pensei que você tivesse morto também. –falei.

–Tive tanto medo de te perder. –dissemos em uníssono.

Olhei em seus olhos.

–Por que tem que ser assim? –perguntei.

–O destino não está muito humorado, estes dias. –falou e deu um meio sorriso.

–Mas você ainda me ama. –falei.

–Quem disse isso? –perguntou.

–Você disse isso á alguns minutos atrás.

–Foi a dramaticidade do momento. –falou ele, olhando para o lado.

Virei a cara e disse, com raiva:

–Vamos. Temos de encontrar os outros.

Porém, Gus me puxou e me beijou.

–Eu ainda te amo, mimadinha. –sussurrou.

–E eu ainda te amo, marretinho. –sussurrei.

Ficamos um momento, apenas encarando-se. Por fim, ele falou:

–Cansei de mentir.

–Como assim? –perguntei, meio alarmada.

–Você não sabe o verdadeiro motivo por eu ter te abandonado.

–Então o que foi?

–Fui ameaçado. Disseram que eu nunca teria futuro com você e que se eu continuasse com isso, eu morreria.

Arregalei os olhos, bastante surpresa.

–E quem diria uma coisa dessas? –perguntei.

Ele arqueou uma sobrancelha, como se a resposta fosse óbvia. Eu apenas arqueei minha sobrancelha para que ele dissesse. Então ele disse:

–Foi Gabriel.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Quem shippava Gabiara, ainda shipa? HAHAHAHAHAHAHAHA
Deixem nos comentários: Você é #TeamGus ou #TeamGabriel ?
Ah gente, comentem mesmo. Os comentários estão diminuindo, então estou ficando triste. Por favor comentem! Bj*



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