Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

OIIIIIIIIIIIIIIIIIIII GENTE! Senti saudades de comentários no outro capítulo viu? kk
Mas bem, eu trouxe uma notícia maravilhosa.
....
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O TRAILEER SAIUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU! JKFDJKFJKSJKCJKSNVJSDCJSJKCSJKCSJKCJKSNJCSNJNJSJS
Se tiver ficado ruim, me desculpem, mas foi o primeiro trailer/ video q eu ja fiz na minha vida toda.
Link do Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=bn3CZkiJNzU



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Me abracei a Gabriel e senti seu perfume. Como era bom. Ele beijou minha cabeça e ficamos em silêncio, no meio das caixas e trapos velhos que haviam ali.

De repente, ouço vozes.

–Bom dia Frank! –fala Nouah, com a costumeira voz brincalhona.

–Bom dia Nouah. –respondeu um homem, que eu deduzi ser Frank. –Quem é esse do seu lado?

–Ah, esse? –respondeu Nouah. –Ele é filho do costureiro real. Vai atrás de tecidos para os vestidos da princesa.

–Entendo. Como é o nome do cavalheiro? –perguntou Frank.

–Gustavo. –respondeu Gus.

–Boa viagem então e... –a voz de Frank calou-se. –O que é aquilo ali atrás?

Um arrepio percorreu minha espinha. Frank nos viu. Acabou plano, acabou tudo. Gabriel apertou minha mão e eu percebi que ela estava gelada.

Escutei passos vindo em direção á parte de trás da carruagem, mas Nouah explicou:

–Meu pagamento. Comida, remédios, roupas. Trabalho para receber. –na minha cabeça, eu fiz um sorriso no rosto de Nouah nesse momento.

–Então tudo bem. Podem ir. –exclamou Frank e escutei um ranger de um portão.

Depois de 10 minutos, ouvi uma gargalhada de Nouah e ele disse, em voz alta:

–E lá vamos nós!

...

Depois do que pareceu uma eternidade, paramos. Nouah desceu e abriu a porta da carruagem. Retirou o pano que cobria eu e Gabriel e observou nós dois, bem abraçados.

–Que linda cena de se ver. –falou e sorriu. –Vamos. Deixem para se beijar mais tarde.

Me levantei e Gabriel levantou atrás de mim. Vi Gus na outra extremidade, as mãos na cintura, olhando para o horizonte. Depois de ouvir o comentário de Nouah, se virou para mim e disse, com a voz vazia:

–É. Deixem para se beijar mais tarde.

Nouah só riu e disse:

–Bem, teremos de ir a pé, de agora em diante. E lembrem-se, nenhum de vocês vem do palácio. Vocês são apenas viajantes que se perderam. Nenhuma menção ao nome princesa nem príncipe. Entendido?

Nós três confirmamos com a cabeça.

–Então vamos. –falou Nouah.

Ele nos conduziu até uma estrada deserta. Era cheia de árvores, algumas secas outras verdes. Tinham também vários tipos de flores. Não sei como um lugar poderia ser tão colorido e tão seco ao mesmo tempo. Mas, continuamos caminhando.

Caminhamos por uns 5 minutos, até uma grande rampa. Lá embaixo estava a cidade. Um amontoado de casas, comércios e pessoas.

–Bem vindos á cidade. –disse Nouah com entusiasmo. –Desceremos por aquela escada e...

–Calma. –interrompi. Os três olharam para mim com cara interrogativa. –Eu estou com uma dúvida na minha cabeça desde que saímos do castelo. –eles me olharam mais atenciosos e eu continuei: -Só existe essa cidade em Esmeralda?

Nouah riu e perguntou:

–Você vai ser a próxima rainha e não conhece nada do seu reino?

–Nunca me interessei por nada além do castelo. –respondi.

–Bem, Esmeralda só tem essa cidade sim. –respondeu Nouah. –O resto está infértil e não há como ninguém morar nela. De acordo com os estudos, a área do castelo e da cidade inteira corresponde aos antigos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. O resto do Brasil só é habitado por animais, plantas e, talvez, algum ser humano vivendo sozinho.

–Como o fazendeiro que vive nos campos das tulipas... –exclamei.

–Exatamente. –falou Nouah. Ele era bem mais inteligente do que eu pensei.

–Vamos agora? Estou me sentindo bem vulnerável aqui. –falou Gabriel.

–Irá se sentir muito mais quando chegarmos lá embaixo. –retrucou Gus.

E com esse espírito esperançoso, descemos pelas escadas.

Quando chegamos embaixo, foi que eu notei como era estar fora do castelo. Casas ocupavam todo o espaço. Uma em cima da outra. Cachorros, gatos, patos e galinhas transitavam por todo lugar. Pessoas com bancas vendendo frutas era o que mais tinha no lugar. Também tinha pessoas com carroças e carruagens, claro que todas feitas de madeira e bem rudimentar. Crianças corriam e gritavam por toda a parte. O cheiro não era tão ruim. Cheirava a frutas, pães recém saídos do forno e flores.

–Aqui não é tão ruim. –sussurrei.

–Você não viu nem metade da cidade. –sussurrou Gus de volta, olhando para mim. Foi aí que me toquei: Gus havia crescido ali.

–Vou leva-los até o hospital. Depois, vamos direto para o castelo. –falou Nouah.

Assentimos e seguimos Nouah pelo emaranhado de pessoas e casas. Por onde passava, todos saudavam Nouah. Seja com um “olá” ou até um “bom dia”. Certamente ele era bem conhecido. Conhecido pelo filho que viu o pai morrer. Ou até pelo herói que tentou matar o rei. Quando lembrei disso, fiquei enjoada.

Seguimos por vários becos, todos mal cheirosos. Até chegarmos na pior parte da cidade. Tudo ali cheirava a enxofre. Ratos transitavam por ali. Ao olhar para Gabriel, vi sua cara de nojo. Se eu continuasse ali, eu iria vomitar.

Caminhamos até chegar em uma casa de tijolos. Entramos lá e senti cheiro de hospital.

Haviam pessoas nos corredores, no chão, em camas ou até mesmo em pé. Haviam pessoas dentro de quartos e, ao julgar pelos gritos, eram as enfermidades mais graves. Comecei a suar frio. Aquilo foi um baque muito grande. Meu reino passava por isso e eu não sabia. Como eu iria ajudar? Ninguém falava conosco. Apenas olhos curiosos nos espreitavam e nos seguiam.

Nouah nos levou até um quarto e abriu a porta. Lá estava uma criança. Ela tinha os mesmos olhos que Nouah e o mesmo cabelo. Ao ver ele, ela sorriu.

–Nouah! –gritou e gargalhou. O sorriso dela era contagiante. Ela não aparentava ter mais de 7 anos.

–Como está se sentindo, Anne? –Nouah perguntou e se aproximou dela.

–Melhor. Quem são eles? –perguntou apontando para nós. Nouah olhou para nós para buscar uma resposta. Eu me aproximei dela e perguntei:

–Você é boa em guardar segredos?

–Sim. –respondeu ela ansiosa.

–Eu sou Kiara. –falei. Um misto de alegria passou pelo rosto dela. Eu peguei suas mãos frias e as segurei. –Acho que sabe quem eu sou, não é?

–Você é a princesa! –exclamou ela, baixinho. –Você quem me dá os medicamentos.

–Exatamente. –falei e olhei para Gabriel, que já se aproximava. Ele se ajoelhou e beijou a mão esquerda dela.

–Se não fosse me casar com Kiara, lhe pediria em casamento nesse momento. –brincou ele.

–Sério? –ela perguntou, surpresa.

–Mas é claro! Olha como você é linda! –falou Gabriel de volta. Olhei para ele e pensei em como ele seria um ótimo pai.

Enquanto ele conversava com ela, me levantei e me dirigi á Nouah:

–O que ela tem?

–Leucemia. –respondeu ele. Arregalei os olhos. –Calma, não é contagioso. Apesar de ser bem precário, os atendimentos ás pessoas cancerígenas não é tão ruim, mas claro que pode melhorar. –ao falar isso, lágrimas saíram de seus olhos.

–O estado dela é grave? –perguntei.

–Ninguém pode saber. As máquinas para ultrassom estão quebradas. –ele enxugou as lágrimas. –Mas ela está bem melhor. Não sente mais tanta dor. A presença de vocês aqui conforta ela. –ele sorriu. –Nunca a vi tão feliz.

Ao olhar para o lado, vi que Gus não estava mais dentro do quarto. Fui na porta e vi que ele estava ajoelhado diante de um menino, que chorava. O braço dele estava sangrando.

–O que houve? –perguntei, me ajoelhando.

–Parece que o pai dele fez isso com uma faca. –sussurrou Gus. –E aqui no hospital não tem ataduras.

Meus olhos se encontraram com os de Gus. Eles expressavam pânico e tristeza.

–Calma. –sussurrei, com a voz mais calma possível. –Vai ficar tudo bem. –então lembrei de quando eu havia cortado meu braço, quando era bem pequena. Meu pai pegou pequenos panos e enrolou nele, estancando o sangue. Pensando nisso, rasguei a uma das mangas da minha camiseta debaixo, a de Gabriel. Como era de algodão, esperava que não machucasse tanto o braço do menino.

Peguei a manga e a enrolei no braço do menino. Mas ele não parava de chorar. Certamente o trauma havia sido grande demais. Pensando nisso, comecei a contar uma história.

–Era uma vez, uma linda princesa. –ao mencionar esse nome, senti que vários olhos pairavam sobre mim, inclusive o de Gus. –Ela era muito infeliz. Vivia presa no castelo, sozinha sem ninguém. –o menino olhou para mim, com olhos bem atenciosos. –Até que um dia, ela conheceu um menino. Eles se tornaram melhores amigos, brincavam, brigavam... –ao mencionar essa última palavra o menino sorriu. –Mas eles se amavam como se fossem irmãos. –fiz uma pausa, pensando bem no que eu iria falar. –Quando eles cresceram, continuaram amigos. Mas, outro tipo de sentimento começou a florescer dentro de ambos. A princesa descobriu que estava apaixonada por um plebeu. –uma lágrima espertinha desceu de meu olho.

–Então eles se casaram? –perguntou o menino.

Eu sorri e enxuguei a lágrima.

–Quase. Eles viveram uma linda história de amor. –senti que mais lágrimas estavam a caminho. Senti que Gus ainda me olhava, esperando pelo resto da história. Prossegui: -Até que um dia, o pai da princesa adoeceu. Então ela tinha de se casar com um príncipe, não com o plebeu. O plebeu teve de desistir dela. E a princesa ficou com uma dor tão grande, que nada conseguia cura-la. –eu esperava que, ninguém reparasse nas minhas lágrimas. –A dor dela era muito maior que a do seu braço. A dor de perder um amor é maior do que qualquer dor, acredite. –o menino me olhou, e perguntou:

–Essa história ocorreu de verdade?

–Nos meus sonhos. –respondi. –Como está o braço?

–Bem melhor. Obrigado. –o menino me abraçou. E pude sentir o calor de um corpo tão frágil. Quando ele me soltou, sorriu e se encostou na parede. Depois de um tempo, adormeceu.

Quando me levantei, senti que vários olhos ainda olhavam para mim. Gus olhou para mim, com uma expressão suave. Caminhamos de volta para o quarto, onde Gabriel ainda conversava com a menina. Quando ele me viu, ele sorriu.

–Vamos leva-la conosco? –perguntou.

–Não podemos. –respondi. –Mas quem sabe um dia, quando estiver melhor, Nouah não te leve lá?

–Eu quero muito ir. Você me mostra seu quarto? –perguntou ela.

–Mas é claro! Te mostro o castelo inteiro! –falei. –Mas precisamos ir. Agora.

Gabriel se levantou e, juntos atravessamos o hospital.

Lá fora, um vento muito forte soprava. Estava bastante frio. Descemos as escadas do hospital e caminhamos para a rua. Porém, senti uma mão gélida me pegar pelo braço. Quando me virei, vi uma mulher. Era jovem, porém tinha um rosto acabado pelo cansaço. A julgar pelos olhos, vi que ela estava chorando.

Ela me abraçou e chorou. Lancei um olhar para Nouah, que somente deu de ombros.

–Obrigada por cuidar do meu filho. –sussurrou ela.

–Seu filho era aquele garotinho? –perguntei.

–Sim. –falou ela, com a voz embargada. –Não sei como poderei um dia lhe agradecer.

–Não precisa. –falei. Então ela me soltou e olhou para mim com os olhos arregalados. Mas não de horror, mas de surpresa.

Quando lancei um olhar para Gus, percebi o que havia acontecido.

Meu gorro caiu. Acabou meu disfarce.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Awn, o que acharam do capítulo? E do trailer? ESPERO QUE TENHAM GOSTADO PQ FIZ COM MUITO AMOR



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